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A busca por planetas além do nosso sistema solar

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    Estou aqui para falar
    sobre a busca real pela vida alienígena.
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    Não os humanoides verdes
    chegando em OVNIs brilhantes,
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    apesar de que isto seria muito legal,
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    mas a busca por planetas
    orbitando estrelas distantes.
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    Cada estrela no céu é um Sol.
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    E se o nosso Sol tem planetas,
  • 0:17 - 0:20
    Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, etc,
  • 0:20 - 0:22
    claro que outras estrelas
    também devem ter,
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    e elas têm.
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    E nas últimas duas décadas, astrônomos
    encontraram milhares de exoplanetas.
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    Nosso céu noturno está,
    literalmente, repleto de exoplanetas.
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    Sabemos, estatisticamente,
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    que cada estrela tem
    pelo menos um planeta.
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    E a busca por planetas,
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    e no futuro, planetas que possam
    ser como a Terra,
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    poderá ajudar a resolver umas das questões
    mais surpreendentes e misteriosas
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    que a humanidade enfrenta há séculos:
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    "Por que estamos aqui?"
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    "Por que o nosso Universo existe?"
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    "Como a Terra se formou e evoluiu?"
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    "Como e por que a vida surgiu
    e povoou nosso planeta?"
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    A segunda questão que refletimos muito é:
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    "Estamos sós?"
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    "Existe vida lá fora?"
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    "Quem está lá?"
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    Bom, viemos debatendo isto
    há milhares de anos,
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    desde o tempos dos filósofos gregos.
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    Mas estou aqui para lhes dizer
    que estamos perto
  • 1:16 - 1:19
    de encontrar a resposta para esta questão.
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    Pela primeira vez na história
    da humanidade, isto está ao nosso alcance.
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    Quando penso nas possibilidades
    de vida fora da Terra,
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    penso no fato de que o nosso Sol
    é apenas uma de muitas estrelas.
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    Esta foto é de uma galáxia real,
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    achamos que a Via Láctea
    se parece com esta galáxia,
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    uma coleção de estrelas agrupadas.
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    Mas a nossa Via Láctea é uma
    das centenas de bilhões de estrelas,
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    e a nossa galáxia é uma das centenas
    de bilhões de galáxias.
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    Sabendo que os pequenos planetas
    são bem comuns,
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    é só fazer as contas.
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    E existem tantas estrelas e planetas
  • 1:55 - 1:59
    que, certamente, deve haver vida
    em algum lugar por lá.
  • 1:59 - 2:02
    Os biólogos ficam furiosos comigo
    quando falo assim,
  • 2:02 - 2:06
    porque ainda não temos
    prova evidente de vida fora da Terra.
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    Bem, se pudéssemos ver
    nossa galáxia do lado de fora
  • 2:12 - 2:16
    e ampliar onde está o Sol,
    veríamos um mapa real das estrelas.
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    As estrelas em destaque são
    as com exoplanetas conhecidos.
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    Isto é apenas a ponta do iceberg.
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    Aqui, esta animação está ampliando
    nosso sistema solar.
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    E aqui se vê os planetas
    e também as espaçonaves orbitando o Sol.
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    Se imaginarmos a Costa Oeste
    da América do Norte,
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    e observarmos o céu noturno,
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    isto é o que se vê
    numa noite de primavera.
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    Dá para ver as constelações sobrepostas
    e, de novo, muitas estrelas com planetas.
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    Há uma marca especial do céu
    onde existem milhares de planetas.
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    Aqui é onde o telescópio espacial Kepler
    se concentrou por muitos anos.
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    Vamos ampliar e observar
    um dos exoplanetas favoritos.
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    Esta estrela chama-se Kepler-186f.
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    É um sistema de cerca de cinco planetas.
  • 3:05 - 3:09
    Aliás, não sabemos quase nada
    sobre a maioria desses exoplanetas.
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    Sabemos da sua dimensão,
    das órbitas e coisas assim.
