O papel bate o plástico? Como repensar o folclore ambiental
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0:01 - 0:03Imaginem que estão no supermercado,
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0:03 - 0:05a fazer compras,
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0:05 - 0:07e dão-vos a escolher
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0:07 - 0:10entre um saco de plástico ou de papel.
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0:10 - 0:12Qual é que escolhem, se quiserem fazer
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0:12 - 0:15o que é melhor para o ambiente?
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0:15 - 0:17A maioria das pessoas opta pelo papel.
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0:17 - 0:18Ok, vamos lá pensar porquê.
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0:18 - 0:20Para começar é castanho...
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0:20 - 0:22Portanto, deve ser bom
para o meio ambiente. -
0:22 - 0:24É biodegradável. É reutilizável.
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0:24 - 0:26Em alguns casos, é reciclável.
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0:26 - 0:28Por isso, quando as pessoas olham
para o saco de plástico, -
0:28 - 0:31é provável que pensem
mais ou menos nisto... -
0:31 - 0:34que todos sabemos como é horrível,
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0:34 - 0:36e que devemos evitar a todo custo
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0:36 - 0:38este tipo de danos ambientais.
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0:38 - 0:40Contudo, na maior parte das vezes,
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0:40 - 0:42as pessoas não pensam
numa coisa destas, -
0:42 - 0:45que é a outra face da moeda.
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0:45 - 0:48Quando fabricamos materiais,
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0:48 - 0:50temos que extraí-los do ambiente,
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0:50 - 0:53e provocamos uma série
de impactos ambientais. -
0:54 - 0:57O que acontece é que, quando precisamos
de fazer escolhas complicadas, -
0:57 - 1:00nós, os seres humanos, gostamos
de soluções muito simples, -
1:00 - 1:03e, por isso, geralmente procuramos
soluções simples. -
1:03 - 1:04Eu trabalho em "design".
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1:04 - 1:06Dou consultoria a "designers"
e a inovadores -
1:06 - 1:08na área da sustentabilidade,
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1:08 - 1:09e todos eles dizem-me sempre:
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1:09 - 1:11"Leyla, só quero materiais ecológicos."
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1:11 - 1:14E eu digo: "Bem, isso é muito complexo,
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1:14 - 1:16"e vamos ter que passar 4 horas a analisar
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1:16 - 1:18"o que é exatamente um material ecológico,
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1:18 - 1:21"porque, em última análise,
tudo provém da natureza, -
1:21 - 1:23"e é a forma como utilizamos o material
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1:23 - 1:26"que dita o impacto ambiental".
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1:26 - 1:28O que acontece é que temos que nos basear
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1:28 - 1:30numa espécie de quadro intuitivo
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1:30 - 1:32quando tomamos decisões.
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1:32 - 1:34Gosto de chamar a esse quadro intuitivo
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1:34 - 1:37o nosso folclore ambiental.
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1:37 - 1:39É aquela vozinha cá dentro
da nossa cabeça. -
1:39 - 1:43ou a sensação que temos
quando fazemos uma coisa certa. -
1:43 - 1:45Quando optamos pelo saco de papel
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1:45 - 1:48ou quando compramos
um carro de combustível económico, -
1:48 - 1:51o folclore ambiental
é uma coisa muito importante, -
1:51 - 1:53porque estamos a tentar fazer
o que está certo. -
1:53 - 1:56Mas como é que sabemos se, na verdade,
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1:56 - 1:58estamos a reduzir os impactos ambientais
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1:58 - 2:01que as nossas ações, enquanto indivíduos,
enquanto profissionais, -
2:01 - 2:03e enquanto sociedade,
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2:03 - 2:06estão de facto a ter
sobre o ambiente natural? -
2:06 - 2:09Portanto, o que acontece
com o folclore ambiental -
2:09 - 2:11é que tem tendência a basear-se
nas nossas experiências, -
2:11 - 2:14nas coisas que ouvimos dizer
a outras pessoas. -
2:14 - 2:16Não se baseia em qualquer
enquadramento científico. -
2:16 - 2:19E isto é difícil, porque vivemos
em sistemas incrivelmente complexos. -
2:19 - 2:21Temos os sistemas humanos
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2:21 - 2:23— como comunicamos e como interagimos
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2:23 - 2:25e temos toda a nossa sociedade
construída — -
2:25 - 2:28temos os sistemas industriais,
que é essencialmente toda a economia. -
2:28 - 2:31E tudo isso tem que funcionar
dentro do sistema maior, -
2:31 - 2:34e, na minha opinião, no mais importante,
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2:34 - 2:35o ecossistema.
