Return to Video

Uma maneira melhor de falar sobre o amor | Mandy Len Catron | TEDxSFU

  • 0:08 - 0:09
    Olá, pessoal!
  • 0:09 - 0:12
    Obrigada por terem ficado até o final.
  • 0:12 - 0:13
    (Risos)
  • 0:13 - 0:16
    Eu disse à minha mãe
    que ninguém ficaria até o final,
  • 0:16 - 0:18
    e ela me prometeu
    que vocês ficariam, então ...
  • 0:18 - 0:20
    (Risos)
  • 0:20 - 0:25
    Certo, então hoje eu quero falar
    sobre como falamos sobre o amor.
  • 0:25 - 0:26
    E, especificadamente,
  • 0:26 - 0:30
    quero falar sobre o que está errado
    em como falamos sobre o amor.
  • 0:30 - 0:34
    A maioria de nós irá, provavelmente,
    apaixonar-se algumas vezes
  • 0:34 - 0:35
    durante nossas vidas,
  • 0:35 - 0:39
    e esta metáfora, caindo de amores,
  • 0:39 - 0:43
    é realmente o principal modo
    como falamos dessa experiência.
  • 0:43 - 0:44
    Eu não sei sobre vocês,
  • 0:44 - 0:46
    mas quando eu conceituo essa metáfora,
  • 0:46 - 0:49
    o que eu imagino vem
    como um desenho animado:
  • 0:50 - 0:51
    há um homem,
  • 0:51 - 0:53
    ele está andando pela calçada,
  • 0:53 - 0:56
    sem perceber ele atravessa
    por cima de um bueiro aberto,
  • 0:56 - 1:00
    e simplesmente despenca esgoto abaixo.
  • 1:00 - 1:04
    E eu imagino dessa forma
    porque cair não é pular.
  • 1:04 - 1:06
    Cair é acidental,
  • 1:06 - 1:08
    não é controlável.
  • 1:08 - 1:12
    É algo que acontece conosco
    sem o nosso consentimento.
  • 1:12 - 1:17
    E essa é a principal forma como falamos
    sobre começar um novo relacionamento.
  • 1:18 - 1:22
    Eu sou escritora e também
    sou professora de inglês,
  • 1:22 - 1:24
    o que significa que penso
    nas palavras para viver.
  • 1:24 - 1:28
    Você poderia dizer que sou paga para
    argumentar que nossa linguagem importa,
  • 1:28 - 1:31
    e eu gostaria de argumentar
  • 1:31 - 1:34
    que muitas das metáforas
    que usamos para falar sobre o amor,
  • 1:34 - 1:36
    talvez a grande maioria delas,
  • 1:36 - 1:37
    são um problema.
  • 1:38 - 1:41
    Então, no amor, nós caímos.
  • 1:41 - 1:43
    Nós somos golpeados.
  • 1:43 - 1:44
    Nós somos esmagados.
  • 1:45 - 1:46
    Nós desmaiamos.
  • 1:47 - 1:49
    Nós queimamos com paixão.
  • 1:49 - 1:51
    O amor nos enlouquece,
  • 1:51 - 1:53
    e nos deixa doentes.
  • 1:53 - 1:55
    Nossos corações doem,
  • 1:55 - 1:57
    e então eles quebram.
  • 1:58 - 2:01
    Então, nossas metáforas equiparam
    a experiência de amar alguém
  • 2:01 - 2:04
    à extrema violência ou doença.
  • 2:04 - 2:06
    (Risos)
  • 2:07 - 2:08
    É verdade.
  • 2:08 - 2:10
    E eles nos colocam como as vítimas
  • 2:10 - 2:13
    de circunstâncias imprevistas
    e absolutamente inevitáveis.
  • 2:14 - 2:17
    A minha favorita dessas é "castigado"
  • 2:17 - 2:20
    que é o particípio passado
    da palavra "castigar".
  • 2:20 - 2:23
    E se você procurar por essa
    palavra no dicionário...
  • 2:23 - 2:24
    (Risos)
  • 2:24 - 2:28
    você verá que pode ser definido
    como "aflição dolorosa"
  • 2:29 - 2:31
    e como "estar muito apaixonado".
