Ken Jennings: Watson, Jeopardy e eu, o sabe-tudo obsoleto
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0:00 - 0:03Daqui a duas semanas será o nono aniversário
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0:03 - 0:07do primeiro dia em que eu pisei no estúdio sagrado do "Jeopardy".
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0:07 - 0:09Nove anos é bastante tempo.
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0:09 - 0:11E, considerando a média etária dos que assistem a "Jeopardy",
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0:11 - 0:12acho que isso significa
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0:12 - 0:16que a maioria das pessoas que me viram naquele show já morreram.
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0:16 - 0:18(Risadas)
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0:18 - 0:19Mas não todos, uns poucos ainda estão vivos.
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0:19 - 0:22De vez em quando eu ainda sou reconhecido no shopping ou outro lugar qualquer.
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0:22 - 0:24E quando me reconhecem, é meio que como um sabe-tudo.
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0:24 - 0:27Acho que agora já era, é tarde demais para mim.
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0:27 - 0:29Para o bem ou para o mal, é assim que vou ser conhecido,
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0:29 - 0:32como o cara que sabia um bocado de coisas esquisitas.
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0:32 - 0:35E eu não posso reclamar disso.
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0:35 - 0:37Sinto que isso sempre foi um tipo de destino meu,
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0:37 - 0:41ainda que por muitos anos eu tenha ficado escondido no fundo do armário da trívia.
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0:41 - 0:43Quanto mais não seja, você, adolescente, percebe muito rapidamente
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0:43 - 0:46que saber o segundo nome do Capitão Kirk não faz sucesso com as garotas.
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0:46 - 0:48(Risadas)
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0:48 - 0:52E como consequência, eu fui meio do tipo "sabe-tudo enrustidão" por muitos anos.
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0:52 - 0:55Mas se você procurar no passado, se observar, tudo está lá.
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0:55 - 0:58E eu fui o tipo de criança que estava sempre perturbando o pai e a mãe
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0:58 - 1:01com qualquer fato notável sobre o qual eu tinha acabado de ler --
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1:01 - 1:03o cometa Haley, lulas gigantes,
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1:03 - 1:07o tamanho da maior torta de abóbora do mundo ou o que quer que fosse.
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1:07 - 1:10Agora tenho uma criança de 10 anos que é exatamente assim.
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1:10 - 1:14E sei o quanto é isso imensamente chato, carma realmente funciona.
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1:14 - 1:16(Risadas)
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1:16 - 1:18Eu adorava "game shows", era fascinado por esses jogos.
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1:18 - 1:22Recordo que chorei no meu primeiro dia de jardim de infância, lá em 1979,
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1:22 - 1:24porque de repente eu lembrei que, além de não querer ir para a escola
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1:24 - 1:28eu também ia perder o "Hollywood Squares" e o "Family Feud".
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1:28 - 1:32Ia perder os meus shows.
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1:32 - 1:34E mais tarde, em meados da década de 80,
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1:34 - 1:35quando o "Jeopardy" voltou ao ar,
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1:35 - 1:39lembro-me de correr para casa depois da escola todos os dias para assistir ao show.
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1:39 - 1:45Era meu show favorito, mesmo antes que ele pagasse minha casa.
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1:45 - 1:47E vivíamos no exterior, vivíamos na Coreia do Sul, onde meu pai estava trabalhando,
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1:47 - 1:50e havia apenas um canal de TV em língua inglesa.
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1:50 - 1:51Era TV Forças Armadas,
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1:51 - 1:53e se você não falasse coreano, isso era ao que você estaria assistindo.
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1:53 - 1:56Então eu e meus amigos corríamos para casa todo dia e víamos o "Jeopardy."
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1:56 - 1:59Sempre fui esse tipo de criança obcecada por trívia.
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1:59 - 2:05Lembro-me que eu dava conta de jogar o "Trivial Pursuit" com meus pais, lá pelos anos 80,
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2:05 - 2:07quando isso era moda, e conseguia segurar o tranco.
