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Uma ideia nova para limpar os derrames de petróleo

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    No oceano,
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    o que há em comum
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    entre o petróleo,
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    o plástico
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    e a radioatividade?
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    Na linha de cima, temos
    o derrame de petróleo da BP:
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    milhões de barris de petróleo a jorrar
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    no Golfo do México.
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    Na linha do meio,
    temos milhões de toneladas
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    de resíduos de plástico
    a acumularem-se no nosso oceano.
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    Na terceira linha temos
    a fuga de material radioativo
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    na central nuclear de Fukushima,
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    no Oceano Pacífico.
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    Estes três grandes problemas têm em comum
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    o facto de terem sido criados pelo homem
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    mas serem controlados
    por forças da Natureza.
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    Isto devia fazer-nos sentir muito mal,
    terrivelmente mal,
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    mas igualmente devia dar-nos esperança,
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    porque, se temos o poder
    para criar estes problemas,
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    então devemos ter também o poder
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    para remediar estes problemas.
  • 0:51 - 0:54
    Mas... e as forças da Natureza?
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    É sobre isso que vos quero falar hoje,
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    sobre como podemos usar
    as forças da Natureza
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    para remediar estes problemas
    criados pelo homem.
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    Quando ocorreu
    o derrame de petróleo da BP,
  • 1:05 - 1:08
    eu estava a trabalhar no MIT,
    e era responsável pelo desenvolvimento
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    de uma tecnologia de limpeza
    de derrames de petróleo.
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    Tive a oportunidade
    de ir ao Golfo do México,
  • 1:13 - 1:15
    encontrar-me com alguns pescadores
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    e ver as condições terríveis
    em que trabalhavam.
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    Usavam-se mais de 700 destes barcos,
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    que são barcos de pesca adaptados
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    com absorventes de petróleo — a branco —
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    e contentores de petróleo
    — a cor de laranja —
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    mas eles recolhiam apenas
    3% do petróleo existente à superfície.
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    A saúde dos que procediam à limpeza
  • 1:34 - 1:35
    ficava muito seriamente afetada.
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    Eu estava a trabalhar no MIT
    numa tecnologia muito interessante,
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    mas tratava-se de uma visão
    de muito longo prazo
  • 1:41 - 1:43
    sobre como desenvolver uma tecnologia,
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    que ia ser uma tecnologia muito cara,
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    e, além disso, ia ser patenteada.
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    Por isso, quis trabalhar nalguma coisa
    que pudéssemos desenvolver
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    muito rapidamente, que fosse barata,
  • 1:54 - 1:55
    e em código aberto
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    — porque os derrames de petróleo
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    não estão a acontecer
    só no Golfo do México —
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    e que usasse energias renováveis.
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    Então, deixei o meu emprego de sonho,
    mudei-me para Nova Orleães,
  • 2:05 - 2:08
    e continuei a estudar
    os derrames de petróleo.
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    Na altura, estavam a usar
    aqueles pequenos barcos de pesca.
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    Iam desenhando linhas limpas
    num oceano de sujeira.
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    Se usarmos a mesma
    quantidade de superfície
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    de absorvente de petróleo,
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    prestarmos atenção
    aos padrões da Natureza,
  • 2:21 - 2:25
    e avançarmos contra o vento,
    podemos recolher muito mais material.
  • 2:25 - 2:27
    Se multiplicarmos o equipamento,
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    se multiplicamos as camadas
    de absorvente que usamos,
  • 2:29 - 2:31
    recolhemos muito mais.
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    Mas é extremamente difícil
    mover os absorventes de petróleo
  • 2:34 - 2:37
    contra os ventos,
    as correntes de superfície e as ondas.
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    São forças tremendas.
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    A ideia muito simples que tivemos
  • 2:41 - 2:44
    foi usar a antiga técnica
    de navegar à bolina,
  • 2:44 - 2:46
    para capturar ou intercetar o petróleo
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    que flutua, empurrado pelo vento.
  • 2:50 - 2:51
    Isto não implicou qualquer invenção.
  • 2:51 - 2:53
    Pegámos num simples barco de pesca
  • 2:53 - 2:55
    e tentámos puxar uma coisa
    muito longa e pesada.
  • 2:55 - 2:58
    Mas, ao navegar à bolina,
    de um lado para o outro,
  • 2:58 - 3:00
    perdíamos duas coisas:
  • 3:00 - 3:02
    perdíamos força de arrasto e direção.