  • 3:12 - 3:16
    Mas há um planeta muito especial aqui
    chamado Kepler-186f.
  • 3:16 - 3:20
    Ele está numa zona
    não muito distante da estrela,
  • 3:20 - 3:23
    então a temperatura
    pode ser perfeita para vida.
  • 3:23 - 3:25
    Aqui, a ideia do artista
    é apenas aumentar o zoom
  • 3:25 - 3:28
    e mostrar como o planeta seria.
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    Muita gente tem uma visão
    romântica sobre os astrônomos:
  • 3:36 - 3:40
    eles se dirigem ao topo
    de uma montanha solitária
  • 3:40 - 3:43
    e observam o maravilhoso céu noturno
    através de um grande telescópio.
  • 3:43 - 3:47
    Mas nós trabalhamos
    com computadores, como todo mundo,
  • 3:47 - 3:51
    e recebemos os dados por e-mail
    ou baixando-os de um banco de dados.
  • 3:51 - 3:53
    Então, em vez de falar com vocês
  • 3:53 - 3:57
    sobre a entediante natureza
    dos dados e análises
  • 3:57 - 3:59
    e os complexos modelos
    de computadores que fazemos,
  • 3:59 - 4:03
    tenho uma forma diferente de explicar
    algumas coisas sobre os exoplanetas.
  • 4:03 - 4:05
    Aqui temos um pôster de viagem:
  • 4:05 - 4:07
    "Kepler-186f:
  • 4:07 - 4:10
    Onde a grama é sempre
    mais vermelha no outro lado."
  • 4:10 - 4:14
    Isto porque o Kepler-186f orbita
    uma estrela vermelha,
  • 4:14 - 4:16
    e estávamos especulando
    que talvez as plantas lá,
  • 4:16 - 4:19
    se é que há vegetação,
    que fazem fotossíntese,
  • 4:19 - 4:21
    têm pigmentos diferentes
    e parecem ser vermelhas.
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    "Desfrute da gravidade no HD 40307g,
  • 4:26 - 4:28
    uma Super Terra."
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    Este planeta é maior que a Terra,
    e a gravidade na superfície é maior.
  • 4:32 - 4:35
    "Relaxe no Kepler-16b,
  • 4:35 - 4:37
    onde sua sombra
    está sempre acompanhada."
  • 4:37 - 4:39
    (Risos)
  • 4:39 - 4:42
    Sabemos de dezenas de planetas
    que orbitam duas estrelas,
  • 4:43 - 4:45
    e talvez haja muitos mais.
  • 4:45 - 4:47
    Se fôssemos visitar um desses planetas,
  • 4:47 - 4:49
    veríamos dois pores do Sol
  • 4:49 - 4:51
    e teríamos duas sombras.
  • 4:52 - 4:54
    Então a ficção científica está certa:
  • 4:54 - 4:55
    Tatooine de "Guerra nas Estrelas".
  • 4:56 - 4:59
    E tenho outros exoplanetas favoritos,
    sobre os quais quero falar.
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    Este aqui é Kepler-10b,
  • 5:01 - 5:03
    é um planeta muito quente.
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    A órbita dele é 50 vezes mais próxima
    em relação à sua estrela
  • 5:06 - 5:09
    do que a Terra em relação ao Sol.
  • 5:09 - 5:11
    E, na verdade, é tão quente,
    que não podemos
  • 5:11 - 5:15
    visitar estes planetas, mas se pudéssemos,
    derreteríamos antes de chegarmos lá.
  • 5:15 - 5:17
    A superfície é tão quente
    que pode derreter rochas,
  • 5:17 - 5:19
    e há lagos de lava líquida.
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    Gliese 1214b.
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    Sabemos a massa e o tamanho deste planeta;
    e que a densidade é relativamente baixa.
  • 5:25 - 5:26
    É um pouco quente.
  • 5:26 - 5:28
    Na verdade não sabemos nada sobre ele,
  • 5:28 - 5:31
    mas é possível que seja
    um "mundo d'água",
  • 5:31 - 5:35
    como uma versão ampliada
    de uma das luas geladas de Júpiter
  • 5:35 - 5:37
    que pode ter 50% de água em massa.
