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Dando uma voz aos que não podem falar | Robyn White | TEDxCapeTown

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    Nossa voz é a ferramenta mais
    importante e vital na vida.
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    Nós a usamos para expressar
    nossas opiniões,
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    para fazer declarações,
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    para concordar ou discordar,
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    para revelar nossas emoções mais íntimas,
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    para dizer "sim", mas também
    para dizer aquele "não" importante.
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    Nós a usamos para compartilhar
    ideias que merecem ser compartilhadas.
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    Mas e se você não tivesse voz alguma?
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    E se você não tivesse fala?
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    Malala Yousafzai, uma ativista
    de direitos humanos,
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    a pessoa mais jovem a ganhar
    o prêmio Nobel da Paz
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    e que foi vítima de tentativa
    de assassinato pelo Taliban,
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    disse: "Só percebemos a importância
    da voz quando somos silenciados".
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    Em torno de 15% da população mundial
    tem uma deficiência,
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    o que representa um bilhão de pessoas.
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    A África, enquanto continente, tem
    um bilhão de pessoas vivendo nela,
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    é essa a quantidade de pessoas
    que têm uma deficiência.
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    Além disso, 190 milhões de pessoas
    no mundo têm uma deficiência severa,
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    a grande maioria relacionada
    a uma deficiência na comunicação,
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    que afeta o cotidiano delas.
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    O tamanho populacional do Paquistão
    é de 190 milhões de pessoas.
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    É a mesma quantidade.
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    Na África do Sul,
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    200 mil pessoas não conseguem falar.
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    Deixe-me colocar em um contexto.
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    O maior estádio na África no Sul é o FNB
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    e em 2011, 95 mil fãs animados
    encheram aquele estádio
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    para a banda de rock U2.
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    Eu fui parte daquela audiência
    de 95 mil, eram muitas pessoas.
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    Se você tivesse que encher
    esse estádio duas vezes,
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    essa é a quantidade de pessoas
    que não têm voz na África do Sul.
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    Indivíduos com deficiências também são
    quatro vezes mais propensos
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    a serem vítimas de crime, comparado
    aos seus pares não deficientes.
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    E isso é ainda mais preocupante
    em nossos países em desenvolvimento.
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    E se você não pudesse
    contar a um ente querido
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    que algo terrível aconteceu a você,
    como você ter sido estuprado?
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    E se você não pudesse ir
    à delegacia e dar um depoimento
  • 2:24 - 2:25
    e contar a eles o que houve?
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    E se não pudesse contar
    ao assistente social
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    para que ele consiga ajudá-lo
    com a preparação do processo judicial?
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    E se não pudesse contar
    ao juiz o que houve?
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    E se você não pudesse testemunhar?
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    E se você simplesmente
    não tivesse palavras?
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    Como ajudamos esses indivíduos sem voz?
  • 2:44 - 2:47
    Como ajudamos a acabar
    com o silêncio deles?
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    Usamos a CAA: Comunicação
    Ampliada e Alternativa.
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    Vocês podem se perguntar: o que é CAA?
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    A pessoa mais famosa que usa
    CAA é o Dr. Stephen Hawking,
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    o físico reconhecido mundialmente.
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    Ele usa um sensor que é ativado
    por um pequeno músculo na bochecha
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    que fala para o computador dele,
    que em seguida fala por ele.
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    Outra pessoa conhecida é
    o sul-africano Martin Pistorius.
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    Ele também usa seu computador
    com um programa de reprodução de voz.
  • 3:16 - 3:19
    Martin superou muitos desafios
  • 3:19 - 3:22
    e passou a fazer coisas inspiradoras.
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    Ele deu uma palestra TED no ano passado,
    vocês realmente deveriam ver.
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    Deixem-me mostrar rapidamente
    um vídeo da minha colega Constance.
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    Ela está usando CAA
    e o telefone Android dela
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    com um programa para sua voz.
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    (Vídeo)
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    Ser uma vítima de estupro e não ter voz
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    tem muito impacto e pode ser prejudicial
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    pois você pode estar grávida,
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    ou exposta a doenças
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    que podem ser descobertas em um estágio
    posterior ou até mesmo nunca.
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    Robin White: A CAA pode estar na forma
    de um tablet com o programa,
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    pode ser um dispositivo exclusivo
    para fins de comunicação,
  • 4:01 - 4:04
    pode ser língua de sinais,
    como a Hanelle falou,
  • 4:04 - 4:07
    ou pode ser um quadro
    com o alfabeto baseado em figuras.
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    Mas e se a pessoa
