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Ame suas rugas e seus cabelos brancos | Rosane Martins | TEDxBlumenau

  • 0:13 - 0:17
    Eu gostaria de convidar vocês,
    neste momento inicial,
  • 0:17 - 0:20
    pra uma pequena e breve experiência.
  • 0:21 - 0:25
    Gostaria que vocês fechassem seus olhos.
  • 0:26 - 0:28
    (Som de batimentos cardíacos)
  • 0:28 - 0:30
    Respirem profundamente,
  • 0:30 - 0:34
    relaxem ombros, braços
  • 0:34 - 0:36
    pernas...
  • 0:40 - 0:43
    Lembrem-se de vocês pequenos.
  • 0:45 - 0:49
    Qual é a primeira imagem
    que vem de você criança?
  • 0:52 - 0:54
    O que você desejava?
  • 0:54 - 0:58
    Um beijo, um abraço,
  • 0:58 - 1:01
    brincar com os amigos.
  • 1:05 - 1:08
    Respire um pouco mais.
  • 1:09 - 1:11
    E agora...
  • 1:12 - 1:15
    lembre-se de você na adolescência.
  • 1:21 - 1:25
    Nessa fase, queremos transformar o mundo,
  • 1:25 - 1:29
    imaginamos como vai ser
    a nossa idade adulta,
  • 1:29 - 1:31
    o que seremos...
  • 1:33 - 1:35
    É...
  • 1:35 - 1:39
    A vida passa como um piscar de olhos.
  • 1:40 - 1:42
    Respire.
  • 1:43 - 1:46
    Abra os seus olhos lentamente.
  • 1:50 - 1:55
    Estou aqui para dividir o meu momento,
  • 1:55 - 1:57
    o meu tempo, com o seu.
  • 1:57 - 2:01
    Esse tempo, que é marcado
  • 2:01 - 2:05
    pelo momento inicial em que respiramos
    pela primeira vez e nascemos
  • 2:05 - 2:08
    até o momento da nossa morte.
  • 2:08 - 2:11
    Para a ciência, vida é o espaço de tempo
  • 2:11 - 2:15
    entre a concepção
    e a morte de um organismo.
  • 2:15 - 2:19
    Para Einstein, tempo é uma ilusão.
  • 2:19 - 2:24
    Uma ilusão que separa
    passado, presente e futuro.
  • 2:25 - 2:32
    Para outros, cada momento,
    cada segundo é muito precioso.
  • 2:32 - 2:34
    É o momento que jamais se repete.
  • 2:35 - 2:39
    Zygmunt Bauman
    estabeleceu várias reflexões
  • 2:39 - 2:43
    sobre a nossa modernidade,
    esse período da pós-modernidade.
  • 2:43 - 2:46
    Ele disse que vivemos
    numa sociedade de consumo
  • 2:46 - 2:51
    e, como vivemos numa sociedade de consumo,
  • 2:51 - 2:56
    não valorizamos a durabilidade das coisas,
    muito menos das pessoas.
  • 2:56 - 3:02
    Igualamos tudo que é velho
    ao descartável, obsoleto,
  • 3:02 - 3:05
    destinado à lata do lixo.
  • 3:06 - 3:10
    Esse conceito nos faz crer
    que só temos valor
  • 3:10 - 3:15
    enquanto estamos vivendo
    em idade produtiva e reprodutiva,
  • 3:15 - 3:20
    que é aquele tempo em que a gente
    começa nossa carreira profissional,
  • 3:20 - 3:24
    que a gente pensa em comprar
    um apartamento, um carro próprio
  • 3:24 - 3:30
    se vamos casar, se vamos ter filhos,
    se vamos fazer viagens internacionais.
  • 3:30 - 3:34
    Com a chegada da menopausa
    e da andropausa
  • 3:34 - 3:38
    e a proximidade da aposentadoria,
  • 3:38 - 3:42
    a gente começa a ficar com medo
    desse processo de envelhecimento.