  • 5:37 - 5:40
    E, neste caso, teria
    uma espessa atmosfera de vapor
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    cobrindo um oceano,
  • 5:42 - 5:44
    não de água líquida,
  • 5:44 - 5:47
    mas de um tipo exótico de água,
    um superfluido;
  • 5:47 - 5:49
    não é bem um gás ou um líquido.
  • 5:49 - 5:52
    E não haveria rochas por baixo,
    mas uma forma de gelo de alta pressão,
  • 5:52 - 5:54
    como gelo IX.
  • 5:55 - 5:57
    De todos estes planetas,
  • 5:57 - 5:59
    e a variedade é espantosa,
  • 6:00 - 6:05
    queremos encontrar os planetas
    que chamamos de "Cachinhos Dourados".
  • 6:05 - 6:07
    Nem muito grande, nem muito pequeno,
  • 6:07 - 6:09
    nem tão quente ou tão frio,
  • 6:09 - 6:11
    mas perfeito para vida.
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    Para isto temos que observar
  • 6:12 - 6:14
    a atmosfera do planeta,
  • 6:14 - 6:17
    porque ela atua
    como um cobertor detendo calor,
  • 6:17 - 6:18
    o efeito estufa.
  • 6:18 - 6:22
    Temos que avaliar os gases
    de efeito estufa em outros planetas.
  • 6:23 - 6:26
    A ficção científica cometeu alguns erros.
  • 6:26 - 6:27
    A Enterprise de "Jornada nas Estrelas"
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    viajava vastas distâncias
    em velocidade incrível
  • 6:31 - 6:33
    para orbitar outros planetas,
  • 6:33 - 6:37
    com isso o Primeiro Oficial Spock
    podia analisar a atmosfera
  • 6:37 - 6:39
    e verificar se o planeta era habitável
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    ou se lá havia formas de vidas.
  • 6:41 - 6:43
    Não precisamos viajar
    em velocidade de dobra espacial
  • 6:43 - 6:45
    para vermos outras atmosferas de planetas,
  • 6:45 - 6:48
    apesar de não querer dissuadir
    os engenheiros aspirantes
  • 6:48 - 6:50
    de descobrir como fazer isto.
  • 6:50 - 6:52
    Nós podemos estudar
    as atmosferas dos planetas
  • 6:52 - 6:54
    daqui, da órbita terrestre.
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    Esta foto é do Telescópio Espacial Hubble,
  • 6:57 - 7:00
    tirada pelo ônibus espacial
    Atlantis quando partia
  • 7:00 - 7:02
    após o último voo espacial
    humano ao Hubble.
  • 7:02 - 7:04
    Eles instalaram uma câmera nova
  • 7:04 - 7:06
    que usamos nas atmosferas dos exoplanetas.
  • 7:06 - 7:11
    E, até agora, conseguimos estudar
    dezenas dessas atmosferas,
  • 7:11 - 7:13
    cerca de seis com grande detalhamento.
  • 7:13 - 7:16
    Mas estes não são planetas
    pequenos como a Terra.
  • 7:16 - 7:18
    São grandes, quentes, fáceis de se ver.
  • 7:18 - 7:19
    Não estamos prontos,
  • 7:19 - 7:24
    ainda não temos tecnologia
    para estudar exoplanetas pequenos.
  • 7:24 - 7:29
    Porém, eu gostaria de explicar como
    estudamos as atmosferas dos exoplanetas.
  • 7:29 - 7:32
    Quero que imaginem um arco-íris.
  • 7:33 - 7:35
    E, se pudéssemos ver o arco-íris de perto,
  • 7:35 - 7:38
    veríamos que algumas
    linhas escuras estão faltando.
  • 7:39 - 7:42
    E aqui está o nosso Sol,
    a luz branca do Sol dividida,
  • 7:42 - 7:45
    não por gotas de chuva,
    mas por um espectrógrafo.
