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Dinossauros escritos nas rochas | Diego Pol | TEDxRiodelaPlata

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    O meu primeiro encontro com um fóssil
    foi quando tinha 12 anos,
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    numa viagem que fiz com a minha família
    à província de Santa Cruz,
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    na Patagónia argentina.
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    Eu já tinha estado muitas vezes em museus
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    com salas cheias de dinossauros
    que me fascinavam.
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    Mas esta era a primeira vez
    que via um fóssil no terreno,
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    no meio de nada,
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    um animal que tinha vivido
    há milhões de anos
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    e que, provavelmente,
    ninguém tinha visto antes.
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    O animal que encontrei
    era parecido com este
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    a que habitualmente
    chamamos "dólares do mar".
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    São parentes dos ouriços-do-mar.
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    Foram muito comuns nos mares
    que invadiram a Patagónia
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    há uns 15 milhões de anos.
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    Nesse momento, eu não sabia nada disso,
    não sabia o que era,
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    e imediatamente tentei apanhá-lo.
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    Descobri uma coisa sobre os fósseis
    que eu não sabia,
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    é que são extremamente frágeis.
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    O dólar do mar partiu-se,
    caiu na areia
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    e eu vi que a minha carreira
    de paleontólogo
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    tinha começado da pior maneira.
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    Mas o meu interesse pelos fósseis,
    o meu fascínio por estes seres do passado,
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    imaginar como teria sido
    o nosso planeta no passado,
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    continuaram a cativar-me.
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    Levaram-me a estudar os dinossauros
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    e os animais que viveram
    há milhões de anos,
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    num passado remoto do nosso planeta.
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    Há cerca de 100 milhões de anos,
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    o nosso planeta era muito diferente
    do que é atualmente.
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    Era tão diferente
    que não existiam os seres humanos,
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    todo o planeta estava dominado
    por dinossauros e outros tipos de répteis.
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    Recentemente falei-vos
    em 100 milhões de anos
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    que é uma quantidade
    que nós, os paleontólogos,
  • 2:05 - 2:07
    referimos diariamente,
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    mas que é muito difícil de conceptualizar.
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    Se olharem para aqui, vão ver
    10 000 pessoas neste estádio,
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    o que é muita gente.
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    Imaginem que cada um de vocês
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    representa um estádio como este,
    com 10 000 pessoas.
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    10 000 x 10 000 dá 100 milhões.
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    É uma quantidade que não entra na cabeça.
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    Isso, multiplicado por um ano de duração,
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    — pensem no que se passou
    no vosso último ano de vida —
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    é uma quantidade de tempo
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    que é muito difícil de entrar
    na nossa cabeça.
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    Mas a vida levou-me a estudar
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    como era o mundo há 100 milhões de anos.
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    Percorri desertos,
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    estudei fósseis
    de diferentes partes do planeta
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    para tentar perceber como foi
    o passado do nosso planeta
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    em diferentes regiões.
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    Locais como a Mongólia,
    o sul da China, o sul da África,
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    estudando fósseis fantásticos.
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    Mas também me levou
    a um local muito especial
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    que é a Patagónia.
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    Quando dizemos Patagónia
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    naturalmente pensamos
    numa destas paisagens
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    de bosques, de lagos,
    perto da Cordilheira dos Andes.
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    Mas, para nós, os paleontólogos,
  • 3:24 - 3:28
    a Patagónia é isto,
    é um grande deserto maravilhoso,
  • 3:28 - 3:31
    cheio de fósseis
    que estão à espera de ser descobertos.
  • 3:32 - 3:36
    Felizmente, conhecemos
    muitos dinossauros da Patagónia.
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    É um dos melhores locais do mundo
    para procurar dinossauros.
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    A grande maioria dos dinossauros
    que conhecemos da Patagónia
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    são do ultimo período em que
    viveram os dinossauros na Terra,
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    a que chamamos o Período Cretáceo.
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    Isto há cerca de 70 milhões de anos.
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    Conhecemos muitos fósseis da Patagónia
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    e, por exemplo, sabemos
    que, no hemisfério sul,
  • 4:01 - 4:05
    os carnívoros dominantes,
    os carnívoros mais vulgares
  • 4:05 - 4:08
    pertenciam a uma família
    chamada Abelissauros
  • 4:08 - 4:11
    enquanto que, nessa época,
    no hemisfério norte,
  • 4:11 - 4:14
    abundavam outras famílias de carnívoros
  • 4:14 - 4:16
    como, por exemplo, os Tiranossauros,
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    a que pertence o famoso
    Tiranossauro Rex.
