Como ensinei ratos a farejar minas terrestres | Bart Weetjens | TEDxRotterdam
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0:29 - 0:32Venho aqui hoje partilhar convosco
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0:32 - 0:34um percurso extraordinário,
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0:34 - 0:36extraordinariamente gratificante,
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0:37 - 0:41que me levou a treinar ratos
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0:41 - 0:43para salvar vidas humanas
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0:43 - 0:45ao detetarem minas terrestres
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0:45 - 0:47e tuberculose.
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0:49 - 0:53Em criança, eu tinha duas paixões.
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0:53 - 0:56Uma era uma paixão por roedores.
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0:56 - 0:58Tinha todo o tipo de roedores,
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0:58 - 1:00ratos, hamsters,
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1:00 - 1:02gerbos, esquilos, etc.
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1:02 - 1:05Criava-os e vendia-os
a lojas de animais de estimação. -
1:05 - 1:07(Risos)
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1:07 - 1:09Também tinha uma paixão por África.
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1:09 - 1:12Como cresci num ambiente multicultural,
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1:12 - 1:14tinha estudantes africanos lá em casa
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1:14 - 1:16e aprendia com as histórias deles,
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1:17 - 1:20de origens muito diferentes,
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1:22 - 1:25a dependência
dos conhecimentos importados, -
1:26 - 1:28os bens, os serviços,
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1:30 - 1:32a exuberante diversidade cultural.
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1:32 - 1:35Achava África fascinante.
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1:36 - 1:38Especialmente, a falta de recursos,
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1:38 - 1:40ou melhor dizendo, a sua má gestão,
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1:40 - 1:43a dependência
dos bens ocidentais e tudo isso. -
1:44 - 1:48Na verdade, o que nos torna
diferentes deles, em África -
1:48 - 1:51— eu vivo nas terras baixas.
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1:52 - 1:54As possibilidades que eu tinha
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1:54 - 1:56e as possibilidades que eles tinham
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1:56 - 1:58e o grande contraste entre elas.
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2:01 - 2:03Vim a ser engenheiro industrial,
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2:03 - 2:06engenheiro
em desenvolvimento de produtos -
2:06 - 2:09e concentrei-me nas adequadas
tecnologias de deteção, -
2:09 - 2:11as primeiras tecnologias adequadas
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2:11 - 2:13para países em desenvolvimento.
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2:13 - 2:15Comecei a trabalhar na indústria
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2:15 - 2:18mas não me sentia bem em contribuir
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2:18 - 2:21para uma sociedade de consumo de materiais
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2:21 - 2:25de um modo linear
de extração e manufatura. -
2:26 - 2:29Deixei o emprego para me concentrar
no real problema mundial: -
2:29 - 2:30as minas terrestres.
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2:31 - 2:33Estamos a falar de 1995.
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2:34 - 2:36A princesa Diana está a anunciar na TV
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2:36 - 2:39que as minas terrestres formam
uma barreira estrutural -
2:39 - 2:42a qualquer desenvolvimento,
o que é verdade. -
2:42 - 2:44Enquanto essas minas lá estiverem
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2:44 - 2:46ou haja suspeita de mina terrestres,
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2:46 - 2:48não podemos entrar no terreno.
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2:51 - 2:54Houve um apelo, a nível mundial
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2:54 - 2:56para novos detetores
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2:56 - 2:59sustentáveis nos ambientes
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2:59 - 3:01onde eram necessários,
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3:01 - 3:03o que ocorria sobretudo
no mundo em desenvolvimento. -
3:05 - 3:07Escolhemos os ratos.
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3:11 - 3:13Porque é que escolhemos os ratos?
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3:13 - 3:15Eles não são nocivos?
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3:15 - 3:16Bom, realmente,
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3:16 - 3:19ao contrário do que a maioria
das pessoas pensa, -
3:19 - 3:26os ratos são criaturas sensíveis,
profundamente sociais, -
3:26 - 3:30Este é o nosso produto
— o que veem aqui. -
3:30 - 3:34Há aqui algures um alvo.
