Porque é que as pessoas vulgares precisam de entender o poder
-
0:01 - 0:02Eu sou professor e praticante
-
0:02 - 0:05de educação cívica na América.
-
0:05 - 0:08Agora, vou pedir gentilmente
a quem já adormeceu -
0:08 - 0:09que acorde, por favor.
-
0:09 - 0:10(Risos)
-
0:10 - 0:12Porque é que o termo "educação cívica"
-
0:12 - 0:16causa um efeito tão enfadonho,
até narcoléptico em nós? -
0:17 - 0:21Eu acho que é porque o próprio termo
significa uma coisa -
0:21 - 0:24excessivamente virtuosa,
excessivamente importante -
0:24 - 0:26e excessivamente chata.
-
0:26 - 0:29Acho que é da responsabilidade
de pessoas como nós, -
0:29 - 0:31pessoas que aparecem
em reuniões como estas -
0:31 - 0:34pessoalmente ou "online",
da maneira que podemos, -
0:34 - 0:37para fazer com que o civismo
se torne atrativo outra vez, -
0:37 - 0:39tão atrativo como na
Revolução Americana, -
0:39 - 0:42tão atrativo como no
Movimento dos Direitos Civis. -
0:43 - 0:46Eu acredito que para tornar
a educação cívica atrativa outra vez -
0:46 - 0:49é preciso tornar explícito
o ensino do poder. -
0:50 - 0:53Acredito que a forma de o fazer
-
0:53 - 0:56é ao nível da cidade.
-
0:56 - 0:58É sobre isso que eu quero falar hoje.
-
0:58 - 1:00Quero começar por definir alguns termos
-
1:00 - 1:02e depois vou descrever
a dimensão do problema -
1:02 - 1:03que acho que enfrentamos.
-
1:03 - 1:06Em seguida, vou sugerir
o modo como penso que -
1:06 - 1:08as cidades podem ser a
solução para o problema. -
1:09 - 1:11Deixem-me começar com algumas definições.
-
1:12 - 1:13Por educação cívica, refiro-me
-
1:13 - 1:17à arte de ser um contribuinte pró-social
que resolve problemas -
1:17 - 1:19numa comunidade auto governável.
-
1:19 - 1:22A educação cívica é a arte da cidadania,
-
1:22 - 1:24a que Bill Gates chama, simplesmente,
-
1:24 - 1:26"manifestar-se para a vida".
-
1:26 - 1:28Engloba três coisas:
-
1:28 - 1:30uma base de valores,
-
1:32 - 1:35uma compreensão dos sistemas
que fazem o mundo girar -
1:36 - 1:38e um conjunto de capacidades
-
1:38 - 1:39que permita atingir objetivos
-
1:39 - 1:42e conseguir que outros
se juntem a essa missão. -
1:43 - 1:45Isso leva-me à minha definição de poder,
-
1:45 - 1:47que é simplesmente:
-
1:47 - 1:50a capacidade de fazer
com que os outros façam -
1:50 - 1:52o que gostaríamos que eles fizessem.
-
1:53 - 1:55Parece ameaçador, não é?
-
1:56 - 1:58Não gostamos de falar do poder.
-
1:58 - 2:02Achamo-lo assustador.
Achamo-lo um pouco diabólico. -
2:03 - 2:06Sentimo-nos desconfortáveis
só com a palavra. -
2:06 - 2:08Na cultura e mitologia da democracia,
-
2:08 - 2:09o poder reside nas pessoas.
-
2:09 - 2:11Ponto final. Fim da história.
-
2:11 - 2:13Não é necessário mais nenhum estudo
-
2:13 - 2:15nem sequer é muito bem aceite.
-
2:15 - 2:18O poder tem um peso moral negativo.
-
2:19 - 2:22Soa maquiavélico em si mesmo.
-
2:22 - 2:24Parece ser diabólico em si mesmo.
-
2:24 - 2:28Mas o poder não é mais
diabólico nem mais angélico -
2:28 - 2:31do que o fogo ou a física.
-
2:31 - 2:33Apenas é o que é.