  • 2:33 - 2:37
    Costumo associar a palavra "castigar"
    com um contexto muito particular
  • 2:37 - 2:38
    que é o Antigo Testamento.
  • 2:39 - 2:44
    Só no livro do Êxodo,
    há 16 referências para castigar,
  • 2:44 - 2:48
    que é a palavra que a Bíblia usa
    para a vingança de um Deus furioso.
  • 2:48 - 2:50
    (Risos)
  • 2:50 - 2:52
    Aqui estamos usando a mesma
    palavra para falar sobre amor,
  • 2:52 - 2:55
    que usamos para explicar
    uma praga de gafanhotos.
  • 2:55 - 2:56
    (Risos)
  • 2:56 - 2:57
    Certo?
  • 2:57 - 2:59
    Então, como isso aconteceu?
  • 2:59 - 3:03
    Como chegamos a associar amor
    com grande dor e sofrimento?
  • 3:03 - 3:07
    E por que falamos sobre essa
    ostensivamente boa experiência
  • 3:07 - 3:09
    como se fôssemos vítimas?
  • 3:10 - 3:12
    Essas são questões difíceis,
  • 3:12 - 3:14
    porém eu possuo algumas teorias.
  • 3:14 - 3:15
    Para refletir sobre isso,
  • 3:15 - 3:18
    quero me concentrar
    em uma metáfora em particular,
  • 3:18 - 3:20
    que é a ideia de amor como loucura.
  • 3:21 - 3:23
    Quando comecei a pesquisar
    o amor romântico,
  • 3:23 - 3:26
    encontrei essas metáforas
    de loucura em toda parte.
  • 3:26 - 3:28
    A história da cultura ocidental
  • 3:28 - 3:32
    é cheia de linguagem que equipara
    o amor à doença mental.
  • 3:33 - 3:35
    Estes são apenas alguns exemplos.
  • 3:35 - 3:36
    William Shakespeare:
  • 3:36 - 3:39
    "Amor é meramente loucura",
    de "Do jeito que você gosta".
  • 3:40 - 3:41
    Friedrich Nietzsche:
  • 3:41 - 3:44
    "Há sempre alguma loucura no amor".
  • 3:44 - 3:47
    "Você me deixou, me deixou
    loucamente apaixonada... "
  • 3:47 - 3:49
    (Risos)
  • 3:49 - 3:52
    da grande filósofa, Beyoncé Knowles.
  • 3:52 - 3:53
    (Risos)
  • 3:55 - 3:58
    Eu me apaixonei pela primeira
    vez quando eu tinha 20 anos
  • 3:58 - 4:01
    e foi um relacionamento
    bem turbulento desde o começo.
  • 4:01 - 4:04
    E foi à longa distância
    pelos primeiros anos,
  • 4:04 - 4:09
    então para mim isso significava
    altos muito altos e baixos muito baixos.
  • 4:09 - 4:12
    Eu me lembro de um momento em particular.
  • 4:12 - 4:16
    Eu estava sentada na cama
    em um albergue na América do Sul,
  • 4:16 - 4:19
    e estava assistindo a pessoa
    que eu amava sair pela porta.
  • 4:20 - 4:21
    Era tarde,
  • 4:21 - 4:23
    era perto da meia noite,
  • 4:23 - 4:25
    tivemos uma discussão durante o jantar,
  • 4:25 - 4:27
    e voltamos para nosso quarto,
  • 4:27 - 4:29
    ele jogou as coisas dele
    numa mala e saiu furioso.
  • 4:31 - 4:34
    Eu não consigo mais me lembrar
    sobre o que foi a discussão,
  • 4:34 - 4:38
    mas me lembro claramente
    como me senti vendo ele ir embora.
  • 4:39 - 4:43
    Eu estava com 22 anos, era a minha
    primeira vez no mundo em desenvolvimento,
  • 4:43 - 4:45
    e eu estava totalmente sozinha.
  • 4:46 - 4:49
    Eu tinha mais uma semana
    até o meu voo para casa,
  • 4:49 - 4:52
    e eu sabia o nome da cidade
    onde eu estava,
  • 4:52 - 4:55
    e o nome da cidade em que eu
    precisava chegar para pegar o meu voo,
  • 4:55 - 4:59
    mas eu não tinha ideia de como ir.
