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Atenção: ser positivo não é para os fracos! | Lea Waters | TEDxMelbourne

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    Quero começar falando sobre dois momentos
  • 0:08 - 0:10
    que mudaram radicalmente
    minha vida, 12 anos atrás,
  • 0:10 - 0:15
    e que, por causa deles, me tornei
    professora de psicologia positiva.
  • 0:16 - 0:19
    O primeiro foi o nascimento de meu filho,
  • 0:19 - 0:21
    uma mudança completa de vida.
  • 0:21 - 0:25
    Fui de passar os dias
    na universidade escrevendo um livro
  • 0:25 - 0:28
    a passar os dias em casa trocando fraldas,
  • 0:29 - 0:31
    e eu amei.
  • 0:32 - 0:35
    O segundo momento,
    na verdade, é meio confuso,
  • 0:35 - 0:37
    porque, diferente de ter um filho,
  • 0:37 - 0:42
    não se pode dizer que seja
    uma mudança de vida.
  • 0:43 - 0:45
    Foi simplesmente assistir aos noticiários.
  • 0:46 - 0:50
    Eu fiquei tão sensível ao me tornar mãe,
  • 0:50 - 0:53
    que caía no choro quando via as notícias.
  • 0:54 - 0:58
    Sabe chorar até ficar
    de olhos vermelhos, inchados, de olheiras,
  • 0:59 - 1:02
    quando o nariz não para de pingar?
  • 1:03 - 1:05
    Estou falando desse tipo de choro.
  • 1:06 - 1:08
    E faço pesquisa em psicologia, certo?
  • 1:08 - 1:13
    Então, diante dessas reações inesperadas,
    termino, automaticamente, me analisando.
  • 1:14 - 1:16
    Fiquei lá, pensando:
  • 1:16 - 1:20
    "Humm... por que o choro?
    É só o noticiário".
  • 1:20 - 1:23
    Aí, me perguntei:
  • 1:24 - 1:26
    "Por que eu não chorava antes?"
  • 1:28 - 1:29
    Foi quando entendi.
  • 1:29 - 1:33
    Os meios de comunicação tinham
    mexido de tal forma comigo
  • 1:34 - 1:36
    que me dessensibilizaram,
  • 1:36 - 1:39
    e terminei aceitando
    a versão que a mídia trazia
  • 1:39 - 1:41
    sobre a natureza humana.
  • 1:41 - 1:44
    A versão mais vil, mais sombria.
  • 1:45 - 1:47
    Pensei que não era certo,
  • 1:47 - 1:49
    não era essa a versão
  • 1:49 - 1:51
    na qual eu queria
    que meu filho acreditasse.
  • 1:51 - 1:53
    Porque, na verdade,
  • 1:53 - 1:57
    a maioria de nós é boa e decente
  • 1:57 - 2:02
    e, por isso, nos referimos
    a nós mesmos como humanidade.
  • 2:03 - 2:04
    E pensei:
  • 2:04 - 2:06
    "Como seria se o noticiário mostrasse
  • 2:06 - 2:10
    mais histórias sobre
    as qualidades do ser humano,
  • 2:11 - 2:13
    e qual seria o impacto disso
    na vida do meu filho?"
  • 2:14 - 2:18
    Essa pergunta me transformou,
  • 2:18 - 2:22
    porque, nesse momento,
  • 2:22 - 2:26
    eu soube que precisava
    ser parte da solução.
  • 2:26 - 2:28
    Precisava fazer alguma coisa
  • 2:28 - 2:32
    que criasse uma vida
    mais positiva para meu filho
  • 2:32 - 2:34
    e para os jovens na Austrália.
  • 2:34 - 2:37
    Tem tanta notícia boa para compartilhar.
  • 2:37 - 2:41
    Por exemplo, sabiam que, desde 1990,
  • 2:41 - 2:45
    existe 1,1 bilhão de pessoas
    a menos na faixa de pobreza?
  • 2:46 - 2:50
    É mais do que o triplo
    da população dos Estados Unidos.