  • 3:03 - 3:04
    Então, pensei:
  • 3:04 - 3:06
    "E se simplesmente
    passássemos o leme da traseira
  • 3:06 - 3:08
    "para a parte da frente do barco,
  • 3:08 - 3:10
    "será que teríamos um controlo melhor?"
  • 3:10 - 3:13
    Então, construí este pequeno robô à vela
    com o leme à frente,
  • 3:13 - 3:15
    e tentei puxar uma coisa
    muito longa e pesada,
  • 3:15 - 3:19
    um objeto com 4 m de comprimento.
  • 3:19 - 3:22
    Fiquei surpreendido com o facto de,
    com um leme de apenas 14 cm,
  • 3:22 - 3:24
    conseguir controlar 4 m de absorvente.
  • 3:24 - 3:28
    Fiquei tão feliz que continuei
    a brincar com o robô.
  • 3:28 - 3:31
    E, como veem, o robô tem
    um leme aqui à frente.
  • 3:32 - 3:34
    Normalmente, está na parte de trás.
  • 3:34 - 3:36
    Brincando, compreendi
    que a capacidade de manobra disto
  • 3:36 - 3:38
    era realmente espantosa.
  • 3:38 - 3:40
    Conseguia evitar um obstáculo
    no último segundo.
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    Mais manobrável do que um barco normal.
  • 3:42 - 3:44
    Então, comecei a publicar na Internet.
  • 3:44 - 3:46
    Alguns amigos da Coreia
  • 3:46 - 3:49
    começaram a interessar-se pelo assunto,
    e fizemos um barco
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    que tem um leme à frente e um leme atrás.
  • 3:51 - 3:53
    Começámos a interagir com isto,
  • 3:53 - 3:54
    que melhorou ligeiramente,
  • 3:54 - 3:57
    embora fosse muito pequeno
    e um pouco desequilibrado.
  • 3:57 - 3:58
    Mas pensámos:
  • 3:58 - 4:00
    "E se tivermos mais de
    dois pontos de controlo?
  • 4:00 - 4:02
    "Se o barco se tornar
    num ponto de controlo?
  • 4:02 - 4:04
    "Se o barco mudar de forma?"
  • 4:05 - 4:07
    (Aplausos)
  • 4:07 - 4:08
    Muito obrigado.
  • 4:08 - 4:09
    (Aplausos)
  • 4:09 - 4:11
    Foi assim que começou o Protei,
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    o primeiro barco da história
  • 4:12 - 4:16
    que mudava totalmente a forma do casco
    de forma a controlar o barco.
  • 4:16 - 4:18
    As propriedades de navegação
    que conseguimos
  • 4:18 - 4:21
    são muito superiores, comparadas
    com as de um barco normal.
  • 4:21 - 4:24
    Quando viramos, sentimo-nos como a surfar.
  • 4:24 - 4:28
    A maneira como navega
    contra o vento é muito eficaz.
  • 4:28 - 4:31
    Isto é a baixa velocidade,
    vento de baixa velocidade,
  • 4:31 - 4:33
    e a capacidade de manobra é muito maior.
  • 4:33 - 4:35
    Aqui vou fazer uma pequena brincadeira.
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    Vejam a posição da vela.
  • 4:38 - 4:40
    O que acontece é que,
    dado que o barco muda de forma,
  • 4:40 - 4:43
    a posição da vela da frente
    e da vela principal
  • 4:43 - 4:44
    são diferentes em relação ao vento.
  • 4:44 - 4:47
    Estamos a apanhar o vento
    de ambos os lados.
  • 4:47 - 4:48
    É mesmo isso que pretendemos
  • 4:48 - 4:50
    se queremos puxar uma coisa
    longa e pesada.
  • 4:50 - 4:53
    Não queremos perder
    poder de arrasto, nem direção.
  • 4:53 - 4:57
    Então, eu queria saber se era possível
    fabricar isto a um nível industrial.
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    Assim, fizemos um barco grande,
    com uma vela grande,
  • 4:59 - 5:02
    e com um casco muito leve, insuflável,
  • 5:02 - 5:03
    com uma pegada muito pequena,
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    de forma a termos uma relação
    tamanho/potência muito grande.
  • 5:07 - 5:10
    Depois, queríamos ver se conseguíamos
  • 5:10 - 5:12
    implementar isto e automatizar o sistema.