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3:39 - 3:41Vemos um operador,
um africano treinado -
3:41 - 3:43com o rato à sua frente
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3:43 - 3:47que percorre o terreno
à esquerda e à direita. -
3:47 - 3:50Ali, o animal encontra uma mina,
arranha o solo. -
3:51 - 3:54O animal volta atrás
para uma recompensa alimentar. -
3:54 - 3:56Muito simples.
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3:56 - 3:58Muito sustentável no ambiente.
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3:59 - 4:02Aqui, o animal recebe
a recompensa alimentar. -
4:04 - 4:06É assim que funciona.
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4:06 - 4:07Muito simples.
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4:08 - 4:10Porque é que usamos ratos?
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4:11 - 4:15Porque, apesar de serem
sociáveis e inteligentes, -
4:15 - 4:19para muitos de nós são um animal
com quem não queremos nada. -
4:19 - 4:22Mas os ratos têm sido usados
desde os anos 50 do século passado, -
4:22 - 4:25em todos os tipos de experiências.
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4:28 - 4:32Os ratos têm mais material genético
atribuído ao olfato -
4:32 - 4:35do que qualquer outra espécie mamífera.
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4:35 - 4:38São extremamente sensíveis aos cheiros.
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4:38 - 4:41Além do mais, têm os mecanismos
para mapear todos esses cheiros -
4:41 - 4:43e comunicá-los.
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4:44 - 4:46Como é que comunicamos com ratos?
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4:46 - 4:49Bom, não falamos língua de rato,
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4:49 - 4:51mas temos um dispositivo
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4:51 - 4:53um método padrão para treinar o animal
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4:53 - 4:55que vemos ali.
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4:56 - 4:59Um dispositivo, que emite
um determinado som -
4:59 - 5:02com o qual podemos reforçar
determinados comportamentos. -
5:02 - 5:05Primeiro, associamos esse som
a uma recompensa alimentar -
5:05 - 5:08que é uma banana esmagada
com amendoins, dentro duma seringa. -
5:10 - 5:12Quando o animal
ouve o clique-comida, -
5:12 - 5:14clique-comida, clique-comida
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5:14 - 5:16— portanto, clique é comida —
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5:16 - 5:18levamo-lo numa gaiola com um buraco
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5:18 - 5:22e o animal aprende
a meter o focinho no buraco -
5:22 - 5:24por baixo do qual
colocamos um cheiro alvo, -
5:24 - 5:26durante cinco segundos,
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5:26 - 5:29o que é muito tempo para um rato.
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5:30 - 5:33Depois de o animal saber isto,
tornamos a tarefa mais difícil. -
5:33 - 5:36Ele aprende a procurar o cheiro alvo
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5:36 - 5:41numa gaiola com vários buracos,
até ao máximo de 10. -
5:41 - 5:45Depois, o animal aprende a andar
com uma trela ao ar livre -
5:45 - 5:47e a procurar alvos.
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5:47 - 5:49Na fase seguinte, os animais aprendem
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5:49 - 5:52a encontrar minas reais,
em campos de minas reais. -
5:54 - 5:58Depois de fazerem isso com eficácia,
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5:59 - 6:01têm de se qualificar.
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6:02 - 6:04São testados e credenciados,
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6:04 - 6:07segundo os Padrões Internacionais
de Intervenção de Minas, -
6:07 - 6:10tal como os cães
que têm de passar um teste. -
6:10 - 6:12Este consiste em 400 metros quadrados.
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6:12 - 6:15Há uma série de minas,
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6:15 - 6:17colocadas escondidas ao acaso
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6:17 - 6:20e a equipa do treinador e o seu rato
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6:20 - 6:24têm de encontrar todos os alvos.
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6:25 - 6:28Se o animal conseguir,
recebe uma certidão -
6:28 - 6:30enquanto animal credenciado
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6:30 - 6:32para poder funcionar no terreno
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6:32 - 6:35— aliás, tal como os cães.
