Lemn Sissay: Uma criança do Estado
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0:01 - 0:05Tendo passado 18 anos como uma criança sob a tutela do Estado
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0:05 - 0:07em orfanatos e regime de adoção,
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0:07 - 0:10pode-se dizer que sou especialista no assunto,
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0:10 - 0:14e sendo um especialista, quero que vocês saibam que ser um
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0:14 - 0:20especialista de forma alguma faz alguém estar certo
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0:20 - 0:23à luz da verdade.
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0:23 - 0:27Se você está sob guarda, legalmente o governo é seu
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0:27 - 0:31pai, loco parentis.
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0:31 - 0:34Margaret Thatcher era minha mãe. (Risos)
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0:34 - 0:38Não vamos falar sobre amamentação. (Risos)
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0:38 - 0:41Harry Potter foi uma criança adotada.
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0:41 - 0:46Pip, de "Grandes Esperanças", foi adotado.
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0:46 - 0:49Super Homem era adotado;
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0:49 - 0:53Cinderella era adotada;
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0:53 - 0:57Lisbeth Salander, a menina com o dragão tatuado,
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0:57 - 0:59foi adotada e institucionalizada;
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0:59 - 1:04Batman era orfão;
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1:04 - 1:08Lyra Belacqua de "A bússola de ouro" de Phillip Pullman
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1:08 - 1:09era adotada;
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1:09 - 1:12Jane Eyre, adotada;
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1:12 - 1:17James, de "James e o pêssego gigante" de Roald Dahl;
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1:17 - 1:22Matilda; Moisés -- Moisés! (Risos)
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1:22 - 1:24Moisés! (Risos)
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1:24 - 1:29os garotos em "Friends or Foe" de Michael Morpugo;
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1:29 - 1:33Alem, em "Refugee Boy" de Bejamin Zephaniah;
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1:33 - 1:35Luke Skywalker --
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1:35 - 1:38Luke Skywalker! (Risos) --
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1:38 - 1:41Oliver Twist;
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1:41 - 1:45Cassia, em "The Concubine of Shanghai" de Hong Ying;
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1:45 - 1:48Celie em "A cor púrpura" de Alice Walker.
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1:48 - 1:53Todos esses grandes personagens, todos eles,
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1:53 - 1:57prejudicados por sua condição,
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1:57 - 2:01todos eles que geraram milhares de outros livros
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2:01 - 2:04e filmes, todos eles
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2:04 - 2:08sob guarda, adotados ou em orfanatos.
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2:08 - 2:14Parece que escritores sabem que a criança
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2:14 - 2:21fora da família reflete o que a família realmente é,
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2:21 - 2:24mais do que ela própria promove que é.
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2:24 - 2:29Isto é, as crianças também têm habilidade para
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2:29 - 2:34lidar com situações extraordinárias no dia a dia.
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2:34 - 2:38Como não fizemos a conexão?
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2:38 - 2:42E por que não fizemos a conexão entre
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2:42 - 2:44-- Como isso aconteceu?? --
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2:44 - 2:47entre esses personagens incríveis da cultura popular
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2:47 - 2:52e religiões, e as crianças sob guarda, adotadas ou órfãs
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2:52 - 2:57em nosso meio? Não é de nossa pena que eles precisam.
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2:57 - 3:00É de nosso respeito.
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3:00 - 3:02Conheço músicos famosos,
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3:02 - 3:07atores e estrelas de cinema, e milionários, e novelistas,
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3:07 - 3:11advogados e executivos de televisão,
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3:11 - 3:13editores e jornalistas nacionais
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3:13 - 3:16e lixeiros, e cabelereiras, todas elas
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3:16 - 3:20tuteladas, abrigadas, adotadas ou órfãs,
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3:20 - 3:22e muitas delas passaram sua vida adulta
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3:22 - 3:27com medo de falar sobre seu passado, como se isso
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3:27 - 3:31abalasse sua permanência no primeiro plano,
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3:31 - 3:35como se isso fosse Kryptonita, ou uma bomba relógio
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3:35 - 3:39presa dentro delas. Crianças sob guarda,
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3:39 - 3:42que viveram sob tutela, merecem
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3:42 - 3:48ter e viver a memória de suas próprias infâncias.
