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A sabedoria das perguntas | Ryoichi Oka Penna | TEDxLaçador

  • 0:09 - 0:12
    Como seria o Google
  • 0:12 - 0:15
    se, em vez de oferecer respostas,
  • 0:15 - 0:17
    ele oferecesse perguntas?
  • 0:18 - 0:20
    A primeira vez que essa
    indagação me veio à mente
  • 0:20 - 0:22
    foi quando recebi um convite
  • 0:22 - 0:26
    pra dar o que eu achei
    que seria um curso de liderança
  • 0:26 - 0:29
    pra jovens das comunidades
    ribeirinhas da Floresta Amazônica.
  • 0:30 - 0:34
    Do alto da prepotência de alguém vindo
    de uma região economicamente privilegiada,
  • 0:34 - 0:37
    eu achei que teria muito
    que ensinar pra esses jovens.
  • 0:38 - 0:40
    Mas o que aconteceu
    foi exatamente o contrário.
  • 0:41 - 0:43
    Quando a gente começou
    a coletar mais informações
  • 0:43 - 0:45
    sobre o estilo de vida deles
  • 0:45 - 0:50
    e como era viver numa comunidade
    ribeirinha no meio da Amazônia,
  • 0:51 - 0:54
    eu percebi que nada, absolutamente nada,
  • 0:54 - 0:58
    do que eu sabia sobre liderança
    seria útil pra eles,
  • 0:58 - 1:01
    pelo menos da maneira como eu
    estava acostumado a lidar com o termo.
  • 1:02 - 1:03
    Só pra dar um exemplo,
  • 1:03 - 1:09
    vários deles pegaram quatro dias de barco
    pra participar desse encontro;
  • 1:10 - 1:13
    e, pra piorar, sete dias de volta,
  • 1:13 - 1:15
    porque a volta é contra
    a correnteza do Rio Juruá.
  • 1:17 - 1:19
    O que a gente fez, então,
    foi inverter o processo:
  • 1:19 - 1:22
    em vez de aula, pergunta;
  • 1:22 - 1:26
    em vez de ensinar,
    aprender com elas e com eles.
  • 1:27 - 1:31
    O que a gente fez foi adaptar
    uma metodologia baseada em perguntas.
  • 1:31 - 1:35
    Em três perguntas, na verdade;
    a primeira delas era:
  • 1:35 - 1:39
    o que há de bom aqui,
    nas comunidades de vocês?
  • 1:39 - 1:41
    Vamos apreciar um pouco o que já tem aqui,
  • 1:41 - 1:43
    pra daí, sim, poder fazer
    a segunda pergunta:
  • 1:43 - 1:47
    qual é o sonho que vocês têm
    pras suas comunidades?
  • 1:48 - 1:50
    E terminar perguntando:
  • 1:50 - 1:54
    e agora, o que vocês vão fazer
    pra que esses sonhos se tornem reais?
  • 1:55 - 1:58
    A gente terminou fazendo
    duas atividades com eles.
  • 1:58 - 2:01
    Na primeira, a gente
    entregou folhas de cartolina
  • 2:01 - 2:04
    e pediu que eles desenhassem
    como seriam as comunidades
  • 2:04 - 2:07
    quando os sonhos tivessem sido realizados.
  • 2:08 - 2:12
    A gente imaginava que seria parecido
    com um centro urbano, ou algo do tipo.
  • 2:12 - 2:14
    Mas, o mais interessante,
    é que, na cartolina inteira,
  • 2:14 - 2:17
    uma cor tomava conta: o verde.
  • 2:17 - 2:23
    Em vez de prédios ou asfalto, a comunidade
    exatamente como ela é, com uma adição;
  • 2:24 - 2:26
    como, por exemplo, uma escola,
  • 2:26 - 2:29
    ou um laboratório de informática,
  • 2:29 - 2:31
    ou um posto de saúde,
  • 2:31 - 2:35
    pra que eles não precisassem mais
    viajar três ou quatro horas de barco
  • 2:35 - 2:39
    pra estudar, pra aprender
    ou pra tratar alguma enfermidade.