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2:35 - 2:38Portanto, as escolhas que fazemos,
enquanto indivíduos, -
2:38 - 2:42as escolhas que fazemos
em cada profissão que temos, -
2:42 - 2:45independentemente de estarmos
no alto ou em baixo na escala social, -
2:45 - 2:48têm impacto em todos estes sistemas.
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2:48 - 2:50E o que interessa
é que temos que encontrar formas -
2:50 - 2:53— se queremos, de facto,
abordar a sustentabilidade — -
2:53 - 2:55de interligar estes sistemas complexos
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2:55 - 2:58e fazer escolhas melhores
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2:58 - 3:01que resultem em ganhos ambientais.
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3:01 - 3:02O que precisamos de fazer
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3:02 - 3:04é aprender a fazer mais com menos.
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3:04 - 3:06Temos uma população crescente,
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3:06 - 3:08e toda a gente gosta dos seus telemóveis
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3:08 - 3:10— especialmente numa situação como esta.
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3:10 - 3:12Precisamos de encontrar formas inovadoras
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3:12 - 3:14de resolver parte dos problemas
que enfrentamos. -
3:14 - 3:17E é aí que entra um processo chamado
"pensar o ciclo de vida". -
3:17 - 3:20Na essência, tudo o que é criado
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3:20 - 3:23passa por uma série de fases
de um ciclo de vida -
3:23 - 3:24e utilizamos este processo científico,
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3:24 - 3:26chamado avaliação do ciclo de vida
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3:26 - 3:29— nos EUA, vocês dizem
análise do ciclo de vida — -
3:29 - 3:32a fim de ter uma imagem mais clara
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3:32 - 3:36de como tudo o que fazemos
na parte técnica desses sistemas -
3:36 - 3:38afeta o ambiente natural.
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3:38 - 3:40Por isso, percorremos o caminho inverso
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3:40 - 3:42até à extração das matérias-primas,
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3:42 - 3:44e depois analisamos o fabrico,
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3:44 - 3:46observamos o empacotamento
e o transporte, -
3:46 - 3:48a utilização e o fim da vida.
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3:48 - 3:50Em cada uma destas fases.
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3:50 - 3:52as coisas que fazemos
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3:52 - 3:54têm uma interação com o ambiente natural,
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3:54 - 3:56e podemos monitorizar como essa interação
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3:56 - 4:00está a afetar os sistemas e serviços
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4:00 - 4:02que tornam possível a vida na Terra.
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4:02 - 4:04E, ao fazer isso,
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4:04 - 4:07aprendemos coisas
absolutamente fascinantes. -
4:08 - 4:10E desmontámos uma série de mitos.
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4:10 - 4:15Para começar,
há uma palavra que se usa muito. -
4:15 - 4:16Usa-se imenso na publicidade,
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4:16 - 4:19e usa-se muito, acho eu,
nas nossas conversas -
4:19 - 4:20quando falamos sobre sustentabilidade.
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4:20 - 4:23É a palavra "biodegradável".
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4:23 - 4:28Ora bem, a biodegradabilidade
é uma propriedade material; -
4:28 - 4:31não é uma definição
de benefícios ambientais. -
4:31 - 4:33Passo a explicar.
