Dez bilhões de pessoas para o jantar | Nina Fedoroff | TEDxCERN
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0:20 - 0:22Estou aqui para desafiar
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0:22 - 0:26o modo como pensamos
sobre alimento e civilização. -
0:27 - 0:33Vivemos numa grande civilização urbana
inconstante e altamente tecnológica; -
0:34 - 0:39nossos mercados de alimentação
estão com a produção explodindo. -
0:39 - 0:42Nós temos um sistema global fantástico,
-
0:42 - 0:46que traz alimentos de todo o mundo
para aqueles que podem comprá-los -
0:48 - 0:51e aqui está o problema: para
aqueles que podem comprá-los. -
0:53 - 0:57Em 2008, o preço dos alimentos saltou
-
0:57 - 1:02e protestos começaram
em 30 países; governos caíram. -
1:03 - 1:06Na época, eu trabalhava
como consultora de ciência -
1:06 - 1:09para a então Secretária de Estado
dos EUA, Condolezza Rice. -
1:10 - 1:12Ela me pediu para organizar
-
1:12 - 1:16uma reunião de alto-escalão
sobre a crise dos preços dos alimentos. -
1:17 - 1:23O Secretário de Defesa, Bob Gates,
estava lá e entendeu as implicações. -
1:25 - 1:28Nos anos seguintes, os preços
dos alimentos moderaram, -
1:28 - 1:33mas saltaram novamente,
e a "Primavera Árabe" começou. -
1:34 - 1:38(Vídeo) (Repórter) Manifestantes
irritados queimando pneus, -
1:38 - 1:42bloqueando estradas e atacando
a polícia com fogos de artifício -
1:42 - 1:43na capital da Argélia.
-
1:43 - 1:45Eles estão protestando
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1:45 - 1:49contra o aumento do preço
dos alimentos e do desemprego. -
1:49 - 1:52(Árabe) Nós não aceitamos este governo,
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1:52 - 1:57porque nós temos sofrido por dez anos,
mais dez anos virão, e nada mudará. -
1:57 - 1:59(Repórter) Batalhões de choque
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1:59 - 2:02foram enviados para
diversas cidades argelinas -
2:02 - 2:05já que o aumento da tensão traz
ameaça de protestos em massa -
2:05 - 2:08no país norte-africano,
rico em petróleo e gás. -
2:08 - 2:10(Vídeo) (Manifestantes)
O governo está nos humilhando, -
2:10 - 2:13aumentando o preço do açúcar,
temos que pagar aluguel, -
2:13 - 2:17energia elétrica, água, açúcar
e combustível; somos todos pobres. -
2:19 - 2:21Nina Fedoroff: Vocês todos
sabem como isso terminou; -
2:22 - 2:26e se você pensa que isso foi
uma coincidência, veja isso: -
2:27 - 2:30a linhas vermelhas marcam quando
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2:31 - 2:34e as bandeiras marcam onde
o preço dos alimentos aumenta; -
2:37 - 2:39uma ideia amedrontadora.
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2:39 - 2:45Poderia a estabilidade de governos e até
de civilizações ser baseada em alimentos? -
2:47 - 2:53Vamos voltar por um momento
e ver como as civilizações começaram. -
2:54 - 2:58Na maior parte de nossa história
nós éramos caçadores-coletores. -
2:58 - 3:02Nós passávamos nossos dias
juntando e coletando alimentos. -
3:03 - 3:06Então, cerca de 10 ou 20 mil anos atrás,
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3:06 - 3:11nós começamos a adaptar plantas e animais
para melhor servir nossas necessidades, -
3:11 - 3:15e nos estabelecer para
plantar e cuidar de rebanhos. -
3:15 - 3:17Isto, claro, é chamado de agricultura,
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3:17 - 3:21e nos permitiu alimentar mais
do que nós mesmos e nossas famílias. -
3:21 - 3:28Nós pudemos alimentar escrivães,
artesãos, guerreiros e reis. -
3:28 - 3:32Estas são cenas de uma tumba
egípcia de 3 mil anos. -
3:33 - 3:36Cidades e civilizações floresceram.