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6:35 - 6:37Talvez com uma pequena diferença:
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6:37 - 6:38podemos treinar ratos
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6:38 - 6:41por um quinto do preço
do treino de um cão. -
6:43 - 6:46Esta é a nossa equipa em Moçambique:
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6:46 - 6:48um treinador da Tanzânia
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6:48 - 6:52que transfere as competências
para estes três moçambicanos. -
6:53 - 6:56Deviam ver o orgulho
nos olhos destas pessoas. -
6:56 - 6:58Têm uma competência,
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6:58 - 7:00o que os torna muito menos dependentes
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7:00 - 7:02da ajuda estrangeira.
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7:03 - 7:06Além do mais,
uma pequena equipa com um rato -
7:06 - 7:08como estas quatro pessoas que vemos aqui
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7:08 - 7:11podem realizar uma grande operação
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7:11 - 7:15e aumentar grandemente o resultado
da operação de deteção de minas. -
7:15 - 7:17Esta pequena equipa
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7:17 - 7:20precisa, obviamente,
de veículos pesados -
7:20 - 7:23e do manual de deteção de minas.
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7:23 - 7:27Mas com um pequeno investimento
na capacidade de um rato, -
7:28 - 7:30demonstrámos em Moçambique
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7:30 - 7:34que podemos reduzir o custo-preço
por metro quadrado -
7:34 - 7:39em mais de 60% do que é
atualmente normal -
7:39 - 7:41— dois dólares por metro quadrado.
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7:41 - 7:43Nós fazemo-lo por 1,18 dólares
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7:43 - 7:44e ainda podemos baixar esse preço.
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7:44 - 7:46É uma questão de escala.
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7:46 - 7:49Se trouxermos mais ratos
podemos aumentar os resultados. -
7:53 - 7:56Temos um local de demonstrações
em Moçambique, -
7:56 - 7:59Onze governos africanos
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7:59 - 8:02concluíram que podem ficar
menos dependentes -
8:02 - 8:03usando esta tecnologia.
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8:03 - 8:05Assinaram o pacto
para a paz e um tratado -
8:05 - 8:08na região dos Grandes Lagos
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8:09 - 8:12e recomendam os ratos heróis
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8:12 - 8:15para limpar as fronteiras comuns
de minas terrestres. -
8:17 - 8:19Fora do continente africano,
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8:19 - 8:22os colombianos começaram
agora o programa com ratos -
8:22 - 8:25e recentemente recebemos
um subsídio para a Tailândia e o Camboja. -
8:25 - 8:28Precisamos de um subsídio
correspondente para isso. -
8:28 - 8:31Mas agora vou falar
dum problema muito diferente. -
8:31 - 8:34Vou falar nele durante os últimos minutos.
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8:35 - 8:38A nível mundial, houve cerca
de 6000 pessoas, no ano passado, -
8:38 - 8:40que pisaram uma mina terrestre.
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8:40 - 8:42Mas, a nível mundial, no ano passado,
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8:42 - 8:44morreram quase 1,9 milhões
de pessoas de tuberculose, -
8:44 - 8:47como primeira causa de infeção.
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8:48 - 8:49Especialmente em África,
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8:49 - 8:53onde a tuberculose e o VIH
estão profundamente ligados, -
8:53 - 8:56há um enorme problema comum.
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8:57 - 9:00A microscopia, o procedimento
standard da OMS, -
9:01 - 9:04tem uma fiabilidade de 40 a 60%.
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9:05 - 9:07Na Tanzânia — os números não mentem —
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9:07 - 9:11só 45% das pessoas
— doentes com tuberculose — -
9:11 - 9:14são diagnosticadas com tuberculose,
antes de morrerem. -
9:14 - 9:17Ou seja, quem tem tuberculose
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9:17 - 9:20tem mais hipótese de ela
não ser detetada, -
9:20 - 9:24mas morrerá de tuberculose,
de infeções secundárias, etc. -
9:27 - 9:30Se, no entanto, for detetada muito cedo,
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9:30 - 9:32se for diagnosticada muito cedo,
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9:32 - 9:33pode começar-se com o tratamento,
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9:33 - 9:36e, mesmo nos VIH positivos, vale a pena.
