A natureza está em todos os lugares, só precisamos aprender a vê-la
-
0:01 - 0:04Nós estamos tirando
a natureza de nossos filhos. -
0:05 - 0:08Ao dizer isso, não quero dizer
que estamos destruindo a natureza -
0:08 - 0:10que eles gostariam
que tivéssemos preservado, -
0:10 - 0:13apesar de, infelizmente,
isso também ser verdade. -
0:13 - 0:16O que quero dizer é
que começamos a definir a natureza -
0:16 - 0:20de uma forma tão purista e restrita
-
0:20 - 0:23que, pela definição que estamos criando,
-
0:23 - 0:25não restará nenhuma
natureza para nossos filhos, -
0:25 - 0:27quando eles forem adultos.
-
0:27 - 0:30Mas isso tem conserto.
-
0:30 - 0:31Deixem-me explicar.
-
0:32 - 0:35No momento, o homem usa metade do mudo
-
0:35 - 0:38para viver, cultivar plantações
e madeira para extração, -
0:38 - 0:40criar rebanhos.
-
0:40 - 0:42Somando o peso de todos os seres humanos,
-
0:42 - 0:46teremos dez vezes o peso de todos
os mamíferos selvagens juntos. -
0:47 - 0:49Abrimos estradas através das florestas.
-
0:50 - 0:54Adicionamos pequenas
partículas plásticas à areia das praias. -
0:54 - 0:59Alteramos a química do solo
com fertilizantes artificiais. -
0:59 - 1:02E, claro, alteramos a química do ar.
-
1:02 - 1:06Então, quando inspirarem novamente,
vocês estarão inspirando -
1:06 - 1:1042% mais dióxido de carbono
do que em 1750. -
1:11 - 1:14Todas essas mudanças, e muitas outras,
-
1:14 - 1:18foram colocadas num mesmo saco,
sob o nome de "antropoceno". -
1:18 - 1:21E esse é o termo
que alguns geólogos sugerem -
1:21 - 1:23que devemos dar à era atual,
-
1:23 - 1:26pelo fato de a influência humana
ter sido tão pervasiva nessa era. -
1:26 - 1:30Essa ainda é uma proposta,
mas acho que nos ajuda -
1:30 - 1:34a pensar sobre a magnitude
da influência humana no planeta. -
1:35 - 1:37Como fica a natureza nesse contexto?
-
1:37 - 1:38O que se considera como sendo natureza,
-
1:38 - 1:41em um mundo em que tudo
é influenciado pelo homem? -
1:41 - 1:45Há 25 anos, o escritor
ambiental Bill McKibben -
1:45 - 1:50disse que, como a natureza
e o homem são coisas distintas, -
1:50 - 1:52e as mudanças climáticas significam
-
1:52 - 1:55que cada centímetro da Terra
foi alterado pelo homem, -
1:55 - 1:57a natureza tinha acabado.
-
1:57 - 2:00De fato, ele chamou seu livro
de "O Fim da Natureza". -
2:02 - 2:04Eu simplesmente não concordo com isso.
-
2:04 - 2:07Não concordo com essa
definição de natureza, -
2:07 - 2:09porque basicamente somos animais, certo?
-
2:09 - 2:11Nós evoluímos neste planeta
-
2:11 - 2:16no contexto de todos os outros animais
com os quais compartilhamos o planeta, -
2:16 - 2:18e todas as outras plantas e micróbios.
-
2:18 - 2:21Então eu acho que a natureza não é aquela,
-
2:21 - 2:25intocada pela humanidade,
homens ou mulheres. -
2:25 - 2:29Eu acho que a natureza
é qualquer lugar onde a vida floresce, -
2:29 - 2:32qualquer lugar onde existem
diversas espécies juntas, -
2:32 - 2:34qualquer lugar verde, azul, florescente
-
2:34 - 2:36e cheio de vida e crescimento.
-
2:38 - 2:39Por essa definição,
-
2:40 - 2:42as coisas parecem um pouco diferentes.
-
2:42 - 2:46Eu compreendo que partes dessa natureza
-
2:46 - 2:48nos tocam de maneira especial.
-
2:48 - 2:50Lugares como Yellowstone,
-
2:50 - 2:52ou as estepes da Mongólia,
-
2:52 - 2:53ou a Grande Barreira de Corais,
-
2:53 - 2:55ou o Serengueti.
-
2:55 - 3:00Lugares que imaginamos como uma espécie
de representação paradisíaca da natureza, -
3:00 - 3:02antes de termos estragado tudo.
-
3:03 - 3:07De certa forma, eles sofrem menos impactos
de nossas atividades cotidianas. -
3:07 - 3:10Muitos desses lugares não têm estradas,
ou têm poucas estradas, -
3:10 - 3:11e assim por diante.
