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O que os humanos podem aprender com os bolores semi-inteligentes

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    Gostaria de apresentar-vos
    um organismo:
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    um bolor limoso,
    o Physarum polycephalum.
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    É um bolor com uma crise de identidade,
    porque não é um bolor,
  • 0:10 - 0:12
    por isso, vamos já esclarecer as coisas.
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    É um dos 700 bolores limosos conhecidos
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    que pertencem ao reino das amebas.
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    É um organismo unicelular, uma célula,
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    que se junta a outras células
  • 0:22 - 0:24
    para formar uma enorme supercélula
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    para maximizar os seus recursos.
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    Num bolor limoso, podemos encontrar
  • 0:28 - 0:31
    milhares ou milhões de núcleos,
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    partilhando todos uma parede celular,
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    funcionando todos como uma só entidade.
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    No seu "habitat" natural,
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    podemos encontrar o bolor
    a procurar alimentos em bosques,
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    a comer vegetação em decomposição.
  • 0:44 - 0:45
    Mas podemos encontrá-lo igualmente
  • 0:45 - 0:47
    em laboratórios de investigação,
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    em salas de aula, ou até mesmo
    em estúdios artísticos.
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    Encontrei este bolor limoso
    pela primeira vez há cinco anos.
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    Uma microbióloga, minha amiga,
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    deu-me uma placa de petri
    com uma bolhinha amarela
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    e disse-me para ir para casa
    brincar com aquilo.
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    As únicas instruções que me deu
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    foi que a bolhinha gostava
    do escuro e da humidade
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    e que a sua comida favorita
    era papa de aveia.
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    Sou uma artista que trabalhou
    durante muitos anos
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    com biologia, com processos científicos.
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    Por isso, os materiais vivos
    não me são estranhos.
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    Tenho trabalhado com plantas, bactérias,
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    chocos, moscas da fruta.
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    Fiz questão de levar para casa
    o meu novo colaborador
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    para ver o que é que podia fazer.
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    Assim, levei-o para casa e observei-o.
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    Alimentei-o com uma dieta variada,
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    observei à medida que
    ele formava uma rede.
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    Formou uma ligação entre
    os recursos alimentares.
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    Observei-o a deixar um rasto para trás,
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    Indicando onde tinha estado.
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    E notei que, depois de encher
    a placa de petri,
  • 1:43 - 1:46
    fugia e achava uma casa melhor.
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    Captei as minhas observações
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    através de fotografias temporizadas.
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    Os bolores crescem cerca
    de um centímetro por hora,
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    portanto não são o ideal
    para acompanhar ao vivo
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    a não ser que exista
    uma forma de meditação radical.
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    Porém, através das fotos temporizadas,
  • 2:00 - 2:03
    pude observar alguns
    comportamentos interessantes.
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    Por exemplo, depois de se alimentar
    de um monte de aveia,
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    o bolor vai explorar novos territórios
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    em direções diferentes, simultaneamente.
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    Quando se encontra consigo mesmo,
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    ele sabe que já lá está,
  • 2:18 - 2:20
    reconhece que já lá está,
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    e por isso recua
  • 2:22 - 2:25
    e cresce noutras direções.
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    Eu fiquei muito impressionada
    com essa façanha de um ser,
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    que era apenas
    um saco cheio de bolor celular,
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    conseguir mapear o seu território,
  • 2:34 - 2:37
    conhecer-se a si próprio,
    e mover-se com aparente intenção.
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    Encontrei inúmeros estudos científicos,
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    artigos de investigação e na imprensa,
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    todos citando um trabalho incrível
    com este organismo unicelular.
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    Vou partilhar alguns deles convosco.
  • 2:49 - 2:52
    Por exemplo, uma equipa
    na Universidade de Hokkaido no Japão
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    encheu um labirinto com bolor limoso.
  • 2:55 - 2:57
    O bolor juntou-se
    e formou uma enorme célula.
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    Eles colocaram comida em dois pontos,
  • 2:59 - 3:00
    aveia, claro.
  • 3:00 - 3:03
    O bolor formou uma ligação
    entre a comida.
  • 3:03 - 3:06
    Recuou de áreas vazias
    e de becos sem saída.
