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Você cria seus filhos, e eu os ensino francês | Rosalind Wiseman | TEDxTeachersCollege

  • 0:07 - 0:10
    Rosalind Wiseman: Olá.
    (Plateia) Olá.
  • 0:11 - 0:13
    Eu sou Rosalind Wiseman.
  • 0:13 - 0:16
    Meu trabalho é ensinar Liderança Ética,
  • 0:16 - 0:20
    Educação Midiática
    e Prevenção de "Bullying" nas escolas.
  • 0:20 - 0:24
    O que significa que trabalho
    regularmente com pessoas
  • 0:24 - 0:27
    que acreditam que nada que eu diga
    vai fazer alguma diferença
  • 0:27 - 0:30
    para melhorar suas vidas.
  • 0:30 - 0:32
    Ao conversar com crianças
    sobre bullying nas escolas,
  • 0:32 - 0:35
    elas imediatamente começam
    a revirar os olhos.
  • 0:35 - 0:37
    Mas não são só elas que reviram os olhos,
  • 0:37 - 0:40
    são também os professores.
  • 0:40 - 0:42
    Eu quero compartilhar com vocês uma carta
  • 0:42 - 0:45
    que recentemente recebi
    de uma professora de Francês,
  • 0:45 - 0:49
    que eu acho que realmente mostra
    o que estamos enfrentando.
  • 0:49 - 0:51
    "Cara Rosalind,
  • 0:51 - 0:54
    embora eu não defenda
    que se ignore o bullying,
  • 0:54 - 0:57
    posso lhe dizer que mesmo sabendo
    que ele vai continuar,
  • 0:57 - 0:59
    eu não estou ciente dele,
  • 0:59 - 1:01
    eu estou ocupada ensinando.
  • 1:01 - 1:04
    Não tenho intenção de parecer indelicada,
  • 1:04 - 1:08
    mas investigar o abismo
    da crueldade social adolescente
  • 1:08 - 1:11
    simplesmente não está na minha agenda.
  • 1:11 - 1:13
    Sou professora de língua estrangeira,
  • 1:13 - 1:17
    não psicóloga ou conselheira.
  • 1:17 - 1:20
    Então, por favor, pare de me pedir
    para assumir papéis
  • 1:20 - 1:24
    para os quais não estou preparada,
    e francamente, desinteressada.
  • 1:24 - 1:28
    Pare de querer que professores
    façam tudo que apareça pela frente,
  • 1:28 - 1:31
    e ficar toda surpresa
    quando o ensino sofre.
  • 1:31 - 1:35
    Você cria seus filhos,
    e eu os ensino francês."
  • 1:37 - 1:40
    Bem, quando terminei de ler esta carta,
  • 1:40 - 1:44
    eu pensei seriamente que esta pessoa
    deve parar de ensinar.
  • 1:44 - 1:46
    Ela está totalmente esgotada,
  • 1:46 - 1:48
    alunos de 7º ano acabaram com ela.
  • 1:48 - 1:50
    É hora de parar.
  • 1:50 - 1:53
    Mas aí eu tive uma experiência
    alguns dias depois,
  • 1:53 - 1:56
    que realmente quero compartilhar
    com vocês,
  • 1:56 - 1:58
    pois foi extraordinariamente
    profunda para mim.
  • 1:58 - 2:02
    Regularmente eu ensino desenvolvimento
    profissional a professores.
  • 2:02 - 2:04
    Grandes regiões se juntam,
  • 2:04 - 2:09
    fico na frente de centenas,
    mil professores,
  • 2:09 - 2:11
    e eu os ensino.
  • 2:12 - 2:14
    Então, como qualquer dia,
  • 2:14 - 2:17
    eu cheguei mais cedo para o treinamento,
  • 2:17 - 2:21
    e quero descrever a vocês
    como era o auditório.
  • 2:22 - 2:26
    Nos anos 70 tínhamos escolas muito feias.
