Uma ideia nova para limpar os derrames de petróleo
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0:01 - 0:03No oceano,
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0:03 - 0:04o que há em comum
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0:04 - 0:06entre o petróleo,
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0:06 - 0:08o plástico
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0:08 - 0:10e a radioatividade?
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0:12 - 0:15Na linha de cima, temos
o derrame de petróleo da BP: -
0:15 - 0:17milhões de barris de petróleo a jorrar
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0:17 - 0:18no Golfo do México.
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0:18 - 0:20Na linha do meio,
temos milhões de toneladas -
0:20 - 0:23de resíduos de plástico
a acumularem-se no nosso oceano. -
0:23 - 0:26Na terceira linha temos
a fuga de material radioativo -
0:26 - 0:28na central nuclear de Fukushima,
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0:28 - 0:30no Oceano Pacífico.
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0:31 - 0:34Estes três grandes problemas têm em comum
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0:34 - 0:37o facto de terem sido criados pelo homem
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0:37 - 0:39mas serem controlados
por forças da Natureza. -
0:40 - 0:43Isto devia fazer-nos sentir muito mal,
terrivelmente mal, -
0:43 - 0:45mas igualmente devia dar-nos esperança,
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0:45 - 0:48porque, se temos o poder
para criar estes problemas, -
0:48 - 0:50então devemos ter também o poder
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0:50 - 0:51para remediar estes problemas.
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0:51 - 0:54Mas... e as forças da Natureza?
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0:54 - 0:56É sobre isso que vos quero falar hoje,
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0:56 - 0:58sobre como podemos usar
as forças da Natureza -
0:58 - 1:01para remediar estes problemas
criados pelo homem. -
1:03 - 1:05Quando ocorreu
o derrame de petróleo da BP, -
1:05 - 1:08eu estava a trabalhar no MIT,
e era responsável pelo desenvolvimento -
1:08 - 1:11de uma tecnologia de limpeza
de derrames de petróleo. -
1:11 - 1:13Tive a oportunidade
de ir ao Golfo do México, -
1:13 - 1:15encontrar-me com alguns pescadores
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1:15 - 1:18e ver as condições terríveis
em que trabalhavam. -
1:18 - 1:21Usavam-se mais de 700 destes barcos,
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1:21 - 1:23que são barcos de pesca adaptados
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1:23 - 1:25com absorventes de petróleo — a branco —
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1:25 - 1:28e contentores de petróleo
— a cor de laranja — -
1:28 - 1:31mas eles recolhiam apenas
3% do petróleo existente à superfície. -
1:31 - 1:34A saúde dos que procediam à limpeza
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1:34 - 1:35ficava muito seriamente afetada.
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1:35 - 1:38Eu estava a trabalhar no MIT
numa tecnologia muito interessante, -
1:38 - 1:41mas tratava-se de uma visão
de muito longo prazo -
1:41 - 1:43sobre como desenvolver uma tecnologia,
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1:43 - 1:45que ia ser uma tecnologia muito cara,
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1:45 - 1:47e, além disso, ia ser patenteada.
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1:47 - 1:51Por isso, quis trabalhar nalguma coisa
que pudéssemos desenvolver -
1:51 - 1:54muito rapidamente, que fosse barata,
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1:54 - 1:55e em código aberto
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1:55 - 1:56— porque os derrames de petróleo
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1:56 - 1:59não estão a acontecer
só no Golfo do México — -
1:59 - 2:01e que usasse energias renováveis.
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2:01 - 2:05Então, deixei o meu emprego de sonho,
mudei-me para Nova Orleães, -
2:05 - 2:08e continuei a estudar
os derrames de petróleo. -
2:08 - 2:11Na altura, estavam a usar
aqueles pequenos barcos de pesca. -
2:11 - 2:14Iam desenhando linhas limpas
num oceano de sujeira. -
2:15 - 2:17Se usarmos a mesma
quantidade de superfície -
2:17 - 2:19de absorvente de petróleo,
-
2:19 - 2:21prestarmos atenção
aos padrões da Natureza, -
2:21 - 2:25e avançarmos contra o vento,
podemos recolher muito mais material. -
2:25 - 2:27Se multiplicarmos o equipamento,
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2:27 - 2:29se multiplicamos as camadas
de absorvente que usamos, -
2:29 - 2:31recolhemos muito mais.
