Como é que os cães "veem" com o nariz? — Alexandra Horowitz
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0:07 - 0:08"Olá Bob."
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0:08 - 0:11"Bom dia Kelly. As tulipas
estão com ótimo aspeto." -
0:12 - 0:15Já alguma vez pensaram como é que
o vosso cão tem perceção do seu mundo? -
0:15 - 0:17Isto é o que ele vê.
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0:17 - 0:19Não é lá muito interessante.
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0:19 - 0:22Mas quanto ao que ele cheira,
aí o caso já muda de figura. -
0:22 - 0:25Tudo começa no seu nariz,
magnificamente desenvolvido. -
0:25 - 0:29Logo que o cão
recebe os primeiros indícios de ar, -
0:29 - 0:32a parte exterior do nariz,
esponjosa e húmida, -
0:32 - 0:35ajuda-o a captar os cheiros
que a brisa transporta. -
0:35 - 0:38A capacidade de cheirar
separadamente em cada narina -
0:38 - 0:40— cheirar em estéreo —
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0:40 - 0:42ajuda-o a determinar a direção
da origem do cheiro. -
0:42 - 0:45É por isso que,
momentos depois de farejar, -
0:45 - 0:48o cão começa a perceber
o tipo de coisas que estão perto -
0:48 - 0:51e também onde é que elas estão.
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0:51 - 0:53À medida que o ar entra no nariz,
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0:53 - 0:56uma pequena prega de tecido
divide-o em duas áreas separadas, -
0:56 - 0:59uma para respirar
e uma só para cheirar. -
0:59 - 1:01Esta segunda corrente de ar
entra numa região -
1:01 - 1:05cheia de células olfativas recetoras
altamente especializadas, -
1:05 - 1:09várias centenas de milhões,
enquanto que nós só temos 5 milhões. -
1:09 - 1:13Ao contrário da nossa desajeitada forma
de inspirar e expirar pela mesma passagem, -
1:13 - 1:15os cães expiram através de fendas
dos lados do nariz, -
1:15 - 1:19criando redemoinhos de ar que ajudam
novas moléculas de odores a entrar -
1:19 - 1:23e permitem uma concentração do odor
ao longo de múltiplas inspirações. -
1:24 - 1:28Mas toda esta arquitetura nasal
impressionante não serviria de muito -
1:28 - 1:32sem o processamento das cargas
de informações que o nariz vai juntando. -
1:33 - 1:37Acontece que o sistema olfativo
dedicado ao processamento dos cheiros -
1:37 - 1:43ocupa uma área cerebral muito maior
do que nos seres humanos. -
1:43 - 1:45Tudo isto permite que os cães distingam
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1:45 - 1:48e se lembrem duma variedade espantosa
de odores específicos -
1:48 - 1:53em concentrações 100 milhões de vezes
menores do que os nossos narizes detetam. -
1:53 - 1:56Conseguimos cheirar uma vaporização
de perfume numa sala pequena, -
1:56 - 2:00mas um cão não tem qualquer dificuldade
em cheirá-lo num estádio fechado -
2:00 - 2:03e distinguir os seus ingredientes,
ainda por cima. -
2:03 - 2:06Tudo o que se passa na rua,
cada pessoa, cada carro, -
2:06 - 2:08o conteúdo do caixote do lixo do vizinho,
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2:08 - 2:10cada tipo de árvore
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2:10 - 2:12e todos os pássaros e insetos que ela tem
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2:12 - 2:16tem um perfil distinto de odor
que diz ao cão o que é, onde está -
2:16 - 2:19e em que direção se move.
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2:19 - 2:22Além de ser muito mais poderoso
do que o nosso, -
2:22 - 2:26o olfato de um cão deteta
coisas que não se veem. -
2:26 - 2:28Um sistema olfativo totalmente separado,
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2:28 - 2:32chamado órgão vomeronasal,
por cima do palato, -
2:32 - 2:36deteta as hormonas que todos os animais,
incluindo o homem, libertam naturalmente. -
2:36 - 2:39Faz com que os cães identifiquem
possíveis parceiros, -
2:39 - 2:42ou distingam entre animais
amigos ou hostis. -
2:42 - 2:44Alerta-os para diversos estados emocionais
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2:44 - 2:48e até lhes pode dizer quando uma pessoa
está grávida ou doente. -
2:48 - 2:51Como o olfato é o primordial
de todos o sentidos, -
2:51 - 2:55ultrapassando o tálamo para se ligar
diretamente às estruturas cerebrais -
2:55 - 2:57que envolvem a emoção e o instinto,
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2:57 - 3:01podemos dizer que a perceção de um cão
é mais imediata e visceral do que a nossa. -
3:02 - 3:04Mas o mais espantoso no nariz de um cão,
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3:04 - 3:06é que pode atravessar o tempo.
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3:06 - 3:09O passado aparece no rasto
deixado pelos transeuntes -
3:09 - 3:12e no calor de um carro
que esteve estacionado há pouco, -
3:12 - 3:16nos resíduos de onde estivemos
e do que fizemos recentemente. -
3:16 - 3:19Pontos de referência
como bocas de incêndio e árvores -
3:19 - 3:22são cartazes aromáticos que transmitem
mensagens de quem por ali passou, -
3:22 - 3:24o que é que estiveram a comer
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3:24 - 3:25e como é que estavam a sentir-se.
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3:25 - 3:27E o futuro também vem na brisa,
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3:27 - 3:30alertando-o para qualquer coisa
ou qualquer pessoa -
3:30 - 3:32que se aproxima, muito antes de a vermos.
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3:32 - 3:34Enquanto nós vemos e ouvimos
uma coisa num dado momento, -
3:34 - 3:38um cão fareja uma história
completa do princípio ao fim. -
3:38 - 3:41Nalguns dos melhores exemplos
de colaboração canino-humana, -
3:41 - 3:45os cães ajudam-nos, partilhando
e reagindo a estas histórias. -
3:45 - 3:47Podem reagir com gentileza
a pessoas em sofrimento, -
3:47 - 3:49ou com agressão a ameaças
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3:49 - 3:52porque a ansiedade e a raiva manifestam-se
como uma nuvem de hormonas -
3:52 - 3:55reconhecíveis pelo nariz do cão.
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3:55 - 3:56Com o devido treino,
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3:56 - 3:59até podem alertar-nos
para ameaças invisíveis -
3:59 - 4:01desde bombas ao cancro.
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4:01 - 4:03Como se vê, o melhor amigo do homem
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4:03 - 4:07não é aquele que vive
as mesmas coisas que nós, -
4:07 - 4:11mas aquele cujo incrível nariz
revela todo um outro mundo -
4:11 - 4:13para além dos nossos olhos.
- Title:
- Como é que os cães "veem" com o nariz? — Alexandra Horowitz
- Speaker:
- Alexandra Horowitz
- Description:
-
Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/how-do-dogs-see-with-their-noses-alexandra-horowitz
Já devem ter ouvido a expressão de que os cães "veem com o nariz". Na realidade, a espantosa arquitetura nasal deste animal revela todo um mundo para além do que nós vemos. Alexandra Horowitz ilustra como o nariz do cão cheira o passado, o futuro e até coisas totalmente invisíveis.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 04:28
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for How do dogs "see" with their noses? - Alexandra Horowitz | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How do dogs "see" with their noses? - Alexandra Horowitz | ||
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