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4:33 - 4:34Quando uma coisa natural,
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4:34 - 4:36uma coisa que é feita de fibra celulósica,
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4:36 - 4:40como um bocado de pão
ou qualquer desperdício de comida, -
4:40 - 4:42ou até mesmo um bocado de papel,
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4:42 - 4:44quando uma coisa natural
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4:44 - 4:47acaba no ambiente natural,
degrada-se normalmente. -
4:47 - 4:48As pequenas moléculas de carbono
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4:48 - 4:51que guardou, enquanto cresceu,
libertam-se naturalmente -
4:51 - 4:54regressando à atmosfera
sob a forma de dióxido de carbono. -
4:54 - 4:55Mas esta é uma situação especial.
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4:55 - 4:58A maior parte das coisas naturais
não acaba na natureza. -
4:58 - 5:02A maior parte das coisas, o lixo que
produzimos, acaba num aterro sanitário. -
5:02 - 5:04Um aterro sanitário
é um ambiente diferente. -
5:04 - 5:07Num aterro sanitário,
essas mesmas moléculas de carbono -
5:07 - 5:08degradam-se de modo diferente,
-
5:08 - 5:10porque um aterro sanitário
é anaeróbico. -
5:10 - 5:13Não tem oxigénio. Está fortemente
compactado e quente. -
5:13 - 5:16Estas mesmas moléculas
transformam-se em metano -
5:16 - 5:19e o metano é um gás com efeito de estufa
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5:19 - 5:2125 vezes mais potente
do que o dióxido de carbono. -
5:21 - 5:24Portanto, as alfaces e produtos velhos
-
5:24 - 5:26que deitamos fora
-
5:26 - 5:28e que são feitos de materiais
biodegradáveis, -
5:28 - 5:31se acabarem num aterro,
contribuem para a mudança climática. -
5:31 - 5:32Atualmente, há instalações
-
5:32 - 5:36que podem captar este metano
e gerar energia, -
5:36 - 5:39substituindo a necessidade
da energia de combustíveis fósseis, -
5:39 - 5:41mas precisamos de ser inteligentes
quanto a isto. -
5:41 - 5:44Precisamos de identificar
como podemos começar a compensar -
5:44 - 5:46este tipo de coisas
que já estão a acontecer -
5:46 - 5:48e começar a conceber sistemas e serviços
-
5:48 - 5:50que atenuem esses problemas.
-
5:50 - 5:53Porque, neste preciso momento,
o que as pessoas fazem, é dizer: -
5:53 - 5:56"Vamos proibir os sacos de plástico
e dar sacos de papel às pessoas -
5:56 - 5:58"porque é melhor para o ambiente".
-
5:58 - 5:59Mas se os deitarmos no lixo
-
5:59 - 6:02e o nosso aterro sanitário local
for um aterro normal, -
6:02 - 6:06temos aquilo a que se chama
uma dupla negação. -
6:07 - 6:10A minha profissão
é "designer" de produtos. -
6:10 - 6:12Depois estudei ciências sociais.
-
6:12 - 6:13E sou completamente fascinada
-
6:13 - 6:16pelos bens de consumo e pela forma
como os bens de consumo, -
6:16 - 6:19em que quase não reparamos
e que invadem a nossa vida, -
6:19 - 6:21têm um impacto no ambiente natural.
-
6:21 - 6:23E essas coisas são uma espécie
de criminosos em série. -
6:23 - 6:26Tenho quase a certeza
que toda a gente nesta sala -
6:26 - 6:27tem um frigorífico.
-
6:27 - 6:29Ora bem, os EUA
têm a capacidade espantosa -
6:29 - 6:31de continuar a aumentar os frigoríficos.
-
6:31 - 6:34Nos últimos anos, aumentaram
o tamanho "standard" de um frigorífico, -
6:34 - 6:36em média, em 28 litros.
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6:36 - 6:38E o problema é que agora são tão grandes
-
6:38 - 6:40que é mais fácil comprarmos mais comida
-
6:40 - 6:42que não conseguimos comer nem encontrar.
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6:42 - 6:44— eu tenho coisas
no fundo do meu frigorífico -
6:44 - 6:46que estão lá há anos, não é?