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3:48 - 3:50É simples asssim.
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3:50 - 3:54Minha mãe -- e devo dizer isso aqui --
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3:54 - 3:58veio para este país no fim dos anos 60,
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3:58 - 4:02e então, sabe, ela descobriu que estava grávida,
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4:02 - 4:04como faziam as mulheres nessa época. Entendem o que eu digo?
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4:04 - 4:06Elas se descobriam grávidas.
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4:06 - 4:11E de certo modo, ela não fazia idéia do contexto
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4:11 - 4:15em que estava aterrisando.
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4:15 - 4:19Nos anos 60 - para apresentar um pouco o contexto -
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4:19 - 4:22se você engravidava e era solteira,
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4:22 - 4:25era vista como uma ameaça para a comunidade.
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4:25 - 4:31Você era separada de sua família pelo estado.
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4:31 - 4:33Você era separada de sua família e colocada em
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4:33 - 4:36lares de mães e bebês.
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4:36 - 4:39Era encaminhada para um assistente social.
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4:39 - 4:41Os pais adotivos faziam fila.
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4:41 - 4:45Esse era o propósito do assistente social, sua meta:
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4:45 - 4:49pegar a mulher no momento mais vulnerável
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4:49 - 4:54em toda sua vida, para assinar os papéis da adoção.
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4:54 - 4:56E então os papéis eram assinados.
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4:56 - 4:59Os lares de mães e bebês eram geralmente mantidos por freiras.
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4:59 - 5:03A adoção era assinada,
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5:03 - 5:06a criança era entregue aos pais adotivos, e a mãe
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5:06 - 5:09era mandada de volta para sua comunidade
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5:09 - 5:12pra dizer que ela tinha tirado uma folguinha.
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5:12 - 5:14Uma folguinha.
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5:14 - 5:16Uma folguinha.
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5:16 - 5:20O primeiro segredo de vergonha pra uma mulher
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5:20 - 5:25por ser mulher, "uma folguinha."
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5:25 - 5:28O processo de adoção levava, tipo, questão de meses,
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5:28 - 5:32era assunto encerrado, sabe, negócio fechado,
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5:32 - 5:38uma solução diligente, utilitária:
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5:38 - 5:41o governo, o fazendeiro;
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5:41 - 5:45os pais adotivos, os consumidores;
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5:45 - 5:50a mãe, a terra e a criança, a colheita.
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5:50 - 5:55É fácil ser condescendente com o passado,
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5:55 - 6:00para renunciar `as nossas responsabilidades presentes.
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6:00 - 6:04O que aconteceu é um reflexo direto do que
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6:04 - 6:09está acontecendo agora. Todo acreditavam
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6:09 - 6:13estar fazendo a coisa certa, por Deus e pelo Estado,
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6:13 - 6:20para a sociedade, adoção em ritmo acelerado.
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6:20 - 6:25Enfim, ela veio pra cá em 1967, estava grávida,
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6:25 - 6:30e veio da Etiópia, que estava celebrando sua
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6:30 - 6:33seu jubileu na época
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6:33 - 6:36pelo Imperador Haile Selassie,
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6:36 - 6:41e ela chega meses antes do discurso de Enoch Powell,
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6:41 - 6:43o discurso dos "Rios de Sangue"
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6:43 - 6:48Ela chega meses antes dos Beatles lançarem "The White Album,"
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6:48 - 6:51meses antes de Martin Luther King ser morto.
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6:51 - 6:53Era um verão de amor se você fosse branco.
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6:53 - 6:57Se você fosse negro, era um verão de ódio.
