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Como os cachorros nos amam | Gregory Berns | TEDxAtlanta

  • 0:18 - 0:20
    Quantos de vocês são fãs de cachorro?
  • 0:20 - 0:22
    Levantem a mão.
  • 0:22 - 0:23
    Excelente!
  • 0:23 - 0:25
    E quanto aos fãs de gatos?
  • 0:25 - 0:27
    Certo, vocês podem ir
    para o intervalo mais cedo.
  • 0:27 - 0:29
    (Risos)
  • 0:30 - 0:32
    Então, dos amantes de cachorros
  • 0:32 - 0:35
    e dos amantes de gatos
    que querem ser amantes de cães,
  • 0:35 - 0:36
    (Risos)
  • 0:36 - 0:37
    quantos de vocês já pensaram:
  • 0:37 - 0:41
    "Não seria incrível saber
    o que meu cão está pensando?"
  • 0:42 - 0:46
    Acho que sabemos o que nossos cães
    estão pensando, certo?
  • 0:48 - 0:50
    Eu comecei um projeto,
  • 0:50 - 0:53
    e vou contar um pouquinho...
  • 0:54 - 0:58
    É basicamente uma história estúpida
    sobre truques de cachorro.
  • 0:58 - 1:01
    Começou com este cão, chamado Newton,
  • 1:01 - 1:04
    que era meu cão favorito, na verdade.
  • 1:04 - 1:08
    Eu tive vários ao longo da vida,
    mas Newton era o meu favorito,
  • 1:08 - 1:11
    e ele viveu até os 15 anos.
  • 1:11 - 1:14
    Depois que ele faleceu, eu pensei
  • 1:14 - 1:18
    que uso a ressonância magnética há décadas
  • 1:18 - 1:23
    para estudar tomada de decisões humanas
    e o que motiva as pessoas.
  • 1:23 - 1:25
    Por que não usamos isso em outros animais?
  • 1:25 - 1:27
    Com certeza, os outros animais
  • 1:27 - 1:31
    têm muitos dos sentimentos
    e motivações que as pessoas têm.
  • 1:31 - 1:35
    Mas essa é uma área da ciência
    que as pessoas não gostam de abordar.
  • 1:36 - 1:39
    Então, comecei esse projeto
    cerca de quatro anos atrás
  • 1:39 - 1:44
    para descobrir o que os cães pensam,
    especialmente o que pensam sobre nós.
  • 1:46 - 1:48
    Quando falamos em humanos,
  • 1:48 - 1:52
    temos duas formas de saber
    o que as pessoas estão pensando:
  • 1:52 - 1:55
    podemos perguntar a elas,
    e às vezes elas nos dirão,
  • 1:55 - 2:00
    se souberem, e se quiserem
    que saibamos o que estão pensando;
  • 2:00 - 2:03
    ou podemos observar ações,
    nós podemos observar comportamentos,
  • 2:03 - 2:07
    tentar deduzir o que estão pensando
    por meio de suas ações.
  • 2:09 - 2:13
    Com animais, e cachorros,
    não podemos perguntar.
  • 2:13 - 2:15
    Podemos perguntar,
    e achar que eles nos respondem,
  • 2:15 - 2:18
    mesmo assim, não sabemos
    o que estão pensando.
  • 2:18 - 2:20
    Então só nos sobram seus comportamentos:
  • 2:20 - 2:24
    podemos observar suas ações
    e tentar inferir o que estão pensando.
  • 2:25 - 2:30
    Esse é o princípio do behaviorismo,
    e existe desde Pavlov.
  • 2:31 - 2:34
    Mas há algumas complicações nisso,
  • 2:34 - 2:38
    e, como humanos,
    tentamos antropomorfizar tudo.
  • 2:39 - 2:40
    É mais ou menos nessa área
  • 2:40 - 2:43
    que me tornei muito intrigado
    com a possibilidade
  • 2:43 - 2:48
    de tentar descobrir o que os cães pensam,
    por meio da ressonância magnética.