  • 2:40 - 2:41
    O ápice pra mim, no entanto,
  • 2:41 - 2:44
    foi quando a gente fez uma rodada
    de entrevistas, tipo um “talk show”,
  • 2:44 - 2:48
    chamamos uma menina de 11 anos de idade,
  • 2:48 - 2:50
    e uma das perguntas
    que a gente fez pra ela foi:
  • 2:50 - 2:53
    "O que você quer ser quando crescer?"
  • 2:54 - 2:57
    E ela respondeu, muito seriamente:
    "Eu quero ser uma advogada".
  • 2:57 - 3:01
    E a gente: "Nossa, uma advogada,
    que legal, por quê?"
  • 3:01 - 3:05
    E, num semblante muito único,
    ela virou e falou assim:
  • 3:06 - 3:09
    "Uma vez me falaram que advogado
    ganha muito dinheiro".
  • 3:11 - 3:14
    Só que ela continuou: "Mas não é
    por isso que quero ser advogada.
  • 3:14 - 3:17
    Eu quero ser advogada pra poder
    defender a minha floresta".
  • 3:20 - 3:23
    A maneira como ela respondeu
    mexeu com a gente
  • 3:23 - 3:25
    e fez a gente refletir sobre muita coisa,
  • 3:25 - 3:28
    porque talvez nem todo mundo
  • 3:28 - 3:32
    esteja tão conectado com seu ambiente
    da maneira como ela estava.
  • 3:32 - 3:37
    Eu, por exemplo, nunca vi a minha cidade
    da maneira como ela via a floresta dela.
  • 3:38 - 3:41
    Mas talvez nem todo mundo
    esteja tão conectado
  • 3:41 - 3:43
    com a sua própria comunidade,
    com as pessoas ao seu redor.
  • 3:44 - 3:47
    E talvez nem todo mundo esteja
    tão conectado consigo mesmo,
  • 3:48 - 3:51
    capaz de ter consciência suficiente
    pra compreender o seu propósito
  • 3:51 - 3:53
    no meio disso tudo.
  • 3:56 - 3:58
    O problema, porém, não é tão visível.
  • 3:59 - 4:03
    Às vezes, essa nossa falta
    de questionar e fazer perguntas
  • 4:03 - 4:06
    faz com que a gente
    entre em modo automático
  • 4:06 - 4:09
    e acabe se acostumando muito mais
    com como as coisas são,
  • 4:09 - 4:14
    em vez de explorar a beleza
    de como as coisas poderiam ser.
  • 4:15 - 4:17
    Agora, o fato de a gente
    não fazer tanta pergunta,
  • 4:17 - 4:20
    às vezes pode parecer preguiça,
  • 4:20 - 4:23
    falta de motivação,
    de energia, ou algo do tipo,
  • 4:23 - 4:27
    mas, sinceramente, acredito que isso,
    na verdade, é uma renúncia.
  • 4:27 - 4:30
    É a renúncia de acreditar
    que dá pra ser melhor,
  • 4:30 - 4:36
    e que agora, neste momento, existem
    novas verdades flutuando entre nós.
  • 4:37 - 4:40
    Um dos meus filmes preferidos
    explora isso muito bem.
  • 4:40 - 4:42
    Ele se chama "Doze homens e uma sentença".
  • 4:43 - 4:47
    Pra fazer uma sinopse rápida,
    12 homens compõem um júri popular
  • 4:47 - 4:49
    e precisam decidir o destino
  • 4:49 - 4:52
    de um menino de 18 anos,
    acusado de matar o próprio pai.
  • 4:52 - 4:57
    Dos 12, 11 têm certeza,
    convicção, de que ele é culpado
  • 4:57 - 5:00
    e querem logo condená-lo à cadeira
    elétrica e ir embora pra casa.