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2:07 - 2:09Dá uma sensação estranha de domínio
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2:09 - 2:13quando você sabe uma coisinha qualquer da trívia que seu pai e sua mãe não sabem.
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2:13 - 2:16Você sabe alguma curiosidade dos Beatles que seu pai não sabia.
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2:16 - 2:19E você pensa, ah há, conhecimento realmente é poder --
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2:19 - 2:26o fato certo apresentado exatamente no lugar certo.
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2:26 - 2:28Nunca tive um orientador educacional
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2:28 - 2:31que pensasse que esse era um caminho para uma carreira de verdade,
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2:31 - 2:33que pensasse que você poderia se formar em trívia
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2:33 - 2:36ou ser um competidor profissional em 'game shows'.
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2:36 - 2:39E assim, meio que me esgotei muito jovem.
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2:39 - 2:40Não tentei descobrir o que alguém faz com isso.
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2:40 - 2:43Estudei computação porque ouvia que isso era a coisa do momento,
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2:43 - 2:45e me tornei um programador de computadores --
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2:45 - 2:46não um programador especialmente bom,
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2:46 - 2:51nem especialmente feliz na época em que estive pela primeira vez no "Jeopardy", em 2004.
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2:51 - 2:53Mas era o que eu estava fazendo.
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2:53 - 2:56E isso tornou-se duplamente irônico -- meu histórico com computadores --
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2:56 - 3:00alguns anos depois, acho que mais ou menos em 2009,
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3:00 - 3:02quando atendi um telefonema do "Jeopardy" dizendo:
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3:02 - 3:05"É cedo ainda para afirmar, mas a IBM nos disse
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3:05 - 3:10que quer construir um supercomputador para ganhar de você no 'Jeopardy'.
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3:10 - 3:11Está a fim?"
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3:11 - 3:13Essa foi a primeira vez que ouvi isso.
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3:13 - 3:16E, claro, eu disse sim, por várias razões.
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3:16 - 3:18Primeiro, porque jogar "Jeopardy" é ótimo.
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3:18 - 3:21É divertido. É a coisa mais divertida que se pode fazer quando você está usando calças.
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3:21 - 3:23(Risadas)
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3:23 - 3:25E eu faria isso de graça.
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3:25 - 3:27Não creio que eles saibam disso, ainda bem,
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3:27 - 3:30mas eu voltaria e jogaria por cupons da Arby.
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3:30 - 3:32Simplesmente amo o "Jeopardy", sempre amei.
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3:32 - 3:36Em segundo lugar, porque sou um cara meio nerd e isso parecia o futuro.
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3:36 - 3:38Pessoas competindo com computadores em shows de TV
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3:38 - 3:41era o tipo de coisa que sempre imaginei que aconteceria no futuro,
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3:41 - 3:43e agora eu poderia estar no palco com isso.
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3:43 - 3:44Eu não iria dizer não.
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3:44 - 3:45A terceira razão por que eu disse sim
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3:45 - 3:47é porque eu estava muito confiante em que eu ia vencer.
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3:47 - 3:50Eu tinha tido algumas aulas de inteligência artificial.
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3:50 - 3:54Eu sabia que não exitiam computadores que pudessem fazer o que é preciso para vencer no "Jeopardy".
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3:54 - 3:57As pessoas não imaginam quão difícil é escrever o tipo de programa de computador
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3:57 - 4:01que possa ler uma pista do "Jeopardy" em uma língua natural como o inglês
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4:01 - 4:04e entender todos os duplos significados, os jogos de palavras, as pistas falsas,
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4:04 - 4:07descobrir o significado de uma pista.
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4:07 - 4:11O tipo de coisa que uma criança de três ou quatro anos conseguiria fazer,
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4:11 - 4:14é muito difícil para um computador.