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6:57 - 7:02Então ela sai de Oxford, é enviada pro norte da Inglaterra
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7:02 - 7:07para um lar de mães e bebês, encaminhada para um assistente social.
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7:07 - 7:11Esse é o plano. Sabe, devo dizer isso no Parlamento --
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7:11 - 7:15é seu plano me ter sob a guarda de alguém por um tempinho,
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7:15 - 7:19enquanto ela estuda. Mas o assistente social
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7:19 - 7:22tinha intenções diferentes.
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7:22 - 7:26Ele encontrou os pais guardiães e disse pra eles:
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7:26 - 7:30"Considere isto uma adoção. É seu pra sempre.
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7:30 - 7:33O nome dele é Norman." (Risos)
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7:33 - 7:36Norman! (Risos)
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7:36 - 7:38Norman!!
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7:38 - 7:45E então me levaram. Eu era uma mensagem, disseram.
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7:45 - 7:47Um sinal de Deus, disseram.
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7:47 - 7:51Eu era Norman Mark Greenwood.
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7:51 - 7:54E pelos próximos 11 anos, tudo que sei é que essa mulher,
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7:54 - 7:57que me deu à luz, devia ter seus olhos arrancados
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7:57 - 8:00por não assinar os papéis da adoção. Era uma mulher do mal,
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8:00 - 8:03muito egoísta para assinar, então passei 11 anos
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8:03 - 8:06ajoelhado e rezando.
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8:06 - 8:09Eu tentei rezar. Juro que tentei rezar.
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8:09 - 8:12"Deus, posso ganhar uma bike no Natal?"
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8:12 - 8:17Mas era sempre eu mesmo quem respondia, "Sim, claro que pode."
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8:17 - 8:18(Risos)
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8:18 - 8:21Então eu deveria definir se aquela
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8:21 - 8:25era a voz de Deus ou a voz do Diabo.
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8:25 - 8:32Acontece que eu tinha o Diabo dentro de mim.
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8:32 - 8:34Quem diria? (Risos)
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8:34 - 8:37Enfim, dois anos meio que passaram,
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8:37 - 8:39e eles tiveram uma criança deles,
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8:39 - 8:42e mais dois anos se passaram, e eles tiveram outra criança,
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8:42 - 8:44e aí mais um tempo passou
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8:44 - 8:46e eles tiveram mais uma criança que chamaram de "acidente",
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8:46 - 8:50o que pensei ser um nome incomum. (Risos)
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8:50 - 8:54E eu estava no auge da pré-adolescencia,
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8:54 - 8:58estava começando a pegar biscoitos da lata sem pedir.
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8:58 - 9:02Estava começando a ficar fora até mais tarde, etc.
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9:02 - 9:05E em sua religiosidade, sua inocência,
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9:05 - 9:08meus pais, que eu acreditava que seriam para sempre,
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9:08 - 9:11como disseram que seria, minha mãe e meu pai
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9:11 - 9:18conceberam que eu tinha o Diabo em mim.
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9:18 - 9:20E o que -- devo dizer isto aqui, porque foi como eles
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9:20 - 9:22prepararam minha partida.
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9:22 - 9:25Eles me sentaram na mesa, e minha mãe adotiva me disse:
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9:25 - 9:27"Você não nos ama, né?" Aos 11 anos!
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9:27 - 9:31Eles tiveram outras três crianças. Eu sou a quarta. A terceira, um acidente.
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9:31 - 9:35E eu disse "Claro que amo." Porque você ama.
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9:35 - 9:37Minha mãe adotiva me disse pra ir embora e pensar sobre o o amor
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9:37 - 9:40e para ler as Escrituras e voltar amanhã
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9:40 - 9:43pra dar a resposta mais honesta e verdadeira.
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9:43 - 9:46Isso era uma oportunidade. Se eles me perguntavam
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9:46 - 9:48se eu os amava ou não, então eu não devia amá-los,
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9:48 - 9:51o que me levou ao milagre do pensamento que eu pensei que eles queriam que eu tivesse.
