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Como a cadeia de blocos está a mudar o dinheiro e os negócios

  • 0:01 - 0:04
    A tecnologia que provavelmente
    terá o maior impacto
  • 0:04 - 0:07
    nas próximas décadas, está aqui.
  • 0:08 - 0:11
    E não são os "media" sociais.
    Não é "big data".
  • 0:12 - 0:15
    Não é a robótica.
    Nem sequer é a inteligência artificial.
  • 0:15 - 0:17
    Ficarão surpreendidos por saber
  • 0:17 - 0:22
    que é a tecnologia subjacente
    às moedas digitais, como a BitCoin.
  • 0:22 - 0:26
    Ela chama-se "cadeia de blocos".
    Cadeia de blocos.
  • 0:26 - 0:29
    Não é o termo mais sonoro do mundo,
  • 0:30 - 0:33
    mas acredito que é
  • 0:33 - 0:35
    a próxima geração da Internet,
  • 0:35 - 0:40
    muito promissora para todos
    os negócios, todas as sociedades
  • 0:40 - 0:42
    e todos vós, individualmente.
  • 0:42 - 0:47
    Durante as últimas décadas,
    tivemos a Internet da informação.
  • 0:47 - 0:51
    Quando vos envio correio eletrónico,
    um ficheiro PowerPoint, ou outra coisa,
  • 0:51 - 0:55
    não estou a enviar o original,
    estou a enviar uma cópia.
  • 0:55 - 0:57
    E isso é ótimo.
  • 0:57 - 0:59
    É a informação democratizada.
  • 1:00 - 1:03
    Mas no que toca a ativos
  • 1:03 - 1:06
    — coisas como dinheiro,
  • 1:06 - 1:08
    ativos financeiros
    como ações e obrigações,
  • 1:08 - 1:12
    pontos de lealdade,
    propriedade intelectual,
  • 1:12 - 1:14
    música, arte, um voto,
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    créditos de carbono e outros ativos —
  • 1:18 - 1:20
    enviar uma cópia é péssima ideia.
  • 1:20 - 1:22
    Se vos enviar 100 dólares,
  • 1:22 - 1:25
    é bastante importante
    que eu não continue a ter esse dinheiro...
  • 1:25 - 1:26
    (Risos)
  • 1:26 - 1:29
    ... e que não possa voltar a enviá-lo
    a outra pessoa.
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    O problema é chamado pelos criptógrafos
    "gasto duplo", há muito tempo.
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    Hoje em dia, dependemos por completo
    dos grandes intermediários
  • 1:39 - 1:41
    — como bancos, governos,
  • 1:41 - 1:45
    empresas das redes sociais,
    de cartões de crédito, e outras —
  • 1:45 - 1:47
    para estabelecer confiança na economia.
  • 1:48 - 1:53
    Estes intermediários executam
    toda a lógica de negócio e de transações
  • 1:53 - 1:54
    de todo o comércio,
  • 1:54 - 1:57
    desde a autenticação
    e identificação de pessoas,
  • 1:57 - 2:01
    até à compensação, liquidação
    e manutenção de registos.
  • 2:02 - 2:05
    No geral, fazem um bom trabalho.
    Mas há problemas crescentes.
  • 2:06 - 2:09
    Para começar, são centralizados,
    podem sofrer ataques informáticos
  • 2:09 - 2:13
    e sofrem cada vez mais
    — o JP Morgan, o Governo Federal dos EUA,
  • 2:13 - 2:16
    o LinkedIn, o Home Depot e outros
    descobriram-no da pior forma.
  • 2:17 - 2:20
    Eles excluem milhares de milhões
    de pessoas da economia global,
  • 2:20 - 2:24
    por exemplo, pessoas sem dinheiro
    suficiente para ter conta bancária.
  • 2:25 - 2:27
    Eles atrasam as coisas.
  • 2:27 - 2:31
    Num segundo, um correio eletrónico
    pode cruzar o mundo,
  • 2:31 - 2:33
    mas pode demorar dias ou semanas
  • 2:33 - 2:36
    para o dinheiro viajar pelo sistema
    bancário e cruzar uma cidade.
  • 2:36 - 2:38
    E eles ficam com uma fatia grande
  • 2:38 - 2:41
    — entre 10% e 20%,
    só para enviar dinheiro para outro país.