  • 2:51 - 2:55
    Nesse mesmo período, levamos água potável
  • 2:55 - 2:58
    a 2,6 bilhões de pessoas,
  • 2:59 - 3:03
    mais do que a população
    da China e da Índia juntas.
  • 3:05 - 3:07
    O mundo está melhorando,
  • 3:08 - 3:11
    mas não vamos ouvir isso nos jornais.
  • 3:12 - 3:14
    Vou fazer uma pergunta.
  • 3:14 - 3:17
    Vocês deixariam alguém entrar
    em sua casa, todo dia,
  • 3:17 - 3:19
    e dizer que o grupo ao qual pertencem
  • 3:19 - 3:24
    é ganancioso, egoísta,
    violento e homicida?
  • 3:25 - 3:30
    É exatamente o que os meios
    de comunicação fazem diariamente,
  • 3:30 - 3:34
    e acreditamos no que é dito
    sobre nós mesmos.
  • 3:34 - 3:36
    Internalizamos os rótulos que nos dão,
  • 3:36 - 3:40
    e nos moldamos a eles.
  • 3:40 - 3:46
    Percebam ou não, as notícias
    vão formando sua identidade.
  • 3:46 - 3:48
    Vão contaminando vocês.
  • 3:49 - 3:52
    Resolvi parar de assistir
    aos jornais 12 anos atrás,
  • 3:52 - 3:55
    e vocês podem fazer o mesmo,
  • 3:55 - 3:58
    mas, mesmo que nem procurem,
  • 3:58 - 4:01
    as notícias vão continuar
    causando impacto negativo,
  • 4:01 - 4:04
    porque os meios de comunicação
    estão em toda parte.
  • 4:05 - 4:06
    Pelas ruas,
  • 4:06 - 4:09
    pelas manchetes dos jornais
    estampadas nas vitrines.
  • 4:09 - 4:12
    Estão no celular, nas rádios,
  • 4:12 - 4:15
    nos outdoors eletrônicos nas estradas.
  • 4:16 - 4:19
    Há poucas semanas, minha filha
    de oito anos ficou doente,
  • 4:19 - 4:21
    e eu a levei ao médico.
  • 4:22 - 4:27
    Na TV ligada na sala de espera,
    passava o noticiário.
  • 4:27 - 4:30
    Fiquei pensando, enquanto
    observava ao redor:
  • 4:30 - 4:34
    "Todo mundo aqui está doente,
    já se sentindo mal,
  • 4:34 - 4:38
    imagine ainda vendo mais notícias ruins".
  • 4:38 - 4:41
    Não estou dizendo
    para ignorarmos as coisas ruins,
  • 4:41 - 4:44
    mas que não é só isso
    o que precisamos saber,
  • 4:44 - 4:46
    e que os jornais deviam mostrar
  • 4:46 - 4:49
    os fatos bons e os ruins
  • 4:49 - 4:51
    que estão acontecendo pelo mundo.
  • 4:52 - 4:55
    Espero que concordem comigo,
    mas não vou censurar
  • 4:55 - 4:58
    se alguns estiverem pensando:
  • 4:58 - 5:00
    "Sério?
  • 5:00 - 5:03
    Precisamos mesmo ouvir
    mais boas notícias?"
  • 5:03 - 5:06
    Como psicóloga e pesquisadora,
    minha resposta é:
  • 5:06 - 5:08
    "Com certeza, sim".
  • 5:09 - 5:14
    Primeiro, porque como expliquei
    as notícias vão nos moldando
  • 5:15 - 5:17
    e, depois,
  • 5:17 - 5:19
    porque pesquisas
    em psicologia têm mostrado
  • 5:19 - 5:22
    que ouvir notícias ruins
  • 5:22 - 5:26
    provoca sintomas
    de preocupação e depressão.
  • 5:27 - 5:29
    Por experiência própria,
  • 5:29 - 5:32
    como alguém que já teve
    depressão e fez terapia,
  • 5:32 - 5:34
    digo que é horrível,
  • 5:35 - 5:38
    não a terapia, a terapia é muito boa,
  • 5:38 - 5:43
    mas a depressão, em si,
    é pior do que terrível.