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3:36 - 3:42Estou dizendo simplesmente que:
toda a civilização humana surgiu -
3:42 - 3:46porque aprendemos a produzir
alimentos excedentes. -
3:46 - 3:52Por milênios, civilizações
surgiram e caíram, -
3:52 - 3:55durando, em grande parte,
até que a terra deixasse de ser fértil -
3:55 - 3:59ou até que vizinhos invadissem
por não terem mais terras férteis. -
4:01 - 4:05Até mesmo durante a virada do século 18,
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4:08 - 4:11Thomas Malthus nos disse que fomos
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4:11 - 4:14condenados pela fome e pelos conflitos
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4:14 - 4:16porque nós crescemos mais rápido
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4:17 - 4:19do que nossa capacidade
de produzir alimento. -
4:19 - 4:22Se Malthus pensou
que o jogo já estava perdido -
4:22 - 4:26quando éramos apenas 1 bilhão na Terra,
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4:26 - 4:28como chegamos aos 7 bilhões de hoje?
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4:29 - 4:33Pois era naquele momento
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4:33 - 4:37em que Malthus escrevia
suas premonições sombrias -
4:37 - 4:41que a ciência começou a entrar
seriamente na agricultura. -
4:42 - 4:44Pelos próximos dois séculos,
-
4:45 - 4:50três inovações-chave
transformaram a agricultura. -
4:51 - 4:54Elas foram: o fertilizante sintético,
-
4:54 - 4:58a genética e o motor de combustão interna.
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5:00 - 5:05Estas três inovações iniciaram
as mais profundas mudanças -
5:05 - 5:09em toda a civilização humana.
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5:13 - 5:17Plantas fazem algo extraordinário:
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5:18 - 5:22elas fazem açúcar a partir
da água contida no ar; -
5:22 - 5:25bem, por meio do dióxido
de carbono contido no ar. -
5:25 - 5:27Nós também precisamos de nitrogênio,
-
5:27 - 5:30mas a maioria das plantas não pode
utilizar o nitrogênio atmosférico. -
5:30 - 5:36Esterco contém nitrogênio
nos tipos certos de componentes, -
5:36 - 5:40e, claro, vem sendo utilizado há muito
tempo para fertilizar plantações. -
5:41 - 5:45O problema é que não há
muito nitrogênio no esterco, -
5:45 - 5:49assim, muito esterco é necessário
para fertilizar plantações -
5:49 - 5:53e, claro, você tem que alimentar
os animais que produzem o esterco. -
5:53 - 5:57Há cerca de um século,
Fritz Haber e Carl Bosch descobriram -
5:57 - 6:03como converter nitrogênio da atmosfera
em componentes que plantas podem usar. -
6:03 - 6:07Isso é produzido em fábricas enormes
ao redor de todo o mundo hoje. -
6:08 - 6:10E ainda temos a genética.
-
6:10 - 6:16Este é o ganhador do Prêmio Nobel,
Norman Borlaug, pai da Revolução Verde, -
6:16 - 6:20que colocou os populosos países
asiáticos praguejados pela fome -
6:20 - 6:22no caminho para sair da pobreza.
-
6:23 - 6:25O que você não deve saber
-
6:25 - 6:29é que a Revolução Verde
foi baseada em mutações; -
6:29 - 6:31mudanças genéticas
que permitiram às plantas -
6:32 - 6:35usarem fertilizantes de nitrogênio
-
6:35 - 6:39com eficiência, duplicando
e triplicando a produção. -
6:41 - 6:46A modificação genética, GM;
hoje nós a condenamos, -
6:46 - 6:48voltarei a falar sobre isso.
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6:49 - 6:51E ainda temos o motor
de combustão interna: -
6:51 - 6:53por grande parte da nossa história,
-
6:54 - 6:59agricultura era um trabalho árduo
que ocupava a maioria das pessoas. -
7:00 - 7:04A população permaneceu amplamente
agrária mesmo em países desenvolvidos, -
7:04 - 7:07até bem adentro do século 20.
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7:09 - 7:14Enquanto máquinas gradualmente
tomaram conta da tarefa, -
7:14 - 7:18necessitando menos gente
para produzir mais alimentos; -
7:18 - 7:20pessoas encheram as cidades,
-
7:20 - 7:24que se tornaram centros
de inovação e colaboração; -
7:25 - 7:31movida pela tecnologia,
a produção de riqueza se acelerou, -
7:31 - 7:36nos dando todas as máquinas,
aparelhos e confortos da vida moderna, -
7:36 - 7:38até mesmo a internet e ainda o Twitter.