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4:14 - 4:17E pensei: bem, isso vai ser moleza.
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4:17 - 4:22Sim, vou lá destruir o computador e defender minha espécie.
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4:22 - 4:24(Risadas)
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4:24 - 4:25Mas, à medida que os anos passaram,
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4:25 - 4:29à medida que a IBM começou a colocar dinheiro, mão-de-obra e velocidade nisso,
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4:29 - 4:31comecei a receber eventuais atualizações por parte deles
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4:31 - 4:33e comecei a ficar um pouco mais preocupado.
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4:33 - 4:39Lembro-me de um artigo de um periódico sobre um novo software que respondia perguntas e tinha um gráfico.
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4:39 - 4:43Era um gráfico de dispersão mostrando o desempenho no "Jeopardy",
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4:43 - 4:47dezenas de milhares de pontos representando os campeões do "Jeopardy" no topo
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4:47 - 4:49com seus desempenhos traçados em números de --
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4:49 - 4:53eu ia dizer "perguntas respondidas", mas é "respostas questionadas", eu acho,
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4:53 - 4:55"pistas respondidas" --
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4:55 - 4:57em relação à precisão dessas respostas.
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4:57 - 5:01Portanto, há um certo nível de desempenho a que o computador precisaria chegar.
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5:01 - 5:02E, no ínício, era muito baixo.
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5:02 - 5:06Não havia software que pudesse competir nesse tipo de arena.
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5:06 - 5:08Mas então, você vê que a linha começa a subir.
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5:08 - 5:10E vai chegando muito perto do que eles chamam de "nuvem do vencedor".
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5:10 - 5:12E notei, no canto superior direito do gráfico,
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5:12 - 5:18alguns pontos mais escuros, alguns pontos negros, que eram de uma cor diferente.
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5:18 - 5:20E eu pensei: o que é isso?
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5:20 - 5:24"Os pontos pretos no canto superior representam o Ken Jennings, 74 vezes campeão do "Jeopardy".
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5:24 - 5:26E vi aquela linha vindo em minha direção.
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5:26 - 5:27E percebi, é isso aí.
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5:27 - 5:29É assim que acontece quando o futuro vem na sua direção.
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5:29 - 5:31(Risadas)
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5:31 - 5:33Não é a mira do "Exterminador do Futuro";
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5:33 - 5:37é uma linha tênue chegando cada vez mais perto daquilo que você pode fazer,
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5:37 - 5:40a única coisa que torna você especial, a coisa em que você é melhor.
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5:40 - 5:45E quando o jogo finalmente aconteceu, mais ou menos um ano depois,
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5:45 - 5:48foi muito diferente dos jogos do "Jeopardy" a que eu estava acostumado.
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5:48 - 5:51Não estávamos jogando em Los Angeles, no cenário normal do "Jeopardy".
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5:51 - 5:53O Watson (computador) não viaja.
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5:53 - 5:54Na verdade, ele é enorme.
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5:54 - 5:58São milhares de processadores, um terabyte de memória,
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5:58 - 6:00trilhões de bytes de memória.
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6:00 - 6:02Tivemos que caminhar pela sala climatizada do servidor.
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6:02 - 6:06Até agora, é meu único competidor do "Jeopardy" no qual eu tive de entrar.
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6:06 - 6:09Então, o Watson não viaja.
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6:09 - 6:13Você tem de ir até ele, você tem de fazer a peregrinação.
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6:13 - 6:15Assim, eu e o outro jogador humano
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6:15 - 6:19acabamos nesse laboratório secreto de pesquisa da IBM,
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6:19 - 6:21no meio de uma floresta cheia de neve, em Westchester County,
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6:21 - 6:23para jogar com o computador.
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6:23 - 6:25E percebemos imediatamente
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6:25 - 6:28que o computador tinha a grande vantagem de jogar em casa.
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6:28 - 6:30Havia um grande logotipo de Watson no meio do palco.