  • 2:27 - 2:30
    Tudo parecia uma fortificação militar,
    sem janelas,
  • 2:30 - 2:34
    e esta escola não tinha sido renovada
    desde os anos 70.
  • 2:34 - 2:35
    Ali estava eu.
  • 2:35 - 2:40
    Naquela construção militar, sem janelas,
    o vídeo não funcionava.
  • 2:40 - 2:44
    O carpete estava gasto, escuro,
    meio que cheirava a coisa velha.
  • 2:44 - 2:47
    Vocês conseguem ter
    uma lembrança da escola?
  • 2:49 - 2:51
    Não foi nada bom.
  • 2:51 - 2:54
    E então observei os professores entrando.
  • 2:55 - 2:57
    Alguns deles se sentaram no meio,
  • 2:57 - 2:58
    mas não na primeira fila.
  • 2:58 - 3:02
    Nenhum professor, como os alunos,
    vai se sentar na primeira fila.
  • 3:02 - 3:04
    Alguns se sentaram no fundo.
  • 3:04 - 3:05
    Alguns se espalharam,
  • 3:05 - 3:09
    mas havia uma parte do auditório
    onde as luzes não funcionavam.
  • 3:09 - 3:12
    E houve um grupo de professores
    e funcionários dos recursos escolares
  • 3:12 - 3:18
    que se sentou no canto direito ao fundo
    onde eu não poderia vê-los.
  • 3:18 - 3:21
    Se você é professor,
    sabe que isso é um problema.
  • 3:22 - 3:25
    Eu podia ver que eles já
    tinham pegado seus telefones,
  • 3:25 - 3:28
    e todos na sala tinham
    pegado seus trabalhos,
  • 3:28 - 3:32
    para fazer suas tarefas,
    durante o meu treinamento profissional.
  • 3:32 - 3:34
    Bem, isto é um problema.
  • 3:34 - 3:37
    Porque eles esperam que nós sejamos
    no máximo tão medíocres
  • 3:37 - 3:39
    que tudo seja um completo
    desperdício do tempo deles.
  • 3:39 - 3:41
    Eu quis compartilhar esta carta com eles,
  • 3:41 - 3:44
    pois achei que poderia
    ser um ótimo exemplo de:
  • 3:44 - 3:47
    "Uau! Esta pessoa está exausta,
    precisamos fazer melhor!"
  • 3:47 - 3:49
    Ok, então, eu li a carta.
  • 3:50 - 3:53
    Eu estava completamente enganada.
  • 3:53 - 3:57
    Eu trabalho com educação há 15 anos,
    e estava completamente enganada.
  • 3:57 - 3:58
    Eu li a carta.
  • 3:58 - 4:00
    Houve um silêncio.
  • 4:01 - 4:03
    E então houve uma risada ansiosa.
  • 4:04 - 4:06
    E depois gargalhadas,
  • 4:06 - 4:09
    e aplausos daquele canto no fundo.
  • 4:09 - 4:12
    E todos naquela sala
  • 4:12 - 4:16
    se sentiram como se aquela professora
    tivesse dito algo que todos eles sentiam,
  • 4:16 - 4:19
    mas nunca pensaram que pudessem
    dizer em voz alta.
  • 4:19 - 4:22
    Uma das coisas que eu faço quando ensino,
  • 4:22 - 4:24
    é falar sobre a definição do "escutar".
  • 4:24 - 4:29
    Escutar é estar preparado
    para ser mudado pelo que você ouve.
  • 4:29 - 4:32
    Então, ali estava eu, naquela sala,
  • 4:32 - 4:36
    aflita que aqueles professores
    estivessem rindo e aplaudindo,
  • 4:36 - 4:39
    e eu tendo que escutar.
  • 4:39 - 4:41
    O que estava acontecendo
  • 4:41 - 4:45
    para que estes professores se sentissem
    como se isso os representasse?
  • 4:46 - 4:48
    O que estava acontecendo?