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7:40 - 7:42O que nos aguarda no futuro?
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7:43 - 7:47Malthus estava completamente errado
por ter desconsiderado a ciência? -
7:48 - 7:49Existem limites
-
7:51 - 7:55de quanto e para quantas
pessoas a planta pode prover? -
7:56 - 7:59A mudança do clima ajuda ou atrapalha?
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7:59 - 8:01Vejamos alguns indicadores:
-
8:02 - 8:04o crescimento da população
está desacelerando, -
8:04 - 8:09mas possivelmente não irá
parar com menos de 10 bilhões; -
8:09 - 8:11provavelmente aumentará ainda mais.
-
8:13 - 8:17Enquanto a tecnologia empodera países
e mais países para saírem da pobreza, -
8:17 - 8:21as pessoas querem comer mais carne;
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8:21 - 8:27mudar de uma dieta baseada em grãos para
uma baseada em carne requer mais grãos; -
8:28 - 8:33produzir mais grãos requer
mais terra, que já não existe mais. -
8:34 - 8:37De fato, nós estamos
perdendo terra mais rápido -
8:37 - 8:42para urbanização, salinização
e desertificação do que adicionando. -
8:42 - 8:45Se nós não fizermos algo diferente,
-
8:45 - 8:47voltaremos a Malthus em nossa geração;
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8:47 - 8:53bem, talvez não na minha,
mas certamente na de vocês e seus filhos. -
8:56 - 8:58E ainda temos a mudança climática.
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8:58 - 9:04A maioria de nossos alimentos e plantações
crescem melhor em temperaturas próximas -
9:04 - 9:06do que você e eu achamos confortável.
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9:06 - 9:10Deixe-me chamar sua atenção
para este verão superquente de 2003 -
9:10 - 9:13que muitos de vocês vivenciaram.
-
9:13 - 9:18Ele foi apenas três graus acima
da média para o século passado, -
9:19 - 9:24mas a produção agrária
declinou cerca de 30%. -
9:24 - 9:30Pense nisso: isto passará a ser
um verão médio em poucas décadas, -
9:31 - 9:34e um verão ameno até o fim do século.
-
9:37 - 9:39E ainda temos a água.
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9:39 - 9:42A agricultura mais produtiva é a irrigada
-
9:42 - 9:45e a fonte mais estável de água
vem de camadas profundas, -
9:45 - 9:47certamente de aquíferos fósseis.
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9:48 - 9:52Estas fontes estão se esgotando
mais e mais rápido ao redor do mundo. -
9:54 - 9:56Não são bons indicadores.
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9:57 - 10:03Eu acho que nosso passado bem-sucedido
e a explosão do mercado de alimentos -
10:04 - 10:10levou muitos cidadãos urbanos a pensar
que Malthus faz parte da história antiga; -
10:11 - 10:14mas Norman Borlaug pensou o contrário.
-
10:15 - 10:18Em seu discurso do Prêmio Nobel ele disse:
-
10:18 - 10:23"Nós estamos na maré alta agora,
mas logo virá a maré baixa -
10:23 - 10:27se nos tornarmos complacentes
e relaxarmos nossos esforços". -
10:27 - 10:29E isso é exatamente
o que acabamos de fazer. -
10:29 - 10:34Terceirizamos nossos investimentos
em pesquisa de agricultura, -
10:34 - 10:39deixando o trabalho primeiramente
para os gigantes do agronegócio. -
10:39 - 10:42E nós ainda criticamos estas
empresas - veja a Monsanto. -
10:42 - 10:47Nós somos levados pela noção
de alimento orgânico por ser mais natural; -
10:47 - 10:48não seja seduzido.
-
10:49 - 10:53O fator primário da produção orgânica
é a proibição do fertilizante sintético, -
10:54 - 10:56mas apenas esterco não será suficiente.