  • 5:44 - 5:47
    Sofrer de depressão
  • 5:47 - 5:52
    foi me sentir vazia,
  • 5:53 - 5:56
    como se não tivesse
    mais nada dentro de mim.
  • 5:56 - 6:00
    Era apenas uma casca frágil
  • 6:00 - 6:03
    com essa dor dilacerante,
  • 6:03 - 6:08
    remexendo, ecoando,
    reverberando por dentro
  • 6:09 - 6:15
    um vazio e uma escuridão impenetrável.
  • 6:16 - 6:18
    Eu não comia direito,
  • 6:19 - 6:21
    não dormia direito,
  • 6:21 - 6:23
    não pensava direito.
  • 6:24 - 6:27
    Sou pesquisadora; pensar é o meu sustento.
  • 6:30 - 6:34
    Como podem imaginar,
    me sinto um pouco vulnerável,
  • 6:34 - 6:38
    contando para 1,2 mil pessoas
  • 6:38 - 6:41
    que tive depressão,
  • 6:41 - 6:42
    mas me sinto ainda mais vulnerável
  • 6:42 - 6:46
    por estar aqui, no palco,
    criticando a mídia.
  • 6:47 - 6:51
    E acho que, com essa informação,
    acabei de dar munição,
  • 6:51 - 6:53
    para que, uma hora dessas,
  • 6:53 - 6:57
    os jornais saiam com uma matéria, dizendo:
  • 6:57 - 6:59
    "Professora de psicologia positiva
  • 6:59 - 7:01
    fracassa ao provar
    de seu próprio remédio".
  • 7:01 - 7:03
    (Risos)
  • 7:05 - 7:07
    Mas posso dizer a vocês:
  • 7:08 - 7:10
    quanto mais aprendo
  • 7:10 - 7:14
    e entendo os aspectos positivos
    da natureza humana,
  • 7:14 - 7:17
    menos eu fico deprimida.
  • 7:18 - 7:22
    Atualmente, é raro eu ter
    qualquer sintoma de depressão.
  • 7:23 - 7:26
    Por volta dos 30 anos, se me dissessem
  • 7:26 - 7:30
    que eu praticamente não teria
    mais depressão aos 40,
  • 7:30 - 7:33
    sinceramente, não teria acreditado.
  • 7:33 - 7:36
    Mas descobrir o melhor em nós
  • 7:36 - 7:41
    tem me tornado melhor
    como mãe, esposa, amiga,
  • 7:41 - 7:44
    como colega, como pessoa,
  • 7:45 - 7:48
    em três formas concretas:
  • 7:48 - 7:51
    conhecer o melhor em nós
  • 7:51 - 7:54
    tem me feito entender
    o tipo de pessoa que quero ser,
  • 7:55 - 8:01
    uma mulher forte e gentil,
    perseverante e ética.
  • 8:02 - 8:05
    Conhecer o melhor em nós
    tem me feito entender
  • 8:05 - 8:09
    o tipo de pessoa com quem
    desejo me relacionar.
  • 8:10 - 8:13
    Conhecer o melhor em nós
    tem me ajudado a ficar longe
  • 8:13 - 8:16
    de relacionamentos prejudiciais.
  • 8:18 - 8:22
    Comecei essa jornada
    para ajudar meus filhos.
  • 8:23 - 8:25
    Terminei não só ajudando a mim mesma,
  • 8:25 - 8:28
    como me transformando.
  • 8:29 - 8:34
    Foi uma injeção de esperança na veia,
  • 8:34 - 8:41
    que agora pulsa e me cura todo dia.
  • 8:43 - 8:46
    Se os meios de comunicação
    trouxessem mais histórias positivas,
  • 8:46 - 8:49
    também poderiam ser agentes de esperança.
  • 8:49 - 8:53
    Precisamos pedir à midia
    que transmita mais boas notícias,
  • 8:53 - 8:56
    melhor ainda, deveríamos exigir
  • 8:56 - 8:59
    um novo formato de jornalismo,
  • 8:59 - 9:02
    um que traga o conteúdo
    das palestras TED, por exemplo.