-
6:46 - 6:48E o que acontece é que
desperdiçamos mais comida. -
6:48 - 6:52E eu já referi que o desperdício
de comida é um problema. -
6:52 - 6:55Aqui nos EUA, de todos os alimentos
que levamos para casa -
6:55 - 6:5840% são desperdiçados.
-
6:58 - 7:02Metade da comida produzida
em todo o mundo é desperdiçada! -
7:02 - 7:04Isto é a última estatística
das Nações Unidas. -
7:04 - 7:05Metade da comida!
-
7:05 - 7:09É uma loucura! São 1300 milhões
de toneladas de comida por ano! -
7:09 - 7:11E eu culpo o frigorífico,
-
7:11 - 7:13— especialmente nas culturas ocidentais —
-
7:13 - 7:14porque torna isso mais fácil.
-
7:14 - 7:18Ou seja, há uma série de
sistemas complexos envolvidos nisto. -
7:18 - 7:20Não quero tornar as coisas simplistas,
-
7:20 - 7:22mas o frigorífico
contribui muito para isso -
7:22 - 7:24e uma das suas características
-
7:24 - 7:26é a gaveta das verduras.
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7:26 - 7:28Todos vocês têm gavetas de verduras?
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7:28 - 7:30A gaveta onde colocam as alfaces?
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7:30 - 7:33As alfaces têm o mau hábito
de ficarem moles nessa gaveta, não é? -
7:33 - 7:35Sim? Alfaces moles?
-
7:35 - 7:37No Reino Unido,
isso é um problema tão grande -
7:37 - 7:39que, há uns anos,
houve um relatório do governo, -
7:39 - 7:41que dizia que o segundo maior causador
-
7:41 - 7:44de comida desperdiçada no Reino Unido
era a alface mole. -
7:44 - 7:46Chamaram-lhe
Relatório sobre Alface Mole. -
7:46 - 7:48Ok? É mesmo um grande problema.
-
7:48 - 7:51Essas pobres alfacinhas
estão a ser atiradas aos quatro ventos, -
7:51 - 7:53porque as gavetas das verduras
-
7:53 - 7:56não estão concebidas para
manterem as coisas estaladiças. -
7:56 - 7:57Ok. É preciso um ambiente fechado.
-
7:57 - 7:59É preciso um ambiente, tipo vácuo
-
7:59 - 8:02para impedir a degradação
que acontece naturalmente. -
8:02 - 8:04Mas as gavetas de verduras
não passam de uma gaveta -
8:04 - 8:06com uma vedação um pouco melhor.
-
8:06 - 8:07Eu sou obcecada com isto.
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8:07 - 8:11Não me convidem para vossa casa,
porque eu vou logo ver o vosso frigorífico -
8:11 - 8:13e observar todas as coisas deste género.
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8:13 - 8:15Mas, essencialmente,
isto é um grande problema. -
8:15 - 8:18Porque, quando perdemos uma coisa
como a alface, no sistema, -
8:18 - 8:21não só temos aquele impacto
de que vos falei, no fim da vida, -
8:21 - 8:23como temos que produzir mais alfaces.
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8:23 - 8:26O impacto do ciclo de vida
daquela alface é astronómico. -
8:26 - 8:27Temos que limpar o terreno.
-
8:27 - 8:30Temos que lhe meter sementes, fósforo,
-
8:30 - 8:32fertilizantes, nutrientes,
água, luz solar. -
8:32 - 8:34Todos os impactos
introduzidos naquela alface -
8:34 - 8:36são perdidos para o sistema.
-
8:36 - 8:38o que os torna num impacto ambiental
-
8:38 - 8:42muito maior do que
a perda de energia do frigorífico. -
8:42 - 8:45Portanto, precisamos de conceber
muito melhor coisas como estas -
8:45 - 8:48se quisermos começar a abordar
graves problemas do ambiente. -
8:48 - 8:51Podemos começar pela
gaveta das verduras e o tamanho. -
8:51 - 8:54Se houver aqui na sala alguém
que desenhe frigoríficos, seria ótimo. -
8:54 - 8:56O problema é que... Imaginem
-
8:56 - 8:59se começássemos a repensar
como concebemos as coisas... -
8:59 - 9:03Considero que o frigorífico
é um sinal de modernidade, -
9:03 - 9:06mas na realidade não mudámos
muito a sua conceção -
9:06 - 9:07desde os anos 50.