  • 5:00 - 5:03
    Eu não tinha um guia
    tinha muito pouco dinheiro,
  • 5:03 - 5:04
    e não falava espanhol.
  • 5:05 - 5:07
    Alguém mais aventureiro do que eu
  • 5:07 - 5:10
    poderia ter visto
    como um momento de oportunidade,
  • 5:10 - 5:12
    no entanto, eu congelei.
  • 5:12 - 5:14
    Eu fiquei sentada.
  • 5:14 - 5:16
    E então explodi em lágrimas.
  • 5:17 - 5:19
    Contudo, apesar do meu pânico,
  • 5:19 - 5:22
    uma voz baixa na minha cabeça pensou:
  • 5:22 - 5:24
    "Uau. Isso foi dramático.
  • 5:24 - 5:27
    Devo realmente estar fazendo
    certo essa coisa de amor".
  • 5:27 - 5:29
    (Risos)
  • 5:29 - 5:33
    Porque uma parte de mim queria
    sentir-se miseravelmente apaixonada.
  • 5:34 - 5:37
    E soa muito estranho
    para mim agora, mas aos 22,
  • 5:37 - 5:41
    eu desejava ter experiências dramáticas,
  • 5:41 - 5:47
    e naquele momento, eu estava irracional,
    furiosa e devastada, e estranhamente,
  • 5:47 - 5:50
    pensei que isso de alguma forma
    legitimava os sentimentos que possuía
  • 5:50 - 5:52
    pelo cara que havia me deixado.
  • 5:54 - 5:58
    Eu acho que em certo nível,
    eu queria me sentir um pouco louca,
  • 5:58 - 6:02
    porque eu pensava
    que era assim que se amava.
  • 6:03 - 6:05
    Isso realmente não deveria ser surpresa,
  • 6:05 - 6:07
    considerando que, de acordo
    com a Wikipedia,
  • 6:07 - 6:09
    existem 8 filmes,
  • 6:09 - 6:11
    14 músicas,
  • 6:11 - 6:15
    2 álbuns e 1 romance
    com o título "Amor Louco".
  • 6:16 - 6:19
    Mais ou menos meia hora depois,
    ele voltou para o nosso quarto.
  • 6:19 - 6:20
    Fizemos as pazes.
  • 6:20 - 6:23
    Passamos outra semana
    feliz viajando juntos.
  • 6:23 - 6:29
    E então, quando cheguei em casa,
    pensei: "Isso foi tão terrível e tão bom.
  • 6:30 - 6:32
    Isso deve ser um romance verdadeiro."
  • 6:33 - 6:35
    Eu esperava que meu primeiro amor
    parecesse uma loucura
  • 6:35 - 6:39
    e, claro, ele atingiu essa
    expectativa muito bem.
  • 6:40 - 6:41
    Mas amar alguém desta forma,
  • 6:41 - 6:45
    como se todo o meu bem-estar
    dependesse dele me amar de volta,
  • 6:45 - 6:48
    não foi muito bom pra mim
  • 6:48 - 6:49
    ou pra ele.
  • 6:50 - 6:53
    Mas eu suspeito que essa
    experiência de amor não é incomum.
  • 6:54 - 6:58
    A maioria de nós se sente um pouco louco
    nos estágios iniciais de um romance.
  • 6:58 - 7:02
    Na verdade, há pesquisas que confirmam
    que isso é de certa forma normal,
  • 7:03 - 7:05
    porque, neuroquimicamente falando,
  • 7:05 - 7:09
    amor e doença mental não são
    facilmente distinguíveis.
  • 7:11 - 7:12
    Isso é verdade.
  • 7:12 - 7:16
    Este estudo de 1999
    utilizou amostras de sangue
  • 7:16 - 7:20
    para confirmar que os níveis
    de serotonina dos recém-apaixonados
  • 7:20 - 7:22
    assemelhavam-se aos níveis de serotonina
  • 7:22 - 7:26
    de pessoas diagnosticadas
    com transtorno obsessivo-compulsivo.
  • 7:26 - 7:27
    (Risos)
  • 7:27 - 7:29
    Sim, e níveis baixos de serotonina
  • 7:29 - 7:33
    também são associados
    com transtorno afetivo sazonal
  • 7:33 - 7:34
    e depressão.