  • 9:03 - 9:03
    É!
  • 9:05 - 9:07
    (Aplausos)
  • 9:08 - 9:10
    Mas sou realista
  • 9:10 - 9:12
    e sei que as empresas de comunicação
  • 9:12 - 9:15
    não vão mudar tão cedo.
  • 9:15 - 9:19
    Então, em vez disso,
  • 9:19 - 9:23
    precisamos mudar as nossas notícias.
  • 9:23 - 9:25
    Assumir a responsabilidade
  • 9:25 - 9:29
    de compartilhar histórias
    sobre o lado positivo das pessoas.
  • 9:30 - 9:35
    Ao fazermos isso,
    damos aquela injeção de esperança
  • 9:35 - 9:37
    à nossa família,
  • 9:37 - 9:40
    a nossos amigos, vizinhos,
    nossa escola, nosso local de trabalho.
  • 9:41 - 9:44
    Alguém já se perguntou
    por que, na época das Olimpíadas,
  • 9:44 - 9:46
    tantas pessoas saem para se exercitar?
  • 9:47 - 9:50
    Vocês já saíram para correr
    durante as Olimpíadas?
  • 9:50 - 9:52
    Eu já.
  • 9:52 - 9:56
    Psicólogos explicam esse fenômeno,
    usando o efeito de elevação.
  • 9:56 - 9:59
    O efeito de elevação acontece
  • 9:59 - 10:02
    quando testemunhamos
    excelência em outra pessoa.
  • 10:02 - 10:07
    Somos inspirados e motivados
    a também dar nosso melhor.
  • 10:07 - 10:09
    Quando assistimos aos Jogos Olímpicos
  • 10:09 - 10:13
    e vemos os exemplos
    de excelência física e atlética,
  • 10:13 - 10:15
    ficamos inspirados.
  • 10:15 - 10:19
    Somos motivados a buscar
    nossa melhor forma,
  • 10:19 - 10:21
    e começamos a nos exercitar.
  • 10:22 - 10:24
    Vejam que interessante.
  • 10:24 - 10:26
    Psicólogos também descobriram
  • 10:26 - 10:28
    que o efeito de elevação não acontece
  • 10:28 - 10:30
    só diante da excelência física,
  • 10:31 - 10:35
    mas também ao presenciarmos
    a excelência moral.
  • 10:36 - 10:40
    Quando presenciamos atos
    grandiosos de bondade ou coragem,
  • 10:40 - 10:43
    nos inspiramos, nos motivamos
  • 10:43 - 10:46
    a ser bons e corajosos também.
  • 10:47 - 10:49
    São muitos os exemplos
  • 10:49 - 10:52
    do efeito de elevação causados
    pela excelência moral,
  • 10:52 - 10:56
    e um que todos conhecem é Nelson Mandela.
  • 10:57 - 11:02
    Sua excelência moral,
    sua capacidade de perdoar
  • 11:02 - 11:05
    motivaram um país inteiro,
  • 11:05 - 11:09
    e fizeram com que saíssem de um regime
    de apartheid para uma democracia.
  • 11:11 - 11:14
    Não acho que podemos todos
    ser como Nelson Mandela,
  • 11:14 - 11:17
    não digo nem que conhecemos
    alguém como Nelson Mandela.
  • 11:18 - 11:22
    O que quero dizer é que podemos aprender
  • 11:22 - 11:25
    a buscar por exemplos de excelência diária
  • 11:25 - 11:27
    perto de nós;
  • 11:27 - 11:30
    a excelência moral do dia a dia,
  • 11:30 - 11:34
    quando vemos pessoas próximas de nós
    sendo corajosas e gentis,
  • 11:34 - 11:36
    agindo com integridade e honestidade,
  • 11:36 - 11:38
    com espírito de equipe e liderança.
  • 11:38 - 11:42
    Podemos aprender a procurar
    por exemplos de excelência moral
  • 11:42 - 11:44
    e compartilhar suas histórias.