-
9:07 - 9:11Talvez um pouco, mas continuam
a ser grandes caixas, -
9:11 - 9:12caixas de frio onde guardamos comida.
-
9:12 - 9:14Portanto, imaginem se começássemos
-
9:14 - 9:17a identificar esses problemas
-
9:17 - 9:21e usássemos isso como a base
para encontrar soluções de "design", -
9:21 - 9:24inovadoras e elegantes
que resolvessem esses problemas. -
9:24 - 9:27É isso a mudança de sistema,
motivada pelo "design", -
9:27 - 9:32o "design" a ditar a forma como
o sistema pode ser muito mais sustentável. -
9:33 - 9:36Quarenta por cento de desperdício
de comida é um grande problema. -
9:36 - 9:40Imaginem se desenhássemos frigoríficos
que reduzissem isso para metade... -
9:40 - 9:43Outro artigo que considero fascinante
é a chaleira elétrica. -
9:43 - 9:45Descobri que vocês aqui neste país,
-
9:45 - 9:47não fabricam chaleiras, pois não?
-
9:47 - 9:49Mas no Reino Unido é uma coisa em grande.
-
9:49 - 9:52Noventa e sete por cento
dos lares familiares -
9:52 - 9:55no Reino Unido
têm uma chaleira elétrica. -
9:55 - 9:56São muito populares.
-
9:56 - 9:59E, se eu fosse trabalhar
para uma empresa de "design" -
9:59 - 10:02ou para um "designer",
e eles estivessem a desenhar uma, -
10:02 - 10:03e quisessem fazê-la ecológica,
-
10:03 - 10:05habitualmente perguntar-me-iam
duas coisas. -
10:05 - 10:09Diriam: "Leyla, o que é que eu faço
para a tornar eficaz tecnicamente?" -
10:09 - 10:12Porque, obviamente, a energia
é um problema com este produto. -
10:12 - 10:14Ou então: "Como é que a faço
com materiais verdes? -
10:14 - 10:18"Como é que utilizo materiais verdes
no fabrico?" -
10:19 - 10:20Vocês far-me-iam essas perguntas?
-
10:20 - 10:23Parecem lógicas, não é? Pois é..
-
10:23 - 10:26Eu diria: "Vocês estão a olhar
para os problemas errados". -
10:26 - 10:28Porque o problema está na utilização.
-
10:28 - 10:31Está na forma como as pessoas
usam os produtos. -
10:31 - 10:33Sessenta e cinco por cento dos britânicos
-
10:33 - 10:35confessam que enchem
demasiado as chaleiras -
10:35 - 10:37quando precisam apenas
de uma chávena de chá. -
10:37 - 10:40Toda essa água a mais
que está a ser aquecida exige energia. -
10:40 - 10:47E já se calculou que um dia de uso
dessa energia extra -
10:47 - 10:49das chaleiras a ferver
-
10:49 - 10:51bastaria para iluminar
todos os candeeiros da rua -
10:51 - 10:54da Inglaterra, durante uma noite.
-
10:55 - 10:58Mas isto é o que chamamos
uma falha produto-pessoa. -
10:58 - 11:01Mas também temos uma falha de
produto-sistema com estas coisinhas. -
11:01 - 11:05Elas são tão omnipresentes que nem sequer
reparamos que elas estão aqui. -
11:05 - 11:07Mas este rapaz aqui, esse sabe.
Chama-se Simon. -
11:07 - 11:11Simon trabalha para a companhia nacional
de eletricidade no Reino Unido. -
11:11 - 11:13Tem a tarefa muito importante
de monitorizar -
11:13 - 11:15toda a eletricidade que entra no sistema
-
11:15 - 11:16para assegurar que é suficiente
-
11:16 - 11:18para levar a energia
a casa de toda a gente. -
11:18 - 11:20Também está a ver televisão.