  • 5:00 - 5:03
    Só que, desses 12,
    um deles ainda tem dúvidas
  • 5:03 - 5:06
    e ele faz perguntas
    que provocam os outros a pensarem,
  • 5:06 - 5:10
    e muda todo o destino
    de uma história que poderia culminar
  • 5:10 - 5:12
    com a morte de um jovem inocente.
  • 5:14 - 5:17
    A grande questão é que, pra poder
    fazer essas perguntas certas,
  • 5:17 - 5:20
    e, muitas vezes, os ambientes
    são muito pouco férteis
  • 5:20 - 5:23
    pra gente receber perguntas certas,
  • 5:23 - 5:26
    alguns passos anteriores
    são interessantes de serem feitos.
  • 5:26 - 5:30
    O primeiro deles é que a gente
    consiga criar vulnerabilidade
  • 5:30 - 5:32
    com determinado grupo,
  • 5:32 - 5:34
    pra que a gente tenha empatia
    com seu modelo mental;
  • 5:34 - 5:38
    porque, quando se tem empatia
    com o modelo mental de determinado grupo,
  • 5:38 - 5:42
    a gente tem a segurança de poder
    desconstruir as certezas que a gente tem
  • 5:42 - 5:45
    pra, aí sim, abrir espaço
    pras reais dúvidas;
  • 5:45 - 5:47
    pra poder fazer as perguntas certas.
  • 5:50 - 5:51
    Mas será que a gente faz isso bem?
  • 5:51 - 5:54
    Quando, por exemplo,
    uma criança curiosa pergunta:
  • 5:54 - 5:58
    "Por quê? Por quê? Por quê?", e a gente,
    sem paciência, responde: "Porque não".
  • 5:58 - 6:02
    Qual é o estímulo que se está dando
    pra que ela seja uma boa "perguntadora"
  • 6:02 - 6:05
    e queira, de fato, questionar
    o que está acontecendo?
  • 6:07 - 6:10
    O que acaba acontecendo, com isso tudo,
  • 6:10 - 6:15
    é que a gente começa a receber estímulos
    pra parar de perguntar.
  • 6:15 - 6:18
    E, quando eu paro de perguntar,
    eu começo a me reservar ao meu mundo,
  • 6:18 - 6:21
    ao meu individualismo;
  • 6:21 - 6:25
    e esqueço, também, de perguntar quem são
    as pessoas que estão ao meu redor.
  • 6:26 - 6:29
    O que a gente pode fazer, então,
    é continuar perguntando.
  • 6:29 - 6:31
    Fazer o esforço da pergunta.
  • 6:33 - 6:35
    E o mais interessante
  • 6:35 - 6:38
    é que não necessariamente
    elas precisam ser verbalizadas.
  • 6:38 - 6:42
    Quando a gente tem consciência
    do significado da nossa ação,
  • 6:42 - 6:44
    a nossa ação é a nossa pergunta.
  • 6:45 - 6:49
    Por exemplo, um bom projeto de urbanismo
    pode ser na verdade uma pergunta:
  • 6:49 - 6:54
    "Como eu faço pra que as pessoas interajam
    mais e melhor nos espaços públicos?"
  • 6:55 - 6:57
    Uma escola inovadora
    pode ser uma pergunta:
  • 6:57 - 7:02
    "Como eu faço pra que seres humanos
    sejam formados como seres humanos?"
  • 7:03 - 7:06
    Ou, mais do que isso,
    como um maluco pode perguntar:
  • 7:06 - 7:08
    "Qual o problema de abraçar um estranho?"
  • 7:09 - 7:11
    A gente já está fazendo
    isso aqui hoje, inclusive.
  • 7:11 - 7:12
    (Risos)
  • 7:15 - 7:18
    O mais interessante é que, quando
    a gente começa a fazer perguntas,
  • 7:18 - 7:22
    quando eu começo a perguntar algo
    sobre você e me colocar no seu lugar,
  • 7:22 - 7:25
    eu começo a entender
    a sua perspectiva de mundo.