  • 2:50 - 2:53
    A técnica é simples. Existe há décadas.
  • 2:53 - 2:57
    A ideia é: se estivéssemos
    estudando um humano,
  • 2:57 - 3:00
    o colocaríamos na máquina,
    fazendo alguma tarefa específica,
  • 3:00 - 3:03
    e mediríamos seu fluxo sanguíneo,
    ou atividade cerebral,
  • 3:03 - 3:06
    e tentaríamos descobrir quais partes
    do cérebro estão trabalhando.
  • 3:06 - 3:09
    Simples, tendo um aparelho de ressonância,
  • 3:09 - 3:12
    não é extremamente agradável,
    mas as pessoas fariam.
  • 3:13 - 3:17
    Como fazer isso com outros animais?
    Como fazer com um cachorro?
  • 3:18 - 3:21
    Vou mostrar o que descobrimos.
  • 3:21 - 3:22
    Aqui está um vídeo curto.
  • 3:22 - 3:27
    É o nosso vídeo sobre treinamento
    e demonstra como fizemos isso.
  • 3:27 - 3:28
    Antes de começar,
  • 3:28 - 3:30
    vocês verão dois cachorros neste vídeo.
  • 3:30 - 3:33
    A primeira é minha cadela, Callie.
  • 3:33 - 3:36
    A substituta do Newton.
  • 3:36 - 3:39
    Ela foi adotada aqui em Atlanta,
    num abrigo de cães.
  • 3:39 - 3:43
    Amávamos tanto o Newton,
    que nunca poderíamos ter um outro pug.
  • 3:43 - 3:45
    Então Callie é um "antipug".
  • 3:46 - 3:49
    A outra cadela é a Mckenzie,
    uma border collie.
  • 3:50 - 3:52
    Vamos começar,
  • 3:52 - 3:54
    irei falando enquanto assistimos.
  • 3:54 - 3:57
    [Callie - Conhecendo o equipamento]
  • 3:57 - 3:58
    Este é o Mark Spivak,
  • 3:58 - 4:02
    meu colega nesse desafio,
    um treinador de cães.
  • 4:02 - 4:04
    Primeiro, precisávamos descobrir
  • 4:04 - 4:07
    como fazer os cães entrarem no tubo,
  • 4:07 - 4:11
    colocar uma bobina em volta de sua cabeça
    para captar as ondas cerebrais,
  • 4:11 - 4:13
    e deixá-los absolutamente parados.
  • 4:14 - 4:18
    Estamos vendo que Callie
    não é muito obediente;
  • 4:18 - 4:21
    ela não tem nenhuma habilidade especial.
  • 4:24 - 4:28
    Mas tem uma ótima característica:
    ela gosta de cachorro-quente.
  • 4:30 - 4:33
    Mark está fazendo
    um adestramento com som.
  • 4:33 - 4:35
    Toda vez que ela chega perto
    do que queremos que faça
  • 4:35 - 4:38
    ele aperta o clique
    e ela ganha um cachorro-quente.
  • 4:39 - 4:41
    Esta é a primeira vez
  • 4:41 - 4:44
    que ela é apresentada à bobina de cabeça,
  • 4:44 - 4:46
    nós não sabíamos, nesse momento,
  • 4:46 - 4:48
    se isso seria possível.
  • 4:48 - 4:50
    [McKenzie - Conhecendo o equipamento]
  • 4:50 - 4:53
    McKenzie, a border collie,
    é altamente treinada.
  • 4:53 - 4:55
    Ela aprende com rapidez,
  • 4:55 - 5:01
    e sua dona, como vemos,
    a coloca na bobina rapidamente.
  • 5:02 - 5:05
    (Vídeo) Dona: Boa garota!
  • 5:05 - 5:07
    Sim!
  • 5:08 - 5:09
    Está muito para frente?
  • 5:09 - 5:11
    Gregory Berns: Sim,
  • 5:11 - 5:18
    queremos que a caixa cerebral
    fique no centro, bem ai.
  • 5:18 - 5:19
    Ótimo.
