Eis como reconquistamos a Internet
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0:01 - 0:03Chris Anderson: Os direitos dos cidadãos,
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0:03 - 0:05o futuro da Internet.
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0:06 - 0:09Gostaria de dar as boas-vindas
no palco do TED -
0:09 - 0:12ao homem por detrás destas revelações,
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0:12 - 0:13Ed Snowden.
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0:14 - 0:17(Aplausos)
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0:17 - 0:22Ed está longe, algures na Rússia
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0:22 - 0:25a controlar um robô no seu portátil,
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0:25 - 0:28e pode ver as mesmas coisas que o robô vê.
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0:29 - 0:31Ed, seja bem-vindo ao palco do TED.
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0:31 - 0:33O que é que consegue ver?
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0:34 - 0:36Edward Snowden:
Consigo ver toda a gente. -
0:36 - 0:38Isto é incrível!
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0:38 - 0:40(Risos)
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0:41 - 0:44CA: Ed, umas perguntas para si.
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0:44 - 0:47Têm-lhe chamado muitas coisas
nos últimos meses. -
0:47 - 0:52Têm-lhe chamado... delator... traidor...
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0:52 - 0:54um herói.
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0:54 - 0:57Com que palavras
se descreveria a si mesmo? -
0:58 - 1:02ES: Sabe, toda a gente
que se envolveu neste debate -
1:02 - 1:05tem andado a debater sobre mim
e sobre a minha personalidade -
1:05 - 1:08e em como me descrever.
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1:08 - 1:10Mas quando eu penso nisso,
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1:10 - 1:13acho que não é essa a questão
que devíamos debater. -
1:14 - 1:16Não interessa quem eu sou realmente.
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1:16 - 1:19Se eu sou a pior pessoa do mundo,
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1:19 - 1:21podem odiar-me e seguir em frente.
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1:21 - 1:23O que realmente importa aqui
são as questões. -
1:23 - 1:26O que realmente importa aqui é o tipo
de governo que queremos, -
1:26 - 1:28o tipo de Internet que queremos,
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1:28 - 1:32o tipo de relacionamento
entre as pessoas e as sociedades. -
1:32 - 1:35E isso é o que eu espero
que o debate promova -
1:35 - 1:37e temos visto que ele aumenta com o tempo.
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1:37 - 1:39Se eu tivesse que me descrever,
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1:39 - 1:41não usaria palavras como "herói".
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1:41 - 1:43não usaria "patriota"
e não usaria "traidor". -
1:43 - 1:45Diria que sou um americano e um cidadão,
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1:45 - 1:47tal como toda a gente.
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1:48 - 1:50CA: Então, só para contextualizar
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1:50 - 1:52para quem que não conhece
a história toda... -
1:52 - 1:55(Aplausos)
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1:55 - 2:00... há um ano , você estava
a viver no Havaí -
2:00 - 2:03a trabalhar como consultor da NSA
[Agência de Segurança Nacional] -
2:03 - 2:05Enquanto administrador de sistemas,
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2:05 - 2:07tinha acesso aos sistemas deles,
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2:07 - 2:11e começou a revelar
certos documentos confidenciais -
2:11 - 2:14a alguns jornalistas escolhidos a dedo
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2:14 - 2:17abrindo o caminho
para as revelações de junho. -
2:17 - 2:19O que o motivou a fazer isso?
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2:21 - 2:23ES: Sabe...
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2:24 - 2:26quando eu estava no Havaí,
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2:26 - 2:28e nos anos anteriores,
quando estava a trabalhar -
2:28 - 2:31para a comunidade de informações,
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2:31 - 2:32vi muitas coisas que me perturbaram.
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2:33 - 2:36Na comunidade de informações,
fazemos muitas coisas boas, -
2:36 - 2:38coisas que é preciso fazer,
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2:38 - 2:40e coisas que ajudam toda a gente.
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2:40 - 2:42Mas também fazemos coisas
que vão longe demais. -
2:42 - 2:44Há coisas que não deviam ser feitas,
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2:44 - 2:47e decisões que estavam
a ser feitas secretamente -
2:47 - 2:49sem o público saber,
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2:49 - 2:50sem o consentimento do público,
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2:50 - 2:53e sem que os nossos representantes
no governo -
2:53 - 2:56tivessem conhecimento desses programas.
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2:57 - 3:01Quando eu comecei a deparar
com essas questões, -
3:01 - 3:03pensei com os meus botões
-
3:03 - 3:06como é que eu posso fazer isto
de forma mais responsável, -
3:06 - 3:09que maximize os benefícios do público
-
3:09 - 3:11enquanto minimiza os riscos?
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3:12 - 3:15De todas as soluções que encontrei,
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3:15 - 3:17sem ser recorrer ao Congresso,
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3:17 - 3:18porque não havia leis,
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3:18 - 3:22não havia proteção legal
para um empregado privado, -
3:22 - 3:25um contratado de informações como eu era,
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3:25 - 3:29existia o risco de eu ser enterrado
juntamente com essas informações -
3:29 - 3:31e o público nunca viria a saber.
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3:31 - 3:34Mas a primeira emenda da
Constituição dos Estados Unidos -
3:34 - 3:37garante-nos liberdade de imprensa
por uma razão, -
3:37 - 3:40que é permitir uma imprensa
com posições contrárias -
3:40 - 3:42para contestar o governo,
-
3:42 - 3:45mas também para trabalhar
em conjunto com o governo, -
3:45 - 3:47ter um diálogo e um debate sobre
-
3:47 - 3:52como podemos informar o público
sobre assuntos de importância vital -
3:52 - 3:56sem colocar em risco a segurança nacional.
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3:56 - 3:58E, ao trabalhar com jornalistas,
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3:58 - 4:00ao passar todas as minhas informações
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4:00 - 4:02para o povo Americano,
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4:02 - 4:04em vez de confiar em mim mesmo
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4:04 - 4:06para tomar a decisão de as publicar,
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4:06 - 4:09tivemos um vigoroso debate
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4:09 - 4:12com um profundo envolvimento do governo
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4:12 - 4:16que eu acho que resultou
num benefício para todos. -
4:17 - 4:21E os riscos que se profetizavam,
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4:21 - 4:24os riscos que foram invocados pelo governo
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4:24 - 4:26nunca se materializaram.
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4:26 - 4:28Nunca vimos nenhum indício
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4:28 - 4:31de uma só situação de prejuízo especifico.
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4:31 - 4:32Por causa disso,
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4:32 - 4:35sinto-me confortável
com as decisões que tomei. -
4:35 - 4:37CA: Vou mostrar ao público
-
4:37 - 4:40alguns exemplos do que você revelou.