  • 4:20 - 4:24
    Esta diferença entre o norte e o sul
    não é de surpreender
  • 4:24 - 4:28
    porque, nessa época,
    havia um grande oceano a separar,
  • 4:28 - 4:33
    a isolar os continentes do hemisfério sul
    dos do hemisfério norte.
  • 4:34 - 4:38
    Mas, que se passava antes desta etapa
    que conhecemos bem?
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    No chamado Período Jurássico,
    uns 100 milhões de anos antes?
  • 4:44 - 4:47
    Nessa época, todos os continentes
  • 4:47 - 4:51
    estavam unidos num grande
    supercontinente chamado Pangeia.
  • 4:52 - 4:57
    Sabemos muito pouco do que ocorria
    nessa época, no Jurássico,
  • 4:57 - 4:59
    no hemisfério sul.
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    E é um momento fundamental para perceber
  • 5:02 - 5:04
    a evolução dos dinossauros
    no nosso planeta.
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    É um momento fundamental, em especial
    há 170 milhões de anos,
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    quando os dinossauros, pela primeira vez,
    dominaram o planeta totalmente.
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    Pela primeira vez,
    alcançaram tamanhos gigantes,
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    pela primeira vez se diferenciaram
    e conquistaram os nichos
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    dos herbívoros, dos carnívoros,
    dos omnívoros em todo o planeta.
  • 5:27 - 5:30
    Temo-nos dedicado a isso
    nos últimos 10 aos,
  • 5:30 - 5:34
    com um grupo de colegas,
    estudantes e bolseiros
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    a explorar as rochas
    do Jurássico da Patagónia.
  • 5:39 - 5:42
    Isso leva-me a uma das histórias
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    das descobertas que fizemos
    nos últimos anos.
  • 5:47 - 5:52
    Encontrámo-lo há quatro anos,
    em colinas como estas, ao caminhar,
  • 5:52 - 5:55
    numa tarde de muito calor,
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    depois de caminhar todo o dia,
    já prestes a regressar ao acampamento.
  • 5:59 - 6:03
    Estava a caminhar e vi, a uns metros,
    uma coisa que me chamou a atenção
  • 6:03 - 6:05
    entre as rochas, no chão.
  • 6:06 - 6:07
    Fui-me aproximando
  • 6:07 - 6:12
    e, à medida que me aproximava,
    essa coisa tornou-se mais nítida.
  • 6:14 - 6:16
    Era o crânio de um dinossauro.
  • 6:17 - 6:22
    Aproximei-me, parei ao pé dele
    ajoelhei-me, fiquei paralisado.
  • 6:23 - 6:25
    Perguntava-me que seria
    e, ao mesmo tempo, eu sabia o que era.
  • 6:25 - 6:29
    Depois de anos a estudar ossos
    da anatomia dos dinossauros,
  • 6:29 - 6:31
    eu sabia perfeitamente
    que era a parte posterior
  • 6:31 - 6:33
    dum dinossauro carnívoro.
  • 6:34 - 6:37
    Mas não conseguia acreditar.
  • 6:37 - 6:42
    Sabia que era uma dessas descobertas
    que acontecem muito poucas vezes na vida.
  • 6:43 - 6:46
    Depois de avisar o resto da equipa
  • 6:46 - 6:49
    e depois de vários festejos,
  • 6:49 - 6:52
    no dia seguinte começámos a tarefa
  • 6:52 - 6:55
    de proteger aquela ossada
    para poder extraí-la.
  • 6:56 - 6:59
    Depois de vários dias,
    pudemos tapá-lo com camadas de gesso
  • 6:59 - 7:03
    como fazemos para transportá-lo
    para o museu
  • 7:03 - 7:06
    e começámos a levá-lo
    pela encosta abaixo.
  • 7:06 - 7:08
    Mas a expedição estava a terminar,
  • 7:08 - 7:12
    não tínhamos uma equipa
    nem o tempo necessário
  • 7:12 - 7:14
    para fazer uma escavação grande
  • 7:14 - 7:19
    e tivemos que regressar ao museu
    até à temporada seguinte
  • 7:19 - 7:20
    dado que aproximava-se o inverno.
