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É possível reprogramar a vida. Como fazê-lo de forma sensata

  • 0:01 - 0:04
    Há um ator chamado
    Dustin Hoffman.
  • 0:05 - 0:08
    Há uns anos, ele entrou num filme
    que alguns de vós devem conhecer:
  • 0:08 - 0:10
    "A Primeira Noite".
  • 0:10 - 0:12
    Há duas cenas essenciais nesse filme.
  • 0:13 - 0:17
    A primeira é a da sedução.
    Hoje não vou falar sobre isso.
  • 0:17 - 0:18
    (Risos)
  • 0:18 - 0:23
    A segunda cena é aquela em que ele
    vai com o tipo mais velho à piscina
  • 0:23 - 0:28
    e, como jovem recém-licenciado,
    ouve uma palavra do tipo mais velho,
  • 0:28 - 0:30
    apenas uma palavra.
  • 0:30 - 0:32
    E claro que todos vocês
    sabem que palavra é.
  • 0:32 - 0:34
    "Plásticos".
  • 0:34 - 0:35
    (Risos)
  • 0:35 - 0:39
    O único problema ali
    é que foi o conselho errado.
  • 0:39 - 0:41
    (Risos)
  • 0:41 - 0:45
    Vou dizer-vos porquê.
    A palavra devia ter sido "silicone".
  • 0:45 - 0:46
    (Risos)
  • 0:46 - 0:50
    E o motivo para isso
    é que já tinham sido feitas
  • 0:50 - 0:53
    as patentes mais básicas
    para os semicondutores,
  • 0:53 - 0:57
    já tinham sido pedidas
    e já estavam a construí-los.
  • 0:57 - 1:00
    Em 1967, Sillicon Valley
    ainda estava a ser construído,
  • 1:00 - 1:02
    quando este filme estreou.
  • 1:02 - 1:05
    Um ano depois da estreia do filme,
    descobriram a Intel.
  • 1:05 - 1:08
    Se o recém-licenciado
    tivesse ouvido a palavra certa,
  • 1:08 - 1:12
    talvez tivesse acabado
    num palco — não sei —
  • 1:12 - 1:13
    com estes dois.
  • 1:13 - 1:16
    (Risos)
  • 1:20 - 1:22
    Com essa imagem em mente,
  • 1:23 - 1:26
    vejamos que conselhos
    devemos dar,
  • 1:26 - 1:30
    para que o próximo recém-licenciado
    não se torne um vendedor de Tupperware.
  • 1:30 - 1:32
    (Risos)
  • 1:32 - 1:35
    Em 2015, que conselho
    dariam às pessoas,
  • 1:35 - 1:38
    quando levassem
    um recém-licenciado até à piscina
  • 1:38 - 1:40
    e dissessem uma palavra,
    apenas uma palavra?
  • 1:41 - 1:43
    Creio que a resposta
    seria "código de vida".
  • 1:43 - 1:45
    O que é o código de vida?
  • 1:45 - 1:47
    São as diferentes formas
    de programar a vida.
  • 1:47 - 1:52
    Em vez de programarmos computadores,
    usamos coisas para programar vírus,
  • 1:52 - 1:56
    retrovírus ou proteínas,
    ADN ou ARN,
  • 1:57 - 1:59
    plantas ou animais
    ou uma série de criaturas.
  • 2:00 - 2:03
    Ao pensarem nesta capacidade incrível
  • 2:03 - 2:06
    de fazerem com que a vida
    faça o que vos apetecer,
  • 2:06 - 2:08
    o que está programada para fazer,
    o que acabam por fazer
  • 2:08 - 2:12
    é pegar naquilo que andamos a fazer
    há milhares de anos
  • 2:12 - 2:15
    — reproduzir, mudar,
  • 2:15 - 2:19
    misturar, acasalar,
    todo o tipo de formas de vida —
  • 2:19 - 2:21
    e acelerá-lo.
  • 2:21 - 2:22
    Isto não é nada de novo.
  • 2:22 - 2:26
    Esta humilde rúcula foi modificada,
  • 2:25 - 2:29
    sendo que, de uma forma,
    obtemos brócolos
  • 2:29 - 2:31
    e de outra forma,
    obtemos couves.