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9:51 - 9:53"Vou pedir o perdão de Deus, e Sua luz brilhará através
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9:53 - 9:57de mim e até eles. Que fantástico." Era uma oportunidade.
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9:57 - 10:00A teologia era perfeita, o momento inquestionável,
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10:00 - 10:03e a resposta, tão honesta quanto possível para um pecador.
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10:03 - 10:08"Eu não devo amá-los", eu disse a eles, "Mas vou pedir perdão a Deus."
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10:08 - 10:10"Já que você não nos ama, Norman,
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10:10 - 10:12é claro que você escolheu seu caminho."
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10:12 - 10:15Vinte e quatro horas depois, o assistente social,
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10:15 - 10:18um homem estranho que me visitava a cada dois meses,
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10:18 - 10:21está esperando por mim no carro enquando me despeço de meus pais.
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10:21 - 10:24Eu não disse adeus pra ninguém, pra minha mãe, meu pai,
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10:24 - 10:26minhas irmãs e irmãos, minhas tias e tios,
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10:26 - 10:30meus primos, meus avós, pra ninguém.
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10:30 - 10:33A caminho do lar de crianças, comecei a me perguntar:
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10:33 - 10:36"O que aconteceu comigo?"
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10:36 - 10:39Não é que tinham apenas puxado o tapete debaixo de mim
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10:39 - 10:44mas também o meu chão havia sido levado.
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10:44 - 10:48Quando cheguei ao --
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10:48 - 10:52Pelos próximos quatro, cinco anos,
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10:52 - 10:57fiquei abrigado em quatro lares diferentes.
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10:57 - 11:00No terceiro lar de crianças, aos 15,
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11:00 - 11:03comecei a me rebelar, e o que fiz,
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11:03 - 11:08peguei três latas de tinta, Airfix, que se usa em modelos,
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11:08 - 11:12e eu estava -- era um grande Lar de crianças, um lar Vitoriano --
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11:12 - 11:13e eu estava numa torre no alto do edifício,
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11:13 - 11:17e as derramei, vermelho, amarelo e verde,
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11:17 - 11:22as cores da Africa, telhas abaixo.
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11:22 - 11:24Não dava pra ver da rua, pois o Lar
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11:24 - 11:27era cercado por árvores, faias.
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11:27 - 11:32Por fazer isso, fui encarcerado por um ano
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11:32 - 11:35em um centro de recrutamento que na verdade era
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11:35 - 11:39um centro de detenção. Era uma prisão virtual
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11:39 - 11:43para jovens.
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11:43 - 11:45Aliás, anos depois, meu assistente social disse
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11:45 - 11:47que eu nunca devia ter sido posto lá.
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11:47 - 11:50Eu não era acusado de nada. Não tinha feito nada errado.
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11:50 - 11:54Mas como eu não tinha família para perguntar por mim,
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11:54 - 11:59podiam fazer qualquer coisa comigo.
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11:59 - 12:02Estou com 17 anos, e
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12:02 - 12:06eles tinham uma cela acolchoada.
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12:06 - 12:12Eles me fazem marchar pelos corredores em ordem de tamanho
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12:12 - 12:14Eles -- fui posto num dormitório
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12:14 - 12:18com um simpatizante nazista.
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12:18 - 12:21Toda a equipe era de ex-policiais - interessante -
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12:21 - 12:23e ex-oficiais de justiça.
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12:23 - 12:28O centro era administrado por um ex-oficial do exército.
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12:28 - 12:31Toda vez que eu recebia visita de alguém que eu não conhecia
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12:31 - 12:34e que me bajulava, uma vez a cada três meses,
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12:34 - 12:37eu era revistado.
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12:37 - 12:40Este lugar era cheio de jovens que estavam detidos
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12:40 - 12:45por coisas como assassinato.