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4:40 - 4:41se pudermos ter uns slides...
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4:41 - 4:43Ed, não sei se consegue ver,
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4:43 - 4:45os slides estão aqui.
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4:45 - 4:47Este é um slide do programa PRISM.
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4:47 - 4:50Talvez possa contar ao público
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4:50 - 4:52o que é que foi revelado.
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4:52 - 4:54ES: A melhor forma de perceber o PRISM,
-
4:54 - 4:56porque tem havido uma certa controvérsia,
-
4:56 - 5:00é falar primeiro sobre
o que o PRISM não é. -
5:00 - 5:03Grande parte da discussão nos EUA
tem sido sobre os metadados. -
5:03 - 5:05Tem-se dito que são só metadados,
são só metadados, -
5:05 - 5:09e tem-se falado sobre
uma autoridade legal especifica -
5:09 - 5:11chamada Secção 215 da Lei Patriótica,
-
5:11 - 5:13que permite um certo tipo
de escuta sem mandato, -
5:13 - 5:16uma vigilância de massas
das chamadas telefónicas -
5:16 - 5:18de todo o país , esse tipo de coisas,
-
5:18 - 5:20— com quem estamos a falar,
-
5:20 - 5:22quando é que falamos com quem.
-
5:22 - 5:23para onde viajamos.
-
5:23 - 5:25Tudo isso são metadados.
-
5:25 - 5:29O PRISM é sobre o conteúdo.
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5:29 - 5:31É um programa através do qual o governo
-
5:31 - 5:33pode forçar o mundo empresarial americano,
-
5:33 - 5:37pode encarregar
o mundo empresarial americano -
5:37 - 5:40de fazer o trabalho sujo da NSA.
-
5:40 - 5:43E, apesar de algumas dessas empresas
terem resistido, -
5:43 - 5:45apesar de algumas delas
-
5:45 - 5:46— penso que o Yahoo foi uma delas —
-
5:46 - 5:49os terem contestado em tribunal,
todas perderam, -
5:49 - 5:52porque nunca houve
um julgamento em audiência pública. -
5:52 - 5:55Só houve julgamento em tribunal
à porta fechada. -
5:55 - 5:56E uma coisa que temos visto,
-
5:56 - 5:59uma coisa sobre o programa PRISM,
que muito me preocupa, -
5:59 - 6:02há um ponto forte do governo dos EU
-
6:02 - 6:04em que disseram que 15 juízes federais
-
6:04 - 6:07analisaram estes programas
e consideraram-nos legais, -
6:07 - 6:10mas o que não nos dizem
-
6:10 - 6:15é que são juízes secretos
num tribunal secreto -
6:15 - 6:17com base em interpretações
confidenciais da lei -
6:17 - 6:22que analisaram 34 000 pedidos de mandatos
-
6:22 - 6:24ao longo de 33 anos
-
6:24 - 6:26e, durante esses 33 anos,
-
6:26 - 6:29só rejeitaram 11 pedidos do governo.
-
6:29 - 6:32Estas não são as pessoas
que queremos que decidam -
6:32 - 6:35qual deve ser o papel
do mundo empresarial americano -
6:35 - 6:37numa Internet livre e aberta.
-
6:37 - 6:39CA: Este slide que estamos a mostrar
-
6:39 - 6:41mostra as datas
-
6:41 - 6:44em que diferentes empresas de tecnologia,
empresas de Internet, -
6:44 - 6:46alegadamente se juntaram ao programa,
-
6:46 - 6:50e onde se iniciou a colheita
de dados a partir delas. -
6:50 - 6:53Mas elas têm negado
ter colaborado com a NSA. -
6:53 - 6:59Como é que a NSA recolheu estes dados?
-
6:59 - 7:02ES: Certo. Os próprios slides da NSA
-
7:02 - 7:04referem-se a elas como um acesso direto.
-
7:04 - 7:07O que isso significa
para um analista da NSA, -
7:07 - 7:10alguém como eu, que estava a trabalhar
como analista de informações -
7:10 - 7:13à procura de piratas cibernéticos chineses,
-
7:13 - 7:15coisas desse tipo, no Havaí,
-
7:15 - 7:17é que a origem dessas informações
-
7:17 - 7:19vem diretamente dos seus servidores.
-
7:19 - 7:21Isso não significa
-
7:21 - 7:24que exista um grupo
de representantes de empresas -
7:24 - 7:26sentados numa sala cheia de fumo,
-
7:26 - 7:29com a NSA por detrás,
a fazer acordos de bastidores -
7:29 - 7:31sobre como irão passar essas informações.
-
7:31 - 7:33Cada empresa lida com isto
de modos diferentes. -
7:33 - 7:36Algumas são responsáveis.
Outras são menos responsáveis. -
7:36 - 7:38Mas o fundamental é que, quando falamos
-
7:38 - 7:42sobre a forma como esta informação
é passada, -
7:42 - 7:45está a vir dessas empresas.
-
7:45 - 7:46Não é roubada nas linhas.
-
7:46 - 7:49Há uma coisa importante
que tem que ser referida aqui: -
7:49 - 7:51apesar de as empresas
terem sido pressionadas, -
7:51 - 7:53apesar de elas terem exigido,
-
7:53 - 7:55"Vamos fazer isso com um mandado de busca,
-
7:55 - 7:57"vamos fazer isso
-
7:57 - 8:00"se tivermos algum tipo de cobertura legal,
-
8:00 - 8:03"alguma base para facultar
estes dados de utilizadores". -
8:03 - 8:06Vimos artigos no Washington Post
no ano passado -
8:06 - 8:09que não foram tão bem contados
como a história do PRISM -
8:09 - 8:12que diziam que a NSA interferiu
-
8:12 - 8:14no centro de dados de comunicações
-
8:14 - 8:16entre o Google e ela própria
-
8:16 - 8:17e entre o Yahoo e ela própria.
-
8:17 - 8:21Portanto, mesmo as empresas
que estão a cooperar de forma forçada, -
8:21 - 8:23mas pelo menos dentro da legalidade,
segundo esperamos, -
8:23 - 8:25com a NSA,
-
8:25 - 8:28não satisfazem a NSA.
-
8:28 - 8:31Por causa disso, precisamos
que as nossas empresas -
8:31 - 8:33trabalhem esforçadamente
-
8:33 - 8:35para garantir que vão representar
-
8:35 - 8:37os interesses do utilizador,
-
8:37 - 8:40e defender também
os direitos dos utilizadores. -
8:40 - 8:41E eu acho que, no ano passado,
-
8:41 - 8:44pudemos ver as empresas
que estão referidas nos slides do PRISM -
8:44 - 8:46fazer grandes esforços para isso.