-
10:56 - 11:00Se o mundo inteiro
consumisse orgânicos amanhã, -
11:00 - 11:04nós poderíamos alimentar
metade da população atual. -
11:05 - 11:09Então, podemos alimentar
10 bilhões de pessoas? -
11:10 - 11:12Eu acho que podemos,
-
11:12 - 11:16mas temos que pensar
e agir de modo diferente. -
11:17 - 11:22Agricultura é um sistema complexo
de água, energia, nutrientes químicos, -
11:22 - 11:25meio ambiente e, claro, pessoas;
-
11:27 - 11:31temos que otimizar este sistema
como um todo e torná-lo mais sustentável. -
11:32 - 11:35Fácil de dizer, mas difícil de fazer.
-
11:36 - 11:38Deixe-me dar alguns exemplos específicos:
-
11:38 - 11:40precisamos aumentar a produção
-
11:41 - 11:45nas terras onde já cultivamos
utilizando menos água. -
11:45 - 11:51Uma de muitas contribuições seria mover
plantações de alto valor para dentro. -
11:51 - 11:55Esta é uma estufa moderna
no Sul da Califórnia; -
11:55 - 11:57tomates estão crescendo
em cabos esticados para cima, -
11:57 - 12:02produzindo de cinco até dez
vezes mais do que a céu aberto, -
12:02 - 12:07até 100 quilos por metro quadrado ao ano,
-
12:07 - 12:10utilizando até um décimo
da água normalmente utilizada. -
12:11 - 12:15Podemos construir estufas
em topos de prédios nas cidades, -
12:17 - 12:19e até mesmo no deserto,
com algumas adaptações, -
12:20 - 12:22mas não cultivamos grãos
debaixo de tetos de vidro. -
12:24 - 12:27Hoje, produtores distribuem
-
12:27 - 12:31100 milhões de toneladas
de fertilizante químico -
12:31 - 12:34em suas plantações todo ano.
-
12:34 - 12:38Muito disso vaza e polui
nossos córregos, matando-os; -
12:38 - 12:42encontrar um modo de distribuir nutrientes
precisamente onde eles são necessários, -
12:42 - 12:46exatamente onde são necessários
é um dos desafios do futuro. -
12:46 - 12:49Aqui está um sistema
chamado fertirrigação. -
12:49 - 12:53Podemos ver que os nutrientes na água
vão direto para as raízes sob a terra, -
12:53 - 12:55mas tem muito mais para ser feito.
-
12:56 - 12:58Ainda temos os inseticidas.
-
12:58 - 13:02Utilizamos cerca de 453 mil
toneladas globalmente -
13:02 - 13:06para matar pragas como essa larva,
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13:06 - 13:09mas matamos também insetos benéficos.
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13:09 - 13:13Rachel Carson, autora de "Silent Spring",
-
13:14 - 13:16que iniciou o movimento
pelo meio ambiente, -
13:16 - 13:18sonhou com um tempo
-
13:18 - 13:22em que faríamos isso biologicamente,
em vez de utilizarmos químicos tóxicos. -
13:22 - 13:26Agora, nós podemos:
veja este milho chamado "BT". -
13:26 - 13:30Similar a qualquer outro milho,
mas contendo um gene extra, -
13:30 - 13:35retirado de uma bactéria segura usada
como pesticida por produtores orgânicos -
13:35 - 13:39e inserido diretamente
no genoma da planta. -
13:40 - 13:44Esta é a modificação genética moderna, GM:
-
13:44 - 13:48a planta produz uma proteína bacteriana
-
13:48 - 13:54que afeta apenas os insetos
que se alimentam da planta; -
13:54 - 13:58o uso de inseticida caiu
muito em todo o mundo -
13:58 - 14:02com o uso dessas plantas,
com essas plantações; -
14:03 - 14:07insetos benéficos crescem
e o custo dos produtores cai, -
14:07 - 14:10mas ainda existe muito mais
que pode ser feito. -
14:10 - 14:14Podemos aguardar por plantações
que podem enfrentar secas, -
14:14 - 14:19que usam nitrogênio com mais
eficiência para tolerar o calor, -
14:19 - 14:23e elas são, francamente,
mais nutritivas para nós, -
14:24 - 14:25mas,
-
14:27 - 14:32as atuais plantas
geneticamente modificadas -
14:32 - 14:35são aquelas que recebem o nome de "GMO",
-
14:35 - 14:37e este é um termo amedrontador.