  • 3:42 - 3:46
    As rugas se acentuam,
    os cabelos embranquecem
  • 3:46 - 3:51
    e ficamos apavorados
    com a velhice e com a morte.
  • 3:52 - 3:57
    Esses dois temas sempre
    me assustaram ao longo da vida:
  • 3:57 - 4:00
    a velhice e a morte.
  • 4:00 - 4:06
    Lembro-me bem que, com 15 anos de idade,
    eu imaginava que eu iria viver
  • 4:06 - 4:11
    40 anos fantásticos
    e iria morrer subitamente,
  • 4:11 - 4:15
    no auge, sem passar
    pela velhice e suas doenças.
  • 4:15 - 4:19
    Recordo também o porquê
    que vinham esses medos.
  • 4:19 - 4:21
    Porque eu via as minhas avós,
  • 4:22 - 4:25
    Maria e Clarice, sentadas
    nas suas varandas,
  • 4:25 - 4:31
    velhas, doentes, com a tristeza
    estampada nos olhos,
  • 4:31 - 4:36
    com a pobreza agarrada nas mãos
    e o sofrimento fincado no coração.
  • 4:36 - 4:40
    No Brasil, em 1960,
  • 4:40 - 4:44
    a expectativa de vida era
    que vivêssemos 52 anos de idade,
  • 4:44 - 4:50
    ou seja, um ano antes do meu nascimento
    quem nascesse viveria 52 anos.
  • 4:50 - 4:55
    Hoje, a expectativa de vida
    é que vivamos 74.
  • 4:55 - 4:59
    Ganhamos esses quase 25 anos
    a mais de vida por conta da implementação
  • 4:59 - 5:05
    de saneamento básico, da água tratada,
    dos avanços da medicina
  • 5:05 - 5:09
    e também dos medicamentos
    e vacinas potentes
  • 5:09 - 5:13
    que tratam quase todas as doenças.
  • 5:13 - 5:18
    Ganhamos esses 25 anos a mais
    e o que vamos fazer com eles?
  • 5:18 - 5:20
    Nós temos medo do envelhecimento,
  • 5:20 - 5:24
    porque associamos
    que envelhecer é ser velho,
  • 5:24 - 5:29
    é ser descartável,
    é ser jogado numa lata de lixo.
  • 5:29 - 5:33
    Se eu tenho dinheiro,
  • 5:33 - 5:39
    eu posso ser uma pessoa idosa bonita,
    bem tratada, com poucas doenças
  • 5:39 - 5:41
    e vou ser uma idosa feliz.
  • 5:41 - 5:44
    Se eu sou pobre, eu recebo como herança
  • 5:44 - 5:48
    um pacote de rugas, flacidez, manchas
  • 5:48 - 5:51
    e uma velhice extremamente sofrida.
  • 5:51 - 5:54
    O vídeo que nós vamos ver agora em seguida
  • 5:54 - 5:59
    foi produzido em 2012
    e foi exibido em rede estadual
  • 5:59 - 6:02
    pelo Instituto Ame Suas Rugas
    e o objetivo desse vídeo
  • 6:02 - 6:05
    era mostrar pras pessoas
  • 6:05 - 6:10
    que o que nos acontece
    ao longo da vida é a experiência.
  • 6:10 - 6:12
    [Quanto vale o tempo?]
    Um homem se lança ao mar,
  • 6:12 - 6:17
    aprendeu cedo a pescar o ganha-pão
    com que construiu a sua história,
  • 6:17 - 6:20
    seu sustento, sua vida.
  • 6:20 - 6:25
    O que um pai ensina nunca se perde,
    não se esvai nem fica velho.
  • 6:25 - 6:27
    O que é experiência é o que nos acontece
  • 6:27 - 6:30
    e só o que é feito
    com a experiência do tempo
  • 6:30 - 6:32
    o tempo respeita.
  • 6:32 - 6:35
    [Em 20 anos, 1/5 da população mundial
    será de gente experiente.]