  • 3:06 - 3:09
    Existem quatro possíveis caminhos
    dentro do labirinto.
  • 3:09 - 3:11
    Porém, de cada vez e sempre,
  • 3:11 - 3:13
    o bolor escolheu o caminho mais curto
  • 3:13 - 3:15
    e o caminho mais prático.
  • 3:15 - 3:17
    Muito inteligente!
  • 3:17 - 3:18
    A conclusão deste estudo
  • 3:18 - 3:21
    foi que o bolor tinha
    uma forma primitiva de inteligência.
  • 3:22 - 3:25
    Outro estudo expôs o bolor a ar frio
    em intervalos regulares.
  • 3:25 - 3:27
    Ele não gostou.
    O bolor não gosta do frio.
  • 3:27 - 3:29
    Não gosta quando está seco.
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    Os investigadores fizeram isso
    em intervalos repetidos,
  • 3:32 - 3:35
    e o bolor reagia sempre
    retardando o seu crescimento.
  • 3:36 - 3:38
    No entanto, no intervalo seguinte,
  • 3:38 - 3:41
    os pesquisadores não ligaram o ar frio.
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    Apesar disso, o bolor retardou
    o seu crescimento,
  • 3:43 - 3:45
    prevendo o que ia acontecer.
  • 3:45 - 3:48
    De certa forma sabia que estava na hora
  • 3:48 - 3:50
    do ar frio de que não gostava.
  • 3:50 - 3:51
    A conclusão para esta experiência
  • 3:51 - 3:54
    foi que o bolor era capaz de aprender.
  • 3:54 - 3:56
    Uma terceira experiência:
  • 3:56 - 3:58
    O bolor foi convidado
  • 3:58 - 4:01
    a explorar um território coberto de aveia.
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    Desdobrou-se num padrão ramificado.
  • 4:04 - 4:07
    À medida que avança,
    cada porção de alimento que encontra,
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    forma uma rede, uma interligação,
  • 4:10 - 4:12
    e continua à procura de alimento.
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    Após 26 horas, o bolor constituiu
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    uma rede muito firme
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    entre as várias aveias.
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    Ora bem, isto não tem nada de especial
  • 4:20 - 4:22
    se não soubermos que
    o centro de onde o bolor partiu
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    representa a cidade de Tóquio,
  • 4:25 - 4:27
    e as áreas de aveia em volta
    são as estações de metro.
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    O bolor fez uma réplica
  • 4:30 - 4:33
    da rede de transportes de Tóquio.
  • 4:33 - 4:34
    (Risos)
  • 4:34 - 4:37
    Um sistema complexo,
    desenvolvido ao longo dos anos
  • 4:37 - 4:41
    por cidadãos, engenharia civil,
    planeamento urbano.
  • 4:41 - 4:44
    O que levámos mais de 100 anos a fazer,
  • 4:44 - 4:47
    o bolor levou apenas um dia.
  • 4:47 - 4:49
    A conclusão para esta experiência
  • 4:49 - 4:51
    foi que o bolor pode moldar redes eficazes
  • 4:51 - 4:53
    e solucionar o problema
    do vendedor viajante.
  • 4:53 - 4:56
    É um computador biológico.
  • 4:56 - 4:58
    Como tal, foi transformado
    num modelo matemático,
  • 4:58 - 5:00
    analisado em algoritmos.
  • 5:00 - 5:03
    O bolor foi sonorizado,
    duplicado, simulado.
  • 5:03 - 5:06
    Em todo o mundo,
    equipas de investigadores
  • 5:06 - 5:09
    estão a descodificar
    os seus princípios biológicos
  • 5:09 - 5:11
    para entender
    as suas regras de computação
  • 5:11 - 5:13
    e aplicar esse conhecimento
    ao campo da eletrónica,
  • 5:13 - 5:15
    da programação e da robótica.
  • 5:15 - 5:17
    Então, a questão é:
  • 5:17 - 5:20
    Como é que essa coisa funciona?
  • 5:20 - 5:22
    O bolor não possui
    um sistema nervoso central.
  • 5:22 - 5:23
    Não tem cérebro.
  • 5:23 - 5:25
    Mesmo assim, consegue
    exibir comportamentos
  • 5:25 - 5:27
    que nós associamos
    com funções do cérebro.