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12:45 - 12:49E essa era a preparação que eu estava recebendo
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12:49 - 12:55depois de 17 anos como uma criança tutelada do Estado.
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12:55 - 12:58Tenho que contar essa história.
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12:58 - 13:00Tenho que contar, porque não tinha ninguém
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13:00 - 13:03pra somar dois e dois.
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13:03 - 13:06Fui me dando conta de que eu não conhecia ninguém
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13:06 - 13:10que me conhecesse por mais de um ano.
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13:10 - 13:12Sabe, é isso que a família faz.
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13:12 - 13:15Ela dá pontos de referência.
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13:15 - 13:17Não estou definindo o que é uma boa ou uma má família.
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13:17 - 13:19Só estou dizendo que você sabe quando é seu aniversário
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13:19 - 13:22pelo fato de que alguém diz quando é seu aniversário,
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13:22 - 13:24uma mãe, um pai, uma irmã, um irmão, uma tia, um tio,
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13:24 - 13:26um primo, um avô. É importante para alguém,
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13:26 - 13:28e portanto é importante pra você. Entendam,
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13:28 - 13:32eu tinha 14 anos, perdido dentro de mim mesmo,
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13:32 - 13:37e eu não era tocado, fisicamente tocado.
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13:37 - 13:45Estou reportando. Estou reportando só pra dizer que
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13:45 - 13:48quando saí do lar de crianças, tinha duas coisas
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13:48 - 13:52que eu queria fazer. Uma era achar minha família,
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13:52 - 13:54e a outra era escrever poesia.
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13:54 - 13:56Na criatividade, eu via luz.
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13:56 - 14:01Na imaginação, eu vi a possibilidade infinita da vida,
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14:01 - 14:07a verdade infinita, a criação permanente da realidade,
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14:07 - 14:14o lugar onde a raiva era uma expressão
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14:14 - 14:18na busca por amor, um lugar onde a disfunção
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14:18 - 14:22é uma reação verdadeira para a falsidade.
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14:22 - 14:26Tenho que dizer pra vocês: encontrei toda minha família
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14:26 - 14:29na vida adulta. Passei minha vida adulta procurando por eles,
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14:29 - 14:33e agora tenho uma família totalmente disfuncional como todo mundo.
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14:33 - 14:37Mas estou relatando isso pra vocês só pra dizer que
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14:37 - 14:42você pode dizer quão forte uma democracia é
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14:42 - 14:48baseado em como o governo trata sua criança.
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14:48 - 14:50Não quero dizer crianças. Quero dizer a criança do estado.
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14:50 - 14:55Muito obrigado. Foi uma honra. (Aplausos)
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14:55 - 14:57(Aplausos)
- Title:
- Lemn Sissay: Uma criança do Estado
- Speaker:
- Lemn Sissay
- Description:
-
A literatura há muito tempo é fascinada por crianças adotadas, órfãs e sob guarda - de Moisés a Cinderela a Oliver Twist a Harry Potter. Então por que tantas crianças sem pais têm o impulso de esconder seu passado? O poeta e dramaturgo Lemn Sissay conta sua própria história comovente.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:17
Dimitra Papageorgiou approved Portuguese, Brazilian subtitles for A child of the state | ||
Laura Mayumi Hashimoto commented on Portuguese, Brazilian subtitles for A child of the state | ||
Mariangela Correa accepted Portuguese, Brazilian subtitles for A child of the state | ||
Mariangela Correa commented on Portuguese, Brazilian subtitles for A child of the state | ||
Mariangela Correa edited Portuguese, Brazilian subtitles for A child of the state | ||
Laura Mayumi Hashimoto edited Portuguese, Brazilian subtitles for A child of the state | ||
Laura Mayumi Hashimoto edited Portuguese, Brazilian subtitles for A child of the state | ||
Laura Mayumi Hashimoto edited Portuguese, Brazilian subtitles for A child of the state |