  • 7:45 - 7:47
    Vocês podem ver estas linhas
    verticais escuras.
  • 7:47 - 7:50
    Algumas estreitas, outras largas;
    algumas são sombreadas nas bordas.
  • 7:50 - 7:54
    E é assim que os astrônomos
    estudam objetos nos céus
  • 7:54 - 7:55
    há mais de um século.
  • 7:55 - 7:58
    Aqui cada átomo e molécula diferente
  • 7:58 - 8:01
    tem um conjunto especial de linhas,
    uma impressão digital, digamos.
  • 8:01 - 8:04
    Assim estudamos
    as atmosferas dos exoplanetas.
  • 8:04 - 8:06
    Nunca esquecerei de quando
    comecei a trabalhar
  • 8:06 - 8:08
    com atmosferas de exoplanetas,
    20 anos atrás,
  • 8:08 - 8:10
    as pessoas me dizendo:
    "Isto nunca vai acontecer.
  • 8:10 - 8:13
    Nunca vamos estudá-los.
    Por que se incomodar?"
  • 8:13 - 8:15
    Por isso fico feliz de falar sobre
    o estudo das atmosferas,
  • 8:15 - 8:19
    esta é uma área de estudo legítima.
  • 8:19 - 8:21
    Em matéria de outros planetas,
    outras Terras,
  • 8:21 - 8:24
    quando pudermos observá-los no futuro,
  • 8:24 - 8:26
    que tipo de gases estaremos buscando?
  • 8:26 - 8:29
    Nossa própria Terra
    tem oxigênio na atmosfera
  • 8:29 - 8:31
    de 20% em volume.
  • 8:31 - 8:33
    Isto é muito oxigênio.
  • 8:33 - 8:36
    Mas sem plantas e vida fotossintética,
  • 8:36 - 8:40
    não haveria praticamente
    nenhum oxigênio na atmosfera.
  • 8:40 - 8:42
    O oxigênio existe graças à vida,
  • 8:42 - 8:46
    e nossa meta é procurar gases
    nas atmosferas de outros planetas
  • 8:46 - 8:48
    que não sejam originalmente deles,
  • 8:48 - 8:51
    que talvez possamos atribuir à vida.
  • 8:51 - 8:53
    Mas que moléculas deveríamos buscar?
  • 8:53 - 8:55
    Já disse o quão diversos
    são os exoplanetas.
  • 8:55 - 8:58
    Esperamos que isto continue no futuro
    quando acharmos outras Terras.
  • 8:58 - 9:02
    Este é o meu trabalho principal agora
    e eu tenho uma teoria sobre isso.
  • 9:02 - 9:05
    Isto me faz lembrar
    que quase todos os dias,
  • 9:05 - 9:07
    eu recebo vários e-mails
  • 9:07 - 9:11
    de alguém com uma teoria maluca
    sobre a física da gravidade,
  • 9:11 - 9:13
    cosmologia ou algo assim.
  • 9:13 - 9:17
    Por favor, não me mandem e-mails
    com suas teorias malucas.
  • 9:17 - 9:18
    (Risos)
  • 9:18 - 9:20
    Eu tenho a minha própria teoria maluca.
  • 9:20 - 9:23
    Mas a quem um professor do MIT
    vai recorrer?
  • 9:23 - 9:27
    Mandei um e-mail para um premiado
    com o Nobel de Fisiologia ou Medicina
  • 9:27 - 9:29
    que disse:
    "Claro, venha e vamos conversar."
  • 9:29 - 9:33
    Eu e meus dois amigos bioquímicos fomos lá
    conversar sobre a nossa teoria maluca.
  • 9:33 - 9:37
    É uma teoria que diz que a vida produz
    todas as pequenas moléculas,
  • 9:37 - 9:38
    muitas moléculas.
  • 9:38 - 9:41
    Eu poderia pensar sobre tudo,
    mas não como um químico.