  • 4:48 - 4:51
    Porque eu sei que estes professores
    não começaram a ensinar
  • 4:51 - 4:54
    se sentindo totalmente desconectados
    de crianças.
  • 4:54 - 4:55
    E tendo esta atitude de:
  • 4:55 - 5:00
    "Não quero investigar o abismo
    da crueldade social adolescente".
  • 5:01 - 5:02
    O que estava acontecendo?
  • 5:02 - 5:05
    Temos que escutar atentamente a isso.
  • 5:05 - 5:08
    Porque estes professores
    não estão engajados
  • 5:08 - 5:10
    e se sentem como
    se não pudessem fazer nada.
  • 5:10 - 5:12
    E eu quero explicar porque,
  • 5:12 - 5:16
    e então quero explicar como acredito
    que podemos escapar disso.
  • 5:16 - 5:20
    Na última década, nós passamos
    um tempo tremendamente grande
  • 5:20 - 5:22
    falando sobre fracasso da educação.
  • 5:22 - 5:26
    Professores ouvem sobre
    escolas fracassadas o tempo todo.
  • 5:27 - 5:30
    Nós também falamos sobre bullying.
  • 5:30 - 5:36
    Nos últimos anos, 48 estados americanos
    aprovaram leis contra bullying.
  • 5:36 - 5:41
    Apenas um deles conectou
    as aplicações às verbas
  • 5:41 - 5:45
    para treinar professores para
    pôr em prática estas leis contra bullying.
  • 5:45 - 5:47
    Apenas um.
  • 5:47 - 5:49
    Eu não quero desrespeitar
    nenhuma das pessoas
  • 5:49 - 5:51
    que criou algumas dessas leis,
  • 5:51 - 5:54
    mas não é difícil para um político
  • 5:54 - 5:57
    colocar um broche em seu terno
    que diz "Não ao Bullying",
  • 5:57 - 6:01
    quando não é ele a pessoa
    que de fato precisa executar isso.
  • 6:01 - 6:03
    Não é justo.
  • 6:03 - 6:08
    E então, não poder dar os recursos
    para os professores para ajudá-los
  • 6:08 - 6:10
    é basicamente como um pai ou mãe
    que define regras,
  • 6:10 - 6:13
    e então espera que outra
    pessoa faça o trabalho.
  • 6:13 - 6:16
    Não é justo. Eles não estão
    recebendo treinamento.
  • 6:16 - 6:18
    Talvez esta professora, a de Francês,
  • 6:18 - 6:22
    não seja a melhor professora do mundo,
    talvez nunca tenha sido.
  • 6:22 - 6:24
    Mas ainda assim, precisa de treinamento.
  • 6:26 - 6:28
    Vou dizer a vocês,
    isto foi muito difícil para mim.
  • 6:28 - 6:32
    porque eu trabalhei por 18 anos,
  • 6:32 - 6:34
    desde meus 22 anos,
  • 6:34 - 6:37
    em dois conceitos que são
    muito importantes para mim.
  • 6:37 - 6:39
    O primeiro é a dignidade.
  • 6:39 - 6:42
    A dignidade não é negociável.
  • 6:42 - 6:45
    A dignidade significa
    que cada pessoa tem seu valor,
  • 6:45 - 6:47
    e que quando você entra numa escola
  • 6:47 - 6:52
    sua voz é ouvida,
    você é importante e visível.
  • 6:52 - 6:56
    O segundo é que o conflito é inevitável,
  • 6:56 - 6:59
    e também que abuso de poder
    é algo provável.
  • 6:59 - 7:00
    E que crianças e todos nós
  • 7:00 - 7:03
    precisamos ter competência social
    para lidar com isso,
  • 7:03 - 7:08
    mas devemos fazê-lo com dignidade intacta,
    a nós mesmos e aos outros.
  • 7:08 - 7:10
    E ali estava eu,
    com um grupo de professores
  • 7:10 - 7:14
    que eu sei que estão tão exaustos
    que parece que não se importam.
