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O problema do estrondo sônico - Katerina Kaouri

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    Os humanos sempre foram
    fascinados pela velocidade.
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    A história do progresso humano
    é a da velocidade sempre crescente,
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    e uma das mais importantes conquistas
    desta corrida histórica
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    foi a quebra da barreira do som.
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    Pouco tempo depois
    dos primeiros voos bem-sucedidos,
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    os pilotos desejavam acelerar
    suas aeronaves cada vez mais.
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    Mas quando o faziam,
    o aumento da turbulência
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    e enormes forças sobre o avião
    impediam que eles acelerassem demais.
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    Alguns tentaram contornar o problema
    por meio de mergulhos arriscados,
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    quase sempre com resultados trágicos.
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    Finalmente, em 1947,
    aperfeiçoamentos de projetos
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    tais como um estabilizador
    horizontal móvel,
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    uma cauda com mobilidade total,
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    permitiram que um piloto
    militar americano,
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    chamado Chuck Yeager,
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    conduzisse o Bell X-1 a 1.127 km/h,
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    tornando-se o primeiro
    a quebrar a barreira do som
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    e voar com velocidade
    maior do que a do som.
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    O Bell X-1 foi a primeira de muitas
    aeronaves supersônicas que se seguiram,
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    sendo que os projetos mais recentes
    atingiram velocidade maior que Mach 3.
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    Uma aeronave que se desloca
    com velocidade supersônica
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    cria uma onda de choque
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    com um barulho semelhante
    ao de um trovão, chamado de estrondo,
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    que pode causar estresse
    em pessoas e animais no solo
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    e até estragos em edificações.
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    Por esta razão,
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    cientistas de todo o mundo
    pesquisam o estrondo sônico,
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    tentando prever seu percurso na atmosfera,
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    qual local ele vai atingir,
    e a intensidade que terá.
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    Para entender melhor
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    como os cientistas estudam
    o estrondo sônico,
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    comecemos com os fundamentos do som.
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    Imagine jogar um pedrinha
    nas águas calmas de um lago.
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    O que se vê?
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    A pedra faz as ondas
    se deslocarem na água
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    com a mesma velocidade,
    em todas as direções.
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    Esses círculos que aumentam de raio
    são chamados de frentes de onda.
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    Analogamente, embora não possamos vê-las,
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    uma fonte de som estacionária,
    como um aparelho de som estéreo,
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    cria ondas de som
    que se propagam no ambiente.
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    A velocidade das ondas depende de fatores
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    como a altitude e a temperatura
    do ar pelo qual se propagam.
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    Ao nível do mar, o som viaja
    a cerca de 1.225 km/h.
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    Mas no lugar de círculos
    em uma superfície bidimensional,
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    as frentes de onda sonoras
    são esferas concêntricas,
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    e o som se propaga ao longo de raios
    perpendiculares a essas ondas.
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    Imagine uma fonte de som que se desloca,
    como o apito de um trem.
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    Enquanto a fonte se desloca
    em uma certa direção,
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    as ondas sucessivas lá na frente
    vão se aglomerando cada vez mais.
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    Esta maior frequência de onda
    é a causa do famoso efeito Doppler,
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    pelo qual objetos que se aproximam
    têm som mais agudo.
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    Enquanto a fonte se deslocar
    mais lentamente do que as ondas de som,
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    estas ficarão aninhadas dentro das outras.
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    Quando a velocidade for supersônica,
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    se deslocar mais rápido
    do que o som que ele gera,
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    a situação muda dramaticamente.
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    Quando ultrapassar as ondas de som
    que ele mesmo emitiu,
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    enquanto cria novas, a partir
    da posição momentânea,
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    as ondas são comprimidas
    e formam o cone de Mach.
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    Nenhum som é ouvido
    quando ele se aproxima de um observador
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    porque o objeto se desloca mais rápido
    do que o som que ele produz.
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    Só depois que o objeto tiver passado,
    o observador ouvirá o estrondo sônico.
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    Quando o cone de Mach atinge o solo,
    ele forma uma hipérbole,
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    deixando um rastro, o tapete de estrondo,
    enquanto ele avança.
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    Isto possibilita determinar
    a área afetada pelo estrondo sônico.
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    Como calcular a intensidade
    do estrondo?
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    Isto requer resolver
    as famosas equações de Navier-Stokes
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    para determinar a variação
    da pressão de ar
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    provocada pelo deslocamento
    supersônico da aeronave dentro dele.
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    Isto resulta numa assinatura de pressão
    conhecida com onda-N.
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    O que significa esta forma?
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    A onda supersônica acontece
    quando há uma mudança súbita de pressão,
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    e a onda-N envolve dois estrondos:
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    um para o aumento inicial da pressão
    no nariz da aeronave,
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    e outro quando a cauda passa,
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    e a pressão subitamente volta ao normal.
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    Isto causa um estrondo duplo,
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    Mas normalmente é percebido
    como um único estrondo pelo ouvido humano.
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    Na prática, modelos computacionais
    que usam estes princípios
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    podem, com frequência, prever
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    a localização e a intensidade
    de estrondos sônicos
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    para determinadas condições atmosféricas
    e trajetórias de voo,
  • 4:37 - 4:41
    e há pesquisa em curso
    para mitigar seus efeitos.
  • 4:41 - 4:46
    Enquanto isso, o voo supersônico
    sobre os continentes continua proibido.
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    Então, os estrondos sônicos
    são uma invenção recente?
  • 4:49 - 4:50
    Não exatamente.
  • 4:50 - 4:52
    Enquanto tentamos
    torná-los mais silenciosos,
  • 4:52 - 4:56
    alguns animais tiram vantagem
    do estrondo sônico.
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    O gigantesco diplodoco pode ter sido capaz
    de golpear com sua cauda
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    mais rápido do que o som,
    perto de 1.200 km/h,
  • 5:05 - 5:08
    possivelmente para deter predadores.
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    Alguns tipos de camarão também criam
    uma onda de choque semelhante na água,
  • 5:12 - 5:16
    desorientando ou até matando
    presas à distância,
  • 5:16 - 5:20
    apenas fechando rapidamente
    suas enormes pinças.
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    Enquanto os humanos
    fizeram grande progresso
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    na incansável busca pela velocidade,
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    descobre-se que a natureza
    chegou lá primeiro.
Title:
O problema do estrondo sônico - Katerina Kaouri
Speaker:
Katerina Kaouri
Description:

Veja a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/what-causes-sonic-booms-katerina-kaouri

Objetos que voam com velocidade maior do que a do som (como aviões muito velozes) criam uma onda de choque acompanhada por um som parecido com o de um trovão: o estrondo sônico. Estes sons formidáveis podem estressar pessoas e animais e até causar estragos em edificações próximas. Katerina Kaouri dá detalhes de como os cientistas usam a matemática para prever as trajetórias dos estrondos na atmosfera, os locais que eles agirão e como eles serão.

Aula de Katerina Kaouri, animação de Anton Bogaty.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:44

Portuguese, Brazilian subtitles

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