  • 2:42 - 2:44
    Eles recolhem os nossos dados,
  • 2:44 - 2:46
    e não podemos monetizá-los,
  • 2:46 - 2:48
    nem usá-los para melhorar as nossas vidas.
  • 2:48 - 2:51
    A nossa privacidade está a ser abalada.
  • 2:51 - 2:53
    E o maior problema é que, em geral,
  • 2:54 - 3:00
    eles apropriaram-se da generosidade
    da era digital, de forma assimétrica:
  • 3:00 - 3:04
    temos criação de riqueza,
    mas cada vez mais desigualdade social.
  • 3:05 - 3:09
    E se houvesse, não só
    uma Internet da informação,
  • 3:09 - 3:12
    mas também uma Internet do valor
  • 3:13 - 3:17
    — uma espécie de registo contabilístico
    vasto, global e distribuído,
  • 3:17 - 3:19
    a correr em milhões de computadores
  • 3:19 - 3:21
    e disponível para todos?
  • 3:21 - 3:25
    E onde todos os tipos de ativos,
    do dinheiro à música,
  • 3:25 - 3:31
    pudessem ser armazenados, movidos,
    transacionados, trocados e administrados,
  • 3:31 - 3:33
    sem estes intermediários poderosos?
  • 3:34 - 3:37
    E se existisse um meio nativo
    para o valor?
  • 3:38 - 3:43
    Bem, em 2008, a indústria financeira
    entrou em colapso
  • 3:43 - 3:46
    e, talvez oportunamente,
  • 3:46 - 3:50
    uma pessoa ou grupo de pessoas anónimas,
    intitulado Satoshi Nakamoto,
  • 3:51 - 3:58
    criou um artigo onde desenvolveu
    o protocolo para um dinheiro digital
  • 3:58 - 4:02
    com uma criptomoeda subjacente,
    a moeda de bits chamada BitCoin.
  • 4:02 - 4:08
    Esta criptomoeda permitiu estabelecer
    confiança entre pessoas e fazer transações
  • 4:08 - 4:10
    sem o envolvimento de terceiros.
  • 4:10 - 4:14
    Este ato, aparentemente simples,
    lançou uma faísca
  • 4:14 - 4:16
    que incendiou o mundo
  • 4:16 - 4:21
    e está a entusiasmar, aterrorizar
    ou interessar toda a gente
  • 4:21 - 4:22
    em muitos sítios.
  • 4:23 - 4:25
    Não se equivoquem quanto à BitCoin —
  • 4:25 - 4:28
    a BitCoin é um ativo;
    o seu valor sobe e desce,
  • 4:28 - 4:31
    e isso deve interessar-vos
    se forem especuladores.
  • 4:32 - 4:34
    De forma mais geral, é uma criptomoeda.
  • 4:34 - 4:37
    Não é papel-moeda,
    controlado por uma nação.
  • 4:37 - 4:39
    E isto é muito mais interessante.
  • 4:39 - 4:43
    Mas a verdadeira atração
    é a tecnologia que a alicerça.
  • 4:43 - 4:45
    Chama-se cadeia de blocos.
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    Pela primeira vez
    na história da humanidade,
  • 4:49 - 4:52
    pessoas em todo o mundo
    podem confiar umas nas outras
  • 4:52 - 4:54
    e fazer transações diretas,
    ponto a ponto.
  • 4:55 - 4:59
    A confiança não é estabelecida
    por uma grande instituição,
  • 4:59 - 5:02
    mas sim pela colaboração,
    pela criptografia
  • 5:02 - 5:04
    e alguma programação inteligente.
  • 5:05 - 5:08
    E porque a confiança
    está embutida na tecnologia,
  • 5:08 - 5:11
    chamo-lhe "O Protocolo da Confiança".
  • 5:11 - 5:14
    Provavelmente estão a pensar:
    "Como é que isso funciona"?
  • 5:14 - 5:16
    Muito bem.
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    Os ativos — ativos digitais, como
    dinheiro, música e tudo o resto —
  • 5:21 - 5:23
    ficam, não num repositório central,
  • 5:23 - 5:26
    mas distribuídos num registo
    contabilístico global,
  • 5:26 - 5:28
    que usa a mais sofisticada criptografia.
  • 5:29 - 5:32
    Quando ocorre uma transação,
  • 5:32 - 5:34
    ela é publicada globalmente,
  • 5:34 - 5:37
    para milhões e milhões de computadores.