    que não tem voz é analfabeta?
  • 4:11 - 4:13
    O Dr. Stephen Hawking e Martin Pistorius
  • 4:13 - 4:16
    sabem ler e escrever, podem
    usar o programa texto-fala.
  • 4:16 - 4:19
    Então, como ajudamos esses indivíduos?
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    Um estudo anterior estima que 90%
    das nossas crianças com deficiência
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    são analfabetas e não
    permanecem na escola.
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    Como as ajudamos?
  • 4:28 - 4:30
    Usamos figuras.
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    Ou, como dizemos em nossa área,
    símbolos gráficos.
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    Atualmente, não há uma língua completa
  • 4:35 - 4:38
    na forma de figuras ou símbolos gráficos.
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    E se pensarmos que uma pessoa,
    em média, tem um vocabulário
  • 4:41 - 4:44
    de 25 mil a 35 mil palavras,
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    dá para imaginar como
    seria uma tarefa colossal
  • 4:46 - 4:49
    tentar e identificar
    figuras para tudo isso.
  • 4:49 - 4:53
    Então, o que fazemos se identificamos
    um vocabulário de contexto específico?
  • 4:53 - 4:57
    Há várias pesquisas que identificam
    vocabulário por contexto
  • 4:57 - 5:00
    e conseguem colocá-lo
    em um quadro de comunicação
  • 5:00 - 5:03
    ou programá-lo em
    um dispositivo de comunicação.
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    Porém, muitas vezes, o vocabulário
    de um contexto importante
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    não é identificado, como ser
    vítima de um crime.
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    Este é um exemplo de quadro
    de comunicação por figuras.
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    Mas permitam-me parar
    e fazer uma pergunta:
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    se você pudesse, em uma figura,
    representar a palavra "estupro",
  • 5:23 - 5:25
    qual seria?
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    Não é tão fácil quanto pensam.
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    É por isso que pessoas como eu
    estão investindo tempo e energia
  • 5:32 - 5:36
    em identificar esse vocabulário
    importante e ligando-o com figuras
  • 5:36 - 5:40
    para que, quando necessário, quando
    uma pessoa é analfabeta e não tem voz,
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    e foi vítima de um crime, ela possa
    se levantar e contar sua história.
  • 5:45 - 5:49
    Nosso trabalho no Centre for Alternative
    and Augmentative Communication
  • 5:49 - 5:50
    na Universidade de Pretoria
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    e atualmente, um projeto significativo
    está sendo desenvolvido
  • 5:54 - 5:56
    para fazer exatamente isso.
  • 5:56 - 5:59
    Atualmente, o que identificamos,
    e esse é um dos exemplos,
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    estamos muito orgulhosos desse trabalho,
    nós identificamos o vocabulário necessário
  • 6:03 - 6:06
    para revelar o crime a um ente querido.
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    O que também estamos fazendo é
    identificar o vocabulário necessário
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    para dar um depoimento à polícia,
    pois sabemos que o depoimento
  • 6:13 - 6:16
    é uma parte crucial da evidência
    quando se vai ao tribunal.
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    Também estamos pesquisando
    e identificando vocabulário necessário
  • 6:19 - 6:22
    durante o processo de preparação
    para a corte com o assistente social.
  • 6:22 - 6:24
    E a minha contribuição foi
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    identificar o vocabulário necessário
    para testemunhar em um julgamento.
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    Aqui estão alguns exemplos:
    [Quem, onde, o quê, quando, como]
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    No ano que vem embarcarei
    na minha jornada ao doutorado,
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    o que eu pretendo fazer
    é pegar todo esse vocabulário,
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    disponibilizá-lo abertamente
    na forma de um kit de ferramentas
  • 6:41 - 6:44
    para que possa ser usado como
    orientação ou modelo prático básico
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    não só para os profissionais jurídicos,
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    mas para as famílias e parceiros
    de comunicação que estão trabalhando
  • 6:50 - 6:54
    para esses indivíduos
    que foram vítimas de crime.
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    A CAA na forma de figuras
    tem a habilidade incrível
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    de dar voz a esses indivíduos.
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    Imagine um mundo onde cada pessoa que não
    pudesse falar tivesse o vocabulário certo
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    e o dispositivo certo
    para conseguir se comunicar.
  • 7:08 - 7:10
    Os riscos de ser vítima de um crime
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    ou vítima reincidente poderiam
    diminuir drasticamente.
  • 7:13 - 7:17
    Vamos parar por um momento
    e pensar nesses 200 mil indivíduos
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    e na grande maioria dos 190 milhões
    de pessoas que vivem no mundo
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    que não podem falar, especificamente
    aqueles que são analfabetos.
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    Se pudéssemos dar a eles
    esse vocabulário vital
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    eles seriam empoderados
    para serem ouvidos e não feridos.
  • 7:34 - 7:35
    Muito obrigada.
  • 7:35 - 7:36
    (Aplausos)
Title:
Dando uma voz aos que não podem falar | Robyn White | TEDxCapeTown
Description:

Pessoas com deficiências de comunicação são frequentemente vítimas reincidentes, já que elas muitas vezes não têm vocabulário ou ferramentes (a voz) para comunicar o que aconteceu a um ente querido ou a um profissional do sistema legal e criminal de justiça. Essa palestra é sobre acabar com o silêncio desses indivíduos que não podem falar e empoderá-los para serem ouvidos e não feridos! Robyn é docente no Centre for Augmentative and Alternative Communication (CAAC) na Universidade de Pretoria. Ela foi recentemente escolhida como membro do Programa de Pesquisa Tuks de Jovens Líderes (Tuks Young Research Leader Programme) para 2016/2017 na Universidade de Pretoria. Atualmente, Robyn está ocupada com o seu doutorado com foco no procedimento de investigação com o qual cidadãos com deficiência precisam lidar dentro do sistema de justiça criminal da África do Sul. Sua paixão começou aos 16 anos, quando começou a trabalhar como voluntária em uma escola para pessoas com necessidades especiais.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
07:44

Portuguese, Brazilian subtitles

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