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Saúde: a realidade juntou-se à ficção científica? | Bertin Nahum | TEDxCannes

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    Para além das histórias extraordinárias,
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    das personagens inéditas
    que cativam crianças e adultos,
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    o que há de mais extraordinário
    na ficção científica
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    é afinal o que ela tem de real.
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    Perante as inovações atuais,
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    certas visões da ficção científica
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    têm, por vezes, qualquer coisa
    de muito perturbador,
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    especialmente nos domínios
    da biologia e da medicina,
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    com temas como a cura instantânea,
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    a procura da imortalidade,
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    a criação de clones ou de robôs,
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    que são domínios em que, paralelamente,
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    os progressos científicos
    têm sido os mais extraordinários,
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    até reunir hoje
    a ciência e a ficção científica.
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    Hoje em dia, os super-homens,
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    os corpos humanos aumentados,
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    os robôs,
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    atravessaram os ecrãs e os livros
    para entrar na nossa realidade.
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    Amanhã, essas invenções que outrora
    nos pareciam impossíveis,
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    serão um facto da nossa vida quotidiana.
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    Claro que, evidentemente,
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    tudo o que brotou do cérebro dos artistas
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    ainda não foi inventado, longe disso.
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    Os carros voadores,
    como em "O quinto elemento",
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    ainda não existem
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    e, infelizmente, o céu
    ainda não é uma escapatória
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    para todos os engarrafamentos terrestres.
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    Igualmente, o "skateboard",
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    que encontramos em "O Regresso ao Futuro".
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    ainda não é uma opção, infelizmente.
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    No entanto, quando olhamos
    para as inovações,
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    para as invenções que foram imaginadas
    pelos escritores e pelos realizadores,
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    que são o elo direto com o corpo humano,
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    aí as coisas são muito
    mais impressionantes.
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    Por exemplo, a armadura robótica
    que aumenta 10 vezes a força muscular,
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    como em "RoboCop", "Iron Man" ou "Avatar",
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    essa armadura já não pertence
    à ficção científica.
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    Sociedades americanas,
    como a Argo Medical Technologies,
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    ou a Ekso Bionics,
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    já produzem exoesqueletos motorizados.
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    São armaduras que foram desenvolvidas
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    para ajudar e reeducar
    pessoas acidentadas ou deficientes.
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    É um mercado
    que é muito considerável.
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    Está avaliado em mais de
    dez mil milhões de dólares,
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    nos próximos dez anos.
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    Portanto, ainda não acabámos
    de ouvir falar dos exoesqueletos
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    e de nos aproximarmos de "RoboCop".
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    Igualmente, o eletroímã que está colocado
    junto do coração de Tony Stark,
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    aliás Iron Man,
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    e que é alimentado
    por uma bateria de automóvel,
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    esse eletroímã afasta-se
    pouco a pouco da ficção científica.
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    Ao fim de quinze anos de investigação,
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    o primeiro coração artificial,
    totalmente biocompatível,
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    foi inventado pela
    sociedade francesa Carmat.
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    Esta invenção incrível
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    vai ajudar no tratamento
    da insuficiência cardíaca.
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    Na Europa e nos Estados Unidos da América,
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    há mais de 20 milhões de pessoas
    que sofrem de insuficiência cardíaca.
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    É a única doença cardiovascular
    que está em progressão
  • 4:05 - 4:07
    e, infelizmente,
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    a sua evolução ainda
    é frequentemente desfavorável.
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    Existem muitos outros exemplos
    de invenções na ficção científica
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    que estão em vias de se generalizar.
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    Por exemplo, no universo de "Star Trek".
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    Penso que todos se lembrarão
    do doutor McCoy
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    e do seu famoso tricorder médico,
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    que é utilizado para detetar
    a saúde de um paciente.
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    Pois bem, há três anos,
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    uma sociedade americana lançou-se
    num projeto relativamente semelhante.
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    Desenvolveram
    um mini aparelho de diagnóstico,
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    uma espécie de "scanner" multifunções,
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    de utilização muito simples.
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    Dá as medidas da temperatura,
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    as taxas de oxigenação do sangue,
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    do ritmo respiratório e do pulso.
  • 4:59 - 5:03
    Todas as informações são transmitidas
    a um "smartphone",
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    um telefone inteligente,
    através do "Bluetooth".
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    Parece até que tem uma precisão de 99%.
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    Um outro campo
    extremamente impressionante,
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    que se julgava ser totalmente irrealizável
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    ainda há pouco tempo,
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    é aquilo a que chamamos
    a robótica de assistência.
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    Os progressos científicos
    fizeram verdadeiros assistentes
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    a partir de robôs
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    muito mais simpáticos e tranquilizadores
    do que o Terminator.
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    Como, por exemplo, esse famoso Ri-Man
    que foi escrito em 2006, no Japão,
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    que foi concebido especialmente
    para ajudar as pessoas idosas.
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    Ele ouve.
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    Ele vê.
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    Ele cheira.