  • 7:15 - 7:20
    Vou dar a vocês um minuto para imaginar
    como é um dia típico de uma professora.
  • 7:21 - 7:23
    Sete aulas por dia,
  • 7:23 - 7:25
    48 minutos cada,
  • 7:25 - 7:29
    talvez um intervalo de cinco minutos
    entre estas sete aulas.
  • 7:29 - 7:32
    Na sala estão 30 alunos,
  • 7:32 - 7:34
    no mínimo 80% deles possuem smartphones,
  • 7:34 - 7:37
    os 20% deles que não possuem
    celulares e smartphones
  • 7:37 - 7:41
    estão olhando por cima do ombro
    e contribuindo com os outros.
  • 7:41 - 7:44
    Se você é um pai ou mãe,
    sabe que é muito difícil
  • 7:44 - 7:47
    fazer seu filho desligar jogos
    e celulares; você sabe disso.
  • 7:47 - 7:51
    Esta professora tem 30 crianças,
    você tem uma.
  • 7:51 - 7:53
    Esta professora não foi treinada.
  • 7:53 - 7:58
    Então ela decide, no seu intervalo,
    que ela quer pegar um café.
  • 7:58 - 7:59
    Ela tem cinco minutos.
  • 7:59 - 8:04
    Ela caminha pelo corredor e vê algo
    que todo professor vê todo santo dia,
  • 8:04 - 8:08
    que contribui profundamente
    com o clima e a cultura de uma escola.
  • 8:08 - 8:13
    Se o clima e a cultura
    de uma escola são as regras não-escritas
  • 8:13 - 8:16
    que sabemos que importam,
    para bem ou mal.
  • 8:17 - 8:20
    Ela caminha pelo corredor
    e vê algo desconfortável.
  • 8:20 - 8:22
    Seu estômago embrulha.
  • 8:22 - 8:24
    Ela vê um grupo de crianças,
  • 8:24 - 8:27
    elas podem estar brincando
    ou praticando bullying, ela não sabe.
  • 8:27 - 8:30
    Todas essas crianças, todos esses meninos,
  • 8:30 - 8:34
    são 15 cm mais altos do que ela,
    e ela não os conhece. Não são alunos dela.
  • 8:34 - 8:38
    Ela passa por eles, seu estômago revirando
    e ouve um deles dizendo:
  • 8:38 - 8:40
    "Não seja bicha", "Não seja retardado",
  • 8:40 - 8:44
    ou "Cara, eu vou chamar a imigração,
    vou deportar você".
  • 8:44 - 8:46
    Eles riem.
  • 8:46 - 8:47
    Ela não gosta disso.
  • 8:47 - 8:50
    Ela sabe que existe uma política
    contra bullying.
  • 8:50 - 8:52
    O que ela vai fazer?
  • 8:52 - 8:56
    Vai falar com o alvo do bullying e diz:
  • 8:56 - 8:58
    "Eles estão te incomodando?"
  • 8:59 - 9:03
    Só existe uma resposta que aquela criança
    pode dar naquele momento,
  • 9:03 - 9:06
    e ela reforça completamente
    o poder do agressor:
  • 9:06 - 9:09
    "Eu estou bem, não se preocupe".
  • 9:09 - 9:10
    Neste exato momento,
  • 9:10 - 9:13
    ela contribuiu completamente
    com o problema.
  • 9:13 - 9:17
    Ela não foi treinada, não sabe o que fazer
  • 9:17 - 9:21
    e aliás, ela tem 30 crianças
    esperando por ela na sala,
  • 9:21 - 9:24
    e se ela não chegar logo,
    outras coisas podem acontecer.
  • 9:24 - 9:27
    É isso que damos aos professores.
  • 9:27 - 9:29
    O que eu sugeriria que fizessemos é:
  • 9:29 - 9:32
    quando ela estiver andando
    pelo corredor, e vir esta cena,
  • 9:32 - 9:35
    ela sabe que não pode falar
    com o alvo do bullying.