  • 2:32 - 2:35
    E, se o fizermos de uma terceira forma,
    obtemos couve-flor.
  • 2:36 - 2:39
    Quando vamos a estes mercados
    naturais e orgânicos,
  • 2:39 - 2:41
    estamos a ir a um sítio
  • 2:41 - 2:45
    onde as pessoas alteram o código
    de vida das plantas há muito tempo.
  • 2:45 - 2:49
    A diferença hoje é que vou usar
    um termo politicamente neutro:
  • 2:49 - 2:51
    [DESIGN INTELIGENTE]
  • 2:51 - 2:52
    (Risos)
  • 2:52 - 2:55
    Estamos a começar a treinar
    o "design" inteligente.
  • 2:55 - 2:57
    Em vez de fazermos isto ao acaso
  • 2:57 - 3:00
    e vermos o que acontece
    ao longo de gerações,
  • 3:00 - 3:03
    vamos introduzir determinados genes
    determinadas proteínas
  • 3:03 - 3:06
    e vamos alterar o código de vida
    com um objetivo definido.
  • 3:07 - 3:10
    Isso permite-nos acelerar
    a forma como isto acontece.
  • 3:10 - 3:12
    Dou-vos um exemplo.
  • 3:13 - 3:15
    (Risos)
  • 3:15 - 3:19
    É possível que alguns de vós
    pensem em sexo, de vez em quando.
  • 3:19 - 3:23
    Tomamos como garantida
    a forma como mudámos o sexo.
  • 3:23 - 3:26
    Achamos que é perfeitamente
    normal e natural alterá-lo.
  • 3:26 - 3:28
    O que aconteceu
    com o sexo ao longo do tempo?
  • 3:28 - 3:31
    Normalmente, o sexo acaba em bebé.
  • 3:32 - 3:34
    Mas, hoje em dia,
  • 3:34 - 3:36
    sexo mais pílula
    é igual a bebé nenhum.
  • 3:36 - 3:38
    (Risos)
  • 3:38 - 3:40
    Achamos que é
    perfeitamente normal e natural,
  • 3:40 - 3:44
    mas esse não foi o caso durante
    grande parte da história humana.
  • 3:44 - 3:46
    Nem é o caso dos animais.
  • 3:46 - 3:51
    Isso dá-nos poder, de modo que o sexo
    se torna independente da conceção.
  • 3:51 - 3:53
    Se pensarmos nas consequências disso,
  • 3:53 - 3:57
    estamos a brincar com coisas
    um pouco mais avançadas, como a ARTe.
  • 3:57 - 4:04
    Não no sentido de pintar e esculpir,
    mas de técnicas de reprodução assistida.
  • 4:05 - 4:08
    O que são técnicas de reprodução assistida?
  • 4:08 - 4:12
    Essas técnicas
    são coisas como a fertilização in vitro.
  • 4:12 - 4:16
    Quando recorrem à fertilização in vitro,
    é porque têm razões para tal.
  • 4:16 - 4:19
    Por vezes, não conseguem
    engravidar de outra forma.
  • 4:20 - 4:25
    Mas quando o fazem, estão a separar
    o sexo, a conceção e o bebé.
  • 4:26 - 4:29
    Não só assumiram o controlo
    de quando querem ter um bebé,
  • 4:29 - 4:33
    como também separaram
    quando e onde é que o bebé é fertilizado.
  • 4:33 - 4:37
    Então, separaram
    o bebé do corpo e do ato.
  • 4:37 - 4:40
    E, no que diz respeito
    a outras coisas que fazemos,
  • 4:40 - 4:43
    pensem nos gémeos.
  • 4:43 - 4:47
    Podemos congelar esperma,
    congelar óvulos, óvulos fertilizados.
  • 4:48 - 4:50
    O que quer isso dizer?
  • 4:50 - 4:52
    É uma coisa boa,
    se formos doentes de cancro.
  • 4:52 - 4:57
    Vamos fazer quimioterapia ou radioterapia
    e guardamos estas coisas.
  • 4:57 - 4:59
    Não as irradiamos.