-
8:46 - 8:48Quero encorajá-las a continuar.
-
8:48 - 8:51CA: Que mais deveriam elas fazer?
-
8:51 - 8:54ES: A coisa mais importante
que uma empresa de Internet -
8:54 - 8:57pode fazer hoje, na América,
neste preciso momento, -
8:57 - 9:00sem ter que consultar advogados,
-
9:00 - 9:03para proteger os direitos
dos utilizadores em todo o mundo, -
9:03 - 9:08é permitir a cifragem de SSL
[Segurança de Transporte] na Internet -
9:08 - 9:10em cada página que visitamos.
-
9:10 - 9:12A razão por que isso é importante,
-
9:12 - 9:18é que hoje, se formos ver uma cópia
de "1984" em amazon.com, -
9:18 - 9:20a NSA pode ver um registo disso,
-
9:20 - 9:23os serviços de informação da Rússia
podem ver esse registo , -
9:23 - 9:26os serviços de informações da China
podem ver esse registo, -
9:26 - 9:28os serviços franceses,
os serviços alemães, -
9:28 - 9:29os serviços de Andorra,
-
9:29 - 9:32todos eles podem ver,
porque não está codificado. -
9:32 - 9:35A biblioteca mundial é a Amazon.com,
-
9:35 - 9:38mas eles não só não oferecem
uma codificação por defeito, -
9:38 - 9:41como nós não podemos
optar pela codificação -
9:41 - 9:42quando navegamos pelos livros.
-
9:42 - 9:44Isto é uma coisa que é preciso mudar,
-
9:44 - 9:46não só para a Amazon,
não são só eles, -
9:46 - 9:47mas eles são um bom exemplo.
-
9:47 - 9:49Todas as empresas precisam de mudar
-
9:49 - 9:52para uma navegação codificada por defeito
-
9:52 - 9:55para todos os utilizadores
que não desejem outra coisa, -
9:55 - 9:58ou não escolham outro método
por iniciativa própria. -
9:58 - 9:59Isso aumentará a privacidade
-
9:59 - 10:02e os direitos que as pessoas têm
a nível mundial -
10:02 - 10:04CA: Ed, venha comigo
até esta parte do palco. -
10:04 - 10:06Quero mostrar-lhe outro slide.
-
10:06 - 10:07(Aplausos)
-
10:07 - 10:10Este é um programa
chamado Boundless Infomant -
10:10 - 10:12O que é isto?
-
10:12 - 10:16ES: Tenho que reconhecer que a NSA
lhe deu um nome apropriado. -
10:16 - 10:19Este é um dos códigos da NSA que prefiro.
-
10:20 - 10:22O Boundless Infomant
-
10:22 - 10:25é um programa que a NSA
escondeu do Congresso. -
10:25 - 10:27O Congresso perguntou previamente à NSA
-
10:27 - 10:30se eles tinham alguma forma de avaliar,
-
10:30 - 10:32mesmo que aproximadamente,
-
10:32 - 10:35a quantidade de comunicações americanas
-
10:35 - 10:37que estavam a ser intercetadas.
-
10:37 - 10:39Eles disseram que não. Disseram:
-
10:39 - 10:43"Não controlamos essas estatísticas.
Não podemos controlar essas estatísticas. -
10:43 - 10:47"Não podemos dizer quantas comunicações
estamos a intercetar a nível mundial, -
10:47 - 10:50"porque dizer-vos isso
seria invadir a vossa privacidade". -
10:51 - 10:54Aprecio verdadeiramente
esse sentimento da parte deles, -
10:54 - 10:56mas, quando olhamos
para esse slide, -
10:56 - 10:58ele mostra que eles
não só têm a capacidade, -
10:58 - 11:00como essa capacidade já existe.
-
11:00 - 11:02Já está em vigor.
-
11:02 - 11:05A NSA tem o seu próprio formato
de dados internos -
11:05 - 11:09que deteta as duas extremidades
duma comunicação, -
11:09 - 11:10e, se ele diz,
-
11:10 - 11:12"Esta transmissão veio da América",
-
11:12 - 11:15podem dizer ao Congresso
quantas dessas comunicações -
11:15 - 11:17têm hoje, neste preciso momento.
-
11:17 - 11:20Mas o que o Boundless Infomant nos diz
-
11:20 - 11:23é que há mais transmissões de americanos
-
11:23 - 11:26a ser intercetadas nos EU
-
11:26 - 11:29do que acontece na Rússia,
em relação aos russos. -
11:29 - 11:32Não me parece que seja isto
o que uma agência de informações -
11:32 - 11:33devia estar a procurar.
-
11:33 - 11:36CA: Ed, houve uma notícia
divulgada no Washington Post, -
11:36 - 11:38mais uma vez a partir dos seus dados.
-
11:38 - 11:39O cabeçalho diz assim:
-
11:39 - 11:41"A NSA quebrou regras de privacidade
-
11:41 - 11:43"milhares de vezes por ano."
-
11:43 - 11:44Fale-nos sobre isso.
-
11:44 - 11:48ES: Nós também ouvimos, no ano passado,
no depoimento no Congresso, -
11:48 - 11:50uma coisa incrível para alguém como eu,
-
11:50 - 11:53que vim da NSA
e que vi os documentos internos, -
11:53 - 11:55e sabia o que havia neles,
-
11:55 - 11:58ver funcionários testemunhar sob juramento
-
11:58 - 12:00que não tinha havido abusos,
-
12:00 - 12:04e que não tinha havido violações
às regras da NSA, -
12:04 - 12:07quando sabíamos
que esta história ia aparecer. -
12:07 - 12:09Mas o que é especialmente
interessante nisto tudo, -
12:09 - 12:11sobre o facto de a NSA ter violado
-
12:11 - 12:13as suas próprias regras,
as suas próprias leis, -
12:13 - 12:16milhares de vezes num só ano,
-
12:16 - 12:18incluindo um determinado incidente,
-
12:18 - 12:23um incidente entre esses 2776,
-
12:23 - 12:26que afetou mais de 3000 pessoas.
-
12:26 - 12:28Noutro incidente,
eles intercetaram, por acaso, -
12:28 - 12:31todas as chamadas em Washington, D.C.
-
12:32 - 12:34O que é impressionante nisto tudo,
-
12:34 - 12:36nesse relatório,
que não despertou muita atenção, -
12:36 - 12:41é o facto de que não só
tinha havido 2776 violações, -
12:41 - 12:44como a presidente da Comissão
de informações do Senado , -
12:44 - 12:47Dianne Feinstein,
não tinha visto esse relatório -
12:47 - 12:50até o Washington Post a ter contactado,
-
12:50 - 12:53pedindo-lhe um comentário
sobre o relatório. -
12:53 - 12:56E só depois é que ela solicitou
uma cópia à NSA e recebeu-a, -
12:56 - 12:59mas nunca a tinha visto antes disso.