  • 9:35 - 9:38
    Não faz sentido perguntar
    o que está acontecendo.
  • 9:38 - 9:41
    Ela flagra as crianças no ato,
  • 9:41 - 9:44
    as leva até suas aulas,
    diz a elas para caírem fora.
  • 9:44 - 9:46
    Ela as observa enquanto elas se afastam.
  • 9:46 - 9:51
    Porque professores conseguem descobrir
    tudo ao disciplinar e despachar crianças,
  • 9:51 - 9:53
    ao ver qual fala mal deles ao se afastar.
  • 9:53 - 9:56
    A criança que falar mal de você
    é a que tem poder social.
  • 9:56 - 9:58
    As crianças que concordam com ela
  • 9:58 - 10:01
    são os espectadores,
    que concordam com o agressor.
  • 10:01 - 10:04
    E as crianças que não falam nada
    ou são vítimas
  • 10:04 - 10:08
    ou espectadores silenciosos
    que querem fazer algo, mas não podem.
  • 10:08 - 10:12
    Mas ela também aguarda para ver
    se consegue encontrar aquela criança,
  • 10:12 - 10:14
    o alvo do bullying.
  • 10:14 - 10:16
    Ela diz: "Podemos conversar um instante?"
  • 10:16 - 10:19
    Ela pode até mesmo mentir, e dizer:
  • 10:19 - 10:22
    "Venha aqui, tenho uma caixa,
    me ajude a carregar".
  • 10:22 - 10:25
    E então ela diz:
    "Eu vi o que aconteceu no corredor.
  • 10:25 - 10:30
    Eu não sei se estava tudo bem ou não,
    mas você pode sempre falar comigo".
  • 10:30 - 10:34
    Aquele instante pode até não ser
    um divisor de águas,
  • 10:34 - 10:37
    mas a criança sabe que ela a enxerga.
  • 10:37 - 10:40
    Durante a aula, o que ela faz?
  • 10:40 - 10:44
    Ela diz para qualquer "você é tão gay",
    "você é tão retardado" que aparecer:
  • 10:44 - 10:48
    "Não é aceitável você usar
    estas palavras para rebaixar alguém".
  • 10:48 - 10:50
    E continua a aula.
  • 10:50 - 10:52
    Se uma criança vier até ela
    com algum problema,
  • 10:52 - 10:56
    ela não diz o que os adultos
    quase sempre dizem,
  • 10:56 - 10:58
    que é: "Apenas ignore",
  • 10:58 - 11:01
    "Você se tornará mais forte
    ao passar por isso",
  • 11:01 - 11:05
    "Eles não quiseram dizer isso",
    "Seja superior".
  • 11:05 - 11:08
    O que ela diz é: "Sinto muito
    que isto tenha acontecido a você,
  • 11:08 - 11:10
    obrigada por me contar.
  • 11:10 - 11:12
    Vamos resolver isso.
  • 11:12 - 11:16
    Se você me disser algo que, para mim,
    seja muito difícil de lidar sozinha,
  • 11:16 - 11:18
    ou que eu não saiba,
  • 11:18 - 11:22
    nós vamos procurar o conselheiro
    que pode ajudar você,
  • 11:22 - 11:23
    porque eu sou a ponte,
  • 11:23 - 11:28
    não sou o conselheiro, mas a ponte para
    ajudar você a conseguir o que precisa".
  • 11:29 - 11:32
    Claro, não pode ficar tudo
    nas costas do professor.
  • 11:32 - 11:35
    Então há duas coisas
    que realmente quero enfatizar
  • 11:35 - 11:38
    às pessoas que estão em posições
    de liderança nas escolas.
  • 11:38 - 11:43
    Primeira: quando as coisas estão
    realmente ruins em uma classe específica,
  • 11:43 - 11:45
    e temos um alvo que se sente inseguro,
  • 11:45 - 11:48
    uma das coisas que temos feito
    consistentemente nas escolas,
  • 11:48 - 11:51
    exatamente como no corredor,
    reforçando o poder do agressor,
  • 11:51 - 11:56
    é direcionar e controlar
    os movimentos da vítima.
