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Jonathan Eisen: Encontrem os seus micróbios

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    Eu vou começar com uma pequena história.
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    Eu cresci neste bairro. Quando eu tinha 15 anos
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    deixei de ser aquele atleta jovem e robusto que pensava ser ,
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    e em quatro meses, vagarosamente
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    eu me tornei basicamente uma vitima da fome
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    com uma sede insaciável.
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    Eu tinha basicamente digerido o meu corpo.
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    E tudo isso veio a mente quando viajava de mochila,
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    minha primeira verdadeira viagem, na montanha Old Rag
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    na Virginia Oeste, e enfiava meu rosto dentro de poças de água
    lamaçal
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    elameadas e bebia como um cachorro.
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    Naquela noite, eu fui levado ao pronto atendimento
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    e diagnosticado com diabetes tipo 1 em completa
    cetoacidose (acidose no sangue).
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    E eu me recuperei, graças aos milagres da medicina
    moderna,
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    insulina e outras coisas, e recuperei todo o meu peso
    e mais.
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    E alguma coisa apodreceu dentro de mim depois que
    isto aconteceu.
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    Aí eu pensei: o que causou o diabetes?
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    Vocês sabem, diabetes é uma doença auto-imune
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    no qual seu corpo luta consigo mesmo, e quando as pessoas pensam
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    que de alguma forma talvez a exposição a um patógeno
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    disparou o meu sistema imunológico para
    combater o patógeno
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    e assim matou as células que produzem a insulina.
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    E foi assim que eu pensei por muito tempo,
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    e é nisto de fato o que a medicina e as pessoas têm
    se concentrado bastante,
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    os micróbios que fazem coisas ruíns.
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    E é agora que eu preciso de minha assistente aqui.
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    Vocês talvez a reconheçam.
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    Então, eu fui ontem. me desculpem, eu pulei um pedaço
    da palestra,.
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    e fui ao edifício da Academia Nacional de Ciências,
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    e eles vendem brinquedos, micróbios gigantes.
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    E vamos nós!
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    Se você pegou aquele lá, você contraiu a doença comedora de carne..
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    Preciso recuperar a minha habilidade no beisebol aqui.
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    (Risos)
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    Então, infelizmente ou sem surpresa, a maioria dos
    micróbios
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    que eles vendem no edifício da Academia Nacional são
    patógenos.
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    Todos se concentram nas coisas que podem nos matar,
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    e era nisso que eu estava concentrado.
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    E acontece que nós estamos cobertos por uma nuvem de
    micróbios,
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    e esses micróbios na verdade nos fazem bem na maior
    parte do tempo,
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    mais do que nos matar.
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    E então, nos soubemos disso por um certo tempo.
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    as pessoas usaram microscópios para examinar os
    micróbios que nos cobrem,
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    eu sei, vocês não estão prestando atenção em mim, mas....
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    (Risos)
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    Os micróbios que nos cobrem.
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    E se vocês os olharem no microscópio,
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    vocês podem ver que na verdade nós temos 10 vezes mais
    células
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    de micróbios conosco do que temos de células humanas.
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    Há mais massa nos micróbios do que massa em nossos cérebros.
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    Nós somos literalmente um ecossistema repleto de
    microorganismos.
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    E infelizmente, se vocês querem aprender sobre os
    microorganismos,
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    examiná-los no microscópio não é suficiente.
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    E então nós acabamos de ouvir sobre sequenciamento de DNA.
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    Acontece que uma das melhores maneiras de examinar os micróbios
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    e de entende-los é examinar o seu DNA.
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    E é o que tenho feito há 20 anos,
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    usando o sequenciamento de DNA, coletando amostras de
    vários lugares,
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    incluindo o corpo humano, lendo a sequência de DNA
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    e então usando essa sequência de DNA para nos contar sobre
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    os micróbios que estão em um lugar específico.
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    E o que é surpreendente quando se usa esta tecnologia,
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    por exemplo, examinando os humanos, nós não estamos
    apenas cobertos
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    em um mar de micróbios.
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    Existem milhares e milhares de tipos diferentes de micróbios conosco.
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    Nós temos milhões de genes de micróbios cobrindo
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    nosso microbioma humano.