  • 5:19 - 5:23
    (Palco) Gregory Berns: Se já fizeram
    uma ressonância magnética,
  • 5:23 - 5:26
    sabem que nos pedem
    para ficarmos parados, certo?
  • 5:26 - 5:28
    Esse é o grande desafio.
  • 5:28 - 5:31
    [Mckzenzie - Sem descanso para o queixo]
  • 5:31 - 5:35
    Eu não sabia se seria
    possível, até ver isso.
  • 5:35 - 5:39
    Isso foi depois de treinar
    por cinco minutos.
  • 5:46 - 5:49
    Quando eu vi, soube que seria possível.
  • 5:54 - 5:58
    [Callie - Treinando
    com descanso de queixo]
  • 5:58 - 6:02
    O que vocês viram McKenzie fazer
    era bom, mas não o bastante.
  • 6:02 - 6:04
    O que buscávamos,
  • 6:04 - 6:08
    se quiséssemos obter informações
    que se comparassem às humanas...
  • 6:08 - 6:13
    (Vídeo) GB: Você é perfeita!
    Excelente! Bom trabalho!
  • 6:13 - 6:16
    (Palco) GB: Mark disse que eu teria
    que ser mais demonstrativo
  • 6:16 - 6:17
    do que costumo ser.
  • 6:17 - 6:20
    (Risos)
  • 6:20 - 6:22
    (Vídeo) GB: Perfeito! Sim!
  • 6:22 - 6:24
    (Risos)
  • 6:27 - 6:30
    (Palco) GB: percebam que colocamos
    um pequeno descanso para o queixo
  • 6:30 - 6:34
    porque tínhamos que dar aos cães
    um apoio para a cabeça.
  • 6:34 - 6:37
    McKenzie se adapta a ele rapidamente.
  • 6:37 - 6:41
    Ela está em um aparelho que simula o real.
  • 6:42 - 6:43
    Está indo muito bem,
  • 6:43 - 6:46
    mas isso ainda é muito movimento.
  • 6:47 - 6:52
    A parte mais complicada
    é o barulho da máquina,
  • 6:52 - 6:53
    que escutam no fundo do vídeo.
  • 6:53 - 6:57
    Essas são gravações que fizemos
    para acostumar os cães no treinamento
  • 6:58 - 7:00
    É bem alto.
  • 7:00 - 7:03
    Então colocamos um volume baixo
    para acostumá-los.
  • 7:03 - 7:05
    Mas, na verdade, é perto de 95 decibéis,
  • 7:05 - 7:07
    como uma britadeira.
  • 7:07 - 7:10
    (Vídeo) GB: Isso mesmo!
  • 7:10 - 7:13
    (Palco) GB: Isso é após cerca de um
    ou dois meses de treinamento.
  • 7:13 - 7:14
    [Callie - Treinamento com escâner]
  • 7:14 - 7:17
    Nesse momento estamos
    na sala de ressonância magnética.
  • 7:18 - 7:23
    Esse é provavelmente
    o treinamento mais caro já realizado.
  • 7:23 - 7:26
    (Risos)
  • 7:26 - 7:30
    São cerca de US$ 500
    por uma hora de uso do aparelho.
  • 7:32 - 7:34
    (Risos)
  • 7:37 - 7:40
    Mas tínhamos que usar a máquina real
    em algum momento.
  • 7:40 - 7:44
    Ainda não sabíamos como os cães
    reagiriam ao campo magnético.
  • 7:46 - 7:49
    O principal ponto que eu quero que reparem
  • 7:49 - 7:54
    é que estavam fazendo de boa vontade,
    estavam se divertindo.
  • 7:54 - 7:56
    Esse é o grande objetivo do projeto.
  • 7:58 - 8:01
    Nós tratamos os animais
    como membros da família.
  • 8:01 - 8:03
    Não os sedamos nem os amarramos.
  • 8:03 - 8:05
    [Callie - Treinamento final]
  • 8:05 - 8:07
    Isso é cerca de dois meses de treinamento.