  • 9:41 - 9:44
    Considerem: dióxido de carbono,
    monóxido de carbono,
  • 9:44 - 9:46
    hidrogênio molecular,
    nitrogênio molecular,
  • 9:46 - 9:51
    metano, cloreto de metila, muitos gases;
    eles também existem por outras razões,
  • 9:51 - 9:53
    mas até mesmo a vida produz ozônio.
  • 9:53 - 9:57
    Então falamos sobre isso
    e imediatamente ele destruiu a teoria.
  • 9:57 - 9:59
    Ele encontrou um exemplo que não existia.
  • 9:59 - 10:01
    Acabamos voltando à estaca zero,
  • 10:01 - 10:05
    e cremos que encontramos
    algo muito interessante num outro campo.
  • 10:05 - 10:06
    Mas voltando aos exoplanetas,
  • 10:06 - 10:10
    o ponto é que a vida produz
    muitos gases diferentes,
  • 10:10 - 10:12
    milhares de gases literalmente.
  • 10:12 - 10:15
    E o que estamos fazendo agora
    é tentar descobrir
  • 10:15 - 10:17
    que tipos de exoplanetas
  • 10:17 - 10:20
    e que tipo de gases
    poderíamos atribuir à vida.
  • 10:22 - 10:26
    Então chegará a hora em que encontraremos
    gases nas atmosferas dos exoplanetas,
  • 10:26 - 10:30
    os quais não saberemos se são produzidos
    por alienígenas inteligentes
  • 10:30 - 10:32
    ou por árvores, ou um pântano,
  • 10:32 - 10:35
    ou até mesmo por uma
    vida microbiana unicelular simples.
  • 10:35 - 10:37
    Então, trabalhar em modelos
  • 10:37 - 10:40
    e pensar sobre a bioquímica é muito bom.
  • 10:40 - 10:43
    Mas o grande desafio
    à nossa frente é: "como"?
  • 10:43 - 10:45
    Como iremos encontrar estes planetas?
  • 10:45 - 10:47
    Há muitas maneiras de encontrar planetas,
  • 10:47 - 10:49
    diversas formas diferentes.
  • 10:49 - 10:53
    Mas estou me concentrando mais
    em como podemos abrir um portal
  • 10:53 - 10:56
    para que no futuro possamos
    achar centenas de Terras.
  • 10:56 - 10:58
    Temos uma chance real
    de encontrar sinais de vida.
  • 10:58 - 11:01
    Eu acabei de terminar um projeto
    de dois anos que liderei
  • 11:01 - 11:03
    nesta fase muito especial
  • 11:03 - 11:06
    de um conceito chamado Starshade.
  • 11:06 - 11:09
    O Starshade é uma tela
    especialmente moldada,
  • 11:09 - 11:11
    e o objetivo é fazê-lo planar
  • 11:11 - 11:14
    para que bloqueie a luz de uma estrela
  • 11:14 - 11:17
    e assim o telescópio pode ver
    os planetas diretamente.
  • 11:17 - 11:20
    Aqui vocês podem me ver
    e dois membros da equipe
  • 11:20 - 11:22
    segurando uma parte pequena do Starshade.
  • 11:22 - 11:23
    Seu formato é de uma flor gigante,
  • 11:23 - 11:26
    e este é um dos protótipos de pétalas.
  • 11:27 - 11:31
    A ideia é que um Starshade
    e um telescópio fossem lançados juntos,
  • 11:31 - 11:34
    com as pétalas desdobrando
    a partir de uma posição segura.
  • 11:35 - 11:37
    A armação central expandiria,
  • 11:37 - 11:40
    com a pétalas encaixando em posição.
  • 11:40 - 11:42
    Isto tem que ser feito
    de forma muito precisa,
  • 11:42 - 11:47
    literalmente, das pétalas aos mícrons,
    e precisam ser ajustados em milímetros.
  • 11:47 - 11:49
    E esta estrutura toda teria que voar
  • 11:49 - 11:52
    dezenas de milhares de quilômetros
    distante do telescópio.