  • 6:35 - 6:37
    [Respeite seu futuro. Seja melhor hoje.]
  • 6:40 - 6:43
    Criamos esse instituto em 2008,
  • 6:43 - 6:47
    com o objetivo central
    de mudar o paradigma do que seja
  • 6:47 - 6:50
    o envelhecimento humano no Brasil.
  • 6:50 - 6:54
    Quando iniciei meus estudos,
    as minhas pós-graduações
  • 6:54 - 6:57
    em gerontologia no Brasil e no México,
  • 6:57 - 7:02
    eu tive certeza de que, pior
    do que envelhecermos,
  • 7:02 - 7:05
    é termos medo desse processo
    de envelhecimento.
  • 7:06 - 7:11
    Quando eu parti para os estudos
    em livros e congressos internacionais,
  • 7:11 - 7:14
    eu pensei por um instante
    que eu pudesse encontrar
  • 7:14 - 7:17
    em algum lugar do mundo
    o elixir da longevidade.
  • 7:17 - 7:21
    Depois de estar em Cuba
    e conhecer os estudos
  • 7:21 - 7:24
    dos idosos centenários que lá vivem,
  • 7:24 - 7:29
    eu descobri que não existe
    tal elixir da longevidade.
  • 7:30 - 7:32
    Não existe mesmo.
  • 7:42 - 7:45
    (Aplausos)
  • 7:57 - 8:00
    Pois é. Não tem jeito.
  • 8:01 - 8:03
    A gente envelhece.
  • 8:03 - 8:08
    Hoje, eu não quero mais morrer cedo,
    como eu desejava aos meus 15 anos,
  • 8:08 - 8:12
    porque tenho imenso prazer em estar viva,
  • 8:12 - 8:15
    porque só quem está vivo envelhece.
  • 8:16 - 8:18
    Mas temos alguns problemas.
  • 8:18 - 8:21
    O envelhecimento nos traz
    uma dependência em muletas,
  • 8:21 - 8:24
    como esses papéis que eu trago aqui.
  • 8:24 - 8:26
    Então, envelhecer também tem isso.
  • 8:26 - 8:28
    Eu gostaria de conversar com vocês
  • 8:28 - 8:34
    sobre um trabalho apresentado
    pelo geriatra brasileiro Renato Maia.
  • 8:34 - 8:38
    Ele presidiu a Associação Internacional
    de Geriatria e Gerontologia
  • 8:38 - 8:39
    e ele escreveu o livro
  • 8:39 - 8:43
    "Decida você quanto e como quer viver".
  • 8:43 - 8:48
    Nesse livro, ele fala do capital de saúde
    que deve ser administrado por nós
  • 8:48 - 8:53
    ao longo da vida para termos
    um envelhecimento bem-sucedido.
  • 8:53 - 8:55
    O primeiro capital a que ele se refere,
  • 8:55 - 8:59
    que a gente tem que aprender
    a administrar, é o capital biológico.
  • 8:59 - 9:01
    O capital biológico é aquele
  • 9:01 - 9:04
    que nos define geneticamente
    com o nascimento.
  • 9:04 - 9:10
    Por isso, é muito importante
    que conheçamos a história familiar
  • 9:10 - 9:13
    dos nossos pais, avós, bisavós
  • 9:13 - 9:15
    e sabermos se eles tiveram alguma doença:
  • 9:15 - 9:21
    hipertensão, diabetes,
    demência ou cânceres,
  • 9:21 - 9:25
    para que a gente possa
    entender e modificar isso.
  • 9:25 - 9:29
    O segundo capital
    a que o Dr. Renato se refere
  • 9:29 - 9:31
    é o capital social.
  • 9:31 - 9:36
    O capital social também representa
    25% desse capital de saúde
  • 9:36 - 9:41
    e está relacionado ao lugar onde nascemos,
  • 9:41 - 9:44
    que políticas públicas
    existem nesses lugares,
  • 9:44 - 9:47
    se há previdência pública
    e se ela vai atender
  • 9:47 - 9:50
    às nossas necessidades
    quando envelhecermos,
  • 9:50 - 9:55
    se também esse sistema público de saúde
    pode nos amparar na velhice.