  • 8:07 - 8:10
    Fizemos algumas modificações
    no descanso do queixo,
  • 8:11 - 8:14
    até um cão de abrigo,
    como Callie, pode fazer isso.
  • 8:14 - 8:16
    [Apoio do queixo, protetor de ouvido,
    tubo, sinais manuais]
  • 8:16 - 8:20
    Se olharem bem, verão
    que ela está usando protetores de ouvido.
  • 8:22 - 8:23
    Isso é muito importante,
  • 8:23 - 8:27
    porque o escâner é barulhento
    e o ouvido canino é bem sensível.
  • 8:29 - 8:30
    [Isso significa "cachorro-quente"]
  • 8:30 - 8:32
    Outra coisa que fizemos...
  • 8:32 - 8:35
    (Risos)
  • 8:37 - 8:39
    Sério, isso é experimento científico.
  • 8:39 - 8:40
    (Risos)
  • 8:40 - 8:43
    [Isso significa "sem cachorro-quente"]
  • 8:46 - 8:48
    Esse é o vídeo de treinamento.
  • 8:48 - 8:51
    Começamos com os sinais
    "com cachorro-quente, sem cachorro-quente"
  • 8:51 - 8:53
    porque não sabíamos se iria funcionar,
  • 8:53 - 8:56
    então vimos que precisávamos
    de algo bem simples.
  • 8:56 - 9:00
    Esse é um clássico
    condicionamento pavloviano,
  • 9:00 - 9:02
    em que ensinamos dois sinais de mão:
  • 9:02 - 9:04
    este é "cachorro-quente",
    e este "sem cachorro-quente".
  • 9:05 - 9:07
    Se a técnica funcionar,
  • 9:07 - 9:12
    o que veremos serão atividades
    no sistema de recompensa do cérebro
  • 9:12 - 9:15
    neste primeiro sinal, mas não neste.
  • 9:16 - 9:20
    Também preparei uma apresentação.
  • 9:20 - 9:22
    Quando começamos esse projeto,
  • 9:22 - 9:24
    se espalhou pela comunidade
    de Atlanta a notícia
  • 9:24 - 9:28
    de que estávamos fazendo escaneamentos
    loucos nos cérebros de cães.
  • 9:28 - 9:29
    Procurávamos por voluntários,
  • 9:29 - 9:34
    por pessoas que gostassem de treinar
    e tivessem cães bem comportados.
  • 9:34 - 9:35
    Isso ainda continua.
  • 9:35 - 9:39
    Se você tem um cão que pode realizar isso,
    ou você acredita que pode, me procurem.
  • 9:39 - 9:43
    Porque o projeto não acabou, ele cresceu.
  • 9:45 - 9:47
    Vocês viram os vídeos preliminares.
  • 9:47 - 9:51
    Esta é uma das minhas fotos favoritas,
    é como se captasse...
  • 9:51 - 9:54
    esse foi o primeiro dia
    em que fizemos o escaneamento real.
  • 9:54 - 9:56
    Esta foto captura a confusão humana.
  • 9:56 - 10:01
    Estávamos perdidos,
    tentando adivinhar como iríamos fazer.
  • 10:01 - 10:05
    Mas Callie sabia, tinha sido treinada,
    estava fazendo isso há dois meses;
  • 10:05 - 10:07
    então ela estava pronta.
  • 10:08 - 10:12
    A cabeça amarrada é apenas para manter
    os protetores de ouvido no lugar.
  • 10:13 - 10:15
    Esta é a visão olhando pelo outro lado,
  • 10:15 - 10:17
    pelo outro lado da máquina.
  • 10:17 - 10:21
    Este é um cachorro chamado Zen.
    Um labrador com golden retriever amarelo.
  • 10:25 - 10:30
    O que estudávamos, no início,
    era o sistema de resposta à recompensa.
  • 10:30 - 10:33
    Muito simples,
    tínhamos dois sinais de mão,
  • 10:33 - 10:36
    e queríamos comparar
    a resposta do cérebro a cada um deles.