  • 11:56 - 11:59
    Se você é a vítima, e se sente inseguro,
  • 11:59 - 12:02
    cinco minutos antes do início da aula,
    há uma batida à porta,
  • 12:02 - 12:05
    e um funcionário ou conselheiro da escola
  • 12:05 - 12:09
    virá buscar você na sua aula,
    e levar até a sua próxima aula.
  • 12:09 - 12:12
    Porque estamos concentrados,
    com boas intenções,
  • 12:12 - 12:13
    em tentar proteger o alvo.
  • 12:13 - 12:18
    Mas quando fazemos isso,
    reforçamos o poder do agressor.
  • 12:18 - 12:23
    Se alguém deve ser controlado,
    são os movimentos do agressor.
  • 12:24 - 12:27
    Então um adulto que irá tratar
    o agressor com dignidade,
  • 12:27 - 12:31
    bate à porta cinco minutos
    antes do término da aula,
  • 12:31 - 12:36
    e diz: "Venha comigo,
    vamos para a sua próxima aula".
  • 12:36 - 12:39
    Assim, não apenas a vítima está segura,
  • 12:39 - 12:42
    mas todas as outras crianças percebem
  • 12:42 - 12:47
    que os adultos são competentes em lidar
    com este problema complexo, difícil.
  • 12:47 - 12:50
    A segunda coisa que eu acho
    que os administradores devem fazer
  • 12:50 - 12:53
    é que quando você entra em uma escola,
  • 12:53 - 12:57
    e peço que vocês façam isso na próxima
    vez que entrarem em uma escola,
  • 12:57 - 13:01
    é ver quem está
    representado nos corredores.
  • 13:01 - 13:03
    Na maioria das escolas, o que vemos
  • 13:03 - 13:07
    são aqueles horríveis, maldosos mascotes,
    como as panteras e os jaguares,
  • 13:07 - 13:11
    e eles estão em posição de ataque, certo?
  • 13:14 - 13:18
    Há também fotos
    dos campeonatos de esportes,
  • 13:19 - 13:22
    linhas de troféus nas paredes.
  • 13:22 - 13:24
    Eu estive numa escola
    assim uns dias atrás.
  • 13:24 - 13:28
    Se há algo mais, são troféus
    da banda marcial num canto,
  • 13:28 - 13:32
    mas isso é para ajudar
    os alunos atléticos, certo?
  • 13:32 - 13:36
    Não há nada errado em celebrar
    as conquistas esportivas
  • 13:36 - 13:41
    mas todas as crianças devem estar
    representadas no espaço público da escola.
  • 13:41 - 13:46
    Se uma criança entra na escola,
  • 13:46 - 13:51
    sob essas fotos de crianças
    que praticam bullying contra ela,
  • 13:51 - 13:53
    a escola está dizendo,
  • 13:53 - 13:57
    nas regras não escritas da escola,
    de cultura e clima,
  • 13:57 - 13:58
    quem importa.
  • 13:58 - 14:00
    Se você sofre bullying de crianças assim,
  • 14:00 - 14:03
    se elas lhe perseguem por quem você é,
  • 14:03 - 14:06
    sua raça, sua etnia,
    sua orientação sexual, seu gênero;
  • 14:06 - 14:11
    se você se levanta contra
    uma dessas crianças, você perde.
  • 14:11 - 14:14
    É isso que dizemos quando celebramos
  • 14:14 - 14:17
    apenas determinadas crianças
    nas paredes da escola.
  • 14:19 - 14:23
    Eu trabalho em uma escola chamada
    Potomac Falls High School, na Virgínia.