  • 4:59 - 5:02
    Mas se podemos guardá-las e congelá-las
    e contratar uma barriga de aluguer,
  • 5:02 - 5:05
    estamos a dissociar o sexo do tempo.
  • 5:06 - 5:11
    Isto quer dizer que podemos
    ter gémeos ... 50 anos depois?
  • 5:12 - 5:14
    (Risos)
  • 5:15 - 5:17
    Cem anos depois?
  • 5:18 - 5:20
    Duzentos anos depois?
  • 5:20 - 5:24
    Estas são três alterações profundas
    que não dizem respeito ao futuro.
  • 5:24 - 5:27
    São coisas que tomamos
    como garantidas agora.
  • 5:27 - 5:30
    Esta questão do código de vida
    acaba por ser um superpoder.
  • 5:31 - 5:35
    É uma forma incrivelmente poderosa
    de alterar os vírus,
  • 5:35 - 5:38
    as plantas, os animais,
  • 5:38 - 5:40
    talvez até de nos fazer evoluir.
  • 5:40 - 5:44
    É algo em que eu e o Steve Gullans
    temos andado a pensar há algum tempo.
  • 5:45 - 5:47
    Vejamos os riscos.
  • 5:47 - 5:51
    Como todas as tecnologias poderosas,
    como a eletricidade, como um automóvel,
  • 5:51 - 5:54
    como os computadores, também isto
    pode ser utilizado indevidamente.
  • 5:55 - 5:57
    E isso assusta muita gente.
  • 5:57 - 5:59
    Ao aplicarmos estas tecnologias,
  • 5:59 - 6:02
    podemos inclusive transformar
    os seres humanos em quimeras.
  • 6:02 - 6:05
    Lembram-se do mito grego
    em que combinamos animais?
  • 6:05 - 6:10
    Alguns destes tratamentos acabam
    por alterar o nosso tipo sanguíneo.
  • 6:09 - 6:14
    Põem células masculinas
    no corpo feminino ou vice-versa,
  • 6:14 - 6:16
    o que nos parece horrível,
  • 6:16 - 6:18
    até nos apercebermos
    que só estamos a fazer isto
  • 6:18 - 6:22
    para substituir a medula óssea
    durante os tratamentos oncológicos.
  • 6:22 - 6:24
    Ao recebermos
    medula óssea de outra pessoa,
  • 6:24 - 6:26
    podemos estar a alterar
    aspetos fundamentais em nós,
  • 6:26 - 6:29
    mas também estamos
    a salvar a nossa vida.
  • 6:29 - 6:31
    Para refletir sobre estas coisas,
  • 6:31 - 6:33
    eis uma coisa que aconteceu
    há 20 anos.
  • 6:33 - 6:35
    Esta é a Emma Ott.
  • 6:35 - 6:38
    Acabou de entrar para a universidade.
  • 6:38 - 6:40
    Está a estudar Contabilidade.
  • 6:40 - 6:44
    Praticava desporto universitário.
    Foi a melhor aluna do curso.
  • 6:44 - 6:46
    E isso não é nada de extraordinário,
  • 6:46 - 6:49
    só que ela é o primeiro ser humano
    nascido de três progenitores.
  • 6:50 - 6:51
    Porquê?
  • 6:51 - 6:55
    Porque tinha uma doença mitocondrial
    letal que podia ter sido herdada.
  • 6:55 - 6:59
    Quando recolhemos o ADN
    de uma terceira pessoa e o colocamos lá,
  • 6:59 - 7:01
    salvamos vidas.
  • 7:02 - 7:05
    Mas também estamos
    a manipular a linha germinativa,
  • 7:05 - 7:10
    ou seja, os filhos dela, se ela os tiver,
    ficarão a salvo e não passarão por isto.
  • 7:10 - 7:14
    E os filhos deles estarão a salvo,
    os seus netos também e por aí fora.
  • 7:15 - 7:17
    Isto inquieta as pessoas.
  • 7:17 - 7:19
    Há 20 anos,
    as várias autoridades disseram:
  • 7:19 - 7:22
    "Porque não estudamos isto
    durante algum tempo?"
  • 7:22 - 7:26
    É arriscado fazer certas coisas
    e também é arriscado não as fazer,
  • 7:26 - 7:29
    porque umas dezenas de pessoas
    foram salvas por esta tecnologia.