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    Ele pode ocupar-se das pessoas
    que perderam a autonomia.
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    Mas o progresso vai ainda mais longe.
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    Claro que a ficção científica
    se interessou pelo cérebro
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    e imaginou todos os tipos
    de operações milagrosas
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    nesse órgão que é
    tão sensível e tão fascinante.
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    No seu livro "O Jogo Final",
    que data de 1985
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    que, aliás, foi adaptado
    a um filme recentemente,
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    - talvez tenham visto esse filme -
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    o autor, Orson Scott Card,
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    imaginou uma operação cirúrgica ao cérebro
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    que devia ser realizada
    por um robô de quatro braços.
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    Mesmo aí, a realidade junta-se à ficção.
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    A sociedade francesa MedTech,
    que tenho o prazer de dirigir,
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    está a desenvolver
    e a conceber robôs cirúrgicos
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    que tornam as operações ao cérebro,
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    mais seguras. mais precisas
    e menos invasivas.
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    No entanto, é indispensável a presença
    do cirurgião ao lado dos nossos robôs
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    durante as operações cirúrgicas.
  • 7:00 - 7:04
    Atualmente, os nossos robôs permitem
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    tratar ou reduzir os efeitos
    de doenças, como a epilepsia,
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    a doença de Parkinson,
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    a distonia
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    e até certas patologias das costas.
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    A investigação científica,
    que continua a avançar,
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    permite imaginar coisas
    absolutamente espantosas.
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    Claro que não é fácil imaginar
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    o que nos espera
    dentro de 10, 15, 20, 50 anos.
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    Dito isto, se olharmos pelo lado das obras
    das recentes obras de ficção científica,
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    há algumas invenções
    que se desenham no nosso espírito
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    e, portanto, nos laboratórios
    de investigação.
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    Prevemos já aptidões
    totalmente inéditas do cérebro
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    como, por exemplo,
    capacidades de controlo à distância.
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    Projetos de investigação
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    deixam entrever
    novas perspetivas de utilização
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    do cérebro pelo homem,
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    que redefinem totalmente
    a nossa relação com o corpo
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    e, portanto, com o mundo.
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    Investigadores em robótica
    trabalham, por exemplo,
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    num projeto chamado
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    "Virtual Embodiment
    and Robotic re-Embodiment "
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    V.E.R.E.
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    Trata-se de um sistema
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    que permite controlar um robô à distância
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    através do pensamento.
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    Controlado a partir
    dum laboratório de investigação em Israel,
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    um robô efetuou tarefas
    extremamente simples em França.
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    Em breve, estes testes
    serão realizados em paralíticos.
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    Robôs do tamanho de seres humanos
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    deverão em breve fazer a sua aparição
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    em determinados
    laboratórios de investigação.
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    Ainda mais impressionante,
  • 8:52 - 8:55
    as experiências de cérebro para cérebro.
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    Investigadores em Seattle aperfeiçoaram
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    a primeira forma de telepatia operacional.
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    Quer dizer, desenvolveram
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    uma primeira interface
    de homem para homem,
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    que permite transmitir um sinal cerebral
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    duma pessoa para outra,
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    de modo totalmente não invasivo.
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    O primeiro pôde assim controlar
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    certos movimentos da mão do seu colega.
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    Os investigadores
    não têm intenção de ficar por aqui.
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    Neste momento, pretendem ter
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    uma verdadeira conversa
    entre os dois encéfalos,
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    que a comunicação
    não seja apenas unidirecional,
  • 9:41 - 9:43
    mas bidirecional.
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    Os cientistas em questão
    fizeram questão de sublinhar
  • 9:48 - 9:50
    que esta invenção não tem vocação
  • 9:50 - 9:53
    para ser utilizada numa pessoa
    sem o seu consentimento
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    o que, hão de concordar,
    é muito mais tranquilizador.
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    A revolução do cérebro
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    é um dos principais
    desafios do século XXI.
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    Ainda na fase de investigação,
  • 10:07 - 10:10
    os avanços e as descobertas
    relativas ao cérebro
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    fascinam tanto quanto assustam.
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    Porque o cérebro
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    é o local da humanidade,
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    da consciência,
  • 10:20 - 10:22
    do poderio do homem,
  • 10:22 - 10:24
    Mas também do seu controlo.
  • 10:25 - 10:28
    Sem cair numa espécie
    de desconfiança sistemática,
  • 10:28 - 10:30
    talvez fosse útil ter presente
  • 10:31 - 10:33
    as previsões e os alertas
  • 10:34 - 10:37
    dos grandes escritores e
    dos grandes autores da ficção científica.
  • 10:37 - 10:39
    Sem o domínio da tecnologia,
  • 10:39 - 10:42
    a ciência não servirá
    plenamente os homens.
  • 10:43 - 10:47
    É pois absolutamente essencial
    que a ética médica
  • 10:47 - 10:51
    integre plenamente e preveja
    as revoluções médicas
  • 10:52 - 10:53
    de hoje e de amanhã,
  • 10:54 - 10:57
    para que a ciência
    se mantenha sempre e apenas
  • 10:57 - 11:00
    ao serviço do homem
    e da sua felicidade.
  • 11:01 - 11:02
    Obrigado.
  • 11:03 - 11:06
    (Aplausos)
Title:
Saúde: a realidade juntou-se à ficção científica? | Bertin Nahum | TEDxCannes
Description:

Os robôs, que saíram da imaginação de artistas, ajudam cada vez mais a tratar de nós. Numa intervenção pedagógica, Bertin Nahum, que ocupa o 4º lugar na classificação dos "10 empresários de alta tecnologia mais revolucionários", segundo a publicação canadiana Discovery Series, apresenta-nos as inovações da medicina dos robôs, nomeadamente no domínio do cérebro.

Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx

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Video Language:
French
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
11:16

Portuguese subtitles

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