  • 11:45 - 11:48
    Há algumas semanas, no transporte público,
  • 11:48 - 11:49
    em um intervalo de dez minutos,
  • 11:49 - 11:54
    vi três jovens se levantarem e oferecerem
    o lugar a pessoas mais velhas.
  • 11:55 - 11:59
    Aí está a excelência moral de cada dia,
    e postei um tuite sobre isso.
  • 11:59 - 12:03
    Ao compartilhar esses exemplos,
  • 12:03 - 12:04
    transmitimos esperança,
  • 12:04 - 12:07
    e despertamos o efeito de elevação.
  • 12:08 - 12:09
    Mais ainda,
  • 12:09 - 12:12
    segundo pesquisadores,
  • 12:12 - 12:15
    ao compartilhar notícias positivas
    nas redes sociais,
  • 12:15 - 12:20
    a reação de 64% de sua rede de contato
    vai ser de felicidade.
  • 12:20 - 12:24
    Então, se quiserem fazer as pessoas
    felizes, publiquem boas notícias.
  • 12:24 - 12:27
    A pesquisa vai mais além,
  • 12:27 - 12:30
    pois descobrimos
    que, na psicologia positiva,
  • 12:30 - 12:33
    emoções positivas são contagiosas.
  • 12:33 - 12:37
    Pegamos, literalmente,
    emoções positivas de outras pessoas.
  • 12:37 - 12:40
    Assim, quando publicamos
    boas notícias nas redes sociais,
  • 12:40 - 12:44
    pesquisadores perceberam
    que essas emoções positivas
  • 12:44 - 12:49
    se espalham pelas redes
    por até três graus de separação.
  • 12:50 - 12:53
    Isso significa que, ao compartilhar
    notícias positivas,
  • 12:53 - 12:55
    vocês fazem seu amigo feliz,
  • 12:55 - 12:57
    fazem o amigo de seu amigo feliz,
  • 12:57 - 13:02
    e fazem o amigo
    do amigo do seu amigo feliz.
  • 13:02 - 13:06
    O simples compartilhar de uma boa notícia
  • 13:06 - 13:10
    desencadeia uma onda positiva
    que vai além do que imaginamos.
  • 13:12 - 13:14
    Não defendo o otimismo cego,
  • 13:14 - 13:18
    nem acho que devemos
    ignorar os problemas do mundo,
  • 13:18 - 13:22
    mas, sim, que entenderemos melhor
  • 13:22 - 13:25
    e teremos uma perspectiva
    melhor desses problemas
  • 13:25 - 13:29
    se também percebermos
    nossos pontos fortes.
  • 13:29 - 13:33
    Os meios de comunicação não vão difundir
    histórias dos nossos pontos fortes,
  • 13:33 - 13:36
    porque não é interesse deles,
  • 13:36 - 13:39
    mas podemos compartilhar
    essas histórias entre nós.
  • 13:39 - 13:44
    Assim, trazemos esperança,
    trazemos o efeito de elevação,
  • 13:44 - 13:46
    e trazemos felicidade.
  • 13:46 - 13:47
    Está provado.
  • 13:48 - 13:52
    Por isso, peço que se tornem
    detetives da positividade,
  • 13:52 - 13:55
    olhem ao redor e se comprometam
  • 13:55 - 14:00
    a encontrar pelo menos um exemplo
    de excelência moral por dia,
  • 14:00 - 14:02
    e compartilhem.
  • 14:03 - 14:07
    Pais, compartilhem
    esse exemplo com seus filhos.
  • 14:07 - 14:10
    Eles precisam crescer sabendo
  • 14:10 - 14:13
    que a grande maioria de nós
    é boa e decente.
  • 14:14 - 14:18
    Precisam crescer sabendo
    que são parte da humanidade.
  • 14:19 - 14:21
    Precisam crescer com esperança.
  • 14:22 - 14:26
    Por isso, convido-os a se tornar
    um detetive da positividade.