  • 7:35 - 7:38
    Logo, existe alguma evidência
  • 7:38 - 7:42
    que o amor está associado com mudanças
    em nossos humores e comportamentos.
  • 7:42 - 7:46
    E existem outros estudos que confirmam
  • 7:46 - 7:50
    que a maioria dos relacionamentos
    começa dessa forma.
  • 7:50 - 7:54
    Pesquisadores acreditam
    que os baixos níveis de serotonina
  • 7:55 - 7:59
    estão correlacionados com o pensamento
    obsessivo sobre o objeto de amor,
  • 7:59 - 8:03
    que é esse sentimento de que alguém
    acampou em seu cérebro.
  • 8:03 - 8:06
    E a maioria de nós se sente assim
    quando nos apaixonamos.
  • 8:06 - 8:09
    Contudo, a boa notícia é
    que nem sempre dura muito tempo,
  • 8:09 - 8:12
    geralmente de alguns meses a alguns anos.
  • 8:13 - 8:16
    Quando eu voltei da minha viagem
    da América do Sul,
  • 8:16 - 8:19
    passei muito tempo sozinha no meu quarto,
  • 8:19 - 8:21
    checando meus e-mails,
  • 8:21 - 8:23
    desesperada por um contato
    do cara que eu amava.
  • 8:24 - 8:30
    Decidi que se meus amigos não conseguiam
    entender minha aflição dolorosa,
  • 8:30 - 8:32
    então eu não precisava de suas amizades.
  • 8:32 - 8:34
    Assim, parei de sair com a maioria deles.
  • 8:34 - 8:38
    E foi provavelmente o ano
    mais infeliz da minha vida.
  • 8:39 - 8:43
    Mas, eu acho que senti que era
    meu trabalho ser miserável,
  • 8:44 - 8:45
    porque se eu pudesse ser miserável,
  • 8:45 - 8:48
    então eu provaria o quanto eu o amava.
  • 8:48 - 8:50
    E se eu podia provar,
  • 8:50 - 8:53
    então, finalmente, teríamos
    que acabar juntos.
  • 8:54 - 8:56
    Essa é a verdadeira loucura,
  • 8:56 - 8:58
    porque não há nenhuma regra cósmica
  • 8:58 - 9:02
    que diz que grande sofrimento
    é igual a grande recompensa,
  • 9:02 - 9:06
    mas nós falamos sobre o amor
    como se isso fosse verdade.
  • 9:07 - 9:11
    Nossas experiências de amor
    são biológicas e culturais.
  • 9:11 - 9:14
    Nossa biologia nos diz que o amor é bom
  • 9:14 - 9:17
    ativando esses circuitos
    de recompensa em nosso cérebro,
  • 9:17 - 9:22
    e nos diz que o amor é doloroso
    quando, depois de uma briga ou separação,
  • 9:22 - 9:24
    essa recompensa neuroquímica é retirada.
  • 9:25 - 9:27
    E, na verdade, e talvez você
    tenha ouvido isso,
  • 9:27 - 9:29
    neuroquimicamente falando,
  • 9:29 - 9:33
    passar por uma separação é muito
    parecido com parar de usar cocaína,
  • 9:33 - 9:35
    o que eu acho reconfortante.
  • 9:35 - 9:36
    (Risos)
  • 9:37 - 9:40
    E então, nossa cultura usa a linguagem
  • 9:40 - 9:42
    para moldar e reforçar
    essas ideias sobre o amor.
  • 9:42 - 9:45
    Nesse caso, estamos falando
    sobre metáforas sobre dor,
  • 9:45 - 9:47
    vício e loucura.
  • 9:47 - 9:50
    É uma espécie de ciclo
    de feedback interessante.
  • 9:50 - 9:53
    O amor é poderoso e às vezes doloroso,
  • 9:54 - 9:56
    e nós expressamos isso
    em nossas palavras e histórias,
  • 9:57 - 9:59
    mas então nossas palavras
    e histórias nos estimulam
  • 9:59 - 10:03
    a esperar que o amor seja
    poderoso e doloroso.
  • 10:04 - 10:07
    O que é interessante pra mim
    é que tudo isso acontece
  • 10:07 - 10:10
    em uma cultura que valoriza
    a monogamia ao longo da vida.