  • 7:21 - 7:24
    Foi um comprido ano de espera
  • 7:24 - 7:27
    até podermos organizar
    a expedição seguinte.
  • 7:27 - 7:29
    Necessitávamos de abrir a escavação
  • 7:29 - 7:31
    e ver se havia mais alguma coisa.
  • 7:31 - 7:33
    Seria só o crânio
    que tínhamos encontrado,
  • 7:33 - 7:37
    ou haveria mais restos preservados?
  • 7:37 - 7:39
    Depois desse comprido ano,
  • 7:39 - 7:41
    no primeiro dia de expedição
  • 7:41 - 7:46
    percebemos que havia ali
    o esqueleto completo daquele dinossauro.
  • 7:46 - 7:52
    É uma coisa raríssima, raríssima,
    nos achados de dinossauros,
  • 7:52 - 7:55
    um esqueleto completo,
    preservado de modo espetacular
  • 7:55 - 7:58
    numa posição de vida.
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    Claramente, o animal
    tinha morrido na margem dum lago
  • 8:01 - 8:04
    e tinha sido coberto
    por finas camadas de barro
  • 8:04 - 8:07
    preservando, de modo intacto,
    o esqueleto.
  • 8:09 - 8:13
    Aí começou realmente a escavação,
  • 8:13 - 8:14
    destapando camada a camada
  • 8:14 - 8:18
    os sedimentos que tinham
    sepultado um dinossauro.
  • 8:18 - 8:20
    É um momento muito emocionante.
  • 8:20 - 8:24
    Pela primeira vez,
    está a voltar à superfície
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    um animal que vivia naquele mesmo lugar
    mas há 170 milhões de anos.
  • 8:30 - 8:32
    Esse animal teve que morrer,
  • 8:32 - 8:35
    teve que ser tapado
    por camadas de sedimentos,
  • 8:35 - 8:36
    que se foram acumulando,
  • 8:36 - 8:40
    até juntar metros e metros
    de camadas de sedimentos.
  • 8:40 - 8:44
    Esses sedimentos foram-se transformando
    em rochas sedimentares
  • 8:44 - 8:46
    e, nesse mesmo processo,
  • 8:46 - 8:49
    os ossos foram-se transformando
    em fósseis, por reações químicas.
  • 8:50 - 8:54
    Todo esse conjunto de rochas sepultadas
    teve que subir à superfície
  • 8:54 - 8:57
    por alguma fratura da crosta terrestre
  • 8:57 - 9:00
    e dum levantamento de todo aquele bloco.
  • 9:01 - 9:05
    Aí, a chuva e o vento tiveram
    que começar a erodir estas camadas,
  • 9:05 - 9:07
    camada a camada,
  • 9:07 - 9:13
    até começar a descobrir
    a camada que continha este dinossauro,
  • 9:13 - 9:14
    no mesmo momento,
  • 9:14 - 9:17
    no mesmo verão em que nós
    andávamos a caminhar nas colinas
  • 9:17 - 9:20
    à procura desses dinossauros.
  • 9:21 - 9:25
    Quando uma pessoa tem a consciência
    de tudo o que teve que se passar,
  • 9:25 - 9:27
    dá-se conta de como
    aquele momento é especial.
  • 9:27 - 9:29
    É muito emocionante
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    ir descobrindo os ossos
    duma nova espécie
  • 9:32 - 9:34
    totalmente desconhecida
    até ao momento.
  • 9:35 - 9:37
    É um trabalho moroso
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    que se faz horas e horas sob o sol,
  • 9:41 - 9:44
    sob o vento patagónico que não perdoa.
  • 9:44 - 9:49
    Pudemos levar todas as ossadas
    protegidas por capas de gesso
  • 9:49 - 9:51
    para o laboratório.
  • 9:51 - 9:53
    No laboratório do museu
  • 9:53 - 9:56
    começa outra etapa
    extremamente prolongada.
  • 9:56 - 9:58
    Os técnicos, com uma paciência infinita,
  • 9:58 - 10:02
    vão removendo, grão a grão,
  • 10:02 - 10:05
    todas as rochas que cobrem
    os ossos deste dinossauro.