  • 11:52 - 11:55
    Ela tem dezenas de metros de diâmetro.
  • 11:55 - 12:00
    O objetivo é bloquear a luz das estrelas
    com uma precisão incrível,
  • 12:00 - 12:02
    assim seríamos capazes de ver
    os planetas diretamente.
  • 12:03 - 12:07
    E tem de ser um formato muito especial,
    por conta da física de difração.
  • 12:07 - 12:10
    Este é um projeto real
    no qual trabalhamos,
  • 12:10 - 12:12
    e não dá para imaginar a dificuldade.
  • 12:12 - 12:15
    Só para que vejam que não é apenas
    em formato de filme,
  • 12:15 - 12:16
    aqui está uma foto real
  • 12:16 - 12:22
    da implantação da segunda geração
    do Starshade no laboratório.
  • 12:22 - 12:23
    E, neste caso, eu queria que soubessem
  • 12:23 - 12:26
    que a armação central
    tem uma herança remanescente
  • 12:26 - 12:29
    de grandes rádios descartáveis no espaço.
  • 12:29 - 12:31
    Bom, depois de todo esse trabalho pesado
  • 12:31 - 12:35
    onde tentamos pensar nos gases loucos
    que talvez existam lá fora,
  • 12:35 - 12:38
    e construímos os telescópios
    espaciais muito complexos
  • 12:38 - 12:39
    que talvez estejam lá,
  • 12:39 - 12:41
    o que iremos encontrar?
  • 12:41 - 12:42
    Bom, no melhor dos casos
  • 12:42 - 12:45
    encontraremos uma imagem
    de uma outra exo-Terra.
  • 12:46 - 12:49
    Aqui está a Terra
    como um pálido ponto azul.
  • 12:49 - 12:51
    E esta é, na verdade,
    uma foto real da Terra
  • 12:51 - 12:53
    tirada pela espaçonave Voyager 1,
  • 12:53 - 12:55
    a 6,4 bilhões de km.
  • 12:55 - 12:59
    Esta luz vermelha é apenas luz dispersa
    na câmera óptica.
  • 12:59 - 13:02
    Mas o que é maravilhoso considerar,
  • 13:02 - 13:04
    é que se alienígenas inteligentes
  • 13:04 - 13:09
    estão orbitando o planeta, ao redor
    de uma estrela perto da gente,
  • 13:09 - 13:11
    e constroem telescópios
    espaciais complexos
  • 13:11 - 13:13
    do tipo que estamos tentando construir,
  • 13:13 - 13:15
    só vão ver este pálido ponto azul,
  • 13:15 - 13:17
    um pequenino ponto de luz.
  • 13:17 - 13:20
    Então, às vezes, quando paro para pensar
  • 13:20 - 13:25
    sobre minha luta profissional
    e ambição imensa,
  • 13:25 - 13:27
    é difícil pensar sobre isso
  • 13:27 - 13:29
    em contraste com a vastidão do universo.
  • 13:30 - 13:34
    Mas, mesmo assim, vou dedicar
    o resto da minha vida
  • 13:34 - 13:36
    para encontrar outra Terra.
  • 13:36 - 13:38
    E posso garantir
  • 13:38 - 13:41
    que na próxima geração
    de telescópios espaciais,
  • 13:41 - 13:42
    na segunda geração,
  • 13:42 - 13:48
    teremos a capacidade de encontrar
    e identificar outras Terras.
  • 13:48 - 13:51
    E a capacidade de dividir
    a luz das estrelas
  • 13:51 - 13:53
    para poder encontrar gases,
  • 13:53 - 13:56
    e avaliar os gases
    de efeito estufa na atmosfera,
  • 13:56 - 13:59
    estimar a temperatura da superfície
    e procurar sinais de vida.
  • 13:59 - 14:01
    Mas tem mais.