  • 10:10 - 10:12
    Parece que nós queremos as duas maneiras:
  • 10:12 - 10:15
    queremos que o amor seja como loucura,
  • 10:15 - 10:19
    e queremos que dure uma vida inteira.
  • 10:19 - 10:21
    Isso soa terrível.
  • 10:21 - 10:22
    (Risos)
  • 10:24 - 10:25
    Para conciliar isso,
  • 10:25 - 10:30
    precisamos mudar nossa cultura
    ou mudar nossas expectativas.
  • 10:31 - 10:35
    Então, imagine se fôssemos
    menos passivos no amor.
  • 10:35 - 10:39
    Se fôssemos mais assertivos,
    mais abertos, mais generosos,
  • 10:39 - 10:43
    e em vez de nos apaixonarmos,
  • 10:43 - 10:45
    entrássemos no amor.
  • 10:46 - 10:48
    Eu sei que isso é pedir demais,
  • 10:48 - 10:51
    no entanto, eu não sou
    a primeira pessoa a sugerir isso.
  • 10:53 - 10:55
    No livro "Metáforas da vida cotidiana",
  • 10:55 - 11:00
    os linguistas Mark Johnson e George Lakoff
    sugerem uma solução realmente interessante
  • 11:00 - 11:02
    para esse dilema,
  • 11:02 - 11:05
    que é a de mudarmos as nossas metáforas.
  • 11:05 - 11:10
    Eles argumentam que metáforas realmente
    moldam o modo como vivemos o mundo,
  • 11:11 - 11:14
    e que elas podem até atuar
    como um guia para ações futuras,
  • 11:14 - 11:16
    como profecias autorrealizáveis.
  • 11:17 - 11:21
    Johnson e Lakoff sugerem
    uma nova metáfora para o amor:
  • 11:22 - 11:24
    amor como uma obra de arte colaborativa.
  • 11:24 - 11:28
    Eu realmente gosto dessa maneira
    de pensar sobre o amor.
  • 11:29 - 11:32
    Linguistas falam sobre metáforas
    como tendo implicações,
  • 11:32 - 11:36
    que é essencialmente um modo
    de considerar todas as insinuações,
  • 11:36 - 11:39
    ou ideias contidas dentro
    de uma determinada metáfora.
  • 11:39 - 11:42
    E Johnson e Lakoff falam sobre tudo
  • 11:42 - 11:44
    que implica em colaborar
    em uma obra de arte:
  • 11:45 - 11:49
    esforço, compromisso,
    paciência, objetivos compartilhados.
  • 11:49 - 11:53
    Essas ideias alinham muito bem
    com nosso investimento cultural
  • 11:53 - 11:55
    em compromisso romântico de longo prazo,
  • 11:55 - 11:59
    contudo, elas também funcionam
    para outros tipos de relacionamentos:
  • 12:00 - 12:05
    de curto prazo, casuais, poliamorosos,
    não monogâmicos, assexuados...
  • 12:05 - 12:09
    porque essa metáfora traz
    ideias muito mais complexas
  • 12:09 - 12:11
    para a experiência de amar alguém.
  • 12:12 - 12:17
    Portanto, se o amor é
    uma obra de arte colaborativa,
  • 12:17 - 12:20
    então o amor é uma experiência estética.
  • 12:21 - 12:23
    O amor é imprevisível,
  • 12:24 - 12:26
    o amor é criativo,
  • 12:27 - 12:31
    o amor exige comunicação e disciplina,
  • 12:31 - 12:34
    é frustante e emocionalmente exigente.
  • 12:34 - 12:38
    E o amor envolve alegria e dor.
  • 12:38 - 12:42
    Por fim, cada experiência
    de amor é diferente.
  • 12:43 - 12:45
    Quando eu era mais jovem,
  • 12:45 - 12:50
    nunca me ocorreu que me era
    permitido exigir mais do amor,
  • 12:50 - 12:54
    que eu não precisava simplesmente aceitar
    qualquer coisa que o amor me oferecesse.
  • 12:54 - 12:58
    Quando a Julieta de 14 anos
    encontra pela primeira vez...
  • 12:58 - 13:02
    ou quando a Julieta de 14 anos
    não pode estar com Romeu,
  • 13:02 - 13:05
    que ela havia conhecido há quatro dias...