  • 5:38 - 5:39
    Pelo mundo fora,
  • 5:39 - 5:42
    há um grupo de pessoas
    designadas "mineiros".
  • 5:42 - 5:45
    São mineiros de BitCoins.
  • 5:45 - 5:48
    Têm uma enorme capacidade
    de computação disponível
  • 5:48 - 5:53
    — entre 10 a 100 vezes maior
    do que a Google inteira no mundo.
  • 5:54 - 5:56
    Estes mineiros fazem muito trabalho.
  • 5:56 - 5:57
    A cada 10 minutos,
  • 5:58 - 6:00
    como o sinal de controlo numa rede,
  • 6:00 - 6:02
    é criado um bloco
  • 6:02 - 6:05
    que contém todas as transações
    dos 10 minutos anteriores.
  • 6:06 - 6:11
    Os mineiros começam a trabalhar,
    a tentar resolver uns problemas difíceis.
  • 6:11 - 6:12
    Em competição:
  • 6:12 - 6:17
    o primeiro mineiro que descobrir a verdade
    e validar o bloco,
  • 6:17 - 6:19
    é premiado em moeda digital.
  • 6:19 - 6:22
    Numa cadeia de blocos BitCoin,
    recebem BitCoins.
  • 6:22 - 6:24
    Depois — e este é o fator chave —
  • 6:24 - 6:27
    esse bloco é ligado ao bloco anterior
  • 6:27 - 6:28
    e ao anterior
  • 6:28 - 6:31
    para criar uma cadeia de blocos.
  • 6:31 - 6:35
    Cada bloco é datado,
    leva um carimbo digital.
  • 6:35 - 6:38
    Por isso, para eu piratear um bloco
  • 6:38 - 6:42
    e pagar a duas pessoas
    usando o mesmo dinheiro,
  • 6:42 - 6:44
    teria de piratear aquele bloco,
  • 6:44 - 6:45
    e todos os blocos precedentes,
  • 6:45 - 6:49
    o historial completo do comércio
    naquela cadeia de blocos,
  • 6:49 - 6:52
    não apenas num computador
    mas em milhões de computadores,
  • 6:52 - 6:54
    em simultâneo,
  • 6:54 - 6:57
    todos com a mais sofisticada encriptação,
  • 6:57 - 7:01
    à luz do recurso computacional
    mais poderoso do mundo
  • 7:01 - 7:02
    que me está a observar.
  • 7:02 - 7:03
    Seria difícil.
  • 7:04 - 7:06
    Isto é infinitamente mais seguro
  • 7:06 - 7:08
    do que os sistemas informáticos
    que temos hoje.
  • 7:08 - 7:11
    É assim que funciona a cadeia de blocos.
  • 7:11 - 7:15
    A cadeia de blocos BitCoin
    é só uma entre muitas.
  • 7:15 - 7:20
    A cadeia de blocos Ethereum
    foi criada pelo canadiano Vitalik Buterin.
  • 7:20 - 7:22
    Ele tem 22 anos de idade,
  • 7:22 - 7:26
    e esta cadeia de blocos
    tem algumas capacidades extraordinárias.
  • 7:26 - 7:29
    Uma delas é poder criar
    contratos inteligentes.
  • 7:29 - 7:31
    Um contrato destes faz tudo.
  • 7:31 - 7:34
    É um contrato que se autoexecuta,
  • 7:34 - 7:40
    e lida com a aplicação, gestão,
    desempenho e pagamento
  • 7:40 - 7:43
    — o contrato também tem
    uma conta bancária, em certo sentido —
  • 7:43 - 7:46
    do que foi acordado entre pessoas.
  • 7:46 - 7:48
    E hoje, na cadeia de blocos Ethereum,
  • 7:48 - 7:51
    há projetos em andamento para fazer tudo,
  • 7:51 - 7:54
    desde criar um substituto
    para o mercado de ações,
  • 7:54 - 7:56
    a criar um novo modelo de democracia,
  • 7:56 - 7:59
    que responsabiliza os políticos
    perante os cidadãos.
  • 7:59 - 8:02
    (Aplausos)
  • 8:02 - 8:06
    Para compreender a mudança radical
    que isto acarreta,
  • 8:07 - 8:09
    consideremos a indústria
    de serviços financeiros.