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    E dessa maneira essa diversidade microbiana difere entre as pessoas,
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    e o que as pessoas tem pensado a respeito nos últimos 10,
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    talvez 15 anos é, talvez estes micróbios,
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    esta nuvem de micróbios dentro e sobre nós,
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    e as variações entre nós, podem ser responsáveis
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    por algumas das diferenças de saúde e doença entre nós.
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    E aqui volta a história do diabetes que eu estava contando a vocês.
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    Acontece que as pessoas agora pensam que aquele
    gatilho
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    para o diabetes tipo 1 não está combatendo um patógeno,
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    mas na verdade tentando - se comunicando mal com os microbios
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    que vivem dentro e sobre nós.
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    E de alguma form talvez a comunicade microbiana que está
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    dentro e sobre mim saiu, e então disparou algum tipo
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    de resposta imunológica e me levou a aniquilar as células
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    que produzem insulina no meu corpo.
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    E então o que eu quero lhes dizer em alguns minutos é,
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    o que as pessoas aprenderam usando as técnicas de sequenciamento de DNA
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    em particular, o estudo da nuvem microbiana
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    que vive dentro e sobre nós.
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    E eu quero lhes contar uma história sobre um projeto pessoal.
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    Minha primeira experiência pessoal com o estudo dos micróbios
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    no corpo humano na verdade veio de uma palestra que eu dei
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    aqui perto em Georgetown.
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    Eu dei uma palestra, e um amigo de família que era
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    o reitor da Escola de Medicina de Georgetown estava assistindo,
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    e veio a mim depois dizendo que eles estavam fazendo
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    um estudo de transplante de íleo em pessoas.
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    E eles queriam examinar os micróbios depois do
    transplante.
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    E então eu iniciei um trabalho com estas pessoas,
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    Michael Zasloff e Thomas Fishbein, para examinar os
    micróbios
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    que colonizavam este íleo depois que eles o tivessem
    transplantado para um receptor.
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    E eu posso lhes contar todos os detalhes sobre o estudo
    microbiano
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    que nós fizemos lá, mas a razão pela qual eu quero lhes
    contar esta história
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    é algo realmente impressionante que eles fizeram no começo
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    deste projeto.
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    Eles pegaram o doador do íleo, que estava repleto de
    micróbios do doador
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    e eles tinham um receptor que poderia ter um problema
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    com esta comunidade microbiana, digamos a doença de
    Crohn,
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    e eles esterilizaram o íleo do doador.
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    Tiraram todos os micróbios e então o colocaram no
    receptor.
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    Eles fizeram isto porque era uma prática comum
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    na medicina, embora fosse óbvio
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    que isto não era uma boa idéia.
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    E felizmente no curso deste projeto,
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    os cirurgiões de transplante e as outras pessoas
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    decidiram esquecer a prática comum. Nós tivemos de mudar.
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    Então eles na verdade passaram a deixar alguns
    micróbios
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    da comunidade no íleo. Eles deixam os micróbios com
    o doador,
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    e teóricamente isto pode ajudar as pessoas que
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    estão recebendo o transplante do íleo.
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    E então, gente - este é um estudo que eu fiz agora.
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    Nos últimos anos tem havido uma grande expansão
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    no uso da tecnologia do DNA para estudar os micróbios dentro e sobre as pessoas.
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    Há uma coisa chamada Projeto Microbiano Humano
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    que está acontecendo nos Estados Unidos,
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    e MetaHIT ( Metagenômica do Trato Intestinal Humano ) acontecendo na Europa e muitos outros projetos.
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    E quando as pessoas fazem uma variedade de estudos,
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    elas aprendem coisas como, quando um bebê
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    nasce, durante o parto ele é colonizado pelos
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    micróbios da sua mãe.
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    Há fatores de risco associados com a cesariana,
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    alguns desses fatores de rísco podem ser devidos
    a uma perda de colonização
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    quando você retira o bebê da sua mãe
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    em vez dele sair através do canal de nascimento.
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    E uma variedade de outros estudos mostraram que a
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    comunidade microbiana que vive dentro e sobre e nós
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    ajuda no desenvolvimento do sistema imunológico,
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    ajuda no combate aos patógenos, ajuda em nosso metabolismo
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    e determina nossa taxa metabólica, provavelmente
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    determina o nosso odor, e talvez molde o nosso comportamento
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    de várias maneiras.