-
14:37 - 14:40Pesquise no Google e ficará surpreso:
-
14:41 - 14:45GMOs levaram a culpa pelo
suicídio de agricultores na Índia, -
14:45 - 14:49por tumores em ratos e por todo
tipo de doenças humanas, -
14:49 - 14:54do autismo à obesidade,
da infertilidade ao câncer. -
14:56 - 14:57Assustador.
-
14:59 - 15:01Felizmente, nada disso é verdade.
-
15:03 - 15:07E mais, depois de 25 anos
de pesquisa governamental, -
15:07 - 15:10a UE publicou um relatório,
-
15:11 - 15:15resumindo 25 anos de pesquisa,
-
15:15 - 15:18que custou mais de 300 milhões de euros,
-
15:19 - 15:25para dizer apenas que a modificação
das plantas por técnicas de GM -
15:25 - 15:30não é mais perigosa do que a modificação
feita por outras técnicas. -
15:31 - 15:34Mas as guerras contra os GMO continuam,
-
15:35 - 15:40incendiadas por fofocas eletrônicas,
-
15:40 - 15:44por organizações que exploram
o medo ao GM por lucro: -
15:45 - 15:49o medo vende melhor do que fatos.
-
15:51 - 15:55Trabalho importante sobre GM
tem sido destruído mundo afora, -
15:55 - 16:00como este trabalho com o arroz dourado,
que é enriquecido com vitamina A. -
16:02 - 16:04Eu mesma fui alvo,
-
16:04 - 16:09abusada verbalmente, sujeita
a intermináveis e-mails de ódio, -
16:09 - 16:12tendo até mesmo escapado,
por pouco, de ataque físico -
16:12 - 16:15tudo porque eu continuo tentando explicar
-
16:15 - 16:20a ciência e o sentido por trás
dessa revolução fantástica. -
16:22 - 16:25Estamos chegando a um ponto de virada;
-
16:26 - 16:32esperamos 10 bilhões de pessoas
para o jantar num futuro não tão distante. -
16:35 - 16:40O modo pelo qual atingiremos a demanda
por alimento transformará a civilização. -
16:42 - 16:47Continuaremos a ignorar fatos e a manter
sistemas de crença baseados no medo, -
16:48 - 16:52com o combustível da instabilidade
social baseada na pobreza, -
16:53 - 16:57incendiando e consumindo
nossa civilização? -
16:59 - 17:05Ou seremos capazes de desenvolver,
testar e realmente usar novas tecnologias? -
17:08 - 17:13Seremos capazes de tomar consciência
do conhecimento das nossas civilizações -
17:13 - 17:15ao qual todos aspiramos?
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17:17 - 17:20Teremos sabedoria para investir
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17:20 - 17:25nas inovações científicas e tecnológicas
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17:27 - 17:29que podem trazer a todos sustento,
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17:30 - 17:32um lugar à mesa
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17:32 - 17:34e o suficiente para comer?
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17:35 - 17:36Eu acredito que podemos.
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17:38 - 17:39Faremos isso?
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17:40 - 17:42Eu não sei.
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17:42 - 17:44Obrigada.
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17:44 - 17:45(Aplausos)
- Title:
- Dez bilhões de pessoas para o jantar | Nina Fedoroff | TEDxCERN
- Description:
-
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
A população mundial tem estimativa de alcançar 10 bilhões de pessoas num futuro próximo. Como poderemos alimentar tantos indivíduos com os recursos que temos hoje? Nina Fedoroff nos dá uma visão do que é necessário, destacando o papel importante que a ciência tem desempenhado no desenvolvimento de alimentos e da agricultura durante toda a história humana e as soluções por ela oferecidas.
Dentre as pesquisas de interesse de Nina Fedoroff estão a bioquímica do microRNA em seu processamento e transposição para a configuração do efeito estufa em ambientes quentes e úmidos. Todavia, ela é mais conhecida por seu trabalho pioneiro em transposões (elementos de transposição). Com PhD pela Universidade Rockefeller, ela é uma professora "Evan Pugh" da Universidade do Estado da Pensilvânia. Medalha Nacional de Ciência em 2006, ela serviu como assessora para Ciência e Tecnologia na Secretaria de Estado dos EUA e como administradora da USAID.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 17:56
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