  • 5:12 - 5:14
    Usámos o mesmo sistema
    mas acrescentámos-lhe
  • 5:14 - 5:16
    uma estrutura de modo
    a podermos ativar a máquina.
  • 5:16 - 5:19
    Então, usámos o mesmo sistema insuflável,
  • 5:19 - 5:22
    e levámos o barco para testes.
  • 5:22 - 5:23
    Isto aconteceu na Holanda.
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    Fizemos testes na água,
    sem qualquer pele ou lastro,
  • 5:26 - 5:28
    só para ver como funcionava.
  • 5:28 - 5:32
    Depois montámos uma câmara
    para o controlarmos,
  • 5:32 - 5:34
    mas depressa vimos que precisaríamos
  • 5:34 - 5:36
    de muito mais peso no fundo.
  • 5:36 - 5:38
    Tivemos que levá-lo
    outra vez para o laboratório.
  • 5:38 - 5:40
    Colocámos-lhe uma pele à volta,
  • 5:40 - 5:43
    pusemos baterias, controlos remotos,
  • 5:43 - 5:44
    e depois colocámo-lo na água,
  • 5:44 - 5:48
    deixámo-lo navegar
    e vimos como funcionava.
  • 5:48 - 5:51
    Deixámos alguma corda de fora
    e esperámos que funcionasse.
  • 5:51 - 5:54
    E funcionou bem, mas ainda
    estava longe de estar terminado.
  • 5:54 - 5:57
    O nosso pequeno protótipo
    deu-nos uma boa perceção
  • 5:57 - 5:59
    de que estava a funcionar muito bem,
  • 5:59 - 6:01
    mas ainda precisávamos
    de trabalhar bastante nele.
  • 6:02 - 6:04
    Estamos a fazer uma evolução acelerada
  • 6:04 - 6:06
    da tecnologia de navegação à vela.
  • 6:06 - 6:08
    Passámos de um leme atrás
    para um leme na frente,
  • 6:08 - 6:10
    para dois lemes, para múltiplos lemes,
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    para um barco que muda de forma,
  • 6:12 - 6:14
    e, quanto mais avançamos,
  • 6:14 - 6:18
    mais o "design" parece simples e querido.
  • 6:18 - 6:20
    (Risos)
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    Mas eu queria
    mostrar-vos um peixe porque...
  • 6:22 - 6:26
    — de facto, é muito diferente de um peixe.
  • 6:26 - 6:30
    Um peixe move-se porque se contorce assim,
  • 6:30 - 6:33
    mas o nosso barco
    ainda é impulsionado pelo vento,
  • 6:33 - 6:35
    e o casco controla a trajetória.
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    Portanto, trouxe-vos
    — pela primeira vez no palco TED —
  • 6:39 - 6:40
    o Protei Número Oito.
  • 6:40 - 6:43
    Não é o último, mas é bom
    para fazer demonstrações.
  • 6:43 - 6:45
    A primeira coisa, como mostro no vídeo,
  • 6:45 - 6:49
    é que podemos ser capazes
    de controlar melhor
  • 6:49 - 6:51
    a trajetória de um barco à vela,
  • 6:51 - 6:54
    ou podemos ser capazes
    de nunca ficar imobilizados,
  • 6:54 - 6:56
    nunca enfrentar o vento.
  • 6:56 - 6:58
    Podemos sempre apanhar
    o vento de ambos os lados.
  • 6:58 - 7:01
    Quanto às novas propriedades
    de um barco à vela,
  • 7:01 - 7:04
    se olharem para o barco deste lado,
  • 7:04 - 7:07
    pode lembrar-vos o perfil de um avião.
  • 7:07 - 7:09
    Quando estamos
    a deslocar-nos nesta direção,
  • 7:09 - 7:12
    um avião começa a elevar-se,
    e é assim que levanta voo.
  • 7:12 - 7:14
    Mas, se estivermos
    a adotar o mesmo sistema
  • 7:14 - 7:16
    e o colocarmos na vertical,
    estamos a dobrar,
  • 7:16 - 7:18
    e se o movermos assim para a frente,
  • 7:18 - 7:21
    o nosso instinto dir-nos-á
    que podemos ir assim.
  • 7:21 - 7:23
    Mas, se nos deslocarmos
    bastante depressa,
  • 7:23 - 7:25
    podemos criar o que chamamos
    elevação lateral,
  • 7:25 - 7:28
    de modo a afastarmo-nos
    ou aproximarmo-nos do vento.