  • 14:01 - 14:05
    Nesta área de procura
    por outros planetas como a Terra,
  • 14:05 - 14:07
    estamos fazendo um novo tipo de mapa
  • 14:07 - 14:10
    das estrelas próximas
    e dos planetas que as orbitam,
  • 14:10 - 14:14
    incluindo planetas que possam
    ser habitados por humanos.
  • 14:15 - 14:17
    Então, a minha visão
    é que nossos descendentes,
  • 14:17 - 14:19
    centenas de anos à frente,
  • 14:19 - 14:23
    irão embarcar em uma jornada
    interestelar a outros mundos.
  • 14:23 - 14:26
    E vão olhar para trás, para todos nós,
  • 14:26 - 14:30
    como a primeira geração
    que encontrou mundos como a Terra.
  • 14:30 - 14:31
    Obrigada.
  • 14:31 - 14:35
    (Aplausos)
  • 14:37 - 14:39
    June Cohen: Apresento para uma pergunta
  • 14:39 - 14:42
    o Chefe da Missão Rosetta, Fred Jansen.
  • 14:42 - 14:43
    Fred Jansen: Você mencionou na palestra
  • 14:43 - 14:47
    que a tecnologia para vermos o espectro
  • 14:47 - 14:50
    de um exoplaneta como a Terra
    ainda não existe.
  • 14:50 - 14:54
    Quando você espera que ela chegue,
    e o que é preciso?
  • 14:54 - 14:59
    Aliás, o que esperamos é o que chamamos
    de a próxima geração do telescópio Hubble,
  • 14:59 - 15:01
    o Telescópio Espacial James Webb,
  • 15:01 - 15:03
    que será lançado em 2018,
  • 15:03 - 15:05
    e é isto que iremos fazer,
  • 15:05 - 15:08
    vamos observar um tipo especial de planeta
    chamado exoplanetas transientes.
  • 15:08 - 15:12
    E isto será uma primeira tentativa
    em estudar os gases
  • 15:12 - 15:16
    em pequenos planetas que possam
    indicar se o planeta é habitável.
  • 15:16 - 15:19
    JC: Sara, sendo generalista,
    eu gostaria de lhe fazer uma pergunta.
  • 15:19 - 15:22
    Eu realmente fico perplexa
    com sua carreira,
  • 15:22 - 15:24
    a oposição que enfrentou,
  • 15:24 - 15:26
    quando você começou
    a pensar em exoplanetas
  • 15:26 - 15:28
    havia um tremendo ceticismo
    na comunidade científica
  • 15:28 - 15:31
    sobre sua existência,
    e você provou que estavam errados.
  • 15:31 - 15:33
    O que foi preciso para ir adiante?
  • 15:33 - 15:36
    SS: Bom, como cientistas,
    nós devemos ser céticos,
  • 15:36 - 15:40
    porque nossa função é assegurar
    que o que outra pessoa diz
  • 15:40 - 15:42
    faz sentido ou não.
  • 15:42 - 15:44
    Mas ser uma cientista,
  • 15:44 - 15:47
    acho que viram nesta sessão,
  • 15:47 - 15:49
    é como ser uma exploradora.
  • 15:49 - 15:51
    Você tem uma curiosidade imensa,
  • 15:51 - 15:54
    uma teimosia, uma vontade resoluta
    de que você vai seguir em frente
  • 15:54 - 15:56
    não importa o que digam.
  • 15:56 - 15:58
    JC: Adoro isso. Obrigada, Sara.
  • 15:58 - 16:02
    (Aplausos)
Title:
A busca por planetas além do nosso sistema solar
Speaker:
Sara Seager
Description:

"Cada estrela que vemos no céu tem, pelo menos, um planeta em sua órbita", diz a astrônoma Sara Seager. Mas o que sabemos sobre esses exoplanetas, e como podemos saber mais? Seager apresenta seu conjunto favorito de exoplanetas e mostra a nova tecnologia que poderá ajudar a coletar informações sobre eles e, até mesmo, nos ajudar a procurar exoplanetas que possibilitem a vida.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
16:14

Portuguese, Brazilian subtitles

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