-
12:59 - 13:01O que é que isto nos revela
sobre o estado de fiscalização -
13:01 - 13:03das informações americanas,
-
13:03 - 13:06quando a presidente da Comissão
de Informações do Senado -
13:06 - 13:08não faz ideia de que as regras
estão a ser quebradas -
13:08 - 13:10milhares de vezes por ano?
-
13:10 - 13:13CA: Ed, a resposta
a todo este debate é esta: -
13:13 - 13:16Porque é que devemos preocupar-nos
-
13:16 - 13:18com toda essa vigilância, sinceramente?
-
13:18 - 13:20Quero dizer,
se não fizemos nada de errado, -
13:20 - 13:22não temos nada com que nos preocupar.
-
13:22 - 13:24Deste ponto de vista, qual é o mal?
-
13:24 - 13:26ES: Bem, a primeira coisa
-
13:26 - 13:28é que estamos a abdicar
dos nossos direitos. -
13:28 - 13:29Dizemos:
-
13:29 - 13:32"Penso que não vou precisar disso,
-
13:32 - 13:34portanto vou confiar nisso,
-
13:34 - 13:36vamos livrar-nos deles,
o resto não importa, -
13:36 - 13:38estes tipos estão
a fazer o que é preciso'. -
13:38 - 13:40Os nossos direitos são importantes
-
13:40 - 13:43porque nunca sabemos
quando vamos precisar deles. -
13:43 - 13:46Além disso, é uma parte
da nossa identidade cultural, -
13:46 - 13:47não só na América,
-
13:47 - 13:49mas nas sociedades ocidentais
-
13:49 - 13:52e nas sociedades democráticas
em todo o mundo. -
13:52 - 13:55As pessoas deviam ter a liberdade
de pegar no telefone -
13:55 - 13:56e ligar para a família,
-
13:56 - 13:58de mandar uma mensagem escrita
-
13:58 - 14:00para os seus entes queridos,
-
14:00 - 14:02As pessoas deviam poder
comprar um livro online, -
14:02 - 14:04deviam poder viajar de comboio,
-
14:04 - 14:06deviam poder comprar
uma passagem de avião -
14:06 - 14:08sem se preocuparem se essas ações
-
14:08 - 14:11vão ser examinadas
por um agente do governo, -
14:11 - 14:13possivelmente,
nem sequer do nosso governo, -
14:13 - 14:15daqui a vários anos,
-
14:15 - 14:17se elas serão mal interpretadas
-
14:17 - 14:20e o que é que vão pensar
quanto às nossas intenções. -
14:20 - 14:22Temos o direito à privacidade.
-
14:22 - 14:26Exigimos que os mandados
sejam baseados em causas prováveis -
14:26 - 14:28ou nalgum tipo de suspeita individualizada
-
14:28 - 14:32porque reconhecemos que confiar a alguém,
-
14:32 - 14:34a qualquer autoridade do governo,
-
14:34 - 14:37todas as comunicações humanas
-
14:37 - 14:40em segredo e sem fiscalização
-
14:40 - 14:43é uma tentação demasiado boa
para ser ignorada. -
14:44 - 14:47CA: Há pessoas furiosas
com o que você fez. -
14:47 - 14:50Ouvi recentemente
uma citação de Dick Cheney -
14:50 - 14:56que disse que Julian Assange
foi uma picada de mosquito -
14:56 - 14:59e que Edward Snowden é o leão
que arrancou a cabeça do cachorro. -
14:59 - 15:01Ele acha que você praticou
-
15:01 - 15:04um dos piores atos de traição
da história americana. -
15:06 - 15:08O que diria às pessoas que assim pensam?
-
15:11 - 15:13ES: Dick Cheney é realmente um cromo.
-
15:13 - 15:16(Risos)
-
15:16 - 15:18(Aplausos)
-
15:21 - 15:22Obrigado.
-
15:23 - 15:24(Risos)
-
15:26 - 15:27Acho isso espantoso porque,
-
15:27 - 15:30na altura em que Julian Assange
estava a fazer -
15:30 - 15:32um dos seus melhores trabalhos,
-
15:32 - 15:33Dick Cheney dizia
-
15:33 - 15:36que ele ia acabar com os governos
em todo o mundo, -
15:36 - 15:39que os céus iam pegar fogo
-
15:39 - 15:41e os mares iam começar a ferver,
-
15:41 - 15:43e agora anda a dizer
que é só uma picada de mosquito! -
15:43 - 15:47Devíamos desconfiar também
do mesmo tipo de afirmações pretensiosas -
15:47 - 15:50sobre os danos à segurança nacional
-
15:50 - 15:52vindas desse tipo de funcionários.
-
15:52 - 15:58Mas vamos partir do princípio que
essas pessoas acreditam mesmo nisso. -
15:58 - 16:03Eu defenderia que elas têm
um certo conceito limitado -
16:03 - 16:05quanto a segurança nacional.
-
16:05 - 16:08As prerrogativas de pessoas
como Dick Cheney -
16:08 - 16:11não tornam a nação mais segura .
-
16:11 - 16:17O interesse público não é sempre
o mesmo que o interesse nacional. -
16:17 - 16:21Entrar em guerra com pessoas
que não são nossos inimigos -
16:21 - 16:24em locais que não são uma ameaça
-
16:24 - 16:26não nos torna mais seguros,
-
16:26 - 16:29e isso tanto se aplica
ao Iraque como à Internet. -
16:29 - 16:31A Internet não é o inimigo.
-
16:31 - 16:33A nossa economia não é o inimigo.
-
16:33 - 16:36O mundo empresarial americano,
o mundo empresarial chinês, -
16:36 - 16:40e qualquer outra empresa no mundo
-
16:40 - 16:43fazem parte da nossa sociedade,
-
16:43 - 16:45fazem parte do nosso mundo interligado.
-
16:45 - 16:49Existem laços de fraternidade
que nos unem. -
16:49 - 16:52Se nós destruirmos esses laços
-
16:52 - 16:55enfraquecendo as normas, a segurança,
-
16:55 - 16:58e as formas de comportamento,
-
16:58 - 17:01que as nações e os cidadãos
do mundo inteiro -
17:01 - 17:03esperam que nós respeitemos...
-
17:03 - 17:09CA: Mas afirma-se que você "roubou"
1,7 milhões de documentos. -
17:09 - 17:11Parece que só algumas centenas deles
-
17:11 - 17:14foram transmitidos
a jornalistas até agora. -
17:14 - 17:16Há mais revelações para aparecer?