  • 7:28 - 7:31
    Outra propriedade é esta:
  • 7:31 - 7:34
    um barco à vela normal
    tem um patilhão aqui
  • 7:34 - 7:36
    e um leme atrás.
  • 7:36 - 7:38
    São estas duas coisas
    que criam a maior parte
  • 7:38 - 7:41
    da resistência e turbulência
    atrás do barco.
  • 7:41 - 7:44
    Mas como este não tem
    nem patilhão, nem leme,
  • 7:44 - 7:48
    esperamos que, se continuarmos
    a trabalhar neste projeto de casco,
  • 7:48 - 7:50
    consigamos melhorar
    e ter menor resistência.
  • 7:50 - 7:52
    Outra coisa é que
    a maior parte dos barcos,
  • 7:52 - 7:55
    quando atingem uma certa velocidade
    e navegam nas ondas,
  • 7:55 - 7:57
    começam a bater na superfície da água,
  • 7:57 - 8:01
    e perde-se muita da energia para avançar.
  • 8:01 - 8:03
    Mas, se formos com a corrente,
  • 8:03 - 8:05
    se prestarmos atenção aos padrões naturais
  • 8:05 - 8:06
    em vez de tentarmos ser fortes,
  • 8:06 - 8:08
    se formos com a corrente,
  • 8:08 - 8:12
    podemos absorver muitos
    ruídos ambientais, a energia da onda,
  • 8:12 - 8:15
    de forma a pouparmos alguma energia
    para avançarmos.
  • 8:17 - 8:19
    Com efeito, podemos
    ter desenvolvido uma tecnologia
  • 8:19 - 8:22
    que é muito eficaz
    para puxar algo longo e pesado,
  • 8:22 - 8:25
    mas a ideia é a seguinte:
  • 8:25 - 8:28
    para que serve a tecnologia
    se não for parar às mãos certas?
  • 8:28 - 8:31
    Normalmente, a tecnologia
    ou a inovação surgem assim:
  • 8:31 - 8:34
    alguém tem uma ideia interessante,
  • 8:34 - 8:36
    um cientista ou engenheiro qualquer
  • 8:36 - 8:39
    leva a ideia ao patamar seguinte,
    criando uma teoria acerca dela
  • 8:39 - 8:40
    e patenteando-a, talvez.
  • 8:40 - 8:43
    Depois uma empresa industrial
    celebra um contrato de exclusividade
  • 8:43 - 8:45
    para fabricar e vender o produto.
  • 8:45 - 8:47
    Depois, um comprador
    acabará por comprá-lo
  • 8:47 - 8:50
    e, esperamos, dar-lhe um bom uso.
  • 8:50 - 8:54
    O que realmente queremos é que
    esta inovação aconteça continuamente.
  • 8:54 - 8:55
    O inventor, os engenheiros,
  • 8:55 - 8:57
    e também os fabricantes,
  • 8:57 - 8:59
    todos trabalham ao mesmo tempo.
  • 8:59 - 9:00
    Mas isso seria estéril
  • 9:00 - 9:04
    se acontecesse num processo
    paralelo e dissociado.
  • 9:04 - 9:07
    Não queremos um desenvolvimento
    sequencial, paralelo.
  • 9:07 - 9:08
    Queremos ter uma rede de inovação.
  • 9:08 - 9:11
    Queremos que todos,
    tal como estamos a fazer agora,
  • 9:11 - 9:12
    trabalhem ao mesmo tempo.
  • 9:12 - 9:15
    Isso só pode acontecer
    se estas pessoas, em conjunto,
  • 9:15 - 9:18
    decidirem partilhar a informação.
  • 9:18 - 9:21
    É exatamente nisso
    que consiste o "hardware" aberto.
  • 9:21 - 9:24
    É substituir a competição
    pela colaboração.
  • 9:24 - 9:28
    É transformar qualquer novo produto
    num novo mercado.
  • 9:29 - 9:30
    O que é o "hardware" aberto?
  • 9:30 - 9:32
    O "hardware" aberto é uma licença.
  • 9:32 - 9:35
    É apenas uma configuração
    da propriedade intelectual.
  • 9:35 - 9:39
    Significa que todos podem usar,
    modificar e distribuir livremente
  • 9:39 - 9:42
    e, em contrapartida,
    apenas pedimos duas coisas:
  • 9:42 - 9:44
    que o nome seja creditado
    — o nome do projeto —
  • 9:44 - 9:46
    e também que as pessoas que o aperfeiçoam
  • 9:46 - 9:48
    o partilhem com a comunidade.