  • 10:07 - 10:11
    É aí que pudemos ver, pela primeira vez,
    o esqueleto completo
  • 10:11 - 10:15
    e pudemos ver este dinossauro
    a que chamámos Eoabelisaurus.
  • 10:16 - 10:18
    Estudando a anatomia destes restos
  • 10:18 - 10:21
    vimos que era parente,
  • 10:21 - 10:25
    um antepassado dos Abelissauros,
    os carnívoros do hemisfério sul.
  • 10:26 - 10:28
    Esta descoberta demonstrava
  • 10:28 - 10:30
    que esta família tinha aparecido
  • 10:30 - 10:34
    uns 100 milhões de anos antes
    do que pensávamos.
  • 10:35 - 10:38
    Muito antes de o hemisfério sul
    e o hemisfério norte se terem separado,
  • 10:38 - 10:40
    ficando divididos por um grande oceano,
  • 10:40 - 10:42
    no momento de Pangeia,
  • 10:42 - 10:46
    quando todos os continentes estavam
    unidos num grande supercontinente.
  • 10:48 - 10:52
    Mas nem todas as descobertas
    seguem esta trajetória
  • 10:53 - 10:55
    Algumas descobertas são feitas
    no laboratório,
  • 10:55 - 10:58
    e não sabemos o que temos entre mãos
    até lá chegar.
  • 10:59 - 11:03
    Por exemplo, dumas rochas como estas
    que transportámos para o museu
  • 11:03 - 11:04
    sabendo que contêm fósseis
  • 11:04 - 11:07
    mas sem saber exatamente
    o que está lá dentro.
  • 11:07 - 11:10
    Ao fim de 9 meses de trabalho
    no laboratório
  • 11:10 - 11:13
    pudemos descobrir restos de um dinossauro
  • 11:13 - 11:15
    que estava dentro desses blocos de rocha.
  • 11:16 - 11:18
    O esqueleto estava bastante completo
  • 11:18 - 11:20
    e continha um crânio muito bem preservado
  • 11:20 - 11:23
    com uns dentes muito esquisitos,
  • 11:23 - 11:25
    dentes com a forma duma mão
  • 11:25 - 11:27
    Por isso, chamámos Manidens
    a este dinossauro.
  • 11:29 - 11:33
    Este dinossauro é muito especial,
    por uma coisa muito especial.
  • 11:33 - 11:36
    É um dos dinossauros
    mais pequenos do mundo.
  • 11:36 - 11:40
    O que tenho aqui é uma réplica
    do crânio deste dinossauro.
  • 11:40 - 11:45
    É um dinossauro muito pequenino,
    um dos mais pequenos do mundo.
  • 11:45 - 11:49
    O esqueleto completo
    não mediria mais de 50 centímetros,
  • 11:49 - 11:52
    desde a ponta da cabeça
    à ponta da cauda.
  • 11:52 - 11:56
    Este minidinossauro não se parecia em nada
  • 11:56 - 12:00
    com as formas que encontrávamos
    ou que conhecíamos do hemisfério norte.
  • 12:00 - 12:02
    Ao estudar os restos, pudemos ver
  • 12:02 - 12:06
    que os seus parentes mais próximos
    tinham sido encontrados no sul da África,
  • 12:06 - 12:09
    em rochas com a mesma antiguidade.
  • 12:09 - 12:13
    Isto não era muito surpreendente
    porque, se olharem para o mapa,
  • 12:13 - 12:16
    o sul da África e a Patagónia
    estavam muito próximas
  • 12:16 - 12:18
    nesta época de Pangeia.
  • 12:18 - 12:20
    Ainda não se tinha formado
    o Oceano Atlântico
  • 12:20 - 12:22
    que separa hoje estes dois continentes.
  • 12:23 - 12:26
    Mas, de novo, tínhamos um caso
  • 12:26 - 12:28
    de animais restritos
    apenas ao hemisfério sul
  • 12:28 - 12:31
    e que não tinham nada a ver
    com os do hemisfério norte.