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2:31 - 2:34Mas é extremamente difícil
mover os absorventes de petróleo -
2:34 - 2:37contra os ventos,
as correntes de superfície e as ondas. -
2:37 - 2:39São forças tremendas.
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2:39 - 2:41A ideia muito simples que tivemos
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2:41 - 2:44foi usar a antiga técnica
de navegar à bolina, -
2:44 - 2:46para capturar ou intercetar o petróleo
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2:46 - 2:50que flutua, empurrado pelo vento.
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2:50 - 2:51Isto não implicou qualquer invenção.
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2:51 - 2:53Pegámos num simples barco de pesca
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2:53 - 2:55e tentámos puxar uma coisa
muito longa e pesada. -
2:55 - 2:58Mas, ao navegar à bolina,
de um lado para o outro, -
2:58 - 3:00perdíamos duas coisas:
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3:00 - 3:02perdíamos força de arrasto e direção.
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3:03 - 3:04Então, pensei:
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3:04 - 3:06"E se simplesmente
passássemos o leme da traseira -
3:06 - 3:08"para a parte da frente do barco,
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3:08 - 3:10"será que teríamos um controlo melhor?"
-
3:10 - 3:13Então, construí este pequeno robô à vela
com o leme à frente, -
3:13 - 3:15e tentei puxar uma coisa
muito longa e pesada, -
3:15 - 3:19um objeto com 4 m de comprimento.
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3:19 - 3:22Fiquei surpreendido com o facto de,
com um leme de apenas 14 cm, -
3:22 - 3:24conseguir controlar 4 m de absorvente.
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3:24 - 3:28Fiquei tão feliz que continuei
a brincar com o robô. -
3:28 - 3:31E, como veem, o robô tem
um leme aqui à frente. -
3:32 - 3:34Normalmente, está na parte de trás.
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3:34 - 3:36Brincando, compreendi
que a capacidade de manobra disto -
3:36 - 3:38era realmente espantosa.
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3:38 - 3:40Conseguia evitar um obstáculo
no último segundo. -
3:40 - 3:42Mais manobrável do que um barco normal.
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3:42 - 3:44Então, comecei a publicar na Internet.
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3:44 - 3:46Alguns amigos da Coreia
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3:46 - 3:49começaram a interessar-se pelo assunto,
e fizemos um barco -
3:49 - 3:51que tem um leme à frente e um leme atrás.
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3:51 - 3:53Começámos a interagir com isto,
-
3:53 - 3:54que melhorou ligeiramente,
-
3:54 - 3:57embora fosse muito pequeno
e um pouco desequilibrado. -
3:57 - 3:58Mas pensámos:
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3:58 - 4:00"E se tivermos mais de
dois pontos de controlo? -
4:00 - 4:02"Se o barco se tornar
num ponto de controlo? -
4:02 - 4:04"Se o barco mudar de forma?"
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4:05 - 4:07(Aplausos)
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4:07 - 4:08Muito obrigado.
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4:08 - 4:09(Aplausos)
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4:09 - 4:11Foi assim que começou o Protei,
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4:11 - 4:12o primeiro barco da história
-
4:12 - 4:16que mudava totalmente a forma do casco
de forma a controlar o barco. -
4:16 - 4:18As propriedades de navegação
que conseguimos -
4:18 - 4:21são muito superiores, comparadas
com as de um barco normal. -
4:21 - 4:24Quando viramos, sentimo-nos como a surfar.
-
4:24 - 4:28A maneira como navega
contra o vento é muito eficaz. -
4:28 - 4:31Isto é a baixa velocidade,
vento de baixa velocidade, -
4:31 - 4:33e a capacidade de manobra é muito maior.
-
4:33 - 4:35Aqui vou fazer uma pequena brincadeira.
-
4:35 - 4:38Vejam a posição da vela.
-
4:38 - 4:40O que acontece é que,
dado que o barco muda de forma, -
4:40 - 4:43a posição da vela da frente
e da vela principal -
4:43 - 4:44são diferentes em relação ao vento.