  • 8:09 - 8:11
    Reconhecem isto?
  • 8:11 - 8:13
    É uma máquina de Rube Goldberg.
  • 8:13 - 8:17
    É uma máquina muito complicada
    para executar uma tarefa simples,
  • 8:17 - 8:19
    como quebrar um ovo ou fechar uma porta.
  • 8:20 - 8:25
    Ela lembra-me a indústria
    de serviços financeiros — a sério.
  • 8:25 - 8:28
    Nós pagamos com cartão
    na loja da esquina,
  • 8:28 - 8:31
    e um fluxo de bits
    atravessa uma dezena de companhias,
  • 8:31 - 8:33
    cada uma com o seu sistema informático,
  • 8:33 - 8:36
    algumas com "mainframes" dos anos 70
  • 8:36 - 8:38
    mais velhos que a maioria
    das pessoas nesta sala
  • 8:38 - 8:41
    e três dias depois dá-se uma "liquidação".
  • 8:42 - 8:45
    Com cadeias de blocos
    como base da indústria financeira,
  • 8:45 - 8:47
    não haveria lugar a liquidação,
  • 8:47 - 8:50
    o pagamento e a liquidação
    são a mesma operação:
  • 8:50 - 8:51
    uma alteração no registo.
  • 8:52 - 8:54
    Em Wall Street e por todo o mundo,
  • 8:54 - 8:58
    a indústria financeira anda muito
    consternada com isto, a ponderar:
  • 8:58 - 9:03
    "Poderemos ser substituídos,
    ou como iremos abraçar esta tecnologia?"
  • 9:03 - 9:05
    Porque é que isto tem interesse?
  • 9:06 - 9:09
    Deixem-me descrever algumas aplicações.
  • 9:10 - 9:11
    Prosperidade.
  • 9:11 - 9:15
    A primeira era da Internet,
    a Internet da informação,
  • 9:15 - 9:18
    trouxe-nos a riqueza,
    mas não trouxe a prosperidade partilhada,
  • 9:18 - 9:21
    porque as desigualdades sociais
    estão a crescer.
  • 9:21 - 9:25
    E isto está no cerne
    de toda a irritação e extremismo
  • 9:25 - 9:28
    e protecionismo e xenofobia e pior,
  • 9:28 - 9:31
    que vemos a crescer no mundo.
  • 9:31 - 9:34
    O Brexit foi o caso mais recente.
  • 9:35 - 9:41
    Podíamos criar abordagens novas
    para o problema da desigualdade?
  • 9:41 - 9:44
    A única abordagem corrente
    é a redistribuição da riqueza,
  • 9:44 - 9:47
    cobrar impostos e distribuí-la mais.
  • 9:47 - 9:49
    Podíamos fazer
    a distribuição prévia da riqueza?
  • 9:50 - 9:53
    Podíamos alterar a forma
    como a própria riqueza é criada,
  • 9:53 - 9:57
    democratizando a criação de riqueza,
    atraindo mais pessoas para a economia
  • 9:58 - 10:01
    e garantindo que recebem
    uma compensação justa?
  • 10:01 - 10:04
    Deixem-me descrever
    cinco formas de fazê-lo.
  • 10:05 - 10:06
    Número um:
  • 10:06 - 10:11
    Sabiam que 70% das pessoas
    no mundo, que têm terra,
  • 10:11 - 10:13
    têm um título ténue sobre ela?
  • 10:14 - 10:18
    Imaginem que têm uma fazenda nas Honduras,
    um ditador ascende ao poder, e diz:
  • 10:18 - 10:21
    "Sei que tens um pedaço de papel
    que diz que és dono da fazenda,
  • 10:21 - 10:25
    "mas o computador do governo
    diz que o dono é o meu amigo".
  • 10:25 - 10:27
    Isto aconteceu em grande escala
    nas Honduras,
  • 10:27 - 10:30
    e o problema existe em todo o lado.
  • 10:30 - 10:33
    Hernando de Soto, o grande economista
    latino-americano,
  • 10:33 - 10:37
    considera-o o maior problema do mundo,
    em termos de mobilidade económica,
  • 10:37 - 10:39
    é mais importante
    do que ter uma conta bancária,
  • 10:39 - 10:42
    porque sem um título
    de posse de terra válido,
  • 10:42 - 10:43
    a terra não serve de garantia,
  • 10:43 - 10:45
    e não se pode planear o futuro.