  • 13:06 - 13:10
    ela não se sente
    desapontada ou angustiada.
  • 13:10 - 13:12
    Onde ela está?
  • 13:12 - 13:13
    Ela deseja morrer.
  • 13:13 - 13:14
    Certo?
  • 13:14 - 13:18
    E apenas como um lembrete, nesse ponto
    da peça, o terceiro ato de cinco,
  • 13:18 - 13:20
    Romeu não está morto.
  • 13:21 - 13:22
    Ele está vivo,
  • 13:22 - 13:24
    ele está saudável,
  • 13:24 - 13:26
    ele apenas tinha sido banido da cidade.
  • 13:27 - 13:33
    Eu compreendo que a Verona do século 16
    é diferente da América do Norte atual,
  • 13:33 - 13:36
    e mesmo assim, quando li
    essa peça pela primeira vez,
  • 13:36 - 13:38
    também com 14 anos,
  • 13:38 - 13:41
    o sofrimento de Julieta
    fez sentido pra mim.
  • 13:42 - 13:48
    Retratar o amor como algo que eu
    crio com alguém que eu admiro,
  • 13:48 - 13:50
    em vez de algo que acontece apenas comigo,
  • 13:50 - 13:53
    sem o meu controle ou consentimento,
  • 13:53 - 13:54
    é empoderador.
  • 13:55 - 13:57
    Ainda é difícil.
  • 13:57 - 14:02
    O amor ainda é totalmente enlouquecedor
    e esmagador alguns dias,
  • 14:02 - 14:04
    e quando me sinto realmente frustrada,
  • 14:04 - 14:06
    eu tenho que me lembrar:
  • 14:06 - 14:10
    o meu trabalho nesse relacionamento
    é conversar com o meu parceiro
  • 14:10 - 14:12
    sobre o que eu quero que façamos juntos.
  • 14:13 - 14:15
    Isso também não é fácil.
  • 14:16 - 14:20
    Mas, é muito melhor do que a alternativa,
  • 14:20 - 14:23
    que é essa coisa que parece loucura.
  • 14:24 - 14:29
    Essa versão do amor não é sobre vencer
    ou perder a afeição de alguém.
  • 14:30 - 14:34
    Em vez disso, requer que você
    confie em seu parceiro
  • 14:34 - 14:37
    e fale sobre coisas quando
    confiar se tornar difícil,
  • 14:37 - 14:39
    o que soa tão simples,
  • 14:39 - 14:44
    mas é, na verdade, uma espécie
    de ato revolucionário e radical.
  • 14:44 - 14:48
    E isso porque você para
    de pensar em si mesmo
  • 14:48 - 14:52
    e no que você está ganhando
    ou perdendo em seu relacionamento,
  • 14:52 - 14:55
    e você começa a pensar
    sobre o que você tem a oferecer.
  • 14:56 - 14:59
    Essa versão do amor
    nos permite dizer coisas como:
  • 14:59 - 15:04
    "Ei, não somos bons colaboradores.
    Talvez isso não seja pra nós".
  • 15:05 - 15:09
    Ou: "Aquele relacionamento foi
    mais curto do que eu havia planejado,
  • 15:09 - 15:11
    mas ainda assim foi bonito".
  • 15:12 - 15:15
    A parte bonita sobre
    a obra de arte colaborativa
  • 15:15 - 15:18
    é que ela não será pintada,
    desenhada ou esculpida sozinha.
  • 15:18 - 15:22
    Essa versão do amor nos permite
    decidir como ela irá se parecer.
  • 15:22 - 15:23
    Obrigada.
  • 15:23 - 15:26
    (Aplausos)
Title:
Uma maneira melhor de falar sobre o amor | Mandy Len Catron | TEDxSFU
Description:

No amor, caímos. Nós somos golpeados, somos esmagados, desmaiamos. Nós queimamos com paixão. O amor nos enlouquece e nos deixa doentes. Nossos corações doem, e então eles quebram. Falar sobre o amor desta forma, fundamentalmente, molda como o experienciamos, diz a a escritora Mandy Len Catron. Nesta palestra, para qualquer um que já se sentiu loucamente apaixonado, Catron propõe uma nova metáfora para o amor que pode nos ajudar a encontrar nele mais alegria e menos sofrimento.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
15:34

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions