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Dificilmente passa um dia sem que alguém proeminente - um político, um apresentador de talk show, um animador de televisão -
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não chame algum conservador - ou conservadores geralmente - racista.
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Aqui estão exemplos típicos: o Presidente do Comitê de Campanha dos Democratas
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no Congresso, o congressista Steve Israel: "Em grande medida, os conservadores
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são animados por racismo." O noticiarista de TV Ed Schultz:
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"Isto é o que o Partido Republicano representa...: racismo."
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Oprah Winfrey: "Há um nível de desrespeito pelo cargo que ocorre em alguns casos
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e talvez até em muitos casos porque [o Presidente é] afro-americano. Não há qualquer dúvida sobre isso."
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Chamar alguém racista deveria ser um assunto muito sério.
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Um racista é uma pessoa que acredita que uma raça é inerentemente superior ou inferior a outra.
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Não é a inteligência ou a bondade que determina o valor de um indivíduo;
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é a cor da sua pele.
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Dizer que o racismo é tolice e estupidez - sem falar que é mau - é subestimar o caso.
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Mas, de acordo com muitos de seus críticos, os conservadores são assim de estúpidos e de maus.
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Mas , com poucas exceções , os conservadores não são
nem uma coisa nem outra. Então, por que se lhes acusa?
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A resposta é em primeiro lugar política: para manter o apoio dos negros aos liberais e às políticas liberais [esquerda norte-americana]
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Para apoiar esta acusação, os acusadores apontam para as políticas conservadoras.
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Portanto, vamos examinar algumas políticas conservadoras para ver se eles são, de fato , racistas.
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A duradoura oposição conservadora à
ação afirmativa é um bom lugar para começar.
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Foi o Presidente democrata, John F. Kennedy, quem primeiro usou o termo "ação afirmativa", em 1961.
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Mas a ação afirmativa, do modo como a pensamos agora, não foi implementada até 1970,
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durante a Administração de um Presidente republicano, Richard Nixon.
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A teoria era que, por causa da discriminação histórica, os negros estavam em desvantagem
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competitiva com relação a outras raças e etnias. Para apagar aquela desvantagem, padrões que
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a maioria dos negros presumidamente não conseguiam alcançar, tiveram que ser rebaixados.
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Pode-se argumentar que esta política teve
alguma utilidade quando foi posta em prática inicialmente.
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Mas isso foi há muito tempo. A posição conservadora é que os negros têm repetidamente provado
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que podem competir com qualquer um sem os benefícios - os benefícios humilhantes, eu acrescentaria - do rebaixamento.
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Há inumeráveis exemplos de negros de sucesso em todos os campos, em todos os níveis.
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A política já não é necessária.
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Mas o argumento conservador vai ainda mais longe. Estudo após estudo mostram que, no caso
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das admissões à universidade, a ação afirmativa na realidade prejudica muitos negros. Rebaixando os padrões
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de admissão para os negros (e algumas outras minorias estudantis), as universidades empurraram muitos desses estudantes
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para o fracasso. Eles são colocados em escolas para as quais não estão preparados.
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E altas taxas de evasão de negros confirmam esta visão.
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E também o senso comum.
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Se alunos brancos com notas medíocres
fossem admitidos em escolas da Ivy League [as melhores universidades norte-americanas],
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Eles, também, seriam empurrados ao fracasso.
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Vamos fazer as contas: os conservadores acreditam que os negros e outras minorias são tão
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capazes quanto os brancos de ter sucesso como policiais,
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bombeiros,
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homens de negócios,
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advogados,
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médicos,
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políticos,
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e estudantes universitários.
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No entanto , por pensar assim, os
conservadores são chamados de racistas.
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A ironia, claro, é que aqueles que acusam os conservadores de ser racistas acreditam que
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os negros e outras minorias não são tão capazes quanto os brancos de ter sucesso, e assim ainda
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necessitam ações afirmativas, quase meio século depois de que elas foram implementadas por primeira vez.
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Vejamos um outro problema em que este contraste entre conservadores e aqueles que os acusam
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de ser racistas é ainda mais cruamente mostrado - a identificação do votante.
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Os conservadors dizem que os Estados Unidos deveriam exigir que cada votante apresente uma identificação quando ele ou ela,
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assim como ocorre nos países europeus, para ajudá-los a manter suas eleições honestas.
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Todas essas democracias são racistas? Claro que não.
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Entretanto, os acusadores dizem que os conservadores que apoiam a identificação dos votantes são racistas.
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Por que eles dizem isto? Porque, dizem eles, é realmente uma falcatrua impedir que os negros e as minorias
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votem, uma vez que muitos deles ainda não são sequer capazes de adquirir uma identificação.
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Pode alguém obter mais condescendência do que esta?
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Sejamos realistas. Você precisa de uma identificação para dirigir, para voar, para comprar uma cerveja , até mesmo para comprar alguns medicamentos.
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Os brancos podem fazê-lo, mas os negros não? Diga-me: quem é o racista outra vez?
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Mais um exemplo: são os conservadores que pressionam por vales escolares, que permitiriam a todos,
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não somente aos ricos, escolher a escola de seus filhos. É o outro lado
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que não confia que os pais selecionem uma escola apropriada para seus filhos.
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Por que não são racistas as pessoas que obrigam as crianças negras
a ficarem em escolas terríveis?
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Em algum ponto, talvez você comece a se perguntar, como eu fiz:
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Quem é que realmente está obcecado com a raça? E quais as políticas que realmente prejudicam os negros e as minorias?
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Talvez não seja quem você pensa que é.
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Sou Derryck Green, do Projeto 21 para a Prager University. [Tradução para o português: Helga Maria Saboia Bezerra]
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