  • 10:39 - 10:42
    Como falei, temos muitos cães
    fazendo isso agora,
  • 10:42 - 10:44
    não apenas cachorros de abrigo.
  • 10:44 - 10:47
    Temos cães de assistência,
  • 10:47 - 10:51
    cachorros de abrigos,
    na verdade de todas as raças.
  • 10:52 - 10:54
    Antes de mostrar alguns resultados
  • 10:54 - 10:57
    quero dizer uma coisa
    sobre a anatomia do cérebro.
  • 10:58 - 11:02
    O cérebro canino...
    Esta imagem não está em escala.
  • 11:02 - 11:08
    O cérebro canino é mais ou menos
    do tamanho de uma ameixa ou de um limão,
  • 11:08 - 11:10
    dependendo do tamanho do cachorro.
  • 11:10 - 11:14
    Não é grande, mesmo se for
    um cão de grande porte,
  • 11:14 - 11:18
    a maior parte da cabeça são músculos,
    tenham em mente isso.
  • 11:18 - 11:20
    Mas gosto de apresentar esse slide
  • 11:20 - 11:24
    porque mostra a semelhança
    dos cérebros dos animais.
  • 11:24 - 11:27
    Logo podem perceber
    estruturas semelhantes.
  • 11:27 - 11:32
    à direita, essa estrutura é o cerebelo,
  • 11:32 - 11:35
    que controla vários tipos de movimentos,
  • 11:35 - 11:38
    abaixo dele está o tronco cerebral.
  • 11:38 - 11:40
    Na verdade a parte do cérebro
    que é diferente
  • 11:40 - 11:42
    é o que chamamos de córtex cerebral.
  • 11:42 - 11:45
    É essa parte superior, com dobras.
  • 11:45 - 11:48
    As diferenças entre o cérebro
    dos cães e dos humanos
  • 11:48 - 11:52
    são em relação ao tamanho do córtex
    e sua quantidade de dobras.
  • 11:52 - 11:57
    As dobras conseguem conter
    maior área de superfície cerebral
  • 11:57 - 11:59
    em um determinado volume.
  • 11:59 - 12:00
    De modo geral,
  • 12:00 - 12:03
    quanto mais dobras o cérebro
    tiver, maior área de superfície,
  • 12:03 - 12:05
    maior é a capacidade mental,
    se preferirem.
  • 12:06 - 12:10
    Há muitas semelhanças
    e algumas diferenças.
  • 12:10 - 12:13
    Estou mais interessado nas semelhanças.
  • 12:13 - 12:17
    Porque, se fossemos ter uma convergência
    de experimentos com cães
  • 12:17 - 12:19
    e outros animais,
  • 12:19 - 12:23
    as estruturas cerebrais
    têm que ser as mesmas ou similares.
  • 12:23 - 12:26
    Darwin afirmou isso há 150 anos.
  • 12:27 - 12:30
    Como são os resultados?
  • 12:30 - 12:34
    Esta é uma forma breve
    de resumir o experimento
  • 12:34 - 12:38
    que mostrei em que os cães
    recebem dois sinais de mãos,
  • 12:38 - 12:41
    e temos uma média de resultados
    em relação a 12 cachorros,
  • 12:41 - 12:45
    acho que realizamos
    o experimento com 20 cães.
  • 12:46 - 12:47
    As partes laranjas mostram
  • 12:47 - 12:52
    quais partes do cérebro
    são mais ativas ao sinal de recompensa,
  • 12:52 - 12:54
    ao sinal de cachorro-quente.
  • 12:55 - 12:56
    O que quero enfatizar
  • 12:56 - 13:01
    é que a resposta cerebral
    não é direcionada ao cachorro-quente,
  • 13:01 - 13:04
    e sim ao sinal que significa
    "cachorro-quente".
  • 13:05 - 13:08
    Podem pensar que isso
    não é relevante; é cachorro-quente.
  • 13:08 - 13:11
    Não é de se surpreender
    que cachorros gostem deles.
  • 13:11 - 13:13
    Mas é uma coisa importante
    porque treinamos esse sinal.
