Os ferozes dinossauros predatórios do Saara Cretáceo - Nizar Ibrahim

Veja a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/the-ferocious-predatory-dinosaurs-of-cretaceous-sahara-nizar-ibrahim

No Período Cretáceo ( há cerca de 100 milhões de anos), o norte da África abarcava um sistema fluvial imenso e uma fauna bizarra de predadores pré-históricos enormes, incluindo o Espinossauro, um dinossauro até mesmo mais temido do que o Tiranossauro Rex. Nizar Ibrahim utiliza dados paleontológicos e geológicos para reconstruir esse "Rio de Gigantes" com detalhes surpreendentes.

Lição de Nizar Ibrahim; animação de Silvia Prietov.

Há poucos lugares mais
inóspitos à vida na Terra

do que o extremamente
árido deserto do Saara.

Entretanto, nem sempre foi assim.

Há 100 milhões de anos, durante
um período chamado de Cretáceo Médio,

um gigantesco sistema fluvial
banhava a região,

desde o Egito atual até o Marrocos.

O mundo todo naquela época
pareceria um tanto diferente para nós.

Os continentes ainda teriam
que tomar suas posições atuais.

Temperaturas extremas eram comuns

e tempestades violentas
tornavam a vida imprevisível.

Os dinossauros prosperavam na terra,

pterossauros voavam no céu,

e répteis marinhos gigantes e tubarões
nadavam nos oceanos quentes.

Mamíferos pequenos, nossos ancestrais,
viviam quase que literalmente à sombra

dessas criaturas extraordinárias.

Nesse mundo de predadores imensos,

o Rio de Gigantes,

que é como alguns chamam essa região
do que é agora o norte da África,

se destacava como especialmente perigosa.

Na maioria dos ecossistemas,
o topo da cadeia alimentar é solitário.

Normalmente, não há presas suficientes
para sustentar muitos predadores.

Contudo, uma imensa variedade de espécies
de presas aquáticas do ecossistema fluvial

pode ter permitido a coexistência
de uma população vasta e diversa no topo.

Sabemos disso, graças à abundância
de fósseis encontrados numa área

chamada de "Kem Kem Beds".

Muitos dos predadores descobertos
tinham cabeça e corpos em formatos

que os faziam extraordinariamente
adaptados para caçar presas aquáticas

de diferentes tipos e tamanhos.

Isso permitiu que muitos predadores
do Kem Kem se aproveitassem grandemente

de uma fonte alimentar abundante
nesse ambiente: o peixe.

Isso também lhes permitiu
evitar a competição direta

com predadores que caçavam
animais terrestres.

Presas do sistema fluvial tinham
que enfrentar ataques de todos os lados,

inclusive os vindos de cima.

Répteis voadores dominavam o céu.

O Alanqa Saharica tinha uma envergadura
de até nove metros

e mandíbulas finas e longas
que o ajudavam a capturar peixes

e animais terrestres pequenos.

Pelo menos sete tipos diferentes
de predadores semelhantes a crocodilos

patrulhavam as águas,

incluindo o Elosuchus, de aproximadamente
dez metros de comprimento.

E várias espécies de dinossauros
carnívoros do tamanho dos T-rex,

chamados Terópodes, viviam lado a lado.

No Rio de Gigantes,
o Espinossauro era o rei.

Com 15 metros de comprimento,
era até mais comprido do que o T-rex,

com pernas traseiras curtas e musculosas,
um rabo flexível e pés largos.

Seu prolongamento de dois metros
de altura alertava outras criaturas

quanto ao seu temível tamanho e pode
ter sido usado para atrair parceiros.

As mandíbulas esguias dos Espinossauros
tinham dentes cônicos perfurantes,

perfeitos para pegar presas
aquáticas escorregadias.

Esse predador do topo da cadeia,
bem como seu ecossistema,

é único na história de vida na Terra.

Tudo o que resta desses temidos
predadores são fósseis.

Há cerca de 93 milhões de anos,
os níveis dos oceanos subiram,

inundando a região do Kem Kem
num mar raso.

Dezenas de milhões de anos depois,
o impacto de um asteroide,

erupções vulcânicas e mudanças climáticas

eliminaram os dinossauros, pterossauros
e vários outros grupos de animais e flora,

bem como seus ecossistemas exclusivos.

A extinção em massa traçou
o caminho para o surgimento

de novas espécies de pássaros,
mamíferos maiores e por fim, nós.