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9:36 - 9:38Podemos curar a tuberculose,
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9:38 - 9:40mesmo em VIH positivos.
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9:41 - 9:45Ora bem, na nossa língua, o holandês,
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9:47 - 9:49o nome para a tuberculose é "tering",
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9:50 - 9:53o que, etimologicamente,
se refere ao cheiro do alcatrão. -
9:54 - 9:56Já os antigos chineses
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9:56 - 9:59e os gregos antigos — Hipócrates —
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9:59 - 10:02tinham publicado, documentado,
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10:02 - 10:05que a tuberculose
podia ser diagnosticada -
10:05 - 10:08com base nos voláteis
expelidos pelos doentes. -
10:09 - 10:12Por isso, colhemos umas amostras
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10:12 - 10:13— uma forma de testar —
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10:13 - 10:15nos hospitais,
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10:15 - 10:17treinámos os ratos com elas
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10:19 - 10:21e observámos se funcionava.
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10:21 - 10:24Imaginem, atingimos 89% de sensibilidade.
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10:24 - 10:26Uma especificidade de 86%,
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10:26 - 10:29usando múltiplos ratos, em fila.
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10:29 - 10:31Funciona deste modo.
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10:31 - 10:33É uma tecnologia genérica.
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10:34 - 10:37Estamos a falar de explosivos,
de tuberculose -
10:37 - 10:41mas podem imaginar que podemos
tratar de qualquer outra coisa. -
10:41 - 10:43Como é que funciona?
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10:43 - 10:45Temos uma cassete com 10 amostras.
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10:45 - 10:48Pomos essas 10 amostras
duma vez só na gaiola. -
10:48 - 10:51Um animal só precisa
de dois centésimos de segundo -
10:51 - 10:54para distinguir o cheiro,
por isso vai rapidamente. -
10:54 - 10:56Aqui já vai na terceira amostra.
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10:56 - 10:59Esta é uma amostra positiva,
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11:00 - 11:04Ouve o som de um clique
e vai buscar a recompensa alimentar, -
11:05 - 11:08Ao fazer isso, muito depressa,
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11:08 - 11:10podemos ter uma segunda opinião
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11:10 - 11:13para ver quais os doentes
que são positivos, -
11:13 - 11:15quais os que são negativos.
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11:15 - 11:17Apenas como uma indicação
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11:17 - 11:19enquanto um técnico de microscopia
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11:19 - 11:22pode processar 40 amostras num dia,
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11:22 - 11:25um rato pode processar
a mesma quantidade de amostras -
11:25 - 11:27apenas em sete minutos.
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11:29 - 11:32(Aplausos)
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11:34 - 11:37Uma gaiola como esta,
desde que haja ratos, -
11:37 - 11:41— e agora já temos 25 ratos
para a tuberculose — -
11:42 - 11:44uma gaiola como esta,
a funcionar todo o dia, -
11:44 - 11:47pode processar 1680 amostras.
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11:49 - 11:53Imaginam o potencial das aplicações
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11:53 - 11:55— deteção ambiental
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11:55 - 11:57de poluentes em solos,
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11:57 - 11:59aplicações alfandegárias,
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11:59 - 12:02deteção de mercadorias ilícitas
em contentores, etc. -
12:03 - 12:05Mas, primeiro, fiquemos pela tuberculose.
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12:05 - 12:07Quero esclarecer, rapidamente.
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12:07 - 12:12As barras azuis são os valores
apenas da microscopia -
12:13 - 12:16em cinco clínicas,
quatro clínicas neste caso. -
12:16 - 12:18Fizemos cinco clínicas em Dar es Salaam,
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12:18 - 12:20numa população de 500 000 pessoas,
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12:20 - 12:23em que 15 000 afirmaram
ter feito uma análise. -
12:24 - 12:27Microscopia para 1800 doentes.
