Os olhos comparados com uma câmara — Michael Mauser
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0:11 - 0:15Reparem no centro do disco.
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0:15 - 0:17Estão a ficar com sono...
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0:18 - 0:19Não, estou a brincar.
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0:20 - 0:21Não vou hipnotizar-vos.
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0:22 - 0:24Mas estão a começar a ver cores nos anéis?
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0:26 - 0:29Se estão, os vossos olhos
estão a pregar-vos uma partida. -
0:29 - 0:32O disco sempre foi só a preto e branco.
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0:32 - 0:36Os nossos olhos nem sempre captam
o mundo como faz uma câmara de vídeo. -
0:37 - 0:39Com efeito, há bastantes diferenças,
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0:39 - 0:42devido à anatomia do olho
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0:42 - 0:44e ao processamento
que ocorre no nosso cérebro -
0:44 - 0:47e no seu órgão externo a retina.
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0:49 - 0:51Comecemos com algumas semelhanças.
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0:51 - 0:54Ambos têm lentes para focar a luz
e sensores para a captar -
0:55 - 0:57mas até estas coisas se comportam
de modo diferente. -
0:57 - 0:59A lente numa câmara move-se
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0:59 - 1:02para se concentrar num objeto
que se move para ela, -
1:02 - 1:05enquanto a lente do olho
reage mudando de forma. -
1:07 - 1:10A maioria das lentes das câmaras
também são acromáticas, -
1:10 - 1:14ou seja, focam a luz vermelha
e a luz azul no mesmo ponto. -
1:14 - 1:16O olho é diferente.
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1:16 - 1:19Quando focamos a luz vermelha de um objeto
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1:19 - 1:21a luz azul fica fora desfocada.
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1:21 - 1:24Então, porque é que as coisas não parecem
sempre parcialmente desfocadas? -
1:25 - 1:26Para responder a esta pergunta,
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1:26 - 1:30primeiro precisamos de ver como
o olho e a câmara captam a luz: -
1:30 - 1:32fotorrecetores.
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1:34 - 1:38A superfície fotossensível numa câmara
só tem um tipo de fotorrecetor -
1:38 - 1:42que está distribuído regularmente
por toda a superfície de focagem. -
1:43 - 1:44Para além desses fotorrecetores,
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1:44 - 1:48uma série de filtros
vermelhos, verdes e azuis -
1:48 - 1:50faz com que eles reajam seletivamente
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1:50 - 1:54ao comprimento de onda
longa, média e curta, da luz. -
1:55 - 1:59As retinas dos olhos, por outro lado,
têm diferentes tipos de fotorrecetores, -
2:00 - 2:02normalmente três
para condições normais de luz -
2:02 - 2:04e apenas um tipo
para a luminosidade fraca. -
2:04 - 2:07É por isso que somos cegos
às cores, na escuridão. -
2:07 - 2:11Com luz normal, ao contrário da câmara,
não temos necessidade de um filtro de cor -
2:11 - 2:15porque os nossos fotorrecetores
já reagem seletivamente -
2:15 - 2:18a diferentes comprimentos de onda da luz.
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2:19 - 2:21Também em contraste com uma câmara,
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2:21 - 2:24os nossos fotorrecetores
estão distribuídos irregularmente -
2:24 - 2:28sem recetores para luz ténue
mesmo no centro. -
2:28 - 2:31É por isso que as estrelas difusas
parecem desaparecer -
2:31 - 2:33quando olhamos diretamente para elas.
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2:33 - 2:36O centro também tem
muito poucos recetores -
2:36 - 2:38que detetam a luz azul.
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2:38 - 2:41É por isso que não repararam
na imagem azul esbatida, há bocado. -
2:42 - 2:44Mas continuamos a ver o azul
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2:45 - 2:48porque o cérebro preenche-o
a partir do contexto. -
2:48 - 2:52As bordas das retinas também têm
relativamente poucos recetores -
2:52 - 2:55para qualquer comprimento de luz.
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2:55 - 2:58Assim, a nossa acuidade visual
e a capacidade para ver as cores -
2:58 - 3:01desaparecem rapidamente
do centro da nossa visão. -
3:02 - 3:06Também há uma área nos olhos
chamadas o ponto cego -
3:06 - 3:09em que não há fotorrecetores
de nenhum tipo. -
3:09 - 3:11Não notamos falta de visão ali
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3:11 - 3:14porque, mais uma vez,
o cérebro preenche as lacunas. -
3:15 - 3:19Num sentido muito real,
vemos com o cérebro e não com os olhos. -
3:20 - 3:22Como o cérebro, incluindo as retinas
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3:22 - 3:24está muito envolvido neste processo,
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3:24 - 3:27nós somos suscetíveis a ilusões visuais.
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3:28 - 3:31Esta é outra ilusão, provocada pelo olho.
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3:32 - 3:35O centro desta imagem parece
estar a deslocar-se, não é? -
3:35 - 3:38Isso é porque o olho
está sempre em movimento. -
3:39 - 3:42Se o não fizesse, a nossa visão
acabaria por falhar -
3:42 - 3:46porque os nervos da retina param
em reação a uma imagem estacionária -
3:46 - 3:48de intensidade constante.
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3:50 - 3:52Ao contrário duma câmara,
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3:52 - 3:53deixamos de ver momentaneamente
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3:53 - 3:56sempre que fazemos
um movimento maior com os olhos. -
3:56 - 3:59É por isso que não conseguimos ver
os nossos olhos a moverem-se, -
3:59 - 4:02quando olhamos de um lado
para o outro num espelho. -
4:03 - 4:06As câmaras de vídeo captam
pormenores que falham aos nossos olhos, -
4:07 - 4:09aumentam objetos distantes
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4:09 - 4:11e registam com rigor o que veem.
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4:11 - 4:15Mas os nossos olhos são adaptações
espantosamente eficazes, -
4:15 - 4:17o resultado de centenas de milhões de anos
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4:17 - 4:20de evolução conjunta com o nosso cérebro.
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4:22 - 4:26E qual o problema, se nem sempre
vemos o mundo exatamente como ele é? -
4:26 - 4:30Há uma certa alegria em observar
folhas estacionárias -
4:30 - 4:33a ondular a uma brisa ilusória,
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4:33 - 4:36e talvez seja mesmo
uma vantagem da evolução. -
4:38 - 4:41Mas isso é uma lição para outra altura.
- Title:
- Os olhos comparados com uma câmara — Michael Mauser
- Description:
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Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/eye-vs-camera-michael-mauser
Os nossos olhos nem sempre captam o mundo exatamente como faz uma câmara de vídeo. Mas os olhos são órgãos notavelmente eficazes, o resultado de centenas de milhões de anos de coevolução com o cérebro. Michael Mauser sublinha as semelhanças e as diferenças entre o olho e uma câmara de vídeo.
Lição de Michael Mauser, animação de Nick Hilditch.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 04:57
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Eye vs. camera - Michael Mauser | ||
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