  • 9:55 - 9:59
    Se tivéssemos nascido,
    por exemplo, na África,
  • 9:59 - 10:02
    não viveríamos mais de 50 anos.
  • 10:02 - 10:06
    Tivemos a sorte de nascermos
    no Brasil e no sul do Brasil.
  • 10:06 - 10:09
    Isso nos dá um diferencial
    muito importante.
  • 10:09 - 10:14
    O outro capital a que ele se refere
    é o capital emocional.
  • 10:14 - 10:16
    E pasmem vocês,
  • 10:16 - 10:21
    ele representa 50% desse capital de saúde,
  • 10:21 - 10:23
    ou seja, é um dos mais relevantes.
  • 10:23 - 10:27
    Esse capital emocional surge na infância,
  • 10:27 - 10:32
    quando a gente aprende a administrar
    as nossas habilidades cognitivas
  • 10:32 - 10:36
    e emocionais, se aprendemos
    a superar desafios,
  • 10:36 - 10:39
    se temos uma tendência
    a sermos depressivos,
  • 10:39 - 10:43
    se temos medo de superar obstáculos.
  • 10:43 - 10:47
    Então, como eu faço para ter uma gestão
  • 10:49 - 10:53
    bem-sucedida ou não bem-sucedida
    desses três capitais?
  • 10:54 - 10:59
    Se eu não faço uma boa gestão,
    ignoro meu histórico genético,
  • 10:59 - 11:01
    o meu histórico... não é?
  • 11:01 - 11:02
    Eu não sou ativo socialmente,
  • 11:02 - 11:06
    não mudo as mudanças do país
    em que estou vivendo
  • 11:06 - 11:09
    e também não me percebo,
  • 11:09 - 11:14
    eu posso ser uma pessoa idosa
    depressiva, com muitas doenças,
  • 11:14 - 11:20
    posso ter momentos de enfermidades longas,
    posso morrer com muito sofrimento
  • 11:20 - 11:23
    e antes da expectativa de vida,
    que a gente viu lá atrás
  • 11:23 - 11:25
    que são de 74 anos.
  • 11:25 - 11:29
    Se eu faço uma boa gestão desses capitais
  • 11:29 - 11:33
    eu terei, com certeza, mais longevidade,
  • 11:33 - 11:38
    enfermidades por curto período de tempo
  • 11:38 - 11:42
    e viveremos, com certeza,
    acima dos 85 anos de idade.
  • 11:43 - 11:49
    Entretanto, só administrar
    esses capitais não é o suficiente.
  • 11:49 - 11:55
    Nós temos que mudar, cada um de nós,
    o paradigma do que seja o envelhecimento
  • 11:55 - 11:59
    para que, quando nós todos
    formos muito idosos,
  • 11:59 - 12:02
    não sejamos obsoletos
  • 12:02 - 12:07
    e não nos coloquem numa lata de lixo.
  • 12:07 - 12:11
    Simone de Beauvoir
    escreveu, em 1970, o livro
  • 12:11 - 12:14
    "A Velhice - A Realidade Incômoda".
  • 12:14 - 12:17
    Nesse livro, ela denuncia o silenciamento
  • 12:17 - 12:22
    que havia em todo mundo contra os idosos.
  • 12:22 - 12:25
    Ninguém falava sobre isso.
    Eles eram escondidos.
  • 12:25 - 12:29
    Se em 70, quando Simone escreveu o livro,
    havia esse silenciamento,
  • 12:29 - 12:34
    hoje ainda vivemos com o preconceito
    com as pessoas que envelhecem.
  • 12:34 - 12:36
    Portanto, não há outra alternativa.