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6:30 - 6:33Como quando joga o Chicago Bulls,
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6:33 - 6:35e há um emblema no meio da quadra deles.
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6:35 - 6:38E a plateia estava cheia de executivos da IBM e programadores
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6:38 - 6:40animando seu queridinho,
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6:40 - 6:42tendo despejado milhões de dólares nisso,
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6:42 - 6:45esperando que os humanos se estrepassem,
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6:45 - 6:47segurando placas com "Vai Watson",
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6:47 - 6:52e aplaudindo como mãe em concurso de miss toda vez que o queridinho acertava uma.
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6:52 - 6:58Acho que os caras tinham "W-A-T-S-O-N" escrito com tinta a óleo em suas entranhas.
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6:58 - 7:03Se conseguem imaginar programadores de computador com as letras "W-A-T-S-O-N" escritas nas tripas,
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7:03 - 7:05é uma visão desagradável.
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7:05 - 7:08Mas eles estavam certos. Eles estavam perfeitamente certos.
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7:08 - 7:10Não quero estragar as surpresas, se ainda têm isso em vídeo,
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7:10 - 7:13mas Watson venceu com folga.
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7:13 - 7:16E lembro-me de estar lá atrás do pódio,
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7:16 - 7:19enquanto ouvia aquele dedão insectoide clicando.
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7:19 - 7:22Ele tinha um dedão de robô que ia clicando na campainha.
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7:22 - 7:26E podia ouvir aquele tique, tique, tique, tique.
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7:26 - 7:29E lembro que pensei: é isso.
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7:29 - 7:31Eu me senti obsoleto.
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7:31 - 7:34Eu me senti como um trabalhador de fábrica na Detroit dos anos 80,
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7:34 - 7:37vendo um robô que podia fazer seu trabalho na linha de montagem.
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7:37 - 7:42Senti como se o competidor de shows fosse agora o primeiro trabalho que havia se tornado obsoleto,
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7:42 - 7:46sob esse novo regime de computadores pensantes.
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7:46 - 7:48E não foi o último.
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7:48 - 7:50Se vocês assistirem às notícias, vocês verão eventualmente --
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7:50 - 7:52eu vejo isso o tempo todo --
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7:52 - 7:57que farmacêuticos agora, há uma máquina que pode preparar as prescrições automaticamente,
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7:57 - 7:59sem necessidade de um farmacêutico humano.
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7:59 - 8:01E muitas firmas de advocacia estão se livrando de auxiliares,
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8:01 - 8:06porque há software que pode resumir jurisprudência, sumários e sentenças.
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8:06 - 8:08Você não precisa mais de assistentes humanos para isso.
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8:08 - 8:11Outro dia li sobre um programa em que você determina os pontos feitos
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8:11 - 8:13em um jogo de futebol ou beisebol
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8:13 - 8:16e ele cospe um artigo para o jornal como se um humano tivesse assistido ao jogo
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8:16 - 8:17e fizesse os comentários.
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8:17 - 8:21Obviamente, essas novas tecnologias não podem fazer um trabalho tão inteligente ou criativo
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8:21 - 8:23como os humanos que eles estão substituindo,
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8:23 - 8:26mas são mais rápidos e, um ponto crucial, eles são muito, muito mais baratos.
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8:26 - 8:31Então, isso me faz pensar quais seriam os efeitos econômicos disso.
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8:31 - 8:35Li sobre economistas dizendo que, como consequência dessas novas tecnologias,
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8:35 - 8:37entraremos em uma nova era de ouro do lazer,
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8:37 - 8:39em que todos teremos tempo para as coisas que realmente amamos,
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8:39 - 8:46porque todas essas tarefas pesadas serão assumidas pelo Watson e seus irmãos digitais.