  • 7:25 - 7:28
    Melhor ainda, eu começo
    a entender qual é o seu mundo.
  • 7:29 - 7:33
    E uma coisa interessante
    que eu ouvi uma vez é:
  • 7:33 - 7:36
    a gente não vê o mundo como ele é;
  • 7:36 - 7:38
    o mundo é como a gente vê.
  • 7:39 - 7:42
    E quando a gente consegue
    compreender melhor
  • 7:43 - 7:45
    a visão de outras pessoas,
  • 7:45 - 7:48
    isso começa acontecer
    de maneira muito mais eficaz.
  • 7:48 - 7:53
    Mais do que benevolência,
    isso nos confere mais inteligência,
  • 7:54 - 7:56
    pra poder resolver problemas
    que são complexos,
  • 7:56 - 7:59
    que têm causa e efeito
    distantes um do outro.
  • 7:59 - 8:02
    E a gente aproxima isso
    com a nossa própria aproximação.
  • 8:04 - 8:08
    E, pra poder fazer isso, três passos
    podem ser muito interessantes.
  • 8:09 - 8:13
    Primeiro, a gente precisa se conectar,
    e se conectar é muito simples.
  • 8:14 - 8:18
    É ficar vulnerável,
    é poder falar: "Não sei".
  • 8:19 - 8:21
    É poder querer saber: "Quem é você?"
  • 8:22 - 8:26
    É poder perguntar:
    "Por quê?" ou "Pra quê?"
  • 8:26 - 8:31
    Porque quando a gente consegue fazer isso,
    criar um ambiente de questionamento,
  • 8:31 - 8:37
    as dúvidas que vêm, vêm junto
    com uma dose enorme de humildade.
  • 8:37 - 8:39
    Porque quando a gente
    faz as perguntas certas,
  • 8:39 - 8:43
    na verdade, o que a gente está fazendo
    é considerar a hipótese de estar errado
  • 8:43 - 8:45
    ou de estar com informações incompletas.
  • 8:45 - 8:50
    Porque, quando eu admito que estou errado
    ou com informações incompletas,
  • 8:50 - 8:54
    aí sim, talvez eu tenha consciência
    suficiente pra provocar uma ação,
  • 8:54 - 8:57
    minha ou de uma comunidade inteira.
  • 8:59 - 9:04
    Viktor Frankl disse uma vez:
    "De uma pessoa você tira tudo.
  • 9:04 - 9:07
    Você só não tira
    o último tipo de liberdade,
  • 9:07 - 9:10
    que é a liberdade da escolha,
    é a liberdade da própria atitude,
  • 9:10 - 9:15
    é a liberdade de construir o seu próprio
    caminho, independente das circunstâncias".
  • 9:15 - 9:19
    E esse processo de facilitar
    a criação de perguntas,
  • 9:19 - 9:22
    na verdade, é um processo de libertação
  • 9:22 - 9:27
    porque, quando a gente
    se faz a pergunta certa,
  • 9:27 - 9:30
    o que a gente está fazendo
    é abrir espaço pra escolha.
  • 9:30 - 9:34
    Porque eu só escolho algo
    quando eu pergunto algo.
  • 9:37 - 9:41
    E é fato consumado que a gente,
    enquanto espécie,
  • 9:41 - 9:45
    sempre se moveu por perguntas,
    que nos permitiram sobreviver e evoluir.
  • 9:45 - 9:47
    Isso não é novidade.
  • 9:48 - 9:51
    A grande questão é que, talvez,
    a gente esteja num desequilíbrio
  • 9:52 - 9:54
    de ter muita resposta,
  • 9:54 - 9:58
    porque as respostas são cada vez
    mais acessíveis e em mais quantidade
  • 9:58 - 10:01
    e elas em geral vêm de fora;
  • 10:02 - 10:04
    e as perguntas cada vez mais escassas,
  • 10:05 - 10:10
    porque elas demandam um nível de energia
    do qual a gente está se desacostumando,
  • 10:10 - 10:12
    principalmente porque elas vêm de dentro.