-
11:20 - 11:22A razão é que há um fenómeno especial
-
11:22 - 11:24que acontece no Reino Unido,
-
11:24 - 11:28o momento em que acabam
os programas de TV mais populares. -
11:28 - 11:30No exato minuto
em que começa a publicidade, -
11:30 - 11:32este homem tem que ir a correr
-
11:32 - 11:35comprar energia nuclear a França,
-
11:35 - 11:38porque toda a gente liga as chaleiras
-
11:38 - 11:40ao mesmo tempo!
-
11:40 - 11:42(Risos)
-
11:42 - 11:48Um milhão e meio de chaleiras,
é um grave problema. -
11:48 - 11:52Imaginem pois,
se vocês desenhassem chaleiras, -
11:52 - 11:55que descobriam uma forma
de resolver estas falhas do sistema, -
11:55 - 11:59porque isto exerce uma enorme pressão
no sistema, -
11:59 - 12:02apenas porque o produto
não pensou no problema -
12:02 - 12:04que vai ocorrer quando aparecer no mundo.
-
12:04 - 12:08Ora bem, eu olhei para uma série
de chaleiras disponíveis no mercado, -
12:08 - 12:10e descobri que as linhas
de enchimento mínimo, -
12:10 - 12:13— as pequenas informações que nos dizem
quanta água é preciso pôr lá dentro — -
12:13 - 12:16era entre duas a cinco chávenas
e meia de água -
12:16 - 12:18para fazer apenas uma chávena de chá.
-
12:18 - 12:21Esta chaleira aqui é um exemplo
-
12:21 - 12:23de uma que tem dois reservatórios.
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12:23 - 12:27Um deles é uma câmara de aquecimento
e a outra é o reservatório da água. -
12:27 - 12:30O utilizador tem que carregar
neste botão para a água ferver. -
12:30 - 12:32O que significa que,
como somos todos preguiçosos, -
12:32 - 12:35só enchemos exatamente
a quantidade de que precisamos. -
12:35 - 12:38E é a isto que eu chamo produtos
que mudam os comportamentos: -
12:38 - 12:40produtos, sistemas ou serviços
-
12:40 - 12:42que intervêm e resolvem
estes problemas antecipadamente -
12:42 - 12:45Ora bem, esta é uma arena de tecnologia,
-
12:45 - 12:47obviamente estas coisas
são muito populares, -
12:47 - 12:49mas penso que, se vamos continuar
-
12:49 - 12:51a desenhar, comprar, usar e deitar fora
-
12:51 - 12:53este tipo de produtos
ao ritmo que estamos a fazer, -
12:53 - 12:55que é astronomicamente alto...
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12:55 - 12:57Há sete mil milhões de pessoas
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12:57 - 12:59que vivem no mundo presentemente...
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12:59 - 13:01Havia seis mil milhões
de assinaturas de telemóveis -
13:01 - 13:03no ano passado.
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13:04 - 13:05Em cada ano que passa,
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13:05 - 13:08sai um milhão e meio de
telemóveis das linhas de produção -
13:08 - 13:11e algumas companhias afirmam
que o seu ritmo de produção -
13:11 - 13:13é maior do que a taxa
de nascimento humano. -
13:13 - 13:15No ano passado, nos EUA,
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13:15 - 13:17foram deitados fora
152 milhões de telemóveis; -
13:17 - 13:19apenas 11% foram reciclados.
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13:19 - 13:20Eu sou australiana.
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13:20 - 13:22Temos uma população
de 22 milhões e — não se riam — -
13:22 - 13:25e foi declarado que
há 22 milhões de telemóveis -
13:25 - 13:27nas gavetas das pessoas.
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13:27 - 13:31Temos que encontrar maneiras de resolver
os problemas daqui decorrentes -
13:31 - 13:34porque estas coisas são muito complicadas.
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13:34 - 13:37Têm tanta coisa metida dentro delas.