-
2:33 - 2:35O poder governa,
-
2:35 - 2:37a forma como qualquer governo funciona,
-
2:37 - 2:39quer seja uma democracia
ou uma ditadura. -
2:40 - 2:43O problema que enfrentamos hoje,
nos EUA em particular, -
2:43 - 2:44mas também no resto do mundo,
-
2:44 - 2:48é que há demasiadas pessoas
profundamente iletradas -
2:48 - 2:50em poder
-
2:50 - 2:52— o que ele é, quem o detém,
-
2:52 - 2:54como funciona, como circula,
-
2:54 - 2:57que parte é visível, que parte não o é,
-
2:57 - 3:00porque é que certas pessoas o têm,
porque é que se acumula. -
3:01 - 3:04Em resultado desse analfabetismo,
-
3:04 - 3:07os poucos que percebem mesmo
-
3:07 - 3:09como o poder funciona na vida cívica,
-
3:09 - 3:11os que percebem
-
3:11 - 3:13como uma proposta de lei
se torna numa lei, -
3:13 - 3:16mas também como uma
amizade se torna num subsídio, -
3:17 - 3:20como um preconceito se torna numa política,
-
3:20 - 3:23ou como um slogan se torna num movimento,
-
3:23 - 3:25as pessoas que percebem essas coisas
-
3:25 - 3:27detêm uma influência
desproporcionada, -
3:27 - 3:28e sentem-se muito felizes
-
3:28 - 3:31por preencherem o vácuo
criado pela ignorância -
3:31 - 3:33da grande maioria.
-
3:35 - 3:39É por causa disso que, agora,
é fundamental para nós -
3:39 - 3:42compreender esta ideia de poder
-
3:43 - 3:45e democratizá-lo.
-
3:45 - 3:49Uma das coisas que é
profundamente excitante -
3:49 - 3:51e desafiadora neste momento
-
3:51 - 3:55é que, em resultado deste
analfabetismo de poder -
3:55 - 3:57que é tão penetrante,
-
3:57 - 4:01há uma concentração de conhecimentos,
-
4:02 - 4:04de compreensão e de influência.
-
4:05 - 4:07Ou seja, pensem nisto:
-
4:07 - 4:10Como é que uma amizade
se torna num subsídio? -
4:10 - 4:12Naturalmente,
-
4:12 - 4:14quando um alto funcionário do governo
-
4:14 - 4:17decide ir-se embora do governo e
tornar-se um "lobista" -
4:17 - 4:18para defender um interesse pessoal
-
4:18 - 4:21e converter as suas
relações sociais em dinheiro -
4:21 - 4:23para os seus novos chefes.
-
4:24 - 4:26Como é que um preconceito
se torna numa política? -
4:26 - 4:30Insidiosamente, só pela forma como
-
4:30 - 4:32o "parar para revistar", por exemplo,
-
4:32 - 4:34se torna, com o tempo, num
jogo burocrático. -
4:35 - 4:37Como é que um slogan
se torna num movimento? -
4:38 - 4:41De forma viral, como
o Tea Party, por exemplo, -
4:41 - 4:45conseguiu ficar com
a bandeira "Não me Pise" -
4:45 - 4:47da Revolução Americana.
-
4:47 - 4:49Ou como, por outro lado,
-
4:49 - 4:52um grupo de ativistas conseguiu
pegar no cabeçalho duma revista, -
4:52 - 4:54"Ocupem a Wall Street"
-
4:54 - 4:56e o transformou num
movimento global e contagioso. -
4:57 - 4:59Contudo, a maioria das pessoas
-
4:59 - 5:02não está à procura nem
quer ver essas realidades. -
5:02 - 5:06Muita dessa ignorância,
desse analfabetismo cívico, -
5:06 - 5:07é intencional.
-
5:07 - 5:09A geração da Internet, por exemplo,
-
5:09 - 5:12pensa que o mundo
dos negócios é sórdido. -
5:12 - 5:14Não querem ter nada a ver com a política.
-
5:14 - 5:15Preferem simplesmente pôr-se de lado
-
5:15 - 5:17e integrarem-se em atividades
de voluntariado. -
5:17 - 5:19Existem alguns técnicos por aí
-
5:19 - 5:21que acreditam que a solução milagrosa
-
5:21 - 5:23para qualquer desigualdade
ou abuso de poder -
5:23 - 5:26consiste simplesmente em mais informação,
-
5:26 - 5:28mais transparência.
-
5:28 - 5:30Na esquerda, há quem pense que o poder
-
5:30 - 5:33reside apenas nas empresas.
-
5:33 - 5:34E na direita, há quem pense
-
5:34 - 5:36que o poder se encontra só no governo.
