No interior da colónia de formigas — Deborah M. Gordon
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0:07 - 0:09Pensem em tudo aquilo que
é preciso acontecer -
0:09 - 0:12para uma colónia humana vingar:
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0:12 - 0:13obter alimento,
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0:13 - 0:14construir abrigo,
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0:14 - 0:17criar os filhos e muitas outras coisas.
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0:17 - 0:19Tem de haver uma forma de dividir os recursos,
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0:19 - 0:21organizar os principais esforços
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0:21 - 0:23e distribuir o trabalho de forma eficiente.
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0:23 - 0:26Agora imaginem ter de fazer isto
sem qualquer espécie de planeamento -
0:26 - 0:28ou nível de comunicação mais avançado.
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0:28 - 0:31Bem-vindos à colónia de formigas.
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0:31 - 0:34As formigas têm das organizações sociais
mais complexas -
0:34 - 0:35do reino animal,
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0:35 - 0:37vivendo em colónias estruturadas
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0:37 - 0:39que contêm diferentes tipos de membros
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0:39 - 0:41que desempenham papéis específicos.
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0:41 - 0:44Mas, embora pareça igual ao que acontece
em algumas sociedades humanas, -
0:44 - 0:48esta organização não surge de
quaisquer decisões a nível superior, -
0:48 - 0:52mas faz parte de um ciclo
biologicamente programado. -
0:52 - 0:53Em muitas espécies,
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0:53 - 0:56todos os machos alados
e as rainhas-virgens aladas -
0:56 - 0:59de todas as colónias vizinhas da população
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0:59 - 1:01saem dos respectivos ninhos
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1:01 - 1:04e encontram-se num local central para acasalar,
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1:04 - 1:08usando feromonas para se orientarem
mutuamente para um local de acasalamento. -
1:08 - 1:10Depois de acasalar, os machos morrem,
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1:10 - 1:13enquanto as fêmeas
tentam estabelecer uma nova colónia. -
1:13 - 1:16As poucas que são bem sucedidas
estabelecem-se num local adequado, -
1:16 - 1:18perdem as asas
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1:18 - 1:20e começam a pôr ovos,
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1:20 - 1:25fertilizando alguns selectivamente com
o esperma que armazenaram no acasalamento. -
1:25 - 1:28Os ovos fertilizados crescem
para serem fêmeas obreiras -
1:28 - 1:30que cuidam da rainha e dos seus ovos.
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1:30 - 1:32Irão então defender a colónia
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1:32 - 1:34e procurar alimento,
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1:34 - 1:37enquanto os ovos não fertilizados
crescem para ser machos -
1:37 - 1:40cujo único trabalho é esperar até
estarem prontos a sair do ninho -
1:40 - 1:43e reproduzir-se,
começando novamente o ciclo. -
1:43 - 1:46Então, como é que as obreiras
decidem o que fazer e quando? -
1:46 - 1:48Bem, na verdade não decidem.
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1:48 - 1:51Ainda que haja métodos de
comunicação intencional, -
1:51 - 1:54as formigas individuais interagem
umas com as outras -
1:54 - 1:57através do tacto, do som
e de sinais químicos. -
1:57 - 1:59Estes estímulos servem para muitas coisas
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1:59 - 2:03desde servir de alarme
para outras formigas, se uma for morta, -
2:03 - 2:07a assinalar quando uma rainha está
a chegar ao fim da sua vida reprodutiva. -
2:07 - 2:11Mas uma das capacidades colectivas mais
impressionantes de uma colónia de formigas -
2:11 - 2:14consiste em explorar grandes áreas
de forma minuciosa e eficiente -
2:14 - 2:17sem qualquer plano determinado.
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2:17 - 2:20A maioria das espécies de formigas
tem pouco ou nenhum sentido de visão -
2:20 - 2:23e só consegue cheirar coisas
que estejam próximas. -
2:23 - 2:25Juntando a isto a sua falta de coordenação
a um nível elevado, -
2:25 - 2:28poderia parecer
que são péssimas exploradoras, -
2:28 - 2:30mas há uma forma
surpreendentemente simples -
2:30 - 2:33de as formigas maximizarem
a sua eficiência de pesquisa; -
2:33 - 2:34alterando os padrões de movimentos
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2:34 - 2:37com base nas interacções individuais.