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12:27 - 12:30Apresentando as amostras
mais uma vez aos ratos, -
12:30 - 12:33depois de obtermos os resultados,
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12:33 - 12:37aumentámos as taxas de deteção
em mais de 30%. -
12:37 - 12:39Durante todo o ano passado,
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12:39 - 12:42— consoante os intervalos
que considerarmos — -
12:42 - 12:45aumentámos consistentemente
as taxas de deteção de casos -
12:45 - 12:47em cinco hospitais em Dar es Salaam
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12:47 - 12:49entre 30 e 40%.
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12:50 - 12:51Portanto, isto é considerável.
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12:51 - 12:54Sabendo que um doente
ignorado pela microscopia -
12:54 - 12:56infeta umas 15 pessoas,
-
12:56 - 12:58pessoas saudáveis, por ano,
-
12:58 - 13:02podemos ter a certeza
de que salvámos muitas vidas. -
13:02 - 13:06Ou seja, os ratos, nossos heróis,
salvaram muitas vidas. -
13:06 - 13:08A forma de avançarmos com isto
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13:08 - 13:10é padronizar esta tecnologia.
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13:10 - 13:12São coisas muito simples.
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13:12 - 13:17Por exemplo, temos
um pequeno laser no buraco -
13:21 - 13:24onde o animal tem de se manter
durante cinco segundos. -
13:24 - 13:25Temos de padronizar isto
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13:25 - 13:28e padronizar o granulado,
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13:28 - 13:30as recompensas alimentares
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13:31 - 13:33e semiautomatizar isso
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13:33 - 13:36a fim de fabricar isto
a uma escala muito maior -
13:36 - 13:39e afetar a vida de muito mais pessoas.
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13:40 - 13:44Para concluir, também há
outras aplicações no horizonte. -
13:44 - 13:48Este é um primeiro protótipo
do nosso rato-câmara -
13:48 - 13:51que é um rato com uma mochila de rato
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13:51 - 13:53com uma câmara
que pode andar debaixo de entulho -
13:53 - 13:58para detetar vítimas
após um tremor de terra. -
13:59 - 14:01Isto está numa fase de protótipo.
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14:01 - 14:04Ainda não temos
um sistema de funcionamento. -
14:05 - 14:06(Risos)
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14:06 - 14:09Para concluir, gostava de dizer
-
14:09 - 14:12que podem pensar que estes projetos
tratam de ratos. -
14:12 - 14:14Mas, na verdade, trata-se de pessoas.
-
14:14 - 14:16Trata-se de dar poder
às comunidades vulneráveis -
14:16 - 14:19para realizarem tarefas
humanitárias de deteção, -
14:19 - 14:21difíceis, dispendiosas e perigosas
-
14:22 - 14:26e fazê-las com um recurso local
muito abundante. -
14:26 - 14:29Uma coisa muito diferente
-
14:29 - 14:32é continuar a desafiar
a vossa perceção -
14:32 - 14:36quanto aos recursos que vos rodeiam,
-
14:36 - 14:39quer sejam ambientais,
-
14:39 - 14:42tecnológicos, animais ou humanos.
-
14:44 - 14:47Para nos harmonizarmos
respeitosamente com elas -
14:47 - 14:50a fim de fomentar um mundo sustentável.
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14:50 - 14:51Muito obrigado.
-
14:51 - 14:54(Aplausos)
- Title:
- Como ensinei ratos a farejar minas terrestres | Bart Weetjens | TEDxRotterdam
- Description:
-
Bart Weetjens fala do seu projeto extraordinário: treinar ratos para farejarem minas terrestres. Mostra "clips" dos seus "ratos heróis" em ação, e prevê a fase seguinte do seu trabalho: ensiná-los a descobrir a tuberculose no laboratório.
Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 14:58
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for How I taught rats to sniff out land mines | Bart Weetjens | TEDxRotterdam | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How I taught rats to sniff out land mines | Bart Weetjens | TEDxRotterdam | ||
Mafalda Ferreira accepted Portuguese subtitles for How I taught rats to sniff out land mines | Bart Weetjens | TEDxRotterdam | ||
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How I taught rats to sniff out land mines | Bart Weetjens | TEDxRotterdam |