-
4:44 - 4:47Estamos a apanhar o vento
de ambos os lados. -
4:47 - 4:48É mesmo isso que pretendemos
-
4:48 - 4:50se queremos puxar uma coisa
longa e pesada. -
4:50 - 4:53Não queremos perder
poder de arrasto, nem direção. -
4:53 - 4:57Então, eu queria saber se era possível
fabricar isto a um nível industrial. -
4:57 - 4:59Assim, fizemos um barco grande,
com uma vela grande, -
4:59 - 5:02e com um casco muito leve, insuflável,
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5:02 - 5:03com uma pegada muito pequena,
-
5:03 - 5:07de forma a termos uma relação
tamanho/potência muito grande. -
5:07 - 5:10Depois, queríamos ver se conseguíamos
-
5:10 - 5:12implementar isto e automatizar o sistema.
-
5:12 - 5:14Usámos o mesmo sistema
mas acrescentámos-lhe -
5:14 - 5:16uma estrutura de modo
a podermos ativar a máquina. -
5:16 - 5:19Então, usámos o mesmo sistema insuflável,
-
5:19 - 5:22e levámos o barco para testes.
-
5:22 - 5:23Isto aconteceu na Holanda.
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5:23 - 5:26Fizemos testes na água,
sem qualquer pele ou lastro, -
5:26 - 5:28só para ver como funcionava.
-
5:28 - 5:32Depois montámos uma câmara
para o controlarmos, -
5:32 - 5:34mas depressa vimos que precisaríamos
-
5:34 - 5:36de muito mais peso no fundo.
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5:36 - 5:38Tivemos que levá-lo
outra vez para o laboratório. -
5:38 - 5:40Colocámos-lhe uma pele à volta,
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5:40 - 5:43pusemos baterias, controlos remotos,
-
5:43 - 5:44e depois colocámo-lo na água,
-
5:44 - 5:48deixámo-lo navegar
e vimos como funcionava. -
5:48 - 5:51Deixámos alguma corda de fora
e esperámos que funcionasse. -
5:51 - 5:54E funcionou bem, mas ainda
estava longe de estar terminado. -
5:54 - 5:57O nosso pequeno protótipo
deu-nos uma boa perceção -
5:57 - 5:59de que estava a funcionar muito bem,
-
5:59 - 6:01mas ainda precisávamos
de trabalhar bastante nele. -
6:02 - 6:04Estamos a fazer uma evolução acelerada
-
6:04 - 6:06da tecnologia de navegação à vela.
-
6:06 - 6:08Passámos de um leme atrás
para um leme na frente, -
6:08 - 6:10para dois lemes, para múltiplos lemes,
-
6:10 - 6:12para um barco que muda de forma,
-
6:12 - 6:14e, quanto mais avançamos,
-
6:14 - 6:18mais o "design" parece simples e querido.
-
6:18 - 6:20(Risos)
-
6:20 - 6:22Mas eu queria
mostrar-vos um peixe porque... -
6:22 - 6:26— de facto, é muito diferente de um peixe.
-
6:26 - 6:30Um peixe move-se porque se contorce assim,
-
6:30 - 6:33mas o nosso barco
ainda é impulsionado pelo vento, -
6:33 - 6:35e o casco controla a trajetória.
-
6:35 - 6:39Portanto, trouxe-vos
— pela primeira vez no palco TED — -
6:39 - 6:40o Protei Número Oito.
-
6:40 - 6:43Não é o último, mas é bom
para fazer demonstrações. -
6:43 - 6:45A primeira coisa, como mostro no vídeo,
-
6:45 - 6:49é que podemos ser capazes
de controlar melhor -
6:49 - 6:51a trajetória de um barco à vela,
-
6:51 - 6:54ou podemos ser capazes
de nunca ficar imobilizados, -
6:54 - 6:56nunca enfrentar o vento.
-
6:56 - 6:58Podemos sempre apanhar
o vento de ambos os lados. -
6:58 - 7:01Quanto às novas propriedades
de um barco à vela, -
7:01 - 7:04se olharem para o barco deste lado,
-
7:04 - 7:07pode lembrar-vos o perfil de um avião.