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13:37 - 13:41Ouro! Sabiam que é mais barato,
hoje em dia, -
13:41 - 13:44obter ouro a partir de uma tonelada
de telemóveis velhos -
13:44 - 13:47do que de uma tonelada
de minério de ouro!? -
13:47 - 13:50Há uma série de materiais
altamente complexos e valiosos -
13:50 - 13:52incorporados nestas coisas,
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13:52 - 13:55por isso temos que encontrar formas
de encorajar a sua desmontagem, -
13:55 - 13:57porque, senão, é isto que acontece.
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13:57 - 13:59Isto é uma comunidade no Gana,
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13:59 - 14:00e as Nações Unidas relatam
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14:00 - 14:02que há um tráfico de lixo eletrónico
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14:02 - 14:05de mais de 50 milhões de toneladas.
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14:05 - 14:07É assim que eles obtêm o ouro
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14:07 - 14:08e os outros materiais valiosos.
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14:08 - 14:12Queimam o lixo eletrónico
a céu aberto. -
14:12 - 14:15São comunidades, e isto
está a acontecer em todo o mundo. -
14:15 - 14:17E como nós não vemos as ramificações
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14:17 - 14:20das escolhas que fazemos,
enquanto "designers", -
14:20 - 14:22enquanto empresários,
enquanto consumidores, -
14:22 - 14:24acontece este tipo de efeitos laterais,
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14:24 - 14:26e trata-se da vida das pessoas.
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14:26 - 14:30Portanto, precisamos de encontrar
soluções mais inteligentes, -
14:30 - 14:33mais baseadas em sistemas,
mais inovadoras, para estes problemas, -
14:33 - 14:37se queremos começar a viver
sustentadamente neste mundo. -
14:37 - 14:41Imaginem pois,
quando comprarem um telemóvel novo, -
14:41 - 14:43porque estão a substituir o antigo
-
14:43 - 14:45— a propósito, 15 a 18 meses
é o tempo médio -
14:45 - 14:47de substituição dos telemóveis —
-
14:47 - 14:50se continuarmos a manter
este tipo de comportamento -
14:50 - 14:52de substituição de telemóveis,
-
14:52 - 14:55devemos olhar para o fecho
do ciclo destes sistemas. -
14:55 - 14:57As pessoas que produzem
estes telemóveis, -
14:57 - 14:59e algumas delas, de certeza,
estão nesta sala, -
14:59 - 15:02podiam tentar fazer o que chamamos
sistemas de ciclo fechado, -
15:02 - 15:04ou serviços de sistemas de produtos,
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15:04 - 15:06identificando que há
uma procura no mercado -
15:06 - 15:08e que essa procura no mercado
não vai a parte alguma, -
15:08 - 15:11e então conceber o produto
para resolver o problema. -
15:11 - 15:13Conceber a desmontagem,
conceber um peso leve. -
15:13 - 15:15Ouvimos dizer
que algumas estratégias deste tipo -
15:15 - 15:17estão a ser usadas hoje
nos carros Tesla Motors. -
15:17 - 15:20Este tipo de abordagens não são difíceis,
-
15:20 - 15:21mas compreender o sistema
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15:21 - 15:24e depois olhar para alternativas viáveis
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15:24 - 15:26e orientadas para a procura do consumidor
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15:26 - 15:29é o modo como podemos
começar a alterar radicalmente -
15:29 - 15:31a agenda de sustentabilidade,
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15:31 - 15:33porque, odeio ter que vos dizer isto:
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15:33 - 15:35O consumo é o maior problema.
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15:35 - 15:40Mas o "design"
é uma das melhores soluções. -
15:41 - 15:43Este tipo de produtos
estão por todo o lado. -
15:43 - 15:46Identificando formas alternativas
de fazer as coisas, -
15:46 - 15:47podemos começar realmente a inovar,
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15:47 - 15:49e digo, começar realmente a inovar.