  • 5:27 - 5:29
    Pode aprender, pode recordar,
  • 5:29 - 5:31
    pode resolver problemas,
    pode tomar decisões.
  • 5:32 - 5:35
    Então, onde reside essa inteligência?
  • 5:35 - 5:37
    Isto é uma microscopia,
    um vídeo que gravei.
  • 5:37 - 5:40
    Tem um aumento de cerca de 100 vezes,
  • 5:40 - 5:43
    e uma aceleração de cerca de 20 vezes.
  • 5:43 - 5:44
    Dentro do bolor,
  • 5:44 - 5:48
    há um fluxo de pulsação rítmica,
  • 5:48 - 5:50
    uma estrutura semelhante a uma veia
  • 5:50 - 5:54
    que transporta material celular,
    nutrientes e informações químicas
  • 5:54 - 5:56
    através da célula,
  • 5:56 - 5:59
    que correm primeiro numa direção
    e depois regressam por outra.
  • 5:59 - 6:04
    E é esta oscilação, contínua e sincrónica
    dentro da célula,
  • 6:04 - 6:05
    que permite que o bolor
  • 6:05 - 6:08
    forme uma compreensão
    complexa do seu ambiente,
  • 6:08 - 6:11
    sem nenhum grande centro controlador.
  • 6:12 - 6:14
    É aqui que reside a sua inteligência.
  • 6:14 - 6:18
    Mas não é somente a investigação
    académica nas universidades
  • 6:18 - 6:20
    que está interessada neste organismo.
  • 6:20 - 6:23
    Há uns anos, criei o SliMoCo,
  • 6:23 - 6:25
    o Slime Mould Collective.
  • 6:25 - 6:29
    É uma rede "online",
    aberta e democrática,
  • 6:29 - 6:32
    para que os investigadores
    de bolores e entusiastas
  • 6:32 - 6:34
    partilhem conhecimento e experiências
  • 6:34 - 6:36
    através de setores diciplinares
  • 6:36 - 6:40
    e através de setores académicos.
  • 6:40 - 6:44
    A associação Slime Mould Collective
    é auto-seletiva.
  • 6:44 - 6:47
    As pessoas encontraram o coletivo
  • 6:47 - 6:49
    tal como os bolores encontram a aveia.
  • 6:49 - 6:50
    (Risos)
  • 6:50 - 6:52
    É composta por cientistas.
  • 6:52 - 6:54
    cientistas da computação e investigadores
  • 6:54 - 6:55
    mas também por artistas como eu,
  • 6:55 - 7:01
    arquitetos, "designers",
    escritores, ativistas, etc.
  • 7:01 - 7:05
    É um grupo de membros
    muito interessante e eclético.
  • 7:05 - 7:06
    Só alguns exemplos:
  • 7:06 - 7:09
    Um artista que pinta
    com Physarum fluorescente;
  • 7:09 - 7:11
    uma equipa colaboradora
  • 7:11 - 7:14
    que está a misturar
    o "design" biológico e eletrónico
  • 7:14 - 7:18
    com a tecnologia de
    impressões 3D numa oficina;
  • 7:18 - 7:20
    outro artista que está a usar o bolor
  • 7:20 - 7:22
    como um meio
    para envolver uma comunidade
  • 7:22 - 7:25
    para mapear a área.
  • 7:25 - 7:27
    Aqui, o bolor está a ser usado diretamente
  • 7:27 - 7:30
    como uma ferramente biológica,
    mas metaforicamente
  • 7:30 - 7:32
    como o símbolo de formas de conversar
  • 7:32 - 7:36
    sobre coesão social,
    sobre comunicação
  • 7:36 - 7:38
    e sobre cooperação.
  • 7:38 - 7:41
    Outras atividades
    de envolvimento público:
  • 7:41 - 7:42
    Eu coordeno várias oficinas de bolor,
  • 7:42 - 7:45
    um modo criativo de nos envolvermos
    com o organismo.
  • 7:45 - 7:47
    Convidamos pessoas
    para virem aprender
  • 7:47 - 7:49
    as coisas incríveis
    que o bolor pode fazer.