-
7:07 - 7:09Quando estamos
a deslocar-nos nesta direção, -
7:09 - 7:12um avião começa a elevar-se,
e é assim que levanta voo. -
7:12 - 7:14Mas, se estivermos
a adotar o mesmo sistema -
7:14 - 7:16e o colocarmos na vertical,
estamos a dobrar, -
7:16 - 7:18e se o movermos assim para a frente,
-
7:18 - 7:21o nosso instinto dir-nos-á
que podemos ir assim. -
7:21 - 7:23Mas, se nos deslocarmos
bastante depressa, -
7:23 - 7:25podemos criar o que chamamos
elevação lateral, -
7:25 - 7:28de modo a afastarmo-nos
ou aproximarmo-nos do vento. -
7:28 - 7:31Outra propriedade é esta:
-
7:31 - 7:34um barco à vela normal
tem um patilhão aqui -
7:34 - 7:36e um leme atrás.
-
7:36 - 7:38São estas duas coisas
que criam a maior parte -
7:38 - 7:41da resistência e turbulência
atrás do barco. -
7:41 - 7:44Mas como este não tem
nem patilhão, nem leme, -
7:44 - 7:48esperamos que, se continuarmos
a trabalhar neste projeto de casco, -
7:48 - 7:50consigamos melhorar
e ter menor resistência. -
7:50 - 7:52Outra coisa é que
a maior parte dos barcos, -
7:52 - 7:55quando atingem uma certa velocidade
e navegam nas ondas, -
7:55 - 7:57começam a bater na superfície da água,
-
7:57 - 8:01e perde-se muita da energia para avançar.
-
8:01 - 8:03Mas, se formos com a corrente,
-
8:03 - 8:05se prestarmos atenção aos padrões naturais
-
8:05 - 8:06em vez de tentarmos ser fortes,
-
8:06 - 8:08se formos com a corrente,
-
8:08 - 8:12podemos absorver muitos
ruídos ambientais, a energia da onda, -
8:12 - 8:15de forma a pouparmos alguma energia
para avançarmos. -
8:17 - 8:19Com efeito, podemos
ter desenvolvido uma tecnologia -
8:19 - 8:22que é muito eficaz
para puxar algo longo e pesado, -
8:22 - 8:25mas a ideia é a seguinte:
-
8:25 - 8:28para que serve a tecnologia
se não for parar às mãos certas? -
8:28 - 8:31Normalmente, a tecnologia
ou a inovação surgem assim: -
8:31 - 8:34alguém tem uma ideia interessante,
-
8:34 - 8:36um cientista ou engenheiro qualquer
-
8:36 - 8:39leva a ideia ao patamar seguinte,
criando uma teoria acerca dela -
8:39 - 8:40e patenteando-a, talvez.
-
8:40 - 8:43Depois uma empresa industrial
celebra um contrato de exclusividade -
8:43 - 8:45para fabricar e vender o produto.
-
8:45 - 8:47Depois, um comprador
acabará por comprá-lo -
8:47 - 8:50e, esperamos, dar-lhe um bom uso.
-
8:50 - 8:54O que realmente queremos é que
esta inovação aconteça continuamente. -
8:54 - 8:55O inventor, os engenheiros,
-
8:55 - 8:57e também os fabricantes,
-
8:57 - 8:59todos trabalham ao mesmo tempo.
-
8:59 - 9:00Mas isso seria estéril
-
9:00 - 9:04se acontecesse num processo
paralelo e dissociado. -
9:04 - 9:07Não queremos um desenvolvimento
sequencial, paralelo. -
9:07 - 9:08Queremos ter uma rede de inovação.
-
9:08 - 9:11Queremos que todos,
tal como estamos a fazer agora, -
9:11 - 9:12trabalhem ao mesmo tempo.
-
9:12 - 9:15Isso só pode acontecer
se estas pessoas, em conjunto, -
9:15 - 9:18decidirem partilhar a informação.
-
9:18 - 9:21É exatamente nisso
que consiste o "hardware" aberto. -
9:21 - 9:24É substituir a competição
pela colaboração. -
9:24 - 9:28É transformar qualquer novo produto
num novo mercado. -
9:29 - 9:30O que é o "hardware" aberto?
-
9:30 - 9:32O "hardware" aberto é uma licença.
