Return to Video

A grande divisão gramatical: a vírgula de Oxford — TED-Ed

  • 0:08 - 0:10
    Estás a ajudar um amigo
    a organizar uma festa
  • 0:10 - 0:12
    e ele envia-te um SMS, pedindo:
  • 0:12 - 0:14
    "Traz Bob, um DJ e um palhaço".
  • 0:14 - 0:15
    Ficas muito impressionada.
  • 0:15 - 0:18
    Não sabias que Bob tinha tantos talentos.
  • 0:18 - 0:19
    Mas, quando chega o dia da festa,
  • 0:19 - 0:21
    acontece que, afinal, não é o caso.
  • 0:21 - 0:24
    Tu devias ter levado
    três pessoas diferentes.
  • 0:25 - 0:27
    Enquanto tu e Bob ficam calados,
    na festa sem palhaço,
  • 0:27 - 0:30
    ocorre-te que essa confusão
    podia ter sido evitada
  • 0:30 - 0:34
    se houvesse outra vírgula a seguir a DJ.
  • 0:34 - 0:36
    A vírgula final numa lista,
  • 0:36 - 0:39
    colocada diretamente antes
    da conjunção principal,
  • 0:39 - 0:41
    como "e", "ou" ou "nem",
  • 0:41 - 0:44
    chama-se vírgula de série
    ou vírgula de Oxford.
  • 0:45 - 0:47
    Há muito que deixa loucos
    os fanáticos da gramática
  • 0:47 - 0:50
    porque nem as principais
    instituições linguísticas
  • 0:50 - 0:52
    chegam a acordo
    quanto à sua utilização.
  • 0:52 - 0:55
    Ironicamente, a vírgula de Oxford
    é mais vulgar nos EUA,
  • 0:55 - 0:58
    onde é recomendada pelo MLA,
    pelo Manual de Estilo de Chicago
  • 0:58 - 1:01
    e pela Imprensa Governamental dos EUA,
  • 1:01 - 1:03
    embora não seja pelo Livro de Estilo AP.
  • 1:03 - 1:06
    No Reino Unido e noutros países
    de língua inglesa,
  • 1:06 - 1:08
    muitos dos guias de estilo
    não apoia o uso da vírgula,
  • 1:08 - 1:11
    com exceção do seu homónimo,
    a Imprensa da Universidade de Oxford.
  • 1:12 - 1:14
    Porquê não usar a vírgula de série?
  • 1:14 - 1:15
    Um dos principais argumentos
  • 1:15 - 1:19
    é que, normalmente, a conjunção chega
    para indicar uma entidade separada.
  • 1:19 - 1:22
    E, no caso de não chegar, como
    na malfadada lista de convidados,
  • 1:22 - 1:25
    basta alterar a ordem das palavras
    para resolver o problema.
  • 1:25 - 1:27
    Os jornalistas também
    não gostam da virgula
  • 1:27 - 1:29
    porque rouba um espaço precioso
  • 1:29 - 1:31
    e pode dar um aspeto denso ao texto.
  • 1:31 - 1:33
    Por vezes, até pode criar confusão.
  • 1:33 - 1:35
    Por exemplo, se o teu amigo
    tivesse pedido:
  • 1:36 - 1:37
    "Bob, um DJ e um cachorro",
  • 1:37 - 1:40
    provavelmente, terias percebido
    que eram três seres separados.
  • 1:40 - 1:43
    Os cachorros são amorosos
    mas não são grandes DJ.
  • 1:43 - 1:45
    Com a vírgula, podes pensar:
  • 1:45 - 1:48
    "Bob é o DJ, só precisas
    dele e do cachorro".
  • 1:49 - 1:50
    A discussão sobre a vírgula de Oxford
  • 1:50 - 1:53
    tem suscitado paixões tão grandes
    ao longo dos anos
  • 1:53 - 1:56
    que se chegou a uma espécie de tréguas.
  • 1:56 - 1:59
    O senso comum é que
    o seu uso é opcional
  • 1:59 - 2:02
    e depende de poder ser útil
    para evitar a confusão.
  • 2:02 - 2:04
    Por um lado,
  • 2:04 - 2:07
    é suposto usar ou evitar
    a vírgula de Oxford
  • 2:07 - 2:09
    de modo coerente em todo um escrito.
  • 2:09 - 2:12
    Portanto, usá-la só quando é necessária
    não é uma opção.
  • 2:13 - 2:16
    A própria ideia de uma regra
    gramatical ser opcional
  • 2:16 - 2:17
    é um pouco bizarra.
  • 2:17 - 2:20
    Imagina que não tinhas errado
    na organização da festa
  • 2:20 - 2:21
    e lias no dia seguinte que:
  • 2:21 - 2:23
    "todos se divertiram muito
  • 2:23 - 2:25
    "— ninjas, piratas, vikings,
    velhos e novos".
  • 2:25 - 2:27
    Se a vírgula de Oxford fosse a norma,
  • 2:27 - 2:30
    notarias a sua falta e concluirias
    que "velhos e novos"
  • 2:30 - 2:33
    se referia aos convidados
    sensacionais já listados.
  • 2:33 - 2:36
    Mas, tal como as coisas estão,
    ficarás sempre a imaginar se significa
  • 2:36 - 2:39
    que também apareceu
    um grupo de crianças e idosos,
  • 2:39 - 2:40
    normais e aborrecidos
  • 2:40 - 2:44
    Por fim, a vírgula de série
    pode ser útil ou incomodativa
  • 2:44 - 2:47
    mas a tua opinião quanto a ela,
    tal como quanto a muitas coisas opcionais,
  • 2:47 - 2:50
    provavelmente tem a ver com o estilo
    com que foste educado.
  • 2:50 - 2:53
    Os teus professores no liceu
    eram a favor dela?
  • 2:53 - 2:54
    É provável que continues a usá-la.
  • 2:54 - 2:56
    O teu primeiro editor odiava-a?
  • 2:56 - 2:58
    Provavelmente, tu também.
  • 2:58 - 2:59
    Talvez que tanta subtileza
  • 2:59 - 3:01
    por um pequeno rabisco numa página
  • 3:01 - 3:03
    seja um bocado parvoíce.
  • 3:03 - 3:05
    Afinal, há tantos problemas maiores
    com que nos preocuparmos.
  • 3:06 - 3:09
    Mas, por vezes, pequenas coisas
    podem fazer uma grande diferença.
Title:
A grande divisão gramatical: a vírgula de Oxford — TED-Ed
Description:

Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/grammar-s-great-divide-the-oxford-comma-ted-ed

Se lerem "Bob, um DJ e um palhaço" numa lista de convidados, são três pessoas que vêm à festa ou só uma? Isso depende de sermos a favor ou contra a vírgula de Oxford, talvez o sinal de pontuação mais polémico de todos os tempos. Quando é que a usamos? Pode ser opcional ou há uma regra universal? TED-Ed explora os dois lados deste quebra-cabeças da vírgula.

Lição de TED-Ed, animação de Zedem Media.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
03:26

Portuguese subtitles

Revisions