  • 9:48 - 9:50
    Trata-se de uma condição muito simples.
  • 9:50 - 9:53
    Comecei este projeto sozinho,
    numa garagem em Nova Orleães.
  • 9:53 - 9:56
    Depois, decidi publicar
    e partilhar esta informação,
  • 9:56 - 9:57
    e fiz um "kickstarter",
  • 9:57 - 9:59
    que é uma plataforma
    de financiamento coletivo.
  • 9:59 - 10:02
    Em cerca de um mês
    conseguimos 30 000 dólares.
  • 10:02 - 10:05
    Com este dinheiro, contratei
    uma equipa de jovens engenheiros
  • 10:05 - 10:07
    de todo o mundo, e alugámos uma fábrica
  • 10:07 - 10:10
    em Roterdão, na Holanda.
  • 10:10 - 10:13
    Aprendíamos uns com os outros,
    concebíamos projetos,
  • 10:13 - 10:15
    fazíamos coisas, construíamos protótipos,
  • 10:15 - 10:18
    mas, mais importante ainda,
    testávamos os protótipos na água,
  • 10:18 - 10:20
    o mais frequentemente possível,
  • 10:20 - 10:23
    para falharmos o mais depressa possível
    e daí tirarmos lições.
  • 10:23 - 10:25
    Este é um orgulhoso membro
    do Protei, da Coreia.
  • 10:25 - 10:28
    Do lado direito, temos um projeto
    com vários mastros,
  • 10:28 - 10:30
    proposto por uma equipa do México.
  • 10:30 - 10:33
    Esta ideia agradou muito
    a Gabriella Levine, em Nova Iorque,
  • 10:33 - 10:37
    que decidiu construir
    um protótipo desta ideia
  • 10:37 - 10:39
    e que documentou cada etapa do processo.
  • 10:39 - 10:41
    Publicou-as no Instructables,
  • 10:41 - 10:44
    que é um "site" na Internet
    para partilha de invenções.
  • 10:44 - 10:45
    Menos de uma semana depois,
  • 10:45 - 10:49
    — esta é uma equipa de uma escola
    de engenharia em Eindhoven —
  • 10:49 - 10:52
    construíram isto,
    mas acabaram por publicar
  • 10:52 - 10:53
    um projeto simplificado.
  • 10:53 - 10:55
    Também fizeram isto no Instructable.
  • 10:55 - 10:58
    Em menos de uma semana
    tiveram quase 10 000 visualizações
  • 10:58 - 11:00
    e conseguiram muitos amigos novos.
  • 11:00 - 11:02
    Também estamos a trabalhar
    numa tecnologia mais simples,
  • 11:02 - 11:04
    não tão complexa, com gente mais nova
  • 11:04 - 11:06
    e também gente mais velha,
  • 11:06 - 11:08
    como este dinossauro, que é do México.
  • 11:08 - 11:09
    (Risos)
  • 11:09 - 11:12
    Agora o Protei é uma rede
    de trabalho internacional
  • 11:12 - 11:15
    de inovação para venda de tecnologia,
  • 11:15 - 11:17
    usando este casco que muda de forma.
  • 11:17 - 11:20
    O que nos junta é o facto
    de termos uma compreensão comum
  • 11:20 - 11:23
    ou, pelo menos, global,
  • 11:23 - 11:26
    do que é a palavra "negócio",
    ou do que deveria ser.
  • 11:26 - 11:29
    Isto é como a maior parte
    trabalha hoje em dia.
  • 11:29 - 11:30
    O negócio, como de costume, diz:
  • 11:30 - 11:32
    "O mais importante é obter grandes lucros.
  • 11:32 - 11:35
    "Vocês vão usar a tecnologia
    com essa finalidade.
  • 11:35 - 11:38
    "As pessoas serão a vossa
    força de trabalho, instrumentalizada.
  • 11:38 - 11:40
    "O ambiente é geralmente
    a última prioridade".
  • 11:40 - 11:44
    É apenas uma maneira de dizer
    "ecobranqueiem o vosso público",
  • 11:44 - 11:46
    e dizer "aumentem o vosso preço".
  • 11:46 - 11:49
    O que estamos a tentar fazer,
    ou no que acreditamos,
  • 11:49 - 11:52
    — porque é assim que acreditamos
    que o mundo funciona realmente —
  • 11:52 - 11:54
    é que, sem ambiente, não temos nada.