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8:46 - 8:48Ouvi outras pessoas dizerem bem o oposto,
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8:48 - 8:50que isso representa uma outra camada da classe média
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8:50 - 8:55da qual uma nova tecnologia tomará as atividades em que ela é competente
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8:55 - 8:57e que isso é, na verdade, algo sinistro,
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8:57 - 8:58algo com que deveríamos nos preocupar.
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8:58 - 9:00Não sou um economista.
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9:00 - 9:03Tudo que eu sei é como foi o sentimento de ser o cara que perdeu o emprego.
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9:03 - 9:06E foi completamente desmoralizante. Foi terrível.
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9:06 - 9:09Ali estava a única coisa em que eu era bom,
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9:09 - 9:13e foi necessário somente que a IBM despejasse dezenas de milhões de dólares, usar suas melhores cabeças
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9:13 - 9:15e milhares de processadores trabalhando paralelamente
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9:15 - 9:17e eles conseguiram fazer a mesma coisa.
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9:17 - 9:21Eles podiam fazer isso um pouquinho mais rápido e um pouco melhor na TV nacional,
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9:21 - 9:23e "Sinto muito, Ken. Não precisamos mais de você."
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9:23 - 9:27E isso me fez pensar, o que isso significa,
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9:27 - 9:29se pudermos começar a terceirizar,
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9:29 - 9:32não apenas funções cerebrais de menor importância.
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9:32 - 9:35Tenho certeza de que muitos de vocês se lembram de um tempo distante
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9:35 - 9:38em que tínhamos de saber os números telefônicos, sabíamos os números telefônicos dos amigos.
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9:38 - 9:40E, de repente, veio uma máquina que fazia isso,
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9:40 - 9:42e agora não precisamos mais nos lembrar disso.
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9:42 - 9:44Li que agora há evidência real
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9:44 - 9:48de que o hipocampo, a parte de nosso cérebro que controla relações espaciais,
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9:48 - 9:50se encolhe e atrofia
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9:50 - 9:53em pessoas que usam ferramentas como o GPS,
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9:53 - 9:55porque não estamos mais exercitando nosso sentido de direção.
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9:55 - 9:58Estamos apenas obedecendo a uma vozinha em nosso painel.
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9:58 - 10:00E, como consequência, uma parte de nosso cérebro que deveria fazer esse tipo de coisa
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10:00 - 10:02fica menor e mais idiota.
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10:02 - 10:06E isso me fez pensar, o que acontece quando computadores são melhores
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10:06 - 10:09que nós para saber e lembrar coisas?
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10:09 - 10:13Será que todo nosso cérebro vai começar a encolher e atrofiar?
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10:13 - 10:17Como cultura, vamos começar a valorizar menos o conhecimento?
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10:17 - 10:21Sendo eu uma pessoa que sempre acreditou na importância das coisas que sabemos,
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10:21 - 10:28para mim essa foi uma ideia aterradora.
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10:28 - 10:33Quanto mais pensava sobre isso, percebia, não, ainda é importante.
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10:33 - 10:35As coisas que sabemos ainda são importantes.
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10:35 - 10:38Acredito que há duas vantagens
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10:38 - 10:42que aqueles que guardam essas coisas na cabeça têm
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10:42 - 10:47sobre alguém que diz: "Oh, sim, posso ver isso no Google. Espere um segundo."
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10:47 - 10:50Há uma vantagem de volume e há uma vantagem de tempo.
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10:50 - 10:51Primeiro, a vantagem do volume
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10:51 - 10:54tem a ver com a complexidade do mundo atualmente.
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10:54 - 10:55Há muita informação por aí.
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10:55 - 10:56Ser um homem ou uma mulher na Renascença,
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10:56 - 10:59é algo que só foi possível na Renascença.
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10:59 - 11:00Agora não é possível
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11:00 - 11:03ser razoavelmente instruído em todos os campos da atividade humana.
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11:03 - 11:05Existe informação demais.
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11:05 - 11:07Dizem que a extensão do conhecimento humano
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11:07 - 11:09agora está dobrando a cada 18 meses mais ou menos,
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11:09 - 11:12a soma total do conhecimento humano.