  • 12:33 - 12:38
    Começámos a encontrar outros casos
    que se ajustavam a esse padrão
  • 12:38 - 12:40
    e isso levou-nos a estudar,
  • 12:40 - 12:43
    com colegas que trabalham
    noutros animais que viviam nesta época,
  • 12:43 - 12:46
    em plantas fósseis
    que se encontravam nesta região
  • 12:46 - 12:48
    e também com colegas
    que estudam as rochas,
  • 12:48 - 12:51
    que são muito importantes
    porque dão-nos informações
  • 12:51 - 12:53
    sobre os ambientes dessa época.
  • 12:54 - 12:55
    Ao estudar os modelos climáticos
  • 12:55 - 12:58
    vimos que, nesta época do Pangeia,
  • 12:58 - 13:00
    em que todos os continentes
    estavam unidos,
  • 13:00 - 13:04
    essa configuração tinha dado
    uma dinâmica climática muito particular
  • 13:04 - 13:08
    que postulava a existência
    de um grande deserto
  • 13:08 - 13:11
    na zona equatorial do supercontinente.
  • 13:12 - 13:14
    É claro que toda esta fauna
    que estávamos a encontrar
  • 13:14 - 13:17
    estava a sul desse grande
    deserto equatorial.
  • 13:18 - 13:21
    Era um deserto enorme
    que tinha isolado esta fauna,
  • 13:21 - 13:23
    fazendo-a evoluir de modo independente
  • 13:23 - 13:26
    e totalmente separada das faunas
    do hemisfério norte.
  • 13:27 - 13:32
    Era a falta de água que tinha isolado
    aquelas faunas,
  • 13:32 - 13:35
    não era um deserto cheio de água.
  • 13:36 - 13:40
    Quando pensamos nos dinossauros
  • 13:40 - 13:44
    e encontramos coisas fascinantes
    que a sua anatomia tem
  • 13:44 - 13:48
    damo-nos conta de que são
    organismos fantásticos, fascinantes.
  • 13:49 - 13:50
    Desafiaram os limites
  • 13:50 - 13:54
    do que é o tamanho corporal
    na história da vida,
  • 13:54 - 13:59
    diversificaram-se e conquistaram
    todos os ecossistemas terrestres
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    durante milhões de anos.
  • 14:01 - 14:03
    Mas o mais importante,
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    é que nos fazem compreender
    capítulos como este
  • 14:08 - 14:10
    da história do planeta.
  • 14:10 - 14:13
    Nós, os paleontólogos,
  • 14:13 - 14:18
    dedicamos grande parte da nossa vida
    a aprender a ler estas histórias.
  • 14:19 - 14:21
    Histórias que estão escritas nas rochas
  • 14:21 - 14:26
    que se formaram durante
    milhões de anos no nosso planeta,
  • 14:26 - 14:30
    encerrando animais e plantas
  • 14:30 - 14:33
    que viveram no passado
    enquanto se iam formando.
  • 14:35 - 14:41
    A Terra é um grande livro
    com uma enorme quantidade de páginas
  • 14:41 - 14:44
    escritas ao longo de 4500 milhões de anos.
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    A vida ocupa um lugar preponderante
    nesta história
  • 14:50 - 14:54
    nos últimos 3800 milhões de anos.
  • 14:55 - 14:58
    Mas falta ler milhões
    de páginas deste livro.
  • 14:59 - 15:03
    Se queremos realmente
    conhecer o nosso planeta,
  • 15:03 - 15:05
    os seus climas, os seus ecossistemas,
  • 15:05 - 15:08
    os problemas que estamos a ver atualmente,
  • 15:08 - 15:10
    é fundamental conhecer a sua história.
  • 15:13 - 15:18
    Porque, conhecer o passado,
    é fundamental para entender o presente
  • 15:18 - 15:23
    e também é fundamental
    para projetar o futuro.
  • 15:23 - 15:25
    Obrigado.
  • 15:25 - 15:28
    (Aplausos)
Title:
Dinossauros escritos nas rochas | Diego Pol | TEDxRiodelaPlata
Description:

Esta palestra foi feita num evento local TEDx, produzido independentemente das Conferências TED.

Como podemos reconstruir a história do nosso planeta? Que enigmas podemos resolver olhando para as folhas do passado? Diego Pol, um dos paleontólogos mais prestigiados do mundo, convida-nos a percorrer o fascinante caminho da descoberta, com alguns dinossauros muito grandes e outros muito pequeninos.

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Video Language:
Spanish
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
15:46

Portuguese subtitles

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