-
17:16 - 17:19ES: Realmente, existem
mais informações para aparecer. -
17:19 - 17:25Mas eu penso que não há
nenhuma questão mais importante -
17:26 - 17:30que ainda venha a aparecer.
-
17:30 - 17:33CA: Venha cá, porque quero
fazer-lhe uma pergunta -
17:33 - 17:35sobre esta revelação em especial.
-
17:35 - 17:37Venha cá e dê uma olhadela nisto.
-
17:37 - 17:41Esta é a notícia que, segundo penso,
para a maioria dos técnicos nesta sala -
17:41 - 17:43é a coisa mais chocante
-
17:43 - 17:45que eles já ouviram nos últimos meses.
-
17:45 - 17:47É sobre um programa chamado Bullrun.
-
17:47 - 17:50Pode explicar do que se trata?
-
17:51 - 17:54ES: O "Bullrun" e — mais uma vez,
-
17:54 - 17:59temos que agradecer
à NSA a sua sinceridade — -
18:00 - 18:04é um programa cujo nome corresponde
a uma batalha da Guerra Civil. -
18:04 - 18:06A contrapartida britânica
chama-se Edgehill, -
18:06 - 18:08uma batalha da guerra civil
no Reino Unido. -
18:08 - 18:10Acredito que lhe deram esse nome
-
18:10 - 18:13porque tem como alvo
a nossa própria infraestrutura. -
18:13 - 18:16São programas através dos quais a NSA
-
18:16 - 18:20engana intencionalmente
os parceiros empresariais. -
18:20 - 18:24Dizem aos parceiros empresariais
que são padrões seguros. -
18:24 - 18:26Dizem que é preciso trabalhar em conjunto
-
18:26 - 18:29para proteger os sistemas,
-
18:29 - 18:33mas, na verdade, estão a dar
um mau conselho a essas empresas, -
18:33 - 18:37o que faz com que elas enfraqueçam
a segurança dos seus serviços. -
18:37 - 18:39Estão a construir nos bastidores
-
18:39 - 18:41coisas que não é só a NSA
que pode explorar -
18:41 - 18:43mas qualquer um
que tenha tempo e dinheiro -
18:43 - 18:46para procurar e encontrar
-
18:46 - 18:48e depois pode usar para entrar
-
18:48 - 18:50no mundo das comunicações mundiais.
-
18:50 - 18:52E isso é realmente muito perigoso
-
18:52 - 18:55porque, se perdermos um único padrão,
-
18:55 - 18:59se perdermos a confiança
de uma coisa como o SSL, -
18:59 - 19:03que foi o alvo específico
do programa Bullrun, -
19:03 - 19:05passamos a viver num mundo global
menos seguro. -
19:05 - 19:07Não poderemos aceder aos nosso bancos
-
19:07 - 19:12e não poderemos aceder ao comércio
-
19:12 - 19:15sem nos preocuparmos quanto às pessoas
que fiscalizam essas informações -
19:15 - 19:17ou que as subvertem
para os seus próprios fins. -
19:17 - 19:22CA: E essas decisões também
podem abrir a América -
19:22 - 19:26a ataques cibernéticos de outras origens?
-
19:28 - 19:30ES: Com toda a certeza.
-
19:30 - 19:35Um dos problemas,
uma das heranças perigosas -
19:35 - 19:38que temos visto na era pós 11/Set ,
-
19:38 - 19:42é que a NSA costuma usar dois chapéus.
-
19:42 - 19:45Tem sido responsável
pelas operações ofensivas, -
19:45 - 19:46ou seja a pirataria,
-
19:46 - 19:49mas também tem sido responsável
pelas operações defensivas, -
19:49 - 19:52e habitualmente tem dado sempre prioridade
à defesa sobre o ataque, -
19:52 - 19:53baseando-se no princípio
-
19:53 - 19:57de que os segredos americanos
valem mais, pura e simplesmente. -
19:57 - 19:58Se nós piratearmos uma empresa chinesa
-
19:58 - 20:00e roubarmos os seus segredos,
-
20:00 - 20:03se piratearmos um gabinete
governamental em Berlim -
20:03 - 20:04e roubarmos os seus segredos,
-
20:04 - 20:08isso tem menos valor para o povo americano
-
20:08 - 20:10do que ter a garantia de que os chineses
-
20:10 - 20:13não podem ter acesso aos nossos segredos.
-
20:13 - 20:16Por isso, ao reduzir
a segurança das nossas comunicações, -
20:16 - 20:19não só estão a colocar em risco o mundo,
-
20:19 - 20:21como estão a colocar em risco a América,
-
20:21 - 20:24porque a propriedade intelectual é a base,
-
20:24 - 20:25é o principio da nossa economia.
-
20:25 - 20:28Se a pusermos em risco através
do enfraquecimento da segurança, -
20:28 - 20:30vamos pagar por isso durante muitos anos.
-
20:30 - 20:34CA: Mas eles fizeram um cálculo
de que valia a pena fazer isso -
20:34 - 20:37para a defesa da América
contra o terrorismo. -
20:37 - 20:39Sem dúvida que isso é um preço
que vale a pena pagar. -
20:40 - 20:44ES: Bem, quando olhamos para os resultados
-
20:44 - 20:47desses programas
para acabar com o terrorismo, -
20:47 - 20:50vemos que eles não têm fundamento,
-
20:50 - 20:52e não precisam de acreditar
na minha palavra -
20:52 - 20:56porque tivemos
a primeira audiência aberta, -
20:56 - 20:58o primeiro tribunal federal
que analisou isso, -
20:58 - 21:01fora dos acordos secretos,
-
21:01 - 21:03que classificou esses programas
de orwellianos -
21:03 - 21:05e provavelmente inconstitucionais.
-
21:05 - 21:09O Congresso, que acabou por ser informado
sobre essas coisas -
21:09 - 21:12— e agora deseja continuar a ser —
-
21:12 - 21:15produziu projetos de lei
para reformar isso. -
21:15 - 21:17Dois painéis independentes da Casa Branca,
-
21:17 - 21:20que verificaram
todas as provas confidenciais, -
21:20 - 21:22disseram que esses programas
nunca impediram -
21:22 - 21:24um único ataque terrorista
-
21:24 - 21:27que estivesse prestes a acontecer
nos Estados Unidos. -
21:27 - 21:30Então, é realmente o terrorismo
que estamos a evitar? -
21:31 - 21:33Esses programas têm algum valor?
-
21:33 - 21:36Eu digo que não, e os três ramos
do governo americano -
21:36 - 21:38também dizem que não.
-
21:38 - 21:41CA: Você acha que eles têm
uma motivação mais profunda -
21:41 - 21:43do que a guerra contra o terrorismo?
-
21:43 - 21:45ES: Desculpe, não ouvi,
pode repetir? -
21:45 - 21:48CA: Desculpe. Pensa que eles têm
uma motivação mais profunda -
21:48 - 21:51do que a guerra contra o terrorismo?
-
21:51 - 21:54ES: Sim. O ponto de partida
é que o terrorismo -
21:54 - 21:57tem sido sempre o que nós,
no mundo das informações, -
21:57 - 21:59chamamos uma "cobertura para a ação".
-
21:59 - 22:03O terrorismo é uma coisa
que provoca uma resposta emocional -
22:03 - 22:06que permite que as pessoas
racionalizem a autorização -
22:06 - 22:08de poderes e programas
-
22:08 - 22:10que não concederiam de outro modo,
-
22:10 - 22:14programas do tipo
do Bullrun e do Edgehill. -
22:14 - 22:16A NSA pediu esses poderes
nos anos 90. -
22:17 - 22:20Pediram ao FBI para ir ao Congresso
e defender a ideia. -
22:20 - 22:22O FBI foi a Congresso e defendeu a ideia,
-
22:22 - 22:24mas o Congresso e o povo americano
disseram que não. -
22:24 - 22:27Disseram que não compensava
o risco para a economia. -
22:27 - 22:29Disseram que os prejuízos para a sociedade
-
22:29 - 22:32eram demasiado grandes
para justificar os ganhos . -
22:32 - 22:36Mas o que vimos na era pós 11/Set
-
22:36 - 22:39foi que usaram o sigilo
e usaram a justificação do terrorismo -
22:39 - 22:41para iniciar esses programas em segredo
-
22:41 - 22:43sem solicitar autorização do Congresso,
-
22:43 - 22:45sem perguntar ao povo americano.
-
22:45 - 22:48É contra este tipo
de governo de bastidores -
22:48 - 22:50que nós precisamos de lutar,
-
22:50 - 22:52porque diminui a nossa segurança
-
22:52 - 22:53e não oferece nenhum valor em troca.
-
22:53 - 22:55CA: Ok, venha aqui por um segundo
-
22:55 - 22:57porque tenho uma pergunta
mais pessoal para si, -
22:57 - 22:59falando de terrorismo.
-
23:00 - 23:04A maioria das pessoas acharia a situação
em que você se encontra agora, -
23:04 - 23:07na Rússia, bastante assustadora.
-
23:07 - 23:11Obviamente você soube o que aconteceu,
-
23:11 - 23:13qual o tratamento
que teve Bradley Manning , -
23:13 - 23:16que agora se chama Chelsea Manning,
-
23:16 - 23:18e há um artigo no Buzzfeed que diz
-
23:18 - 23:20que há pessoas
na comunidade das informações -
23:20 - 23:22que querem vê-lo morto.
-
23:22 - 23:24Como é que encara isso?
-
23:24 - 23:26Como é que se está a dar com o medo?
-
23:26 - 23:29ES: Não é nenhum mistério
-
23:29 - 23:32que há governos por aí
que querem ver-me morto. -
23:34 - 23:38Eu deixei claro, vezes sem conta,
-
23:38 - 23:41que adormeço todos os dias
-
23:41 - 23:44a pensar no que é que posso fazer
pelo povo americano. -
23:46 - 23:49Não quero prejudicar o meu governo.
-
23:49 - 23:51Quero ajudar o meu governo.
-
23:53 - 23:56Mas o facto de eles estarem dispostos
-
23:56 - 23:58a ignorar totalmente
os procedimentos devidos, -
23:58 - 24:01de estarem dispostos a declarar-me culpado
-
24:01 - 24:04sem sequer existir um julgamento,
-
24:04 - 24:07são coisas contra as quais temos que lutar
-
24:07 - 24:11enquanto sociedade, e dizer
"isso não é apropriado". -
24:11 - 24:13Não devíamos ameaçar dissidentes.
-
24:13 - 24:15Não devíamos criminalizar o jornalismo.
-
24:15 - 24:18E tudo o que eu puder fazer
para acabar com isso, -
24:18 - 24:21fá-lo-ei com todo o gosto,
apesar dos riscos. -
24:21 - 24:24CA: Gostava de obter algum feedback
desta audiência -
24:24 - 24:27porque sei que há reações muito diversas
-
24:27 - 24:28em relação a Edward Snowden.
-
24:28 - 24:31Suponham que têm
as duas opções seguintes, ok? -
24:31 - 24:34Consideram o que ele fez
-
24:34 - 24:36como um ato que, essencialmente,
-
24:36 - 24:39pôs em perigo a América
-
24:39 - 24:42ou consideram-no como um ato
essencialmente heroico -
24:42 - 24:46que pode ajudar a América e o bem mundial
-
24:46 - 24:47a longo prazo?
-
24:47 - 24:50São as duas opções que vos dou.
-
24:50 - 24:53Tenho curiosidade em ver
quem está disposto a votar -
24:53 - 24:54pela primeira,
-
24:54 - 24:57ou seja, que é um ato irrefletido?
-
24:58 - 24:59Há algumas mãos no ar.
-
24:59 - 25:00Algumas mãos no ar.
-
25:00 - 25:02É difícil pôr a mão no ar
-
25:02 - 25:04quando o homem está mesmo
aqui à nossa frente, -
25:04 - 25:06mas eu estou a vê-las.
-
25:06 - 25:08ES: Eu também vejo.
-
25:08 - 25:10CA: E quem está a favor da segunda opção,
-
25:10 - 25:12ou seja, um ato essencialmente heroico?
-
25:12 - 25:14(Aplausos)
-
25:14 - 25:17Penso que é correto dizer
que há muitas pessoas -
25:17 - 25:19que não levantaram a mão.
-
25:19 - 25:21Acho que ainda estão a pensar
-
25:21 - 25:24porque me parece que o debate à sua volta
-
25:24 - 25:28não se divide de acordo com
as tradicionais linhas políticas. -
25:28 - 25:30Não é uma questão
de esquerda ou de direita, -
25:30 - 25:34não se trata de ser pró-governo,
libertário, ou não. -
25:34 - 25:37Parte dela é quase uma questão geracional.
-
25:37 - 25:38Fazemos parte de uma geração
-
25:38 - 25:41que cresceu com a Internet,
-
25:41 - 25:44e parece que nos ofendemos
a um nível quase visceral -
25:44 - 25:46quando vemos fazer qualquer coisa
-
25:46 - 25:48que achamos vai prejudicar a Internet.
-
25:48 - 25:50Haverá nisto alguma verdade?
-
25:52 - 25:57ES: Há. Acho que é verdade.
