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A graavidade e o corpo humano - Jay Buckey

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    Algumas das questões que são importantes
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    se você você quiser enviar
    pessoas ao espaço
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    por longos períodos de tempo.
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    Uma é que as pessoas tenderão a perder
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    massa óssea e muscular.
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    Sabemos isso.
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    Se você tiver de pôr gesso em sua perna
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    e o retirar depois de algumas semanas,
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    você verá que seus músculos
    diminuíram de tamanho.
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    E se medisse a força óssea,
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    você também veria que provavelmente
    ela teria diminuído um pouquinho.
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    Então, é muito interessante que
    nosso corpo tenha essa habilidade
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    de adaptar-se ao peso
    que é posto sobre ele,
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    de forma que os ossos
    e músculos não são estáticos.
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    Eles estão sempre mudando.
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    Embora tenhamos a ideia
    de que os ossos são sólidos,
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    e que não mudam muito,
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    eles também mudam.
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    Acontece que, na ausência de peso,
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    temos perda óssea.
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    Então, também fazemos
    com que os músculos
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    que trabalham contra a gravidade,
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    e que são chamados
    de músculos de postura,
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    comecem a encolher e a perder força.
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    Há outras coisas no sistema cardiovascular,
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    o coração e os vasos sanguíneos.
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    E se parar para pensar,
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    ficar em pé sob gravidade
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    significa que você tem de trabalhar
    contra a gravidade
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    para manter seu sangue
    circulando até sua cabeça.
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    Então, se você não conseguisse manter
    o sangue pulsando em sua cabeça,
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    você desmaiaria
    toda vez que ficasse em pé,
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    porque, quando está deitado,
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    você não tem de lidar com a gravidade.
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    Mas quando fica em pé,
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    você tem de trabalhar contra a gravidade
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    para manter seu sangue
    circulando até a cabeça.
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    E o seu coração e vasos sanguíneos
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    têm um sistema realmente
    muito bem elaborado
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    para fazer isso acontecer o tempo todo.
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    Mas esse sistema também
    pode mudar em ausência de peso.
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    Então, a outra área que muda
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    é o sistema relacionado ao equilíbrio.
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    Novamente, manter o equilíbrio
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    é algo que você está fazendo
    contra a gravidade, certo?
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    Se não tivéssemos gravidade,
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    não teríamos de nos preocupar em cair.
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    Mas é óbvio que temos
    de nos preocupar em cair,
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    e temos uma percepção de equilíbrio
    muito bem desenvolvida
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    para nos manter na vertical
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    e para evitar que caiamos.
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    E quando você vê
    o que os esqueitistas fazem,
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    percebe como esse sistema é perfeito.
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    Mas quando está sob ausência de peso,
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    seu sistema de equilíbrio muda.
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    Na verdade, você não percebe isso
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    enquanto está sob ausência de peso,
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    mas, quando você volta,
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    aí você percebe
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    que seu equilíbrio mudou
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    e você tem um pouquinho
    de dificuldade
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    para manter seu equilíbrio.
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    Isso mostra que,
    enquanto você está no espaço,
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    seu cérebro tenta permitir que você
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    funcione na ausência de peso.
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    Então, ele readapta você
    para a situação de ausência de peso,
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    o que você não percebe,
    até que volte
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    e descubra que está de volta à Terra,
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    com um sistema de equilíbrio
    que se adaptou ao espaço.
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    Sabe, todo tipo de vida
    se desenvolveu aqui na Terra
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    na presença da gravidade.
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    Então, a vida evoluiu sob
    a influência da gravidade,
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    e, então, nós crescemos
    com a presença da gravidade,
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    e aprendemos a andar
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    e a pegar uma bola
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    e a patinar no gelo
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    ou seja lá o que for,
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    tudo isso na presença da gravidade.
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    E se você crescesse
    sem a presença da gravidade?
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    E quanto aos sistemas
    que precisam da gravidade,
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    como seus músculos,
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    ou seu sistema de equilíbrio
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    ou o coração e vasos sanguíneos?
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    Será que se desenvolveriam normalmente,
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    ou seria diferentes de alguma forma?
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    Uma das razões por que
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    você talvez pense
    que tudo seria diferente
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    vem de um experimento
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    que foi realizado algum tempo atrás
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    por dois neurocientistas
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    chamados Hubel e Wiesel.
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    E o que fizeram foi pegar um gatinho,
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    e puseram uma venda
    sobre o olho do gatinho.
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    Então, o gatinho cresceu
    e se tornou um gato,
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    e então removeram a venda.
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    Então, a questão é:
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    será que o gato consegue
    enxergar com esse olho?
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    Bom, não há nada de errado
    com esse olho, certo?
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    Mas ele simplesmente nunca viu nada,
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    nenhum feixe de luz
    jamais penetrou nele.
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    E a resposta é que o gato
    não enxerga com esse olho,
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    porque o que acontece é que o cérebro
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    toma um caminho diferente
    ao se desenvolver
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    e as conexões que normalmente
    se estabeleceriam
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    com aquele olho não se estabelecem.
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    E isso é irreversível,
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    é uma mudança permanente.
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    Então, o cérebro desse gato
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    é essencialmente diferente
    do cérebro de um gato
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    que tenha crescido
    sem ter o olho vendado.
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    Basicamente, o gato cresceu
    com um cérebro diferente.
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    Então, você se pergunta,
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    bem, e quanto à gravidade?
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    E se não existissem as forças
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    que a gravidade produz?
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    Será que seu sistema
    de equilíbrio se desenvolveria
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    da mesma maneira,
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    ou seria diferente?
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    Se uma pessoa crescesse no espaço,
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    será que poderia voltar à Terra
    e ter uma vida normal,
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    ou seria uma pessoa realmente diferente?
Title:
A graavidade e o corpo humano - Jay Buckey
Description:

Veja a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/gravity-and-the-human-body-jay-buckey

Nossos corpos funcionam necessariamente na presença da gravidade; a forma como o sangue pulsa, o sentido de equilíbrio e o crescimento ósseo, todos se devem à vida em um mundo onde a gravidade é uma realidade da qual não se pode fugir. Com o auxílio das experiências dos neurocientistas David Hubel e Torten Wiesel, o astronauta Jay Buckey apresenta um exercício intelectual: como nosso corpo funcionaria sem a força da gravidade?

Lição de Jay Buckey, animação de TED-Ed.

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English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:46

Portuguese, Brazilian subtitles

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