  • 12:36 - 12:40
    Nós temos que aceitar
    esse processo de envelhecimento,
  • 12:40 - 12:44
    porque é muito melhor
    e a gente pode fazer muito mais coisas.
  • 12:44 - 12:49
    Os brasileiros, quase todos,
    rejeitam o processo de envelhecimento.
  • 12:49 - 12:53
    Dados da Sociedade Brasileira
    de Cirurgia Plástica indicam
  • 12:53 - 12:57
    que mais de 800 mil pessoas por ano
  • 12:57 - 13:03
    realizam procedimentos estéticos
    de modificação do próprio corpo
  • 13:03 - 13:05
    em busca de uma...
  • 13:06 - 13:09
    juventude eterna.
  • 13:09 - 13:13
    Entretanto, pessoas,
    não há como deter esse processo
  • 13:13 - 13:16
    que é normal e que é...
  • 13:17 - 13:20
    bacana e que temos que aceitá-lo.
  • 13:20 - 13:24
    Os dados das pirâmides etárias do Brasil
  • 13:24 - 13:28
    mostram que nós, em 40 anos,
  • 13:28 - 13:32
    teremos o triplo de idosos
    que temos em 2010.
  • 13:32 - 13:36
    Em 2010 nós somos 20 milhões de idosos.
  • 13:36 - 13:40
    Em 2050 seremos 66 milhões.
  • 13:40 - 13:47
    Isso significa dizer que nós teremos
    muito mais idosos que crianças
  • 13:47 - 13:50
    vivendo no Brasil daqui há 40 anos.
  • 13:50 - 13:53
    Temos os dados, as informações, as bolsas.
  • 13:53 - 13:57
    Quais são os meus conselhos?
    O que eu vim dizer pra vocês?
  • 13:58 - 14:01
    Pratiquem exercícios físicos,
  • 14:01 - 14:05
    comam produtos sem agrotóxico,
    deixem de comer gordura,
  • 14:06 - 14:09
    tome vitamina todos os dias,
  • 14:09 - 14:14
    coma gelatina, use cremes com colágeno,
  • 14:15 - 14:18
    faça amor quando o amor vier,
  • 14:18 - 14:21
    faça sexo quando puder.
  • 14:22 - 14:26
    Entretanto, não há uma receita certa
    para cada um de nós.
  • 14:27 - 14:30
    Jessie Gallan é uma escocesa.
  • 14:30 - 14:32
    Ela viveu acima dos 100 anos.
  • 14:32 - 14:35
    Qual era a receita dela
    para a longevidade?
  • 14:35 - 14:38
    Primeiro, não se casar.
  • 14:38 - 14:42
    Ela dizia que homens fazem mal à saúde.
  • 14:42 - 14:44
    (Risos) (Aplausos)
  • 14:46 - 14:48
    Ela também dizia que...
  • 14:49 - 14:54
    Ela também dizia que tinha que se praticar
    atividade física e comer aquela tigelinha
  • 14:54 - 14:57
    de mingau quente todos os dias de manhã.
  • 14:57 - 15:00
    Eu trago o exemplo
    do Professor Hermógenes,
  • 15:00 - 15:02
    um grande nome do yoga brasileiro.
  • 15:02 - 15:05
    Ele com 40 anos de idade descobriu
    que estava em fase terminal
  • 15:05 - 15:07
    com tuberculose.
  • 15:07 - 15:10
    Ele fez uma mudança radical na sua vida,
  • 15:10 - 15:14
    passou a praticar yoga
    e fazer meditação todos os dias,
  • 15:14 - 15:16
    transformou a alimentação dele em vegana,
  • 15:16 - 15:21
    não fumava, não bebia e ele dobrou
    sua possibilidade de vida
  • 15:21 - 15:23
    e morreu depois dos 90 anos de idade.
  • 15:23 - 15:26
    Trago também o exemplo
    de Leandra Lumbreras.