  • 7:49 - 7:51
    Concebem as suas experiências
    numa placa de petri,
  • 7:51 - 7:53
    um ambiente onde o bolor
    pode navegar
  • 7:53 - 7:55
    para que depois possam testar
    as suas propriedades.
  • 7:55 - 7:58
    Todos levam para casa
    um novo animal de estimação
  • 7:58 - 8:00
    e são convidados
    a pulicarem os seus resultados
  • 8:00 - 8:03
    no Slime Mould Collective.
  • 8:03 - 8:04
    Este coletivo permitiu-me
  • 8:04 - 8:06
    formar colaborações
  • 8:06 - 8:10
    com toda uma matriz
    de pessoas interessantes.
  • 8:10 - 8:12
    Tenho trabalhado
    com realizadores de filmes
  • 8:12 - 8:14
    num documentário
    de longa-metragem sobre o bolor
  • 8:14 - 8:17
    — sublinho "longa-metragem" —
  • 8:17 - 8:19
    que está na fase final de edição.
  • 8:19 - 8:21
    Muito em breve estará
    nos vossos ecrãs do cinema.
  • 8:21 - 8:23
    (Risos)
  • 8:23 - 8:26
    O coletivo também me permitiu
    fazer o que penso ser
  • 8:26 - 8:29
    a primeira experiência do mundo
    com "bolor limoso humano".
  • 8:29 - 8:33
    Isto faz parte duma exposição
    em Roterdão no ano passado.
  • 8:33 - 8:37
    Convidámos pessoas para se transformarem
    em bolores limosos durante meia hora.
  • 8:37 - 8:41
    Basicamente, amarrámos as pessoas
  • 8:41 - 8:43
    para formarem uma célula gigante
  • 8:43 - 8:46
    e convidámo-las a seguirem
    as regras do bolor limoso:
  • 8:46 - 8:49
    "Têm que comunicar
    através de oscilações,
  • 8:49 - 8:50
    "sem falar.
  • 8:50 - 8:55
    "Têm que funcionar como
    uma só entidade, uma célula maciça,
  • 8:55 - 8:57
    "sem egos.
  • 8:57 - 9:00
    "A motivação para se moverem
  • 9:00 - 9:01
    "e explorar o ambiente
  • 9:01 - 9:03
    "é a procura de comida".
  • 9:03 - 9:07
    Seguiu-se então uma confusão caótica,
    assim que todos aqueles estranhos,
  • 9:07 - 9:10
    amarrados juntos com cordas amarelas,
    a usar "T-shirts" "Somos Bolor Limoso",
  • 9:10 - 9:14
    vagueavam pelo estacionamento do museu.
  • 9:14 - 9:17
    Quando encontravam árvores,
    tinham que remodelar
  • 9:17 - 9:20
    as suas ligações e voltar
    a formar uma célula massiça
  • 9:20 - 9:23
    mas sem falar.
  • 9:24 - 9:27
    Esta é uma experiência absurda
    sob muitos aspetos.
  • 9:27 - 9:29
    Não é guiada por uma hipótese.
  • 9:29 - 9:32
    Não estamos a tentar provar
    ou demonstrar nada.
  • 9:32 - 9:34
    Porém, o que coneguimos foi uma maneira
  • 9:34 - 9:36
    de envolvermos
    uma ampla secção do público
  • 9:36 - 9:41
    com ideias de inteligência,
    ações, autonomia,
  • 9:41 - 9:43
    e providenciar uma plataforma divertida
  • 9:43 - 9:49
    para analisar as coisas que se seguiram.
  • 9:49 - 9:54
    Uma das coisas mais excitantes
    nesta experiência
  • 9:54 - 9:57
    foi a conversa que ocorreu depois.
  • 9:57 - 10:00
    Realizou-se no parque de estacionamento
    um simpósio espontâneo.
  • 10:00 - 10:03
    As pessoas conversavam
    sobre a psicologia humana,
  • 10:03 - 10:05
    sobre quão difícil é abdicar
  • 10:05 - 10:07
    das suas personalidades
    e egos individuais.
  • 10:07 - 10:10
    Outras pessoas conversavam
    sobre a comunicação das bactérias.