-
9:32 - 9:35É apenas uma configuração
da propriedade intelectual. -
9:35 - 9:39Significa que todos podem usar,
modificar e distribuir livremente -
9:39 - 9:42e, em contrapartida,
apenas pedimos duas coisas: -
9:42 - 9:44que o nome seja creditado
— o nome do projeto — -
9:44 - 9:46e também que as pessoas que o aperfeiçoam
-
9:46 - 9:48o partilhem com a comunidade.
-
9:48 - 9:50Trata-se de uma condição muito simples.
-
9:50 - 9:53Comecei este projeto sozinho,
numa garagem em Nova Orleães. -
9:53 - 9:56Depois, decidi publicar
e partilhar esta informação, -
9:56 - 9:57e fiz um "kickstarter",
-
9:57 - 9:59que é uma plataforma
de financiamento coletivo. -
9:59 - 10:02Em cerca de um mês
conseguimos 30 000 dólares. -
10:02 - 10:05Com este dinheiro, contratei
uma equipa de jovens engenheiros -
10:05 - 10:07de todo o mundo, e alugámos uma fábrica
-
10:07 - 10:10em Roterdão, na Holanda.
-
10:10 - 10:13Aprendíamos uns com os outros,
concebíamos projetos, -
10:13 - 10:15fazíamos coisas, construíamos protótipos,
-
10:15 - 10:18mas, mais importante ainda,
testávamos os protótipos na água, -
10:18 - 10:20o mais frequentemente possível,
-
10:20 - 10:23para falharmos o mais depressa possível
e daí tirarmos lições. -
10:23 - 10:25Este é um orgulhoso membro
do Protei, da Coreia. -
10:25 - 10:28Do lado direito, temos um projeto
com vários mastros, -
10:28 - 10:30proposto por uma equipa do México.
-
10:30 - 10:33Esta ideia agradou muito
a Gabriella Levine, em Nova Iorque, -
10:33 - 10:37que decidiu construir
um protótipo desta ideia -
10:37 - 10:39e que documentou cada etapa do processo.
-
10:39 - 10:41Publicou-as no Instructables,
-
10:41 - 10:44que é um "site" na Internet
para partilha de invenções. -
10:44 - 10:45Menos de uma semana depois,
-
10:45 - 10:49— esta é uma equipa de uma escola
de engenharia em Eindhoven — -
10:49 - 10:52construíram isto,
mas acabaram por publicar -
10:52 - 10:53um projeto simplificado.
-
10:53 - 10:55Também fizeram isto no Instructable.
-
10:55 - 10:58Em menos de uma semana
tiveram quase 10 000 visualizações -
10:58 - 11:00e conseguiram muitos amigos novos.
-
11:00 - 11:02Também estamos a trabalhar
numa tecnologia mais simples, -
11:02 - 11:04não tão complexa, com gente mais nova
-
11:04 - 11:06e também gente mais velha,
-
11:06 - 11:08como este dinossauro, que é do México.
-
11:08 - 11:09(Risos)
-
11:09 - 11:12Agora o Protei é uma rede
de trabalho internacional -
11:12 - 11:15de inovação para venda de tecnologia,
-
11:15 - 11:17usando este casco que muda de forma.
-
11:17 - 11:20O que nos junta é o facto
de termos uma compreensão comum -
11:20 - 11:23ou, pelo menos, global,
-
11:23 - 11:26do que é a palavra "negócio",
ou do que deveria ser. -
11:26 - 11:29Isto é como a maior parte
trabalha hoje em dia. -
11:29 - 11:30O negócio, como de costume, diz:
-
11:30 - 11:32"O mais importante é obter grandes lucros.
-
11:32 - 11:35"Vocês vão usar a tecnologia
com essa finalidade. -
11:35 - 11:38"As pessoas serão a vossa
força de trabalho, instrumentalizada. -
11:38 - 11:40"O ambiente é geralmente
a última prioridade". -
11:40 - 11:44É apenas uma maneira de dizer
"ecobranqueiem o vosso público", -
11:44 - 11:46e dizer "aumentem o vosso preço".
-
11:46 - 11:49O que estamos a tentar fazer,
ou no que acreditamos, -
11:49 - 11:52— porque é assim que acreditamos
que o mundo funciona realmente — -
11:52 - 11:54é que, sem ambiente, não temos nada.