  • 7:29 - 7:32
    E andamos a refletir
    sobre isso há 20 anos.
  • 7:33 - 7:36
    Se pensarmos bem,
    quando dizemos:
  • 7:36 - 7:40
    "Talvez devêssemos aprofundar os estudos,
    talvez devêssemos fazer isto e aquilo",
  • 7:40 - 7:44
    há consequências se agirmos
    e também as há se não agirmos.
  • 7:45 - 7:47
    Como curar doenças mortais
  • 7:48 - 7:50
    — algo que, já agora,
    é totalmente contranatura.
  • 7:51 - 7:54
    É normal e natural
    os seres humanos serem dizimados
  • 7:54 - 7:58
    por enormes epidemias de poliomielite,
    de varíola, de tuberculose.
  • 7:58 - 8:02
    Quando vacinamos as pessoas,
    estamos a colocar coisas artificiais
  • 8:02 - 8:03
    no seu corpo,
  • 8:03 - 8:08
    porque cremos que os benefícios
    compensam os riscos.
  • 8:08 - 8:12
    Como criámos plantas artificiais,
    animais artificiais,
  • 8:12 - 8:14
    conseguimos alimentar
    sete mil milhões de pessoas.
  • 8:14 - 8:18
    Podemos fazer coisas
    como criar novas formas de vida.
  • 8:18 - 8:24
    E a criação de novas formas de vida
    parece-nos assustadora e desagradável,
  • 8:24 - 8:27
    até nos apercebermos que essas formas
    de vida vivem na nossa sala de jantar.
  • 8:28 - 8:32
    Aquelas flores que têm na mesa
    da sala de jantar têm pouco de natural.
  • 8:32 - 8:36
    As pessoas cruzam as flores para
    criar uma certa cor e um certo tamanho,
  • 8:36 - 8:37
    para durar uma semana.
  • 8:37 - 8:43
    Não é costume oferecer flores silvestres,
    porque não duram muito tempo.
  • 8:45 - 8:50
    Todos estes processos
    deixam o Darwin de pernas para o ar.
  • 8:49 - 8:51
    Durante 4 mil milhões de anos,
  • 8:51 - 8:54
    o que vivia e morria neste planeta
    dependia de dois princípios:
  • 8:55 - 8:57
    o da seleção natural
    e o das mutações aleatórias.
  • 8:58 - 9:02
    O que vivia e morria,
    o que era estruturado,
  • 9:01 - 9:04
    agora ficou de pernas para o ar.
  • 9:04 - 9:08
    E nós criámos um sistema evolutivo
    totalmente paralelo,
  • 9:08 - 9:11
    em que exercemos seleções artificiais
    e mutações não aleatórias.
  • 9:11 - 9:13
    Passo a explicar.
  • 9:13 - 9:15
    Isto é a seleção natural.
  • 9:15 - 9:17
    Isto é a seleção artificial.
  • 9:18 - 9:19
    (Risos)
  • 9:20 - 9:25
    O problema aqui é que começámos
    a criar lobos há milhares de anos,
  • 9:25 - 9:28
    na Ásia Central,
    para os transformar em cães.
  • 9:28 - 9:31
    E depois começámos a transformá-los
    em cães grandes e em cães pequenos.
  • 9:32 - 9:35
    Mas se pegarmos nos chihuahuas
    das carteiras da Hermès,
  • 9:35 - 9:36
    na Quinta Avenida,
  • 9:36 - 9:41
    e os libertarmos nas planícies de África,
    podemos observar a seleção natural.
  • 9:41 - 9:44
    (Risos)
  • 9:46 - 9:50
    Há poucas coisas na terra
    menos naturais do que um milheiral.
  • 9:50 - 9:54
    Mas jamais, em qualquer cenário,
    caminharão numa floresta virgem
  • 9:54 - 9:57
    e verão a mesma planta
    a crescer em filas regulares,
  • 9:57 - 10:00
    ao mesmo tempo,
    sem mais nada a viver lá.
  • 10:00 - 10:04
    Quando cultivamos um milheiral,
    selecionamos o que vive e o que morre.