  • 13:13 - 13:19
    Os cachorros aprenderam a representação
    simbólica de um cachorro-quente
  • 13:19 - 13:21
    e aprenderam a reconhecer
    esse significado.
  • 13:23 - 13:27
    As partes do cérebro que estão ativas
    são as áreas de recompensas.
  • 13:27 - 13:29
    Há duas áreas mais intensas.
  • 13:29 - 13:32
    Há uma maior atividade,
  • 13:32 - 13:34
    na área do cérebro chamada córtex nuclear.
  • 13:34 - 13:38
    É uma parte que todos mamíferos têm,
  • 13:38 - 13:41
    essa área possui maior número
    de receptores de dopamina no cérebro.
  • 13:41 - 13:46
    O ponto principal que liga
    recompensa e motivação à ação.
  • 13:46 - 13:50
    Normalmente, quando ela está ativa
    no humano ou em outro animal,
  • 13:50 - 13:52
    significa que algo importante aconteceu,
  • 13:52 - 13:55
    e o animal precisa agir.
  • 13:55 - 13:58
    Nesse caso é simples,
    eles irão comer o cachorro-quente.
  • 14:00 - 14:03
    Bem, e daí?
  • 14:03 - 14:06
    Provamos que cérebros caninos
    gostam de cachorro-quente.
  • 14:08 - 14:10
    Esse foi só o começo.
  • 14:10 - 14:13
    Isso começou há quatro anos,
  • 14:13 - 14:17
    desde então continuamos
    e fizemos várias outras experiências.
  • 14:17 - 14:23
    A maior parte dos cães desta foto
    ainda está no projeto.
  • 14:23 - 14:25
    Nós fizemos experimentos para saber
  • 14:25 - 14:30
    como funciona o olfato,
    ou o sistema canino para o odor,
  • 14:30 - 14:33
    como identificam pessoas diferentes,
  • 14:33 - 14:36
    e outros cães em seu lar pelo cheiro.
  • 14:36 - 14:40
    Uma das coisas que descobrimos,
    no sistema de recompensa:
  • 14:40 - 14:42
    a mesma parte do cérebro é ativada
  • 14:42 - 14:45
    quando o cão sente o cheiro
    de uma pessoa familiar,
  • 14:45 - 14:47
    mesmo que esse humano não esteja presente.
  • 14:48 - 14:51
    Isso mostra que os cães
    têm representações para nós
  • 14:51 - 14:53
    ou para as nossas identidades,
  • 14:53 - 14:56
    que persistem quando
    não estamos presentes.
  • 14:56 - 15:00
    Quando me perguntam:
    "Os cães sentem nossa falta?",
  • 15:00 - 15:05
    tenho que dizer que sim, há evidências
    de que lembram de seus humanos,
  • 15:05 - 15:06
    de que se importam com a gente,
  • 15:06 - 15:09
    e isso é ligado ao sistema
    de resposta às recompensas.
  • 15:11 - 15:13
    Isso continua sendo
    apenas cachorro-quente?
  • 15:14 - 15:17
    Para responder isso,
    uma das outras coisas que fizemos
  • 15:17 - 15:19
    foi repetir o experimento,
  • 15:19 - 15:22
    em que mostramos diferentes sinais de mão.
  • 15:22 - 15:27
    Com uma pequena diferença:
    mudamos quem fazia os sinais.
  • 15:27 - 15:30
    Faz diferença se são os donos
    dos cachorros que fazem o sinal?
  • 15:30 - 15:32
    Pode um estranho fazer os sinais?
  • 15:32 - 15:35
    Ou ainda, pode um computador fazê-los?
  • 15:35 - 15:40
    Porque, se acreditam em Pavlov e em todos
    os behavioristas que vieram depois,
  • 15:40 - 15:41
    isso não deveria importar,
  • 15:41 - 15:47
    porque qualquer sinal que indica
    uma recompensa em comida é igual,
  • 15:47 - 15:51
    se os animais e cães
    forem como uma espécie de robôs.