  • 10:46 - 10:49
    Hoje, há companhias
    a trabalhar com governos
  • 10:49 - 10:52
    para colocar títulos de posse
    numa cadeia de blocos.
  • 10:52 - 10:54
    E quando lá estiverem, são imutáveis.
  • 10:55 - 10:56
    Não se podem piratear.
  • 10:56 - 10:59
    Isto cria condições para a prosperidade
  • 10:59 - 11:02
    de milhares de milhões de pessoas.
  • 11:03 - 11:04
    Segundo:
  • 11:04 - 11:07
    Muitos escrevem sobre a Uber
  • 11:07 - 11:10
    Airbnb, TaskRabbit, Lyft e outros
  • 11:10 - 11:12
    como exemplos da economia partilhada.
  • 11:12 - 11:14
    Esta é uma ideia muito poderosa,
  • 11:14 - 11:17
    que as pessoas possam unir-se
    e criar e partilhar riqueza.
  • 11:18 - 11:19
    O meu ponto de vista é que...
  • 11:20 - 11:24
    estas companhias não estão a partilhar.
  • 11:24 - 11:28
    Na verdade, têm sucesso
    precisamente porque não partilham.
  • 11:28 - 11:31
    Elas agregam serviços e vendem-nos.
  • 11:32 - 11:37
    E se, em vez de a Airbnb ser uma
    corporação de 25 mil milhões de dólares,
  • 11:37 - 11:42
    houvesse uma aplicação distribuída, numa
    cadeia de blocos — chamemos-lhe B-Airbnb —
  • 11:42 - 11:46
    detida essencialmente por
    todas as pessoas
  • 11:46 - 11:48
    que têm quartos para alugar?
  • 11:49 - 11:51
    Quando as pessoas querem alugar um quarto,
  • 11:51 - 11:55
    vão à base de dados da cadeia de blocos,
    com todos os critérios,
  • 11:55 - 11:58
    pesquisam e ela ajuda
    a encontrar o quarto certo,
  • 11:58 - 12:01
    a cadeia de blocos ajuda no contrato,
  • 12:01 - 12:04
    identifica as partes e faz os pagamentos
  • 12:04 - 12:07
    através de pagamentos digitais
    — tudo integrado no sistema.
  • 12:07 - 12:09
    Até trata da reputação,
  • 12:09 - 12:13
    porque se o hóspede classificar o quarto
    como cinco estrelas,
  • 12:13 - 12:16
    o quarto está lá,
    foi classificado e é imutável.
  • 12:17 - 12:22
    Afinal, os grandes desestabilizadores da
    economia partilhada, de Silicon Valley,
  • 12:23 - 12:26
    podiam ser eles os desestabilizados,
    e isto seria bom para a prosperidade.
  • 12:26 - 12:28
    Número três:
  • 12:28 - 12:31
    O maior fluxo financeiro
    do mundo desenvolvido
  • 12:31 - 12:35
    para o mundo em desenvolvimento
    não é o investimento corporativo,
  • 12:35 - 12:37
    nem sequer é a ajuda externa.
  • 12:38 - 12:40
    São as remessas de emigrantes.
  • 12:40 - 12:45
    É a diáspora global; as pessoas deixaram
    as suas terras ancestrais
  • 12:45 - 12:48
    e enviam dinheiro para as famílias.
  • 12:49 - 12:52
    São 600 mil milhões
    de dólares por ano e está a aumentar,
  • 12:52 - 12:54
    e estas pessoas estão a ser exploradas.
  • 12:55 - 12:57
    Analie Domingo é uma mulher a dias.
  • 12:58 - 13:00
    Vive em Toronto,
  • 13:00 - 13:05
    e todos os meses vai à Western Union
  • 13:05 - 13:06
    com dinheiro
  • 13:06 - 13:09
    para enviar a sua remessa
    para a mãe em Manila.
  • 13:10 - 13:14
    Isto custa-lhe 10%, o dinheiro leva
    entre quatro a sete dias a chegar,
  • 13:14 - 13:16
    a mãe nunca sabe quando vai chegar.
  • 13:16 - 13:19
    Ela gasta cinco horas por semana nisto.
  • 13:20 - 13:21
    Há seis meses,
  • 13:21 - 13:25
    a Analie Domingo usou uma aplicação
    com cadeia de blocos chamada Abra.