  • 10:04 - 10:07
    E estamos a fazê-lo
    através da seleção artificial.
  • 10:07 - 10:10
    O mesmo se passa com uma seara de trigo,
    com um arrozal,
  • 10:10 - 10:12
    com uma cidade, com um subúrbio.
  • 10:12 - 10:16
    Metade da superfície da Terra
    foi concebida de forma artificial,
  • 10:16 - 10:19
    de forma a que o que lá vive e morre
    seja o que queremos,
  • 10:19 - 10:21
    E esse é o motivo por que
    não vemos ursos pardos
  • 10:21 - 10:25
    a passear pela baixa de Manhattan.
  • 10:25 - 10:27
    E esta questão da mutação aleatória?
  • 10:27 - 10:30
    Isto é mutação aleatória.
  • 10:30 - 10:33
    Este é o Antonio Alfonseca,
    também conhecido por "O Polvo".
  • 10:33 - 10:36
    Foi o lançador substituto do ano
    em 2000.
  • 10:36 - 10:41
    Sofreu uma mutação aleatória que
    o fez nascer com seis dedos em cada mão.
  • 10:41 - 10:44
    Ao que parece, isso é muito útil
    se formos lançadores.
  • 10:44 - 10:46
    (Risos)
  • 10:46 - 10:48
    E a mutação não aleatória?
  • 10:48 - 10:51
    A cerveja é uma mutação não aleatória.
  • 10:51 - 10:54
    O vinho, o iogurte.
  • 10:54 - 10:58
    Quantas vezes andaram pela floresta
    e encontraram queijo natural?
  • 10:59 - 11:01
    Ou iogurte natural?
  • 11:01 - 11:03
    Temos andado a criar estas coisas.
  • 11:03 - 11:06
    O mais interessante
    é que ficamos a conhecê-las melhor.
  • 11:06 - 11:10
    Descobrimos um dos instrumentos
    editor de genes mais poderoso do mundo:
  • 11:10 - 11:13
    o CRISPR, contido no iogurte.
  • 11:13 - 11:15
    E, quando começamos
    a manipular células,
  • 11:15 - 11:20
    estamos a produzir 8 dos 10
    melhores produtos farmacêuticos,
  • 11:20 - 11:23
    incluindo as coisas que usam
    para tratar a artrite,
  • 11:23 - 11:25
    que é o medicamento
    mais vendido do mundo, o humira.
  • 11:26 - 11:30
    Esta questão do código de vida
    é mesmo um superpoder.
  • 11:30 - 11:33
    É mesmo uma forma
    de programarmos as coisas
  • 11:33 - 11:38
    e nada nos vai mudar mais
    do que este código de vida.
  • 11:39 - 11:42
    Com o código de vida em mente,
    pensemos em cinco princípios
  • 11:42 - 11:47
    acerca de como devemos orientar-nos,
    e eu adoraria que me dissessem mais.
  • 11:46 - 11:48
    Primeiro princípio:
  • 11:48 - 11:52
    temos de nos responsabilizar
    por estas coisas.
  • 11:51 - 11:55
    E temos de nos responsabilizar
    porque temos o poder.
  • 11:55 - 11:57
    Estas mutações não são aleatórias.
  • 11:57 - 11:59
    É o que nós fazemos,
    o que nós escolhemos.
  • 11:59 - 12:03
    Não são coisas que acontecem.
    Não aconteceram por acaso.
  • 12:03 - 12:05
    Não aconteceram
    por obra e graça de ninguém.
  • 12:05 - 12:07
    Nós manipulamos estas coisas.
  • 12:07 - 12:10
    É a regra: "Somos responsáveis
    pelos nossos atos".
  • 12:11 - 12:13
    Segundo princípio:
  • 12:13 - 12:16
    temos de reconhecer e celebrar
    a diversidade nestas coisas.
  • 12:16 - 12:21
    Pelo menos, 33 versões
    de hominídeos pisaram esta terra.
  • 12:21 - 12:24
    A maioria deles extinguiram-se,
    exceto nós.
  • 12:24 - 12:26
    Mas o estado normal e natural da Terra
  • 12:26 - 12:29
    são as várias versões de seres humanos
    que coabitam o mesmo planeta,
  • 12:29 - 12:32
    razão pela qual muitos de nós
    temos algo de neandartal.