-
25:57 - 26:00Isto não é uma questão
de esquerda ou de direita. -
26:00 - 26:02As nossas liberdades básicas
— e quando digo nossas, -
26:02 - 26:04não me refiro apenas aos americanos,
-
26:04 - 26:06refiro-me a todas as pessoas no mundo —
-
26:06 - 26:08não são uma questão partidária.
-
26:08 - 26:10São coisas em que toda a gente acredita,
-
26:10 - 26:13e cabe-nos a todos nós protegê-las,
-
26:13 - 26:16e às pessoas que viram e beneficiaram
-
26:16 - 26:18de uma Internet livre e aberta.
-
26:18 - 26:21Cabe-nos a nós preservar essa liberdade,
-
26:21 - 26:23para que a próxima geração dela beneficie.
-
26:23 - 26:24E se não mudarmos as coisas,
-
26:24 - 26:28se não nos erguermos
para fazer as mudanças -
26:28 - 26:31que é preciso fazer
para manter uma Internet segura, -
26:31 - 26:33não apenas para nós,
mas para toda a gente, -
26:33 - 26:35vamos perder isso.
-
26:35 - 26:36Seria uma perda terrível,
-
26:36 - 26:39não só para nós, mas para o mundo inteiro.
-
26:39 - 26:41CA: Bem, há pouco tempo
ouvi um palavreado semelhante -
26:41 - 26:43ao fundador da wide web mundial,
-
26:43 - 26:47que, segundo penso, está aqui presente:
Sir Tim Berners-Lee. -
26:47 - 26:50Tim, quer vir aqui e dizer
-
26:50 - 26:52— arranjam um microfone para Tim?
-
26:52 - 26:54(Aplausos)
-
26:54 - 26:58Tim, prazer em vê-lo. Venha cá acima.
-
27:01 - 27:04A propósito, em que campo se situa,
traidor, herói? -
27:05 - 27:07Eu tenho uma teoria, mas...
-
27:07 - 27:09Tim Berners-Lee: Podia dar uma resposta
-
27:09 - 27:12muito mais longa, mas... "herói",
-
27:12 - 27:16já que sou obrigado
a escolher entre as duas. -
27:16 - 27:19CA: Ed, acho que leu
-
27:19 - 27:21a proposta de que Sir Tim falou
-
27:21 - 27:24sobre uma nova Magna Carta
para recuperar a Internet. -
27:24 - 27:26Acha que é uma coisa que faz sentido?
-
27:26 - 27:29ES: Obviamente. A minha geração...
-
27:29 - 27:33Eu não cresci a pensar na Internet,
-
27:33 - 27:34eu cresci dentro da Internet
-
27:34 - 27:40e, embora não estivesse à espera
de ter a hipótese -
27:40 - 27:45de defendê-la
de modo tão direto e prático -
27:45 - 27:51e corporizá-la deste modo invulgar,
quase avatar, -
27:51 - 27:53acho que há algo de poético no facto
-
27:53 - 27:56de um dos filhos da Internet
-
27:56 - 27:59se ter tornado íntimo da Internet
-
27:59 - 28:01em consequência da sua expressão política.
-
28:01 - 28:05E acho que uma Magna Carta para a Internet
-
28:05 - 28:07é exatamente aquilo de que precisamos.
-
28:07 - 28:10Precisamos de um código
para os nossos valores -
28:10 - 28:13não apenas por escrito
mas inserido na estrutura da Internet, -
28:13 - 28:16e é uma coisa que desejo.
-
28:16 - 28:18Convido toda a audiência,
-
28:18 - 28:22não apenas aqui em Vancouver,
mas em todo o mundo, -
28:22 - 28:24a aderir e a participar.
-
28:24 - 28:26CA: Tem alguma pergunta a fazer a Ed?
-
28:26 - 28:29TBL: Duas perguntas,
uma pergunta de ordem geral... -
28:29 - 28:32CA: Ed, ainda está a ouvir-nos?
-
28:32 - 28:34ES: Estou, estou a ouvir.
CA: Oh, já voltou. -
28:34 - 28:36TBL: A escuta na sua linha
-
28:36 - 28:38teve uma pequena interferência
por momentos. -
28:38 - 28:39(Risos)
-
28:39 - 28:42ES: É um pouco problemático com a NSA.
-
28:42 - 28:46TBL: Ao longo destes 25 anos,
-
28:46 - 28:49olhando para trás e refletindo,
-
28:49 - 28:53o que é que acha que será o melhor
que podemos conseguir -
28:53 - 28:55de todos os debates que temos tido
-
28:55 - 28:58sobre a web que queremos?
-
28:58 - 29:03ES: Se pensarmos até onde podemos chegar,
-
29:04 - 29:07penso que é uma questão
que só está limitada -
29:07 - 29:09pelo que estamos dispostos a aceitar.
-
29:09 - 29:12Penso que a Internet
de que beneficiámos no passado -
29:12 - 29:17é exatamente aquilo de que precisamos,
-
29:17 - 29:20não só enquanto nação,
mas para as pessoas do mundo inteiro. -
29:21 - 29:25E, cooperando, envolvendo
-
29:25 - 29:27não só as partes técnicas da sociedade
-
29:27 - 29:29mas, como você disse, os utilizadores.
-
29:29 - 29:32as pessoas do mundo inteiro que contribuem
-
29:32 - 29:34através da Internet, através
das redes sociais, -
29:34 - 29:36as que apenas verificam o tempo,
-
29:36 - 29:39as que confiam nela todos os dias,
como fazendo parte da sua vida, -
29:39 - 29:40para defender isso.
-
29:42 - 29:44Não só obteremos a Internet que tínhamos,
-
29:44 - 29:46mas uma Internet melhor, ainda melhor,
-
29:46 - 29:50uma coisa que podemos usar
para construir um futuro -
29:50 - 29:54que será melhor não apenas
do que esperávamos -
29:54 - 29:56mas melhor do que podíamos imaginar.
-
29:56 - 30:00CA: Há 30 anos
que foi fundada a TED, em 1984. -
30:01 - 30:04Desde então tem havido muitas conversas
-
30:04 - 30:07sempre orientadas na linha de que
George Orwell afinal estava errado. -
30:07 - 30:09Não é o Big Brother que nos está a vigiar.
-
30:09 - 30:12Somos nós, pelo poder da web
e da transparência, -
30:12 - 30:13que estamos a vigiar o Big Brother.
-
30:13 - 30:15As suas revelações foram como uma estaca
-
30:15 - 30:19cravada no coração
dessa perspetiva bastante otimista, -
30:19 - 30:24mas você ainda acredita
que há forma de fazer algo sobre isso. -
30:24 - 30:26E você também.