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2:37 - 2:39Quando duas formigas se encontram,
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2:39 - 2:41sentem a presença uma da outra
tocando as antenas. -
2:41 - 2:45Se houver muitas formigas numa área
pequena, isto acontece mais vezes, -
2:45 - 2:47o que faz com que respondam deslocando-se
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2:47 - 2:52em caminhos mais retorcidos, aleatórios,
para procurar mais minuciosamente. -
2:52 - 2:56Mas numa área maior, com menos formigas,
onde estes encontros acontecem menos vezes, -
2:56 - 2:59podem andar em linha recta
para cobrirem mais terreno. -
2:59 - 3:01Enquanto explora o seu ambiente desta forma,
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3:01 - 3:04uma formiga pode encontrar seja o que for,
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3:04 - 3:07ameaças ou inimigos, ou locais
alternativos para constituir o ninho. -
3:07 - 3:12Algumas espécies têm outra capacidade
conhecida como recrutamento. -
3:12 - 3:14Quando uma destas formigas
encontra comida por acaso, -
3:14 - 3:18regressa com o alimento, marcando
o caminho com um aroma químico. -
3:18 - 3:21Outras formigas irão então seguir
este trilho de feromonas, -
3:21 - 3:25renovando-o de cada vez que conseguem
encontrar alimento e regressar. -
3:25 - 3:27Quando a comida nesse local se esgota,
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3:27 - 3:29as formigas deixam de marcar o regresso.
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3:29 - 3:34O aroma dissipa-se e as formigas deixam
de ser atraídas para esse caminho. -
3:34 - 3:37Estes métodos aparentemente toscos
de pesquisa e obtenção de alimento -
3:37 - 3:41são, na verdade, tão úteis que são
aplicados em modelos informáticos -
3:41 - 3:45para se obter soluções optimizadas
de elementos descentralizados, -
3:45 - 3:48trabalhando aleatoriamente
e trocando informações simples. -
3:48 - 3:51Isto tem muitas aplicações
teóricas e práticas, -
3:51 - 3:54desde resolver o famoso problema
do caixeiro-viajante, -
3:54 - 3:58a programar tarefas de informática
e a optimizar as pesquisas na Internet, -
3:58 - 4:01a permitir que grupos de robôs
façam buscas num campo minado -
4:01 - 4:05ou num edifício em chamas, colectivamente,
sem nenhum controlo central. -
4:05 - 4:07Mas podem observar directamente
estes processos -
4:07 - 4:11fascinantemente simples, mas eficazes,
através de algumas experiências simples, -
4:11 - 4:15permitindo às formigas entrar em
espaços vazios de vários tamanhos -
4:15 - 4:17e prestando atenção
ao comportamento delas. -
4:17 - 4:21As formigas podem não conseguir votar,
ter reuniões, ou fazer quaisquer planos, -
4:21 - 4:24mas nós, seres humanos,
ainda podemos aprender alguma coisa -
4:24 - 4:26com a forma como criaturas tão simples
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4:26 - 4:30conseguem funcionar tão eficientemente
de formas tão complexas.
- Title:
- No interior da colónia de formigas — Deborah M. Gordon
- Speaker:
- Deborah Gordon
- Description:
-
Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/inside-the-ant-colony-deborah-m-gordon
As formigas têm uma das organizações sociais mais complexas do reino animal; vivem em colónias estruturadas que contêm diferentes tipos de membros que desempenham papéis específicos. Parece-nos familiar? Deborah M. Gordon explica como estas incríveis criaturas acasalam, comunicam e obtêm alimento, lançando luz sobre a forma como as suas acções conseguem mimetizar e dar informação sobre o nosso próprio comportamento.
Lição de Deborah M. Gordon, animação de Steve Belfer Creative Inc.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 04:47
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