  • 12:33 - 12:35
    Alguns de nós têm algo de denisovano.
  • 12:35 - 12:37
    E, em Washington,
    há quem tenha muito.
  • 12:37 - 12:40
    (Risos)
  • 12:40 - 12:44
    Terceiro princípio:
    temos de respeitar as escolhas dos outros.
  • 12:45 - 12:47
    Algumas pessoas vão escolher
    nunca alterar
  • 12:47 - 12:49
    e outras escolherão alterar tudo.
  • 12:49 - 12:51
    Outras escolherão alterar plantas,
    mas não animais
  • 12:51 - 12:53
    ou alterar-se a si mesmas.
  • 12:53 - 12:56
    Haverá quem escolha evoluir.
  • 12:56 - 12:57
    A diversidade não é uma coisa má,
  • 12:57 - 13:00
    pois embora consideremos
    a humanidade muito diferente,
  • 13:00 - 13:02
    estivemos tão perto da extinção,
  • 13:02 - 13:05
    que somos todos descendentes
    de uma única mãe africana.
  • 13:05 - 13:06
    E, em consequência,
  • 13:06 - 13:11
    existe uma maior diversidade genética
    em 55 chimpanzés africanos
  • 13:11 - 13:13
    do que em 7 mil milhões
    de seres humanos.
  • 13:15 - 13:16
    Quarto princípio:
  • 13:17 - 13:22
    devíamos pegar num quarto da Terra
    e só deixar o Darwin governá-lo.
  • 13:23 - 13:26
    Não precisa de ser contígua,
    não precisa de estar unida.
  • 13:26 - 13:29
    Devia ser uma parte no oceano,
    outra parte em terra.
  • 13:29 - 13:32
    Mas não devíamos controlar todas
    as decisões evolutivas deste planeta.
  • 13:32 - 13:35
    Queremos que o nosso
    sistema evolutivo funcione
  • 13:35 - 13:38
    e o do Darwin também.
  • 13:38 - 13:41
    E é muito importante ter estas
    duas coisas a funcionar em paralelo
  • 13:41 - 13:43
    sem sobrecarregar a evolução.
  • 13:43 - 13:46
    (Aplausos)
  • 13:50 - 13:52
    Uma última coisa.
  • 13:53 - 13:56
    Esta é a aventura mais excitante
    em que os seres humanos participaram.
  • 13:56 - 13:59
    Este é o melhor superpoder
    que os seres humanos já tiveram.
  • 13:59 - 14:03
    Seria um crime não participarem nisto
    por terem medo,
  • 14:03 - 14:05
    por estarem a esconder-se.
  • 14:05 - 14:09
    Podem participar na ética,
    na política, a nível empresarial.
  • 14:09 - 14:15
    Pensando apenas no rumo
    que a medicina e a indústria estão a tomar
  • 14:15 - 14:16
    e que rumo queremos dar ao mundo.
  • 14:16 - 14:18
    Seria um crime para todos nós
  • 14:18 - 14:22
    não termos esta consciência
    e, quando uma pessoa aparece numa piscina
  • 14:22 - 14:25
    e diz uma palavra, apenas uma palavra,
  • 14:25 - 14:28
    não a ouvirmos
    e essa palavra ser "código de vida".
  • 14:28 - 14:30
    Muito obrigado.
  • 14:30 - 14:33
    (Aplausos)
Title:
É possível reprogramar a vida. Como fazê-lo de forma sensata
Speaker:
Juan Enriquez
Description:

Durante quatro mil milhões de anos, o que vivia e morria na Terra dependia de dois princípios: o da seleção natural e o das mutações aleatórias. Então, vieram os seres humanos e alteraram tudo — cruzaram plantas e animais, alteraram o ambiente e até se fizeram evoluir propositadamente. Juan Enriquez indica cinco recomendações para um futuro onde esta capacidade de programar a vida se desenvolva rapidamente. "Esta é a aventura mais excitante em que os seres humanos participaram," diz Enriquez. "Este é o melhor superpoder que os seres humanos já tiveram."

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:49

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