-
5:36 - 5:39Estão todos cegos
pelas suas afrontas seletivas. -
5:40 - 5:42Temos ainda os ingénuos que acreditam
-
5:42 - 5:44que as coisas boas acontecem
-
5:44 - 5:46e os cínicos que acreditam que
as coisas más acontecem, -
5:47 - 5:49os sortudos e os desgraçados,
-
5:49 - 5:53que pensam que a sua sorte é apenas
o resultado daquilo que merecem -
5:53 - 5:57e não o resultado eminentemente alterável
-
5:57 - 6:01de um acordo anterior,
duma atribuição herdada -
6:01 - 6:02de poder.
-
6:04 - 6:07Em resultado deste fatalismo
que se apodera da vida pública, -
6:07 - 6:09nós, particularmente nos EUA,
-
6:09 - 6:11temos níveis baixos incríveis
-
6:11 - 6:14de conhecimento cívico,
de participação cívica, -
6:14 - 6:16de participação, de consciência.
-
6:18 - 6:19Todo o esquema da política
-
6:19 - 6:22tem sido efetivamente subcontratado
para um grupo de profissionais, -
6:23 - 6:25pessoas de dinheiro, pessoas intocáveis,
-
6:25 - 6:27mensageiros e investigadores.
-
6:27 - 6:30Os restantes ficam destinados
a sentirem-se amadores -
6:30 - 6:32no sentido de que não prestam.
-
6:32 - 6:35Ficam desmotivados para aprender mais
-
6:35 - 6:36sobre como as coisas funcionam.
-
6:36 - 6:38Começam a ignorá-las.
-
6:42 - 6:45Bem, este problema, este desafio,
-
6:45 - 6:48é uma coisa que temos de enfrentar agora.
-
6:48 - 6:49Acredito que, quando temos
-
6:49 - 6:52este tipo de desinteresse,
esta ignorância intencional, -
6:52 - 6:56isso torna-se não só uma causa
como também uma consequência -
6:56 - 6:58desta concentração de oportunidades
-
6:58 - 7:01de prosperidade e influência
que eu referi há instantes, -
7:01 - 7:04esta desigualdade cívica profunda.
-
7:05 - 7:08É por isso que é tão
importante neste momento -
7:08 - 7:11repensar na educação cívica
como ensino do poder. -
7:11 - 7:14Talvez nunca tenha sido tão importante
-
7:14 - 7:17em nenhuma época da nossa vida.
-
7:19 - 7:21Se as pessoas não aprenderem
o conceito de poder, -
7:21 - 7:23se as pessoas não acordarem,
-
7:23 - 7:24e se não acordarem,
-
7:24 - 7:26são postas à margem.
-
7:30 - 7:32Parte da arte de praticar o poder
-
7:32 - 7:34significa estarmos despertos
e termos uma voz, -
7:34 - 7:36mas também consiste
em termos um campo de trabalho -
7:36 - 7:40onde podemos praticar
razoavelmente a decisão. -
7:40 - 7:42Tudo na educação cívica
se resume à simples questão -
7:42 - 7:44de quem decide.
-
7:44 - 7:46Temos de praticar isso
-
7:46 - 7:48num sítio, numa arena.
-
7:48 - 7:51E isto traz-me ao terceiro ponto
que eu queria abordar hoje, -
7:51 - 7:55que é, simplesmente, não
haver melhor campo de trabalho, -
7:55 - 7:58no nosso tempo, para a prática do poder,
-
7:58 - 7:59do que a cidade.
-
8:00 - 8:02Pensem na cidade em que vivem,
-
8:02 - 8:04de onde vieram.
-
8:04 - 8:07Pensem num problema
na vida quotidiana da vossa cidade. -
8:07 - 8:08Pode ser uma coisa pequena,
-
8:08 - 8:11como a posição de um candeeiro da rua,
-
8:11 - 8:13ou uma coisa média como
-
8:13 - 8:16a extensão ou redução
do horário da biblioteca, -
8:17 - 8:18ou talvez uma coisa maior,
-
8:18 - 8:20como transformar uma zona em ruínas
-
8:20 - 8:23numa zona verde ou numa autoestrada,
-
8:24 - 8:25ou se todos os negócios da cidade
-
8:25 - 8:28devem pagar ou não um salário mínimo.
-
8:29 - 8:32Pensem nas mudanças
que querem fazer na vossa cidade, -
8:32 - 8:34e depois pensem em
como podem chegar lá, -
8:35 - 8:38como podem tornar isso realidade.
-
8:39 - 8:41Façam um inventário de
todas as formas de poder -
8:41 - 8:45que estão em jogo na
situação da vossa cidade: -
8:45 - 8:48dinheiro, claro, pessoas, sim,
-
8:49 - 8:53ideias, informação, desinformação,
-
8:54 - 8:57as ameaças da força, a força das regras.