  • 10:13 - 10:16
    E é esse desequilíbrio
    que preocupa muito a gente.
  • 10:16 - 10:19
    Por isso que o meu apelo
    é pra que a gente continue perguntando;
  • 10:19 - 10:23
    continue perguntando
    porque, em algum momento,
  • 10:23 - 10:25
    a coisa vai acontecer.
  • 10:25 - 10:27
    O Miguel Cavalcanti me falou
    uma frase muito legal:
  • 10:27 - 10:31
    "Quando a gente tem todas as respostas,
    a gente precisa mudar as perguntas".
  • 10:34 - 10:37
    Só que, acima de tudo,
    fazer boas perguntas,
  • 10:37 - 10:43
    na verdade, faz de nós excelentes líderes,
    capazes de ver o mundo com outros olhos.
  • 10:44 - 10:46
    Eu fico pensando
    que talvez a gente não precise
  • 10:46 - 10:50
    de mais dados, mais informação,
    até mesmo mais conhecimento.
  • 10:52 - 10:54
    Simplesmente novos olhos
  • 10:54 - 10:58
    que nos permitam ver o que ninguém viu
  • 10:58 - 11:01
    e perguntar o que ninguém perguntou.
  • 11:03 - 11:06
    As respostas, portanto, são o quê?
  • 11:06 - 11:07
    Uma foto do presente.
  • 11:08 - 11:11
    Mas, se o presente está
    em constante mudança,
  • 11:11 - 11:13
    pra que elas servem?
  • 11:14 - 11:15
    E talvez seja isto:
  • 11:16 - 11:18
    as respostas são descartáveis,
  • 11:18 - 11:21
    as perguntas são reaproveitáveis.
  • 11:22 - 11:25
    (Aplausos)
  • 11:29 - 11:31
    As respostas geram conforto.
  • 11:32 - 11:36
    As perguntas geram consciência e ação.
  • 11:38 - 11:41
    Ao mesmo tempo, é um dilema,
    a gente tem que admitir.
  • 11:41 - 11:44
    Eu tenho que perguntar
    ou seguir em frente?
  • 11:44 - 11:47
    Porque seguir em frente é importante,
    me dá senso de realização;
  • 11:47 - 11:50
    seguir em frente é o que me permite
    fazer alguma coisa.
  • 11:50 - 11:53
    Mas, quando a gente abraça
    a liberdade de fazer pergunta,
  • 11:53 - 11:55
    na verdade está abraçando
    a liberdade da escolha;
  • 11:55 - 11:58
    e a liberdade de escolha
    provoca um movimento incrível
  • 11:58 - 12:02
    que é tirar a gente da posição de vítima
    e passar pra posição de protagonista.
  • 12:04 - 12:06
    E, se isso parece interessante
    pra um indivíduo,
  • 12:06 - 12:09
    imagine o poder que isso tem
    pra uma organização
  • 12:09 - 12:11
    ou pra uma comunidade inteira.
  • 12:11 - 12:13
    Esse poder vai muito além
    da nossa compreensão.
  • 12:13 - 12:16
    Isso é muito mais do que racional,
    muito mais do que cartesiano.
  • 12:19 - 12:23
    A grande questão, então,
    é saber, exatamente,
  • 12:23 - 12:25
    qual o momento certo pra perguntar,
  • 12:25 - 12:29
    porque talvez seja isso que vai
    nos conferir a sabedoria
  • 12:29 - 12:31
    de entender se é o momento de perguntar
  • 12:31 - 12:34
    ou se é o momento de seguir em frente.
  • 12:34 - 12:37
    E é por isso que eu queria
    terminar com uma fábula
  • 12:37 - 12:40
    que começa exatamente com uma pergunta
  • 12:40 - 12:42
    entre um pássaro e um esquilo.