  • 14:27 - 14:30
    Mas vocês precisam saber que esse convite
  • 14:30 - 14:32
    vem com uma advertência
  • 14:33 - 14:35
    que diz assim:
  • 14:35 - 14:40
    "Atenção: ser positivo
    não é para os fracos".
  • 14:41 - 14:44
    Minha experiência como psicóloga
    positiva e pesquisadora?
  • 14:45 - 14:49
    Tenho sido alvo de desprezo,
  • 14:49 - 14:54
    deboche, gozação e agressão direta.
  • 14:55 - 14:57
    Algumas pessoas são hostis,
  • 14:57 - 15:01
    porque escolhi a psicologia
    positiva como profissão.
  • 15:01 - 15:04
    Dois meses atrás,
    criei uma conta no Twitter
  • 15:04 - 15:06
    -- finalmente --
  • 15:06 - 15:11
    e, só nesse tempo, já tenho dois "trolls".
  • 15:11 - 15:13
    (Risos)
  • 15:13 - 15:15
    Pois é, como é que pode?
  • 15:15 - 15:18
    Quando contei aos meus colegas
  • 15:18 - 15:22
    que estava mudando minha pesquisa
    para psicologia positiva,
  • 15:22 - 15:25
    muitos deles passaram a me tratar
  • 15:25 - 15:30
    como se meu QI, automaticamente,
    tivesse caído 20 pontos.
  • 15:30 - 15:31
    (Risos)
  • 15:31 - 15:34
    É estranho, porque esses mesmos
    pesquisadores, um ano atrás,
  • 15:35 - 15:39
    tinham me premiado
    por excelência em pesquisa.
  • 15:40 - 15:42
    Sabe aquela camisa que diz
    "Ao lado de um idiota",
  • 15:42 - 15:44
    e tem uma seta apontando
    para outra pessoa?
  • 15:44 - 15:45
    (Risos)
  • 15:45 - 15:48
    Quando entrei na sala
    dos funcionários da faculdade,
  • 15:48 - 15:51
    eles me olharam como se eu estivesse
    usando uma dessas,
  • 15:51 - 15:55
    mas com a seta apontando para mim.
  • 15:55 - 15:57
    Vejam a loucura:
  • 15:57 - 16:00
    quando estudava o estresse no trabalho,
  • 16:00 - 16:03
    era considerada uma pesquisadora rigorosa.
  • 16:04 - 16:06
    Mas, quando mudei meu enfoque
  • 16:06 - 16:10
    para gratidão e gentileza no trabalho,
  • 16:10 - 16:13
    fui classificada
    como uma estudiosa superficial,
  • 16:14 - 16:18
    ainda que mantivesse
    a mesma metodologia científica
  • 16:18 - 16:20
    e publicações em revistas conceituadas.
  • 16:21 - 16:25
    Fui desvalorizada
    por passar a focar o positivo.
  • 16:27 - 16:29
    Para minha sorte, cinco anos atrás,
  • 16:29 - 16:33
    juntei-me ao professor Field Richards,
    na Universidade de Melbourne,
  • 16:33 - 16:36
    e ele está transformando
    a educação na Austrália.
  • 16:36 - 16:39
    Ele também percebe a importância,
  • 16:39 - 16:43
    o significado e o valor
    da abordagem positiva.
  • 16:43 - 16:45
    Então, com a ajuda dele
  • 16:45 - 16:48
    e de outras pessoas
    importantes na universidade
  • 16:48 - 16:51
    e fora dela, nos últimos cinco anos,
  • 16:51 - 16:55
    agora podemos construir um centro
    dedicado à psicologia positiva
  • 16:55 - 16:57
    na Universidade de Melbourne.
  • 16:57 - 17:00
    (Vivas) (Aplausos)
  • 17:03 - 17:05
    Obrigada.
  • 17:05 - 17:07
    Perseverança compensa,
  • 17:07 - 17:10
    mas volto a lembrar aquele aviso:
  • 17:10 - 17:13
    ser positivo não é para os fracos.
  • 17:13 - 17:15
    É difícil se manter positivo
  • 17:15 - 17:17
    com tantas notícias negativas por aí.