  • 10:11 - 10:12
    Cada pessoa contribuiu
  • 10:12 - 10:16
    com a sua interpretação pessoal.
  • 10:16 - 10:17
    A nossa conclusão desta experiência
  • 10:17 - 10:21
    foi que as pessoas de Roterdão
    são muito cooperantes,
  • 10:21 - 10:23
    especialmente quando
    lhes damos cerveja.
  • 10:23 - 10:24
    (Risos)
  • 10:24 - 10:26
    Não lhes demos apenas aveia,
  • 10:26 - 10:28
    também lhes demos cerveja.
  • 10:28 - 10:30
    Mas não foram tão eficazes
    como o bolor limoso.
  • 10:30 - 10:32
    Para mim, o bolor limoso
  • 10:32 - 10:34
    é um assunto fascinante.
  • 10:34 - 10:36
    É biologicamente fascinante,
  • 10:36 - 10:38
    é computacionalmente interessante,
  • 10:38 - 10:40
    mas também é um símbolo,
  • 10:40 - 10:44
    um modo de nos envolvermos
    com ideias da comunidade,
  • 10:44 - 10:46
    com o comportamento social,
    a cooperação.
  • 10:47 - 10:49
    Muito do meu trabalho inspira-se
    na investigação científica.
  • 10:49 - 10:52
    Este presta homenagem
    à experiência do labirinto
  • 10:52 - 10:54
    mas de uma maneira diferente.
  • 10:54 - 10:56
    O bolor limoso também é
    o meu material de trabalho.
  • 10:56 - 11:01
    É coprodutor de fotografias,
    de impressões, de animações,
  • 11:01 - 11:03
    de eventos participativos.
  • 11:03 - 11:05
    Embora o bolor não escolha
  • 11:05 - 11:07
    trabalhar comigo, propriamente,
  • 11:07 - 11:10
    há uma espécie de colaboração.
  • 11:10 - 11:12
    Eu posso prever certos comportamentos
  • 11:12 - 11:14
    ao entender como ele funciona,
  • 11:14 - 11:16
    mas não o posso controlar.
  • 11:16 - 11:17
    É o bolor limoso que tem a palavra final
  • 11:17 - 11:19
    no processo criativo.
  • 11:19 - 11:23
    E afinal, possui
    a sua própria estética interna.
  • 11:23 - 11:25
    Estes padrões de ramificação que vemos,
  • 11:25 - 11:28
    vemo-los em todas as formas,
    escalas da natureza,
  • 11:28 - 11:30
    desde os deltas de rios
    até aos relâmpagos,
  • 11:30 - 11:34
    desde os nossos vasos sanguíneos
    às redes de neurónios.
  • 11:34 - 11:37
    Há claramente regras significativas em jogo
  • 11:37 - 11:39
    neste organismo simples, mas complexo.
  • 11:39 - 11:43
    Qualquer que seja a nossa perspetiva
    disciplinar ou o nosso modo de investigação,
  • 11:43 - 11:44
    podemos aprender uma grande lição
  • 11:44 - 11:46
    ao observar e ao nos envolvermos
  • 11:46 - 11:49
    com esta linda bolha sem cérebro.
  • 11:49 - 11:52
    Dou-vos o Phyysarum polycephalum.
  • 11:52 - 11:54
    Obrigada.
  • 11:54 - 11:55
    (Aplausos)
Title:
O que os humanos podem aprender com os bolores semi-inteligentes
Speaker:
Heather Barnett
Description:

Inspirada pelo "design" biológico e por sistemas capazes de se auto-organizarem, a artista Heather Barnett cria, com o Physarum polycephalum, um micro-organismo eucariota, que vive em locais frescos e húmidos. O que é que as pessoas podem aprender com um bolor limoso semi-inteligente ? Assista a esta palestra para descobrir.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
12:11
  • Atenção que esta tradução deveria ter sido feita em português europeu e terá de ser revista em português europeu (ou de Portugal). Se a revisão for feita em português do Brasil, será eliminada, por uma questão de coerência em relação ao idioma da tarefa. No Amara há duas opções: Português (entenda-se: europeu) e a sua variante, o Português do Brasil.

  • Enviei mensagem a Gabriel esclarecendo-o sobre a coerência do idioma (23/07/14)

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