  • 15:26 - 15:30
    É uma mexicana que viveu
    acima dos 127 anos,
  • 15:30 - 15:32
    muito querida e ela disse o seguinte,
  • 15:32 - 15:38
    o segredo dela era
    comer chocolate todos os dias,
  • 15:38 - 15:41
    dormir muito.
  • 15:41 - 15:43
    Não sei por que dormir tanto, mas enfim.
  • 15:43 - 15:46
    E também ela não se casou.
  • 15:46 - 15:49
    Quando eu soube da história
    da Leandra, eu disse assim:
  • 15:49 - 15:52
    eu não como chocolate porque eu não gosto,
  • 15:52 - 15:55
    eu já me casei três vezes,
    eu estou à beira da morte.
  • 15:55 - 15:56
    (Risos)
  • 15:57 - 16:00
    E agora o último exemplo
    é de uma blumenauense,
  • 16:00 - 16:02
    ela viveu aqui em Blumenau,
    a dona Mística Pereira.
  • 16:02 - 16:04
    Ela viveu 114 anos.
  • 16:04 - 16:09
    Ao contrário das outras,
    ela casou e enviuvou duas vezes,
  • 16:09 - 16:11
    foi mãe de 12 filhos.
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    Sete dos filhos dela morreram antes.
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    Pensa, ela viveu 114.
    Eles morreram muito jovens, com 90.
  • 16:19 - 16:24
    E na receita dela de longevidade,
    o cardápio dela qual era?
  • 16:25 - 16:28
    Polenta, pirão e linguiça frita, garotada.
  • 16:28 - 16:31
    É isso que ela comia pra viver bastante.
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    Para os religiosos, a vida é eterna.
  • 16:37 - 16:40
    Buda, porém, advertiu:
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    tudo que começa, um dia,
  • 16:43 - 16:46
    inevitavelmente, acaba.
  • 16:47 - 16:52
    A eternidade existe no momento presente.
  • 16:52 - 16:56
    Portanto, aproveite esse tempo
    entre o seu nascimento e sua morte.
  • 16:59 - 17:00
    Pois é.
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    Vocês pensaram que eu ia trazer certezas,
    que eu ia trazer elixires,
  • 17:06 - 17:10
    que eu ia trazer longevidade,
    que eu ia trazer vida eterna.
  • 17:12 - 17:13
    Não trago nada.
  • 17:14 - 17:16
    Eu não tenho certezas.
  • 17:16 - 17:18
    A única certeza que eu tenho
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    é que um dia todos nós...
  • 17:24 - 17:25
    iremos...
  • 17:26 - 17:27
    morrer.
  • 17:28 - 17:29
    Namastê.
  • 17:29 - 17:32
    (Aplausos)
Title:
Ame suas rugas e seus cabelos brancos | Rosane Martins | TEDxBlumenau
Description:

Quando jovem, ela achou que ia morrer aos 40 para escapar do envelhecimento e suas doenças. Hoje em dia, ela vive nos tempos da modernidade líquida, em uma sociedade capitalista focada no consumo. Nessa lógica, pessoas também são produtos e são consumidas como tal, tendo somente valor na idade produtiva e reprodutiva. Ao envelhecer, nós todos podemos ser descartados, a menos que mudemos o paradigma do que é envelhecer. Ideias mudarão para experiência positiva ao gerenciar seus capitais sociais, genéticos e emocionais. Se entendermos isso, respeitaremos nossa transição de jovens para adultos, desenvolvendo mais respeito aos idosos e aos jovens, nessa viagem chamada vida.

Mestre em Educação, pós-graduada em Gerenciamento en Salud para Personas Mayores e Gerontologia, Rosane se divorciou quando as mulheres não tinham essa coragem, fez uma tatuagem quando quase ninguém tinha uma, se casou duas vezes e teve três filhos. Atualmente ela ensina tudo que viveu e aprendeu, antes que o Alzheimer destrua tudo, em algum momento.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite https://www.ted.com/tedx

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Video Language:
Portuguese, Brazilian
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
17:44

Portuguese, Brazilian subtitles

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