  • 14:23 - 14:25
    Uma das razões pelas quais
    eu sei que gosto dela
  • 14:25 - 14:27
    é porque quando eu entro nela
  • 14:27 - 14:31
    há uma enorme foto do time
    do campeonato de basquete,
  • 14:31 - 14:35
    ao lado de uma enorme foto,
    igualmente notável
  • 14:35 - 14:40
    das crianças do teatro, das crianças
    do debate, de todos os tipos de crianças.
  • 14:40 - 14:43
    Eu soube que esta era uma boa escola.
  • 14:43 - 14:45
    E esta é uma escola que lida
    com diferentes problemas,
  • 14:45 - 14:49
    exatamente como todas as outras
    escolas do país o fazem.
  • 14:49 - 14:52
    Então, quando fazemos isso,
  • 14:52 - 14:53
    quando educamos,
  • 14:53 - 14:58
    não importa se estamos ensinando sobre
    o século 21, tecnologia ou engenharia,
  • 14:58 - 15:01
    a escola sempre disse respeito
    à compreensão
  • 15:01 - 15:04
    dos nossos direitos e responsabilidades
    com o contrato social de cada um.
  • 15:04 - 15:07
    Ela sempre disse respeito à compreensão
  • 15:07 - 15:10
    de como criar um discurso civil
    e princípios democráticos
  • 15:10 - 15:12
    que nossas crianças literalmente
    incorporem e aprendam
  • 15:12 - 15:15
    e que elas possam levar isso para o mundo.
  • 15:15 - 15:18
    É isso que ela significa.
  • 15:19 - 15:23
    Então, o que peço
    que todos nós façamos é intervir.
  • 15:23 - 15:27
    Eu peço a nós, porque há coisas
    em questão que são tão grandes,
  • 15:27 - 15:31
    de uma criança que se sente segura
    ao entrar em uma escola,
  • 15:31 - 15:34
    a conseguir sentir que há
    adultos em sua vida
  • 15:34 - 15:39
    que se importam e são competentes
    para ajudá-las e defendê-las.
  • 15:39 - 15:42
    Quando crianças sabem
    que estamos ali para isso,
  • 15:42 - 15:45
    quando elas sabem que não apenas
    nos importamos...
  • 15:45 - 15:49
    Não precisamos "investigar o abismo
    da crueldade social adolescente",
  • 15:49 - 15:53
    mas nos importamos um mínimo para entender
    o poder dessas dinâmicas sociais,
  • 15:53 - 15:56
    e que iremos intervir,
    quando for necessário,
  • 15:57 - 16:00
    nossas crianças irão perceber
    e nos ajudar.
  • 16:00 - 16:02
    Elas irão se engajar, se importar,
  • 16:02 - 16:06
    e irão pensar que sabemos
    o que estamos fazendo, irão confiar em nós
  • 16:06 - 16:12
    para dar votos de confiança, arriscar,
    fazer e tentar novas coisas,
  • 16:12 - 16:15
    e nos procurar quando precisarem de ajuda.
  • 16:15 - 16:19
    Frequentemente o que dizemos às crianças
    é que elas são nosso futuro.
  • 16:19 - 16:23
    Mas o que eu quero pedir
    a todos nós é reconhecer
  • 16:23 - 16:27
    que nós somos o "aqui e o agora" delas.
  • 16:27 - 16:30
    E quando isso acontece,
    quando realmente pensamos nas crianças,
  • 16:30 - 16:33
    como professores, pais e administradores,
  • 16:33 - 16:37
    pessoas que se importam profundamente
    com nossas comunidades,
  • 16:37 - 16:42
    nossas escolas podem ser o lugar que,
    para todos nós, merecem ser.
Title:
Você cria seus filhos, e eu os ensino francês | Rosalind Wiseman | TEDxTeachersCollege
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx local, produzido independentemente das conferências TED.
Nesta palestra, Rosalind Wiserman endereça o complexo problema de "bullying" nas escolas e como administradores e pais precisam dar suporte às crianças para tornar as escolas os lugares seguros que elas devem ser.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
16:48

Portuguese, Brazilian subtitles

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