  • 12:42 - 12:46
    Um dia, um pássaro chegou pro esquilo,
    amigo dele, e falou: "Esquilo,
  • 12:46 - 12:48
    você, com toda sua sabedoria,
    me responda uma coisa:
  • 12:48 - 12:51
    quanto pesa um floco de neve?"
  • 12:52 - 12:56
    O esquilo respondeu: "Nada mais que nada".
  • 12:56 - 12:58
    E o pássaro retrucou: "Sério?
  • 12:58 - 13:02
    Então senta aí, quero te contar uma coisa
    que aconteceu comigo ontem".
  • 13:02 - 13:04
    E o pássaro falou:
  • 13:04 - 13:07
    "Eu estava em cima de um galho,
    e começou a nevar.
  • 13:09 - 13:11
    Eu sou um pássaro, não estava
    fazendo nada mesmo,
  • 13:11 - 13:12
    (Risos)
  • 13:12 - 13:15
    resolvi contar quantos flocos de neve
    iam cair em cima daquele galho.
  • 13:16 - 13:18
    E eu contei:
  • 13:18 - 13:22
    2 milhões, 999 mil, 999 flocos de neve.
  • 13:23 - 13:28
    E como cada floco de neve não pesa nada,
    nada mais que nada, nada aconteceu".
  • 13:30 - 13:35
    Só que aí o passaro falou:
    "Caiu o floco de número 3 milhões.
  • 13:35 - 13:37
    E, quando caiu o floco
    de número 3 milhões,
  • 13:37 - 13:40
    o galho se partiu e caiu no chão".
  • 13:40 - 13:42
    E o esquilo: "E daí?"
  • 13:42 - 13:44
    E o pássaro falou: "E daí?
    Daí que eu fiquei pensando:
  • 13:44 - 13:48
    e se o mundo inteiro
    já tiver feito o seu movimento,
  • 13:48 - 13:52
    e só estiver esperando o meu,
    pra que um grande movimento ganhe vida?"
  • 13:54 - 13:57
    (Aplausos)
  • 14:03 - 14:05
    E ele continuou:
  • 14:05 - 14:09
    "E se só faltar a minha mudança
  • 14:09 - 14:12
    pra que eu, de fato, veja o mundo
    da maneira que eu quero?"
  • 14:13 - 14:17
    Aquela menina da Amazônia era
    um floco de neve, mesmo sem saber.
  • 14:18 - 14:20
    Assim como cada um de nós aqui.
  • 14:20 - 14:23
    E é na esperança de que, terminando aqui,
  • 14:23 - 14:25
    a gente vai continuar
    se perguntando, sempre,
  • 14:25 - 14:27
    que eu também termino com esta pergunta:
  • 14:27 - 14:29
    e se só faltar você?
  • 14:29 - 14:31
    Obrigado.
  • 14:31 - 14:34
    (Aplausos)
Title:
A sabedoria das perguntas | Ryoichi Oka Penna | TEDxLaçador
Description:

Ryo usa uma metodologia baseada nas perguntas, sempre questionando como as coisas poderiam ser. E nos provoca, perguntando: "Como seria o Google se, em vez de oferecer respostas, oferecesse perguntas?" Pois, para ele, respostas geram conforto, mas perguntas nos fazem agir.
Ele acredita que a maneira como os brasileiros interagem por meio de redes, comunidades e organizações, além de formar a nossa identidade nacional, pode ser a chave da mudança.

Ryoichi foi presidente da Brasil Júnior e fundador do Fórum Global de Empresas Juniores. Envolveu-se com o projeto de lei das empresas juniores no Senado Federal e representou o país no G20 Young Entrepreneurs’ Alliance. Atualmente, é responsável pelos programas de formação de lideranças da Fundação Estudar, onde tem a chance de conhecer os sonhos de jovens por todo o país e de ajudá-los a serem protagonistas de suas próprias vidas.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
Portuguese, Brazilian
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
14:41

Portuguese, Brazilian subtitles

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