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11:12 - 11:15Isso significa que, de agora até o fim de 2014,
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11:15 - 11:19geraremos tanto conhecimento, em termos de gigabytes,
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11:19 - 11:23quanto toda a humanidade o fez em todo o milênio anterior.
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11:23 - 11:25Está dobrando a cada 18 meses agora.
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11:25 - 11:28Isto é aterrorizante porque muito das decisões que tomamos
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11:28 - 11:31exigem o domínio de muitos tipos de fatos diferentes.
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11:31 - 11:36Uma decisão como: para qual escola vou? Em que eu deveria me formar?
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11:36 - 11:38Para quem voto?
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11:38 - 11:40Pego este ou aquele emprego?
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11:40 - 11:43Essas são as decisões que exigem julgamento correto
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11:43 - 11:45sobre muitos tipos diferentes de fatos.
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11:45 - 11:47Se temos esses fatos disponíveis em nossa mente,
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11:47 - 11:50vamos ser capazes de tomar decisões embasadas.
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11:50 - 11:53Se, de outro lado, precisamos pesquisá-las,
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11:53 - 11:54podemos ter problemas.
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11:54 - 11:56De acordo com uma pesquisa da National Geographic que acabei de ver,
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11:56 - 11:59algo por volta de 80 por cento
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11:59 - 12:03das pessoas que votam na eleição presidencial dos Estados Unidos, sobre assuntos como política externa,
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12:03 - 12:06não conseguem encontrar o Iraque ou o Afeganistão no mapa.
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12:06 - 12:08Se você não consegue dar esse primeiro passo,
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12:08 - 12:11você vai, realmente, pesquisar os outros milhares de fatos de que vai precisar
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12:11 - 12:14para ter conhecimento da política externa dos Estados Unidos?
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12:14 - 12:15Muito provavelmente não.
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12:15 - 12:17Em certo momento você vai simplesmente dizer:
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12:17 - 12:19"Quer saber? Tem coisa demais para saber. Dane-se"
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12:19 - 12:20E você vai tomar uma decisão menos embasada.
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12:20 - 12:24A outra questão é a vantagem de tempo que você tem
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12:24 - 12:26se você tem todas essas coisas nas pontas dos dedos.
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12:26 - 12:29Sempre penso na história de uma garotinha chamada Tilly Smith.
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12:29 - 12:32Ela era uma menina de 10 anos, de Surrey, Inglaterra,
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12:32 - 12:35em férias com os pais, alguns anos atrás, em Phuket, Tailândia.
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12:35 - 12:37Uma manhã, ela correu até eles na praia
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12:37 - 12:40e disse: "Mãe, pai, temos que sair da praia."
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12:40 - 12:42Eles disseram: "O que é isso? Acabamos de chegar aqui."
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12:42 - 12:45Ela continua: "Na aula de geografia do Sr. Kearney, no mês passado,
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12:45 - 12:48ele nos disse que quando a maré desaparece abruptamente para o mar
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12:48 - 12:50e você vê as ondas se agitando lá longe,
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12:50 - 12:54isso é sinal de um tsunami e você precisa sair da praia."
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12:54 - 12:56O que você faria se sua filha de 10 anos aparecesse dizendo isso?
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12:56 - 12:58Os pais dela refletiram
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12:58 - 13:00e, para benefício deles, decidiram acreditar nela.
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13:00 - 13:02Informaram o salva-vidas, voltaram ao hotel,
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13:02 - 13:06e o salva-vidas retirou mais de 100 pessoas da praia, por sorte,
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13:06 - 13:09porque aquele foi o dia do tsunami Boxing Day,
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13:09 - 13:10um dia depois do Natal de 2004,
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13:10 - 13:14que matou milhares de pessoas no sudeste da Ásia e no Oceano Índico.