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    E então, estes estudos têm documentado ou sugerido
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    dentre varias funções importantes para a comunidade
    microbiana
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    esta núvem, os não patógenos que vivem dentro e sobre nós.
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    E uma área que penso ser muito interessante,
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    a qual muitos de vocês podem ter agora depois que nós
    jogamos
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    micróbios na multidão, é alguma coisa que eu chamaria de
    "germofobia."
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    Então as pessoas estão realmente ficando asseadas, certo?
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    Nós temos antibióticos nos nossos armários,
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    as pessoas estão se lavando todo o tempo,
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    nós colocamos antiíbióticos em nossos alimentos, em nossas comunidades,
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    nós tomams antibióticos em excesso.
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    E matar patógenos é uma coisa boa se voce está doente,
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    mas nós deveriamos entender que quando usamos
    químicos
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    e antibióticos em nosso mundo, também estamos matando
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    a nuvem de micróbios que vivem dentro e sobre nós.
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    E o uso excessivo de antibióticos, em particular nas
    crianças,
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    tem se mostrado associado a, novamente, fatores
    de rísco
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    para obesidade, para doenças autoimune, para uma variedade
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    de problemas que provavelmente são devido alterações
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    da comunidade microbiana.
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    Então a comunidade microbiana pode de dar mal
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    não importa se queremos ou não,
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    ou nós podemos matá-la com antibióticos,
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    mas o que podemos fazer para restaurá-la?
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    tenho certeza que muitos aqui já ouviram falar sobre probióticos.
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    Probióticos são uma coisa que vocês podem experimentar para restaurar
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    a comunidade microbiana que está dentro e sobre vocês.
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    E eles definitivamente tem se mostrado eficientes em alguns casos.
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    Há um projeto sendo realizado na UC Davis (Universidade da Califórnia Davis) onde as pessoas estão usando
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    probióticos para tentar tratar e prevenir
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    enterocolitis necrotizanate, em bebês prematuros.
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    Bebês prematuros tem muitos problemas em sua comunidade microbiana.
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    E pode ser que os probióticos possam ajudar a prevenir
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    o desenvolvimento dessa horrível enterocolitis necrotizante
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    nesses bebês prematuros.
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    Mas os probióticos são um tipo de solução extremamente simples.
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    A maioria das pílulas que vocês podem tomar ou os iogurtes que você pode tomar
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    tem uma ou duas espécies deles, talvez cinco espécies,
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    e a comunidade humana é formada por milhares e milhares de espécies.
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    Então o que nós podemos fazer para restaurar a nossa comunidade microbiana
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    quando temos milhares e milhares de espécies conosco?
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    Bem, uma coisa que os animais parecem fazer é,
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    eles comem fezes - coprofagia.
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    E acontece que muitos veterinários,
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    em particular os veterinários da velha escola,
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    vêm fazendo uma coisa chamada "chá de fezes,"
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    não o despojo, mas chá de fezes, para tratar cólicas e outras
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    indisposições em cavalos e vacas e coisas assim,
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    onde você faz chá das fezes de um animal
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    saudável e você a administra a um animal doente.
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    Embora, a não ser que você tenha uma vaca com fístulas com um enorme buraco no corpo
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    e você possa colocar a sua mão dentro do seu rume,
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    é difícil imaginar que a liberação de micróbios
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    diretamente dentro de sua boca e através de
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    todo o trato digestivo superior é a melhor forma de ingerir,
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    então vocês podem ter ouvido que pessoas estão agora fazendo
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    transplantes fecais, onde melhor do que ingerir
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    um par de micróbios probióticos através da boca,
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    eles estão ingerindo uma comunidade de probióticos,
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    uma comunidade de micróbios de um doador saudável,
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    pelo outro lado.
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    E isto tem se mostrado muito eficiente na luta contra
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    certas doenças infecciosas complicadas
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    como Clostridium, infecções difíceis que podem ficar
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    com as pessoas por anos e anos e anos.
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    O transplante de fezes, de micróbios das fezes,
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    de um doador saudável tem na verdade conseguido curar
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    a infecção sistêmica C. dif em algumas pessoas.