-
11:54 - 11:57Temos pessoas, por isso precisamos
de nos proteger uns aos outros. -
11:57 - 11:58Somos uma empresa tecnológica,
-
11:58 - 12:01e o lucro é necessário
para que isto aconteça. -
12:01 - 12:03(Aplausos)
-
12:03 - 12:04Muito obrigado.
-
12:04 - 12:07(Aplausos)
-
12:07 - 12:10Se tivermos coragem para compreender
-
12:10 - 12:12ou aceitar que é realmente
assim que o mundo funciona, -
12:12 - 12:15e que esta é a ordem de prioridades
que precisamos de escolher, -
12:15 - 12:19torna-se óbvio porque é que
precisamos de escolher o "hardware" aberto -
12:19 - 12:21para desenvolver tecnologia ambiental,
-
12:21 - 12:23porque precisamos
de partilhar informação. -
12:23 - 12:24O que se segue?
-
12:24 - 12:26A partir desta pequena máquina
que vocês viram, -
12:26 - 12:28esperamos fazer uns pequenos brinquedos
-
12:28 - 12:33como um Protei de controlo remoto
com um metro, que vocês podem melhorar, -
12:33 - 12:35substituir o papel
do controlo remoto por Androids, -
12:35 - 12:39telemóveis e microcontroladores Arduíno,
-
12:39 - 12:42de forma a poderem controlá-lo
a partir do telemóvel ou do "tablet". -
12:42 - 12:44Depois, queremos criar
versões de seis metros -
12:44 - 12:47de forma a podermos testar
o desempenho máximo destas máquinas, -
12:47 - 12:50e a podermos alcançar
velocidades muito elevadas. -
12:50 - 12:51Imaginem só.
-
12:51 - 12:53Vocês estão deitados num torpedo flexível,
-
12:53 - 12:55navegando a alta velocidade,
-
12:55 - 12:57controlando a forma do casco com as pernas
-
12:57 - 13:00e controlando a vela com os braços.
-
13:00 - 13:02É isto que estamos
a procurar desenvolver. -
13:02 - 13:04(Aplausos)
-
13:04 - 13:06Substituímos o ser humano
-
13:06 - 13:08— por exemplo,
para medir a radioatividade, -
13:08 - 13:11não queremos um ser humano
a navegar nesses robôs — -
13:11 - 13:14com baterias, motores,
microcontroladores e sensores. -
13:15 - 13:18Todos os membros da nossa equipa,
sonhamos com isto, à noite. -
13:18 - 13:21Esperamos um dia conseguir limpar
os derrames de petróleo, -
13:21 - 13:25ou conseguir juntar
e recolher o plástico no oceano, -
13:25 - 13:28ou conseguir ter enxames
das nossas máquinas, -
13:28 - 13:31controladas por motores de jogos de vídeo
de múltiplos jogadores, -
13:31 - 13:33a controlar muitas destas máquinas,
-
13:33 - 13:35para monitorizar recifes de corais
-
13:35 - 13:37ou para monitorizar pescarias.
-
13:37 - 13:42A nossa esperança é que possamos usar
a tecnologia em "hardware" aberto -
13:42 - 13:45para compreender melhor
e proteger os nossos oceanos. -
13:45 - 13:46Muito obrigado.
-
13:46 - 13:49(Aplausos)
- Title:
- Uma ideia nova para limpar os derrames de petróleo
- Speaker:
- Cesar Harada
- Description:
-
Quando Cesar Harada, um TED Senior Fellow soube dos efeitos devastadores do derrame de petróleo da BP no Golfo do México, em 2010, deixou o seu emprego de sonho e mudou-se para Nova Orleães, para desenvolver uma maneira mais eficaz de absorver o petróleo. Concebeu um barco extremamente maleável, com grande capacidade de manobra, capaz de limpar grandes extensões rapidamente. Mas, em vez de beneficiar dos respetivos lucros, optou por deixar o projeto em código aberto.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 14:30
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A novel idea for cleaning up oil spills | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A novel idea for cleaning up oil spills | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for A novel idea for cleaning up oil spills | ||
Isabel Vaz Belchior approved Portuguese subtitles for A novel idea for cleaning up oil spills | ||
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for A novel idea for cleaning up oil spills | ||
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for A novel idea for cleaning up oil spills | ||
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Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for A novel idea for cleaning up oil spills |