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13:14 - 13:17Mas não naquela praia, não na praia Mai Khao,
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13:17 - 13:22porque essa garotinha tinha lembrado um fato que seu professor de geografia comentara, um mês antes.
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13:22 - 13:24Bem, quando fatos tornam-se úteis como esse --
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13:24 - 13:27adoro essa história porque ela mostra o poder de um fato,
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13:27 - 13:32um fato relembrado exatamente no lugar certo, na hora certa --
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13:32 - 13:34algo que normalmente é mais fácil de se ver em shows do que na vida real.
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13:34 - 13:37Mas, neste caso aconteceu na vida real.
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13:37 - 13:38E acontece na vida real todo o tempo.
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13:38 - 13:40Nem sempre é um tsunami, muitas vezes é uma situação social.
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13:40 - 13:45É uma reunião, ou uma entrevista de emprego, ou um primeiro encontro
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13:45 - 13:47ou um relacionamento que se consolida
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13:47 - 13:50porque duas pessoas percebem que compartilham uma parte do conhecimento.
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13:50 - 13:53Você diz de onde é, e eu digo: "Ah, sim."
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13:53 - 13:54Ou a universidade que cursou ou seu trabalho
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13:54 - 13:56e sei apenas um pouquinho sobre isso,
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13:56 - 13:58o bastante para manter a comunicação.
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13:58 - 14:00As pessoas amam essa conexão compartilhada que se cria
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14:00 - 14:02quando alguém sabe algo sobre você.
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14:02 - 14:06É como se tivessem tempo para conhecer você antes mesmo de vocês se encontrarem.
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14:06 - 14:07Muitas vezes, essa é a vantagem do tempo.
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14:07 - 14:09E não é eficaz se você diz: "Bem, espere.
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14:09 - 14:14Você é de Fargo, Dakota do Norte. Deixe-me ver o que aparece.
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14:14 - 14:16Ah, sim. Roger Maris era de Fargo."
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14:16 - 14:19Isso não funciona. Isso é só irritante.
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14:19 - 14:22(Risadas)
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14:22 - 14:28O grande pensador e teólogo do século XVIII, amigo do Dr. Johnson,
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14:28 - 14:34Samuel Parr, disse uma vez: "É sempre melhor saber uma coisa do que não sabê-la."
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14:34 - 14:38E se eu vivi minha vida na base de uma crença, provavelmente é essa.
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14:38 - 14:44Sempre acreditei que as coisas que sabemos -- esse conhecimento é absolutamente bom,
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14:44 - 14:47que as coisas que aprendemos e levamos conosco em nossas mentes
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14:47 - 14:49são as que fazem de nós quem somos,
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14:49 - 14:51como indivíduos e como espécie.
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14:51 - 14:55Não sei se quero viver em um mundo em que o conhecimento é obsoleto.
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14:55 - 14:59Não quero viver em um mundo no qual o conhecimento cultural foi substituído
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14:59 - 15:01por essas pequenas bolhas de especialidade,
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15:01 - 15:04em que nenhum de nós conhece as associações comuns
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15:04 - 15:07que costumavam vincular nossa civilização.
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15:07 - 15:09Não quero ser o último sabe-tudo
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15:09 - 15:10sentado em uma montanha qualquer,
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15:10 - 15:14recitando para si mesmo as capitais dos estados, os nomes dos episódios dos "Simpsons"
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15:14 - 15:18e as letras das músicas do Abba.
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15:18 - 15:23Sinto que nossa civilização funciona quando isto é uma vasta herança cultural que todos compartilhamos
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15:23 - 15:26e que conhecemos sem ter que terceirizá-la para nossos dispositivos,
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15:26 - 15:28para nossos motores de busca e nossos "smartphones'.
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15:28 - 15:33Nos filmes, quando computadores como Watson começam a pensar,
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15:33 - 15:36as coisas não acabam bem.
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15:36 - 15:39Esses filmes nunca são sobre lindas utopias.