  • 13:26 - 13:28
    A partir do seu telemóvel,
    enviou 300 dólares.
  • 13:28 - 13:31
    Foram diretamente
    para o telemóvel da mãe
  • 13:31 - 13:33
    sem passar por um intermediário.
  • 13:33 - 13:36
    A mãe olha para o telemóvel
  • 13:36 - 13:40
    — é como a interface da Uber,
    há "Caixas" da Abra em movimento.
  • 13:40 - 13:44
    Clica um caixa, que tem cinco estrelas
    e está a sete minutos.
  • 13:44 - 13:47
    Ele toca à porta, dá-lhe pesos filipinos,
  • 13:47 - 13:49
    ela guarda-os na carteira.
  • 13:49 - 13:53
    Isto demorou minutos
    e só lhe custou 2%.
  • 13:54 - 13:57
    É uma grande oportunidade
    para a prosperidade.
  • 13:58 - 14:02
    Número quatro: O ativo mais poderoso
    da era digital são dados.
  • 14:02 - 14:06
    Os dados são um novo tipo de ativo,
  • 14:06 - 14:08
    talvez maior que outros tipos antigos,
  • 14:08 - 14:11
    como a terra na economia agrária,
  • 14:11 - 14:13
    ou uma fábrica industrial,
  • 14:13 - 14:14
    ou até o dinheiro.
  • 14:15 - 14:18
    E todos vós — nós — criamos dados.
  • 14:18 - 14:19
    Nós criamos este ativo,
  • 14:19 - 14:24
    porque vamos deixando um rasto
    de migalhas digitais ao longo da vida.
  • 14:24 - 14:28
    Agrupadas, essas migalhas criam uma imagem
    de todos nós: a nossa identidade virtual.
  • 14:28 - 14:31
    A nossa identidade virtual
    conhece-nos melhor que nós próprios,
  • 14:31 - 14:34
    porque não nos recordamos
    do que comprámos há um ano,
  • 14:34 - 14:36
    ou dissemos há um ano,
    ou do local exato onde estávamos.
  • 14:36 - 14:39
    Mas ela não nos pertence
  • 14:39 - 14:41
    — o grande problema é esse.
  • 14:41 - 14:44
    Hoje, há empresas a trabalhar
  • 14:44 - 14:50
    para criar identidades numa caixa negra,
    uma identidade virtual que nos pertence.
  • 14:50 - 14:53
    Esta caixa negra vai connosco,
  • 14:53 - 14:55
    enquanto viajamos pelo mundo fora
  • 14:55 - 14:57
    e ela é muito, muito cuidadosa.
  • 14:57 - 15:02
    Só dá o mínimo de informação necessária
    para o que é pretendido.
  • 15:02 - 15:06
    Em muitas transações, o vendedor
    não precisa de saber quem nós somos.
  • 15:06 - 15:08
    Só precisa de saber que foi pago.
  • 15:09 - 15:13
    Então, este avatar está a recolher
    os nossos dados
  • 15:13 - 15:15
    e a permitir-nos monetizá-los.
  • 15:16 - 15:18
    E isto é maravilhoso,
  • 15:18 - 15:21
    porque ajuda a proteger
    a nossa privacidade,
  • 15:21 - 15:25
    e a privacidade é a fundação
    de uma sociedade livre.
  • 15:25 - 15:29
    Peguemos neste ativo que nós criamos
    e recuperemos o controlo sobre ele,
  • 15:29 - 15:33
    para sermos donos da nossa identidade
    e geri-la responsavelmente.
  • 15:34 - 15:38
    (Aplausos)
  • 15:40 - 15:42
    Finalmente, o número cinco:
  • 15:42 - 15:45
    Há muitos criadores de conteúdos
  • 15:45 - 15:47
    que não são compensados de forma justa
  • 15:47 - 15:50
    porque a proteção da propriedade
    intelectual foi quebrada.
  • 15:50 - 15:54
    Foi quebrada
    pela primeira era da Internet.
  • 15:54 - 15:55
    Consideremos a música.
  • 15:56 - 15:59
    Os músicos ficam com as migalhas
    do fim da cadeia alimentar.