-
30:26 - 30:32ES: Certo, há que reconhecer
-
30:32 - 30:35que os poderes do Big Brother
aumentaram imenso. -
30:36 - 30:40Apareceu recentemente
um artigo em Yale -
30:40 - 30:44que estabeleceu uma coisa chamada
o Princípio de Bankston-Soltani, -
30:44 - 30:49que diz que a nossa expetativa
de privacidade é violada -
30:49 - 30:51quando a capacidade
de vigilância do governo -
30:51 - 30:54se torna inferior numa ordem de grandeza,
-
30:54 - 30:58e, cada vez que isso acontece,
precisamos de rever e de reequilibrar -
30:58 - 31:00os nossos direitos de privacidade.
-
31:00 - 31:02Ora, isso não tem acontecido
-
31:02 - 31:04desde que os poderes
de vigilância do governo -
31:04 - 31:07aumentaram vários graus de grandeza,
-
31:07 - 31:10e é por isso que nos deparamos
agora com este problema -
31:10 - 31:14mas ainda há esperança,
-
31:14 - 31:16porque o poder dos indivíduos
-
31:16 - 31:18também tem aumentado
através da tecnologia. -
31:18 - 31:20Eu sou uma prova viva
-
31:20 - 31:23de que um indivíduo pode erguer-se
em pé de igualdade -
31:23 - 31:25contra os adversários mais poderosos
-
31:25 - 31:28e contra as mais poderosas
organizações de informações -
31:28 - 31:31em todo o mundo, e ganhar.
-
31:31 - 31:33E penso que isso é uma coisa
-
31:33 - 31:35que nos permite ter esperança
-
31:35 - 31:36Precisamos de construi-la
-
31:36 - 31:39para torná-la acessível,
não apenas aos especialistas técnicos, -
31:39 - 31:41mas ao cidadão ordinário no mundo inteiro.
-
31:41 - 31:43O jornalismo não é um crime,
-
31:43 - 31:45a comunicação não é um crime,
-
31:45 - 31:48e não devemos ser vigiados
nas nossas atividades quotidianas. -
31:48 - 31:50CA: Não sei muito bem
como se aperta a mão a um robô. -
31:50 - 31:53mas julgo que a mão está aqui.
-
31:53 - 31:55TBL: Em breve aparecerá.
-
31:56 - 31:57ES: Foi um prazer conhecê-los,
-
31:57 - 31:59e espero que a minha imagem seja tão boa
-
31:59 - 32:01como a que eu tenho de todos vós.
-
32:01 - 32:03CA: Obrigado, Tim.
-
32:04 - 32:07(Aplausos)
-
32:10 - 32:14O New York Times recentemente
pediu uma amnistia para si. -
32:14 - 32:17Gostaria de ter hipótese
de voltar à América? -
32:18 - 32:22ES: Claro. Na verdade não há dúvida
-
32:22 - 32:27de que os princípios
que estiveram na base deste projeto -
32:27 - 32:30foram do interesse público
-
32:31 - 32:34e dos princípios subjacentes
-
32:34 - 32:38à instituição jornalística
nos Estados Unidos -
32:38 - 32:40e em todo o mundo,
-
32:40 - 32:45e penso que, se a imprensa
anda agora a dizer, -
32:45 - 32:47"apoiamos isso",
-
32:47 - 32:49é uma coisa que precisava de acontecer,
-
32:49 - 32:52é um argumento poderoso,
mas não é o argumento final. -
32:52 - 32:54Penso que é uma coisa
que deve ser o público a decidir. -
32:54 - 32:57Mas, ao mesmo tempo,
-
32:57 - 32:59o governo deu a entender
que quer uma espécie de acordo, -
32:59 - 33:02quer que eu comprometa
-
33:02 - 33:04os jornalistas com quem
tenho estado a trabalhar, -
33:04 - 33:06para poder voltar.
-
33:06 - 33:08Quero deixar muito claro
-
33:08 - 33:10que não fiz isto para ficar em segurança.
-
33:10 - 33:13Fiz isto para fazer o que estava certo,
-
33:13 - 33:16e não vou parar com o meu trabalho
do interesse do público -
33:16 - 33:19só para tirar daí benefícios.
-
33:19 - 33:23(Aplausos)
-
33:26 - 33:30CA: Entretanto, graças à Internet
e a esta tecnologia, -
33:30 - 33:33você voltou aqui, à América do Norte,
-
33:33 - 33:36não propriamente aos EUA,
mas ao Canadá, sob esta forma. -
33:36 - 33:39Sinto curiosidade, qual é a sensação?
-
33:41 - 33:43ES: O Canadá é diferente
do que eu esperava. -
33:43 - 33:45É muito mais quente.
-
33:45 - 33:48(Risos)
-
33:51 - 33:54CA: No TED, a missão é
"ideias que vale a pena espalhar". -
33:54 - 33:57Se conseguisse resumir isso
numa única ideia, -
33:57 - 34:01qual é a sua ideia que vale a pena
espalhar neste preciso momento? -
34:03 - 34:06ES: Diria que o ano passado
foi uma chamada de atenção -
34:06 - 34:10para o facto de a democracia
poder morrer por detrás de portas fechadas, -
34:10 - 34:12mas nós, enquanto indivíduos, nascemos
-
34:12 - 34:15por detrás dessas mesmas portas fechadas,
-
34:15 - 34:18e não temos que abdicar
da nossa privacidade -
34:18 - 34:20para termos um bom governo.
-
34:20 - 34:23Não temos que abdicar da nossa liberdade
-
34:23 - 34:24para ter segurança.
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34:24 - 34:27E penso que, trabalhando em conjunto,
-
34:27 - 34:29podemos ter um governo aberto
-
34:29 - 34:31mas também vidas privadas.
-
34:31 - 34:33E espero poder trabalhar com toda a gente
-
34:33 - 34:35em todo o mundo para ver isso acontecer.
-
34:35 - 34:37Muito obrigado.
-
34:37 - 34:39CA: Ed, obrigado.
-
34:39 - 34:42(Aplausos)
- Title:
- Eis como reconquistamos a Internet
- Speaker:
- Edward Snowden
- Description:
-
Aparecendo através de um robô de telepresença, Edward Snowden fala em TED2014 sobre a vigilância e a liberdade na Internet. O direito à privacidade dos dados, sugere ele, não é uma questão partidária, mas exige que se repense fundamentalmente o papel da Internet nas nossas vidas - e as leis que a protegem. "Os nossos direitos são importantes", diz, "porque nunca sabemos quando vamos precisar deles". Chris Anderson é o entrevistador, com o convidado especial, Tim Berners-Lee.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 35:17
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