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15:49 - 15:52Tenho a certeza de que toda a gente
nesta sala é muito inovadora. -
15:52 - 15:54Mas no que se refere
a usar a sustentabilidade -
15:54 - 15:56como parâmetro, como um critério
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15:56 - 16:00para alimentar soluções
baseadas em sistemas, -
16:00 - 16:03porque, como acabei de demonstrar
com estes produtos simples, -
16:03 - 16:07estão a participar
nestes grandes problemas. -
16:07 - 16:09Portanto, temos que olhar
para a vida completa -
16:09 - 16:10das coisas que fazemos.
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16:10 - 16:12E se apenas tiverem papel ou plástico
-
16:12 - 16:15— obviamente o reutilizável
é muito mais benéfico — -
16:15 - 16:18então o papel é pior.
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16:18 - 16:22E o papel é pior porque pesa 4 a 10 vezes
mais do que o plástico, -
16:22 - 16:25e quando comparamos,
na perspetiva de um ciclo de vida, -
16:25 - 16:28um quilo de plástico e um quilo de papel,
-
16:28 - 16:29o papel é muito melhor,
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16:29 - 16:31mas a funcionalidade
de um saco de plástico -
16:31 - 16:33ou de um saco de papel
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16:33 - 16:36para levar as mercearias para casa
não se faz com um quilo de cada material. -
16:36 - 16:39Faz-se com uma pequena
quantidade de plástico -
16:39 - 16:40e com muito mais papel.
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16:40 - 16:43Porque é a funcionalidade
que define o impacto ambiental -
16:43 - 16:46e eu disse há bocado que os "designers"
me pedem sempre materiais ecológicos, -
16:46 - 16:49Digo que só há alguns materiais
que temos que evitar totalmente, -
16:49 - 16:51O resto, depende da sua aplicação.
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16:51 - 16:53Tudo o que concebemos
e produzimos na economia -
16:53 - 16:55ou compramos , é feito para a função.
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16:55 - 16:57Queremos uma coisa
e, portanto, compramo-la. -
16:57 - 17:00Portanto, analisando retroativamente
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17:00 - 17:04e fornecendo soluções inteligentes,
elegantes e sofisticadas -
17:04 - 17:07que tomem em consideração todo o sistema
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17:07 - 17:10e toda a vida da coisa,
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17:10 - 17:13tudo o que vai desde o momento
da extração, até ao fim da vida, -
17:13 - 17:16podemos começar a encontrar
soluções realmente inovadoras. -
17:16 - 17:18Vou deixar-vos com uma coisa muito breve
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17:18 - 17:21que um "designer" sénior,
com quem trabalho, -
17:21 - 17:22me disse há pouco tempo.
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17:22 - 17:25Perguntei-lhe: "Porque é que não
trabalhas a sustentabilidade? -
17:25 - 17:26"Eu sei que conheces isso."
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17:26 - 17:30E ele disse: "Há pouco tempo apresentei
um projeto de sustentabilidade -
17:30 - 17:32e aconteceu que o cliente me disse:
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17:32 - 17:33"Sei que vai sair mais barato,
-
17:33 - 17:34"sei que vai vender-se mais,
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17:34 - 17:36"mas nós não somos pioneiros,
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17:36 - 17:39"porque os pioneiros
apanham com setas pelas costas". -
17:39 - 17:42Acho que temos aqui
uma sala cheia de pioneiros, -
17:42 - 17:44e espero que haja muitos mais
pioneiros lá fora, -
17:44 - 17:47porque precisamos de resolver
estes problemas. -
17:47 - 17:48Obrigada.
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17:48 - 17:50(Aplausos)
- Title:
- O papel bate o plástico? Como repensar o folclore ambiental
- Speaker:
- Leyla Acaroglu
- Description:
-
A maioria de nós quer fazer decisões certas no que diz respeito ao ambiente. Mas as coisas não são tão simples como optar pelo saco de papel, diz a estratega da sustentabilidade Leyla Acaroglu. Esta é uma chamada ousada para abandonarmos mitos verdes a que nos agarrámos e pensar em grande, de forma a criar sistemas e produtos que aliviem a pressão no planeta.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 18:07
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Paper beats plastic? How to rethink environmental folklore | ||
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