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15:39 - 15:45É sempre um exterminador, um matrix ou um astronauta sendo sugado de uma câmara, em "2001".
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15:45 - 15:48As coisas acabam terrivelmente mal.
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15:48 - 15:50E sinto como se estivéssemos meio que nesse ponto agora
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15:50 - 15:54em que precisamos fazer essa escolha de em que tipo de futuro queremos viver.
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15:54 - 15:56Essa é uma questão de liderança,
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15:56 - 16:00porque se torna uma questão de quem lidera no futuro.
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16:00 - 16:06De um lado, podemos escolher entre uma nova era de ouro
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16:06 - 16:09na qual a informação está disponível mais universalmente
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16:09 - 16:11do que já esteve alguma vez na história humana,
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16:11 - 16:13na qual temos as respostas a nossas perguntas na ponta dos dedos.
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16:13 - 16:15E, de outro lado,
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16:15 - 16:17temos o potencial de estar vivendo em alguma distopia sombria
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16:17 - 16:19na qual as máquinas comandam
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16:19 - 16:22e todos decidimos que aquilo que sabemos não mais é importante,
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16:22 - 16:25que o conhecimento não é valioso porque está todo lá, na nuvem,
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16:25 - 16:31e por que nos incomodaríamos em aprender qualquer coisa nova?
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16:31 - 16:35Essas são as duas escolhas que temos. Eu sei em qual futuro eu preferiria viver.
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16:35 - 16:37E todos podemos fazer essa escolha.
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16:37 - 16:41Fazemos essa escolha sendo curiosos, pessoas inquisitivas que gostam de aprender,
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16:41 - 16:44que não dizem apenas: "Bem, assim que a campainha soar e a aula acabar,
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16:44 - 16:45não tenho mais que aprender".
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16:45 - 16:48ou "Graças a Deus, tenho meu diploma. Minha fase de aprendizado acabou.
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16:48 - 16:50Não tenho mais que aprender coisas novas."
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16:50 - 16:54Não, todo dia deveríamos lutar para aprender algo novo.
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16:54 - 16:58Deveríamos ter essa curiosidade insaciável para o mundo ao nosso redor.
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16:58 - 17:01É daí que vêm as pessoas que você vê no "Jeopardy".
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17:01 - 17:04Esses sabichões, eles não são criados no estilo "Rainman",
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17:04 - 17:06sentados em casa decorando a lista telefônica.
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17:06 - 17:07Conheci muitos deles.
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17:07 - 17:09Na grande maioria, são apenas pessoas normais
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17:09 - 17:13que estão universalmente interessadas no mundo ao seu redor, curiosos sobre qualquer coisa
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17:13 - 17:16com sede de conhecimento sobre qualquer assunto.
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17:16 - 17:19Podemos viver em um desses dois mundos.
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17:19 - 17:22Podemos viver em um mundo em que nossos cérebros, as coisas que conhecemos,
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17:22 - 17:24continuem a ser a coisa que nos torna especiais,
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17:24 - 17:30ou em um mundo no qual terceirizamos tudo isso para computadores miseráveis como Watson.
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17:30 - 17:33Senhoras e senhores, a escolha é sua.
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17:33 - 17:35Muito obrigado.
- Title:
- Ken Jennings: Watson, Jeopardy e eu, o sabe-tudo obsoleto
- Speaker:
- Ken Jennings
- Description:
-
Ken Jennings, prodígio da trívia, fez carreira como memorizador de fatos, e mantém a mais longa sequência de vitórias na história do show Jeopardy, nos Estados Unidos. Mas, em 2011, ele jogou uma partida desafiadora contra o computador Watson -- e perdeu. Com humor e humildade, Jennings nos conta como foi o sentimento de, em seu próprio jogo, ser derrotado por um computador, e também defende o bom e velho conhecimento humano.
(Filmado em TEDxSeattleU.) - Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:52
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