  • 15:51 - 15:53
    Na verdade, achamos uma diferença.
  • 15:53 - 15:58
    O interessante é que nem todos
    os cães são iguais.
  • 15:58 - 16:03
    Por exemplo, Callie teve uma resposta
    muito maior nessa área do cérebro
  • 16:03 - 16:06
    quando um estranho ou mesmo
    um computador fazia os sinais
  • 16:06 - 16:07
    e não eu!
  • 16:07 - 16:10
    (Risos)
  • 16:11 - 16:13
    Outros cachorros no projeto,
  • 16:13 - 16:17
    alguns dos golden retrievers
    do laboratório podem ter o padrão oposto,
  • 16:17 - 16:21
    tiveram as maiores respostas
    com seus donos.
  • 16:23 - 16:24
    Isso é muito interessante
  • 16:24 - 16:28
    porque nos oferece um biomarcador
  • 16:28 - 16:31
    do perfil de personalidade canina.
  • 16:31 - 16:34
    Com isso, geramos um novo projeto
  • 16:34 - 16:37
    com o qual estamos muito animados.
  • 16:37 - 16:38
    Nós nos associamos
  • 16:38 - 16:40
    com a Canine Companions for Independence,
  • 16:40 - 16:46
    que é a maior organização
    de treinamento de cães no país.
  • 16:46 - 16:51
    Se conhecem cães de serviço, sabem
    que é muito difícil de treiná-los.
  • 16:51 - 16:55
    O treinamento é caro
    e a taxa de sucesso é baixa.
  • 16:55 - 16:59
    Cerca de 35% dos cães
    que entram no programa
  • 16:59 - 17:02
    para serem treinados como cães
    de assistência conseguirão;
  • 17:02 - 17:07
    os outros 2/3 serão liberados e adotados.
  • 17:07 - 17:09
    Então, nos associamos ao CCI,
  • 17:09 - 17:14
    e eles estão treinando seus cães
    para passar pela ressonância.
  • 17:14 - 17:19
    Tentaremos prever quais dos cães
    serão bons animais de assistência.
  • 17:21 - 17:23
    Eu amo esse projeto
  • 17:23 - 17:26
    porque, mesmo que tenhamos começado
  • 17:26 - 17:29
    com apenas meu exemplo bobo
    de tentar entender
  • 17:29 - 17:32
    o que meus cães pensam,
    e se eles me amam,
  • 17:32 - 17:33
    isso se tornou muito maior.
  • 17:34 - 17:37
    Cachorros são especiais.
  • 17:37 - 17:40
    Foram os primeiros animais
    a serem domesticados.
  • 17:40 - 17:43
    Eles acompanham os humanos
    desde que os humanos são humanos.
  • 17:44 - 17:48
    Olhar para seu cérebro
    é como olhar para o passado,
  • 17:48 - 17:53
    nos dá uma dica de como a ligação
    cão-humano foi formada.
  • 17:53 - 17:54
    Obrigado.
  • 17:54 - 17:56
    (Aplausos)
Title:
Como os cachorros nos amam | Gregory Berns | TEDxAtlanta
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

Você já imaginou no que seu cachorro está pensando? Será que ele realmente sente sua falta? Finalmente temos a resposta, graças à tecnologia de ressonância magnética.

O dr. Gregory Berns revela como nossa mente funciona, nos ajudando, com isso, a explorar conexões desconhecidas. Usando avançadas tecnologias de imagens cerebrais em sua extensa pesquisa, dr. Gregory Berns nos auxilia a entender a motivação humana e o processo de tomada decisão. Seu trabalho mais recente explora e detalha como os cães nos amam, revelando a empatia e os laços que temos. Sua pesquisa é assunto de cobertura midiática, incluindo artigos no The New York Times, Wal Street Journal, Money, Oprah, Forbes, The Financial Times, Wired, The New Scientists e International Herald Tribune. Ele é autor do bestseller do New York Times "How dog loves us" e frequentemente dá entrevistas à CNN e NPR.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
18:03

Portuguese, Brazilian subtitles

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