  • 15:59 - 16:04
    Se fossem compositores, há 25 anos,
    escreviam uma música de sucesso,
  • 16:04 - 16:06
    vendiam um milhão de "singles",
  • 16:06 - 16:10
    e obtinham cerca de 45 mil dólares
    em direitos.
  • 16:10 - 16:12
    Hoje, se forem compositores
    e criarem um sucesso,
  • 16:12 - 16:17
    com um milhão de "streams",
    não recebem 45 mil, recebem 36 dólares,
  • 16:18 - 16:20
    o suficiente para comprar uma boa pizza.
  • 16:21 - 16:25
    A Imogen Heap, cantora e compositora
    galardoada com vários Grammy
  • 16:25 - 16:29
    está a colocar a música
    num ecossistema com cadeia de blocos.
  • 16:29 - 16:30
    Ela chama-lhe "Mycelia".
  • 16:30 - 16:35
    A música está envolvida
    num contrato inteligente.
  • 16:35 - 16:38
    A música protege-lhe os direitos
    de propriedade intelectual.
  • 16:38 - 16:40
    Querem ouvir a música?
  • 16:40 - 16:43
    É grátis, ou custa microcêntimos
    que vão para uma conta digital.
  • 16:43 - 16:45
    Mas querem usar a música num filme?
    Isso é diferente.
  • 16:45 - 16:47
    Os direitos estão todos indicados.
  • 16:47 - 16:50
    Querem fazer um toque de telemóvel?
    É diferente.
  • 16:50 - 16:53
    Ela diz que a música se torna um negócio.
  • 16:53 - 16:56
    Está na tal plataforma
    a vender-se a si própria,
  • 16:56 - 16:58
    a proteger os direitos do autor,
  • 16:58 - 17:00
    e como a música
    tem um sistema de pagamentos,
  • 17:00 - 17:04
    como se fosse uma conta bancária,
    todo o dinheiro flui para o artista
  • 17:04 - 17:07
    e os artistas controlam a indústria,
  • 17:07 - 17:09
    em vez destes intermediários poderosos.
  • 17:10 - 17:13
    (Aplausos)
  • 17:16 - 17:19
    Isto não é só para músicos,
    é para qualquer criador de conteúdos,
  • 17:19 - 17:20
    como arte,
  • 17:20 - 17:23
    como invenções,
  • 17:23 - 17:26
    descobertas científicas, jornalistas.
  • 17:26 - 17:29
    Muita gente não recebe
    uma compensação justa,
  • 17:29 - 17:30
    e com as cadeias de blocos,
  • 17:30 - 17:34
    poderão prosperar.
  • 17:34 - 17:36
    E isso é maravilhoso.
  • 17:37 - 17:43
    Portanto, estas são cinco oportunidades,
    de entre várias,
  • 17:43 - 17:48
    para resolver um problema, a prosperidade,
    que é um dos muitos problemas
  • 17:48 - 17:51
    onde se pode aplicar cadeias de blocos.
  • 17:51 - 17:55
    A tecnologia não cria prosperidade, claro
    — são as pessoas que a criam.
  • 17:56 - 17:59
    Mas a minha convicção é que, mais uma vez,
  • 18:00 - 18:03
    o génio da tecnologia saiu da garrafa,
  • 18:03 - 18:07
    e foi chamado por uma pessoa
    ou um grupo de pessoas desconhecidas,
  • 18:07 - 18:09
    nesta hora incerta
    da história da humanidade
  • 18:10 - 18:13
    e está a dar-nos mais uma oportunidade,
  • 18:14 - 18:20
    de reescrever a matriz económica
    e o "statu quo",
  • 18:20 - 18:25
    e resolver alguns dos maiores
    problemas do mundo,
  • 18:25 - 18:27
    se assim quisermos.
  • 18:28 - 18:29
    Obrigado.
  • 18:29 - 18:32
    (Aplausos)
Title:
Como a cadeia de blocos está a mudar o dinheiro e os negócios
Speaker:
Don Tapscott
Description:

O que é a cadeia de blocos? Se não sabem, deviam saber; se já sabem, é provável que ainda precisem de esclarecimentos sobre a forma como ela funciona. Don Tapscott está cá para ajudar, desmistificando esta tecnologia estabelecedora de confiança, que poderá mudar o mundo. Segundo Don: "ela representa nada menos que a segunda geração da Internet e pode vir a transformar o dinheiro, os negócios, o governo e a sociedade."

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
18:49

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