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    Agora o que estes transplantes, estes transplantes fecais, ou
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    o chá de fezes sugerem para mim, e para muitas outras pessoas
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    com esta mesma ideia, é que
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    a comunidade microbiana dentro e sobre nós, é um órgão.
  • 11:15 - 11:20
    Nós deveríamos vê-la como um órgão funcional, parte de nós mesmos.
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    Nós deveríamos tratá-la cuidadosamente e com respeito,
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    e nós não queremos mexer com isso, digo com sessões de Cesariana
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    ou por antibióticos ou limpeza excessiva,
  • 11:33 - 11:36
    sem alguma justificativa muito boa.
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    E o que as tecnologias de sequenciamento de DNA estão permitindo fazer
    as pessoas fazerem agora
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    é detalhar estudos de, digamos, 100 pacientes que tem a doença de Crohn
  • 11:46 - 11:49
    e 100 pacientes que não tem a doença de Crohn.
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    Ou 100 pacientes que tomaram antibióticos quando crianças
  • 11:53 - 11:55
    e 100 pacientes que não tomaram antibióticos.
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    E agora nós podemos começar a comparar a comunidade de micróbios
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    e os seus genes e ver se há diferenças.
  • 12:03 - 12:06
    E finalmente nós podemos ser capazes de entender se
    elas não são
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    apenas diferenças correlativas, mas causadores.
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    Estudos em sistemas controlados como ratos e outros animais
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    estão também ajudando a fazer isto, mas as pessoas estão usando agora
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    estas tecnologias, pois elas se tornaram muito baratas,
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    para estudar os micróbios dentro e sobre várias pessoas.
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    Então, resumindo, o que eu quero dizer a vocês é,
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    eu não contei a vocês a parte da história que tem a ver com o diabetes.
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    Acontece que o meu pai era um médico,
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    na verdade estudava hormônios. Eu disse a ele várias vezes
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    que eu estava cansado, sedento, não me sinta muito bem.
  • 12:41 - 12:44
    E ele deu de ombros, eu penso que ele também pensou
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    que eu estava apenas fazendo fita, ou era o típico
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    médico: "nada pode estar errado com o meu filho."
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    Nós fomos ao encontro da Sociedade Internacional de Endocrinologia
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    como uma família em Quebec.
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    E eu levantava a cada cinco minutos para urinar,
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    e bebia toda a água que havia na mesa,
  • 13:03 - 13:06
    e eu acho que os outros pensavam que eu era um drogado.
  • 13:06 - 13:08
    (Risos)
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    Mas a razão pela qual eu estou lhes contando isto é que
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    a comunidade médica, meu pai por exemplo,
  • 13:13 - 13:17
    algumas vezes não veem o que está bem na frente dos olhos.
  • 13:17 - 13:21
    A nuvem microbiana, está bem na nossa frente.
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    Nós não podemos ve-la na maior parte do tempo. É invisível.
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    Eles são micróbios. São muito pequenos.
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    Mas nós podemos vê-los através do seu DNA,
  • 13:28 - 13:31
    nós podemos vê-los através dos efeitos que eles tem nas pessoas.
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    E o que nós precisamos
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    é começar a pensar sobre a comunidade microbiana no contexto
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    de todo da medicina humana.
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    Isto não significa que isto afete todo o nosso corpo,
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    mas poderia.
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    O que nós precisamos é um guia de campo completo dos micróbios
  • 13:47 - 13:51
    que vivem dentro e sobre as pessoas, para que possamos entender
  • 13:51 - 13:54
    o que eles estão fazendo em nossas vidas.
  • 13:54 - 13:57
    Nós somos eles. Eles são nós.
  • 13:57 - 13:58
    Muito obrigado
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    (Aplausos)
Title:
Jonathan Eisen: Encontrem os seus micróbios
Speaker:
Jonathan Eisen
Description:

Nossos corpos estão cobertos por um mar de micróbios - tanto os patógenos que nos tornam doentes e os "bons" micróbios, dos quais sabemos menos, e poderiam estar nos mantendo saudáveis. No TEDMED, o microbiologo Jonathan Eisen compartilha o que nós sabemos, incluindo algumas maneiras surpreendentes de colocar aqueles micróbios bons para trabalhar.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:23

Portuguese, Brazilian subtitles

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