  • 17:18 - 17:20
    Se vocês seguirem meu conselho
  • 17:20 - 17:23
    e se tornarem um detetive da positividade,
  • 17:23 - 17:26
    se decidirem compartilhar
    coisas positivas,
  • 17:26 - 17:29
    preparem-se para a reação negativa.
  • 17:30 - 17:32
    Pensei muito sobre o assunto,
  • 17:32 - 17:35
    considerando minha experiência
    nos últimos dez anos,
  • 17:35 - 17:37
    e entendi o seguinte:
  • 17:37 - 17:39
    se escolherem ser
  • 17:39 - 17:42
    uma pessoa que foca
    as coisas boas da vida,
  • 17:43 - 17:47
    estará agindo na contramão,
  • 17:47 - 17:52
    estará indo contra a mensagem
    dominante de medo e escassez.
  • 17:53 - 17:55
    E, se for contra a cultura geral,
  • 17:55 - 17:58
    vai sentir a repercussão negativa.
  • 17:58 - 18:00
    Mas, para mim, esse é mais um motivo
  • 18:00 - 18:03
    para compartilhar boas notícias,
  • 18:03 - 18:06
    porque, quanto mais fizermos isso,
  • 18:06 - 18:09
    menos influência terão
    as mensagens negativas.
  • 18:10 - 18:14
    E, por experiência própria,
    digo que, nos últimos dez anos,
  • 18:14 - 18:17
    sempre que fui alvo
  • 18:17 - 18:21
    de desdém, de deboche,
    de ridicularização e hostilidade,
  • 18:21 - 18:24
    sempre me recuperava, e pensava:
  • 18:24 - 18:28
    "É por isso mesmo que preciso continuar".
  • 18:30 - 18:32
    A outra conclusão a que cheguei,
  • 18:33 - 18:36
    refletindo sobre o porquê
    daquela reação contrária,
  • 18:36 - 18:38
    já que nos meus primeiros
    dez anos de carreira,
  • 18:38 - 18:42
    estudando experiências negativas,
    isso nunca tinha acontecido,
  • 18:42 - 18:46
    é que tem gente por aí que acredita mesmo
  • 18:46 - 18:50
    que nossos defeitos são mais reais
  • 18:50 - 18:53
    e mais importantes
    do que nossas qualidades.
  • 18:53 - 18:59
    Preciso confessar: nunca
    vou entender essa mentalidade.
  • 18:59 - 19:04
    Como essa versão da natureza humana
  • 19:04 - 19:08
    pode ser mais real e mais importante
  • 19:09 - 19:11
    do que essa?
  • 19:14 - 19:16
    Minha proposta é simples:
  • 19:16 - 19:20
    se cada um de nós se comprometer
    a ser um detetive da positividade,
  • 19:20 - 19:24
    a compartilhar nossas boas notícias
    e a espalhar as dos outros,
  • 19:24 - 19:27
    nós desencadeamos esperança,
    desencadeamos o efeito de elevação,
  • 19:27 - 19:29
    desencadeamos felicidade,
  • 19:29 - 19:32
    e podemos fazer diferença no mundo.
  • 19:32 - 19:37
    Se acreditamos mesmo nas ideias
    que vale a pena divulgarmos,
  • 19:37 - 19:39
    vamos começar divulgando
    nossas próprias ideias.
  • 19:40 - 19:41
    Obrigada.
  • 19:41 - 19:44
    (Aplausos)
Title:
Atenção: ser positivo não é para os fracos! | Lea Waters | TEDxMelbourne
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

A professora Lea Waters é a diretora do Centro para Psicologia Positiva, na Escola de Graduação em Educação de Melbourne. Ela analisa como mesmo as atitudes positivas mais simples podem fazer enorme diferença em nosso bem-estar. Inspirando, quebrando paradigmas, encorajando mudanças, defendendo o poder da positividade, a professora Lea Waters é uma entusiasta da psicologia.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
19:46

Portuguese, Brazilian subtitles

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