Poderiam os cometas ser a origem da vida na Terra? - Justin Dowd

Veja a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/could-comets-be-the-source-of-life-on-earth-justin-dowd

Embora os cometas sejam historicamente considerados maus presságios de guerra e de fome, a ciência moderna tem revelado que essas maravilhas celestes na verdade contêm aminoácidos, os blocos construtores da vida na Terra. Justin Dowd aborda as implicações dessa descoberta magnífica.

Lição de Justin Dowd, animação de Justin Dowd.

Os humanos observam cometas
há milhares de anos

sempre que suas órbitas os deixam
a uma distância visível da Terra.

Constando de registros históricos,

essas luzes misteriosas
que surgiam do nada

e desapareciam pouco tempo depois

eram tidas como maus presságios
de guerra e de fome,

ou da ira dos deuses.

Mas pesquisas recentes
revelaram que talvez

os cometas tenham
uma ligação ainda mais profunda

com a humanidade
e com nossa existência na Terra

que qualquer dessas
explicações míticas sugeriam.

Ao pensar em nosso Sistema Solar,
você provavelmente imagina os nove,

ou melhor, oito planetas
que orbitam o Sol.

Mas, além de Netuno,
bem longe do calor do Sol,

existe um anel esparso,
formado por blocos de gelo,

do tamanho de bolas de gude
ao tamanho de pequenos planetas.

Milhares de vezes mais distante,
nos confins do Sistema Solar,

fica uma nuvem esférica
de pequenos fragmentos e gases.

Muitos desses aglomerados
de poeira estelar são sobras da formação

do Sistema Solar
4,6 bilhões de anos atrás,

enquanto alguns dos mais distantes
talvez tenham vindo de sistemas vizinhos.

Às vezes, porém, a gravidade desses
planetas e estrelas que passam

os atrai na direção do nosso Sol,

dando início a uma jornada
que pode levar milhões de anos.

Conforme o objeto congelado
adentra o Sistema Solar,

o Sol se transforma de uma faísca
distante em um inferno,

derretendo o gelo pela primeira vez
em bilhões de anos.

Gás e vapor ejetam poeira no espaço,

formando uma brilhante nuvem
circundante, chamada coma,

que pode ficar tão grande
quanto o próprio Sol.

Enquanto isso, a intensa corrente
de partículas altamente carregadas

emitidas constantemente pelo Sol,
conhecida como vento solar,

expele partículas
vindas do centro do cometa,

formando um rastro de destroços
que chega a milhões de quilômetros.

O gelo, o gás e a poeira refletem a luz
brilhando intensamente.

Nasce um cometa, agora orbitando o Sol
junto com os demais objetos

do nosso Sistema Solar.

Mas, conforme o cometa viaja
pelo Sistema Solar,

o vento solar despedaça e recombina
moléculas, formando diversos compostos.

Em alguns dos compostos
que os cientistas encontraram,

primeiro na rocha deixada por um meteorito
que se desintegrou no norte do Canadá,

e depois em amostras coletadas
da cauda de um cometa, por espaçonave,

havia nada menos que aminoácidos.

Unindo-se para formar proteínas, de acordo
com as instruções codificadas no DNA,

eles são os principais componentes ativos
em todas as células vivas,

de bactérias a baleias-azuis.

Se os blocos construtores da vida
se formaram nos cometas,

então eles são a origem definitiva
da vida na Terra,

e, quem sabe, em alguns outros lugares
que também visitaram.

Sabemos que há planetas orbitando
quase todas as estrelas do céu noturno.

Uma em cada cinco tem um planeta parecido
com a Terra em tamanho e temperatura.

Se planetas como a Terra e as moléculas
encontradas no DNA não são anomalias,

talvez sejamos apenas um exemplo
do que é possível

quando um planeta, sob condições ideais,
é fertilizado por moléculas orgânicas

por um cometa que passa.

Então, em vez de um presságio de morte,

o cometa que inicialmente
trouxe aminoácidos para a Terra

pode ter sido uma maravilha da vida,

a previsão de um futuro distante
em que criaturas da poeira das estrelas

retornariam ao espaço para desvendar
os mistérios do lugar de onde vieram.