-
8:57 - 8:59Todas essas formas de poder estão em jogo.
-
8:59 - 9:01Agora pensem em como podem ativar
-
9:01 - 9:04ou talvez neutralizar essas
diversas formas de poder. -
9:06 - 9:09Isto não é nenhuma Guerra dos Tronos,
-
9:09 - 9:11um conjunto de questões
ao nível de império. -
9:11 - 9:13Estas são questão que funcionam
-
9:13 - 9:15em qualquer sítio do planeta.
-
9:16 - 9:18Vou contar-vos rapidamente duas histórias
-
9:18 - 9:20retiradas a partir de notícias recentes.
-
9:20 - 9:22Em Boulder, no Colorado,
-
9:22 - 9:25os eleitores aprovaram um processo,
não há muito tempo, -
9:26 - 9:28para substituir a companhia
de eletricidade, privada, -
9:28 - 9:31a companhia de eletricidade Xcel,
-
9:31 - 9:33por uma instalação de propriedade pública
-
9:33 - 9:35que renunciasse ao lucro
-
9:35 - 9:37e estivesse muito mais atenta
à alteração climática. -
9:38 - 9:40Bem, a Xcel contra-atacou
-
9:40 - 9:42e pôs em marcha uma sondagem
-
9:42 - 9:45para enfraquecer ou desfazer
-
9:45 - 9:46essa municipalização.
-
9:46 - 9:49Os cidadãos ativistas em Boulder,
que defendem aquela medida -
9:49 - 9:52têm agora de lutar
com a empresa de energia -
9:52 - 9:54de forma a lutar pelo poder.
-
9:55 - 9:58Em Tuscaloosa, na Universidade de Alabama,
-
9:58 - 10:00há uma organização no "campus"
-
10:00 - 10:05chamada a Máquina,
— de forma um pouco ameaçadora — -
10:05 - 10:07que deriva, em grande medida,
-
10:07 - 10:09de irmandades de brancos no "campus".
-
10:09 - 10:11Durante décadas,
a Máquina tem tido o controlo -
10:11 - 10:14das eleições dos dirigentes dos estudantes.
-
10:14 - 10:17Recentemente, a Máquina
começou a envolver-se -
10:17 - 10:19na política real da cidade.
-
10:19 - 10:22Engendraram a eleição
de um antigo membro da Máquina, -
10:22 - 10:25um jovem, profissional de negócios
recentemente graduado, -
10:25 - 10:27para o conselho escolar
da cidade Tuscaloosa. -
10:28 - 10:31Como digo, estes são apenas dois exemplos
-
10:31 - 10:34escolhidos ao acaso
entre os títulos dos jornais. -
10:34 - 10:37Diariamente, há milhares
de casos como este. -
10:37 - 10:39Podemos gostar ou não dos empenhos
-
10:39 - 10:40que aqui estou a descrever,
-
10:40 - 10:42em Boulder ou em Tuscaloosa,
-
10:42 - 10:44mas não podemos deixar de admirar
-
10:44 - 10:48a força da instrução
dos atores envolvidos -
10:48 - 10:49e as suas capacidades.
-
10:49 - 10:52Não podemos deixar
de considerar e de reconhecer -
10:52 - 10:53o controlo que eles têm
-
10:53 - 10:56das questões essenciais
-
10:56 - 10:58do poder cívico
-
10:58 - 11:02— qual o objetivo, qual a estratégia,
quais as táticas, -
11:02 - 11:05qual é o terreno,
quem são os seus inimigos, -
11:05 - 11:07quem são os seus aliados.
-
11:07 - 11:10Agora eu quero que vocês voltem a refletir
-
11:10 - 11:12sobre aquele problema,
ou aquela oportunidade, -
11:12 - 11:14ou sobre esse desafio na vossa cidade.
-
11:14 - 11:16Ou sobre o que queriam resolver
-
11:16 - 11:18ou criar na vossa cidade.
-
11:18 - 11:20E perguntem a vós próprios:
-
11:20 - 11:23"Têm o controlo dessas
questões essenciais do poder? -
11:24 - 11:27"Será que podem pôr em
prática, efetivamente, -
11:27 - 11:29"aquilo que sabem?"
-
11:30 - 11:34Este é o nosso desafio
e a nossa oportunidade. -
11:34 - 11:37Vivemos num tempo, neste momento,
-
11:37 - 11:40em que, apesar da globalização,
-
11:40 - 11:42ou talvez devido à globalização,
-
11:42 - 11:44toda a cidadania é cada vez mais local,
-
11:44 - 11:46de modo sonoro e poderoso.
-
11:46 - 11:49De facto, o poder, na nossa
época, está a fluir -
11:49 - 11:51cada vez mais rápido para a cidade.
-
11:51 - 11:53Aqui, nos EUA, o governo nacional
-
11:53 - 11:55está manietado por laços partidários.
-
11:56 - 11:59A imaginação cívica,
a inovação e a criatividade -
11:59 - 12:01estão a surgir hoje dos ecossistemas locais
-
12:01 - 12:03e a irradiar para o exterior.
-
12:05 - 12:07Esta grande inovação,
-
12:07 - 12:11esta grande onda de regionalismo
-
12:11 - 12:13está agora a chegar.
-
12:13 - 12:15Vemos isso no modo
como as pessoas comem, -
12:15 - 12:18trabalham, partilham,
compram, se movimentam -
12:18 - 12:19e vivem a sua vida diária.
-
12:19 - 12:22Isto não é nenhum tipo de
paroquialismo, -
12:22 - 12:26não é nenhuma fuga
para a insularidade, não. -
12:26 - 12:28Isto é emergente.
-
12:28 - 12:31O regionalismo do nosso tempo
está ligado poderosamente. -
12:32 - 12:33Por exemplo,
-
12:33 - 12:36considerem as formas como as estratégias
-
12:36 - 12:38para tornarem as cidades
mais amigas da bicicleta -
12:38 - 12:40se têm expandido tão
rapidamente -
12:40 - 12:44de Copenhaga a Nova Iorque, a Austin,
a Boston, a Seattle. -
12:45 - 12:48Pensem nas experiências
com orçamentos participativos, -
12:49 - 12:51em que, diariamente,
os cidadãos têm a hipótese -
12:51 - 12:53de distribuir e decidir
-
12:53 - 12:56sobre a distribuição dos fundos cívicos.
-
12:56 - 13:00Estas experiências têm-se espalhado
de Porto Alegre, no Brasil, -
13:00 - 13:03até aqui a Nova Iorque,
até à área de Chicago. -
13:04 - 13:06Trabalhadores que emigram
de Roma para Los Angeles -
13:06 - 13:08e para muitas cidades intermédias
-
13:08 - 13:11estão agora a organizar greves
-
13:11 - 13:13para lembrar às pessoas
que vivem nas suas cidades -
13:13 - 13:15como seria um dia sem imigrantes.
-
13:16 - 13:19Na China, por todo o país,
-
13:19 - 13:21membros do Novo Movimento Cívico
-
13:21 - 13:22estão a começar a organizar-se
-
13:22 - 13:25para lutar contra a corrupção
e fraudes dos funcionários. -
13:25 - 13:27Estão a atrair a fúria dos funcionários,
-
13:27 - 13:29mas também a atenção
-
13:29 - 13:31dos ativistas anticorrupção
de todo o mundo. -
13:32 - 13:34Em Seattle, de onde sou originário,
-
13:34 - 13:37tornámo-nos membros de
um vasto grupo de cidades -
13:37 - 13:38que trabalham em conjunto
-
13:38 - 13:40ultrapassando totalmente o governo,
-
13:40 - 13:42o governo nacional,
-
13:42 - 13:45para tentar atingir os
objetivos de redução de carbono -
13:45 - 13:47do Protocolo de Quioto.
-
13:47 - 13:50Todos esses cidadãos, reunidos,
-
13:50 - 13:51estão a formar uma teia,
-
13:51 - 13:53um grande arquipélago de poder
-
13:53 - 13:56que nos permite ultrapassar
-
13:56 - 13:59as fragilidades
e os monopólios de controlo. -
14:00 - 14:02A nossa tarefa agora é acelerar
esse processo. -
14:03 - 14:05A nossa tarefa é conquistar
cada vez mais pessoas -
14:05 - 14:07para a área deste trabalho.
-
14:07 - 14:10Por isso a minha organização,
a Universidade Cívica, -
14:10 - 14:12iniciou um projeto
-
14:12 - 14:15para criar um currículo
comum a todos os homens, -
14:15 - 14:16em poder cívico.
-
14:17 - 14:18Esse currículo começa
-
14:18 - 14:21com a trindade de valores
— que descrevi há pouco — -
14:21 - 14:23de sistemas e de capacidades.
-
14:24 - 14:27O que eu quero fazer
é convidar-vos a todos -
14:27 - 14:30para contribuir para este currículo
-
14:30 - 14:32com as histórias, as experiências
-
14:32 - 14:35e os desafios com que todos
temos de viver e de lidar, -
14:35 - 14:38para criar algo poderosamente coletivo.
-
14:39 - 14:41Também quero convidar-vos
para experimentarem -
14:41 - 14:42um simples exercício
-
14:42 - 14:45retirado do início deste currículo.
-
14:45 - 14:48Quero que escrevam uma narrativa,
-
14:48 - 14:51uma narrativa sobre
o futuro da vossa cidade. -
14:51 - 14:54Podem colocar uma data,
como daqui a um ano, -
14:54 - 14:56daqui a cinco anos,
daqui a dez anos,, -
14:56 - 14:58daqui a uma geração.
-
14:58 - 15:01Escrevam-na como um estudo
que olha para o passado, -
15:02 - 15:04que olha para as mudanças
-
15:04 - 15:06que gostavam de ver na vossa cidade,
-
15:06 - 15:08olhando para a causa
que estavam a defender, -
15:08 - 15:11e descrevendo a forma como essa mudança
-
15:11 - 15:14e essa causa acabaram por ter êxito.
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15:15 - 15:18Descrevam os valores que vocês despertaram
-
15:18 - 15:20nos vossos concidadãos
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15:20 - 15:22e o sentido de objetivo moral,
que conseguiram estimular. -
15:23 - 15:25Contem todos os diversos modos
-
15:25 - 15:27como envolveram os sistemas do governo,
-
15:27 - 15:29do comércio,
-
15:29 - 15:31e das instituições sociais,
das organizações de fé, -
15:31 - 15:33dos "media".
-
15:34 - 15:38Façam uma lista com todas
as capacidades que tiveram que usar, -
15:38 - 15:41como negociar, como defender políticas,
-
15:41 - 15:42como formular questões,
-
15:42 - 15:45como manobrar a diversidade em conflito,
-
15:45 - 15:47e todas essas capacidades
que vos permitiram -
15:47 - 15:49conquistar pessoas para esse projeto
-
15:49 - 15:51e ultrapassar a resistência.
-
15:51 - 15:55À medida que forem escrevendo
essa narrativa -
15:55 - 15:58irão descobrindo como ler o poder,
-
15:59 - 16:01e, durante o processo,
como escrever o poder. -
16:04 - 16:06Partilhem o que escrevem,
-
16:06 - 16:08façam o que escrevem,
-
16:08 - 16:10e depois partilhem o que fazem.
-
16:12 - 16:13Convido-vos a partilhar
-
16:13 - 16:15as narrativas que criarem
-
16:15 - 16:18na nossa página do Facebook
da Universidade Cívica. -
16:19 - 16:21Mas tudo isso está nas conversas
-
16:21 - 16:22que temos hoje
-
16:22 - 16:25em todo o mundo,
em todas as reuniões simultâneas -
16:25 - 16:27que estão a ocorrer neste momento,
sobre este tópico, -
16:27 - 16:29e em pensar como podemos passar a ser
-
16:29 - 16:33professores e estudantes do poder,
uns dos outros. -
16:33 - 16:35Se fizermos isso, em conjunto,
-
16:35 - 16:37podemos tornar atraente a educação cívica.
-
16:37 - 16:40Juntos, podemos democratizar
a democracia -
16:40 - 16:43e torná-la novamente segura
para os amadores. -
16:43 - 16:47Juntos, podemos criar
uma grande rede de cidades -
16:47 - 16:50que será o maior e mais
potente laboratório coletivo -
16:50 - 16:53para autogovernação,
que este planeta jamais viu. -
16:53 - 16:56Temos o poder para fazer isso.
-
16:56 - 16:58Muito obrigado.
-
16:58 - 17:01(Aplausos)
- Title:
- Porque é que as pessoas vulgares precisam de entender o poder
- Speaker:
- Eric Liu
- Description:
-
Demasiados americanos são iletrados em poder — o que é o poder, como funciona e porque é que algumas pessoas o possuem. Como resultado, os poucos que percebem realmente o poder exercem uma influência desproporcionada sobre os outros. "Temos que fazer com que a educação cívica seja novamente atrativa," diz o educador cívico Eric Liu. "Tão atrativa como quando era durante a Revolução Americana ou durante o Movimento dos Direitos Cívicos".
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:19
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