  • 11:54 - 11:57
    Temos pessoas, por isso precisamos
    de nos proteger uns aos outros.
  • 11:57 - 11:58
    Somos uma empresa tecnológica,
  • 11:58 - 12:01
    e o lucro é necessário
    para que isto aconteça.
  • 12:01 - 12:03
    (Aplausos)
  • 12:03 - 12:04
    Muito obrigado.
  • 12:04 - 12:07
    (Aplausos)
  • 12:07 - 12:10
    Se tivermos coragem para compreender
  • 12:10 - 12:12
    ou aceitar que é realmente
    assim que o mundo funciona,
  • 12:12 - 12:15
    e que esta é a ordem de prioridades
    que precisamos de escolher,
  • 12:15 - 12:19
    torna-se óbvio porque é que
    precisamos de escolher o "hardware" aberto
  • 12:19 - 12:21
    para desenvolver tecnologia ambiental,
  • 12:21 - 12:23
    porque precisamos
    de partilhar informação.
  • 12:23 - 12:24
    O que se segue?
  • 12:24 - 12:26
    A partir desta pequena máquina
    que vocês viram,
  • 12:26 - 12:28
    esperamos fazer uns pequenos brinquedos
  • 12:28 - 12:33
    como um Protei de controlo remoto
    com um metro, que vocês podem melhorar,
  • 12:33 - 12:35
    substituir o papel
    do controlo remoto por Androids,
  • 12:35 - 12:39
    telemóveis e microcontroladores Arduíno,
  • 12:39 - 12:42
    de forma a poderem controlá-lo
    a partir do telemóvel ou do "tablet".
  • 12:42 - 12:44
    Depois, queremos criar
    versões de seis metros
  • 12:44 - 12:47
    de forma a podermos testar
    o desempenho máximo destas máquinas,
  • 12:47 - 12:50
    e a podermos alcançar
    velocidades muito elevadas.
  • 12:50 - 12:51
    Imaginem só.
  • 12:51 - 12:53
    Vocês estão deitados num torpedo flexível,
  • 12:53 - 12:55
    navegando a alta velocidade,
  • 12:55 - 12:57
    controlando a forma do casco com as pernas
  • 12:57 - 13:00
    e controlando a vela com os braços.
  • 13:00 - 13:02
    É isto que estamos
    a procurar desenvolver.
  • 13:02 - 13:04
    (Aplausos)
  • 13:04 - 13:06
    Substituímos o ser humano
  • 13:06 - 13:08
    — por exemplo,
    para medir a radioatividade,
  • 13:08 - 13:11
    não queremos um ser humano
    a navegar nesses robôs —
  • 13:11 - 13:14
    com baterias, motores,
    microcontroladores e sensores.
  • 13:15 - 13:18
    Todos os membros da nossa equipa,
    sonhamos com isto, à noite.
  • 13:18 - 13:21
    Esperamos um dia conseguir limpar
    os derrames de petróleo,
  • 13:21 - 13:25
    ou conseguir juntar
    e recolher o plástico no oceano,
  • 13:25 - 13:28
    ou conseguir ter enxames
    das nossas máquinas,
  • 13:28 - 13:31
    controladas por motores de jogos de vídeo
    de múltiplos jogadores,
  • 13:31 - 13:33
    a controlar muitas destas máquinas,
  • 13:33 - 13:35
    para monitorizar recifes de corais
  • 13:35 - 13:37
    ou para monitorizar pescarias.
  • 13:37 - 13:42
    A nossa esperança é que possamos usar
    a tecnologia em "hardware" aberto
  • 13:42 - 13:45
    para compreender melhor
    e proteger os nossos oceanos.
  • 13:45 - 13:46
    Muito obrigado.
  • 13:46 - 13:49
    (Aplausos)
Title:
Uma ideia nova para limpar os derrames de petróleo
Speaker:
Cesar Harada
Description:

Quando Cesar Harada, um TED Senior Fellow soube dos efeitos devastadores do derrame de petróleo da BP no Golfo do México, em 2010, deixou o seu emprego de sonho e mudou-se para Nova Orleães, para desenvolver uma maneira mais eficaz de absorver o petróleo. Concebeu um barco extremamente maleável, com grande capacidade de manobra, capaz de limpar grandes extensões rapidamente. Mas, em vez de beneficiar dos respetivos lucros, optou por deixar o projeto em código aberto.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:30

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