-
3:11 - 3:17Mas, no fim, mesmo esses paraísos são
profundamente influenciados pelo homem. -
3:17 - 3:20Vamos pegar a América do Norte,
por exemplo, já que é onde estamos. -
3:20 - 3:24Há cerca de 15 mil anos, quando
as primeiras pessoas chegaram aqui, -
3:24 - 3:27elas começaram um processo
de interação com a natureza -
3:27 - 3:31que levou à extinção de um grande
número de animais de grande porte, -
3:31 - 3:35desde o mastodonte até a preguiça-gigante
e os tigres-de-dentes-de-sabre, -
3:35 - 3:38todos esses animais legais
que infelizmente não estão mais conosco. -
3:38 - 3:40E quando esses animais foram extintos,
-
3:40 - 3:43os ecossistemas não ficaram parados.
-
3:43 - 3:46Massivos efeitos cascata
transformaram pastagens em florestas, -
3:46 - 3:49alteraram a composição de florestas
de uma espécie para outra. -
3:50 - 3:54Então, mesmo nesses paraísos,
nesses lugares aparentemente perfeitos, -
3:54 - 3:57que parecem nos lembrar de um passado
anterior aos seres humanos, -
3:57 - 4:00estamos basicamente olhando
para uma paisagem humanizada. -
4:01 - 4:05Não só homens pré-históricos,
mas também históricos, indígenas, -
4:05 - 4:08e todos os outros até a chegada
dos primeiros colonizadores. -
4:08 - 4:11E o mesmo ocorreu em outros continentes.
-
4:11 - 4:14O homem tem se envolvido com a natureza
-
4:14 - 4:17de forma muito influente, há muito tempo.
-
4:18 - 4:20Recentemente alguém me disse:
-
4:20 - 4:22"Ah, mas ainda existem lugares intocados".
-
4:22 - 4:24E eu disse: "Onde? Onde? Eu quero ir!"
-
4:24 - 4:26E ele respondeu: "A Amazônia".
-
4:26 - 4:29E eu fiquei assim:
"Ah, a Amazônia. Já estive lá. -
4:30 - 4:33É incrível. A National Geographic
me enviou ao Parque Nacional de Manú, -
4:33 - 4:38na Amazônia peruana, uma grande área
de floresta tropical, sem estradas, -
4:38 - 4:40protegida como parque nacional,
-
4:40 - 4:43de fato um dos parques
com mais biodiversidade do mundo. -
4:43 - 4:47E quando cheguei lá, com minha canoa,
o que encontrei foram pessoas". -
4:48 - 4:51As pessoas têm vivido lá
há centenas de milhares de anos. -
4:51 - 4:54As pessoas vivem lá, mas mais do que isso.
-
4:54 - 4:57Elas têm uma relação
significativa com a paisagem. -
4:57 - 5:00Elas caçam. Elas colhem.
-
5:00 - 5:01Elas cultivam.
-
5:01 - 5:06Elas usam recursos naturais
para construir e cobrir suas casas. -
5:06 - 5:10Elas até têm, como animais de estimação,
animais que consideramos selvagens. -
5:10 - 5:12Essas pessoas estão ali,
-
5:12 - 5:14interagindo com o ambiente de forma
-
5:14 - 5:17realmente significativa e perceptível.
-
5:17 - 5:20Eu estava com um antropólogo nessa viagem,
-
5:20 - 5:22e, enquanto navegávamos rio abaixo,
-
5:22 - 5:27ele me disse: "Não existem
vazios demográficos na Amazônia". -
5:27 - 5:29Essa frase me deixou pasma,
-
5:29 - 5:32porque significava
que a Amazônia toda era assim. -
5:32 - 5:34Com pessoas em todos os lugares.
-
5:34 - 5:36E muitas outras
florestas tropicais são assim, -
5:36 - 5:38e não só as florestas tropicais.
-
5:38 - 5:41As pessoas influenciaram
ecossistemas no passado, -
5:41 - 5:44e continuam a influenciá-los no presente,
-
5:44 - 5:47mesmo em lugares
onde isso é difícil perceber. -
5:48 - 5:53Então, se todas as definições
de natureza que usamos -
5:53 - 5:57implicam em ela ser intocada pelo homem
ou em não ter pessoas, -
5:57 - 6:03se todas elas, por fim, resultam
em não termos natureza alguma, -
6:03 - 6:05então talvez essas definições
estejam erradas. -
6:05 - 6:09Talvez devêssemos definir a natureza
pela presença de múltiplas espécies, -
6:09 - 6:11pela presença de vida abundante.
-
6:11 - 6:13Agora, se fizermos dessa forma,
-
6:13 - 6:15o que conseguimos?
-
6:15 - 6:17Bem, é uma espécie de milagre.
-
6:17 - 6:20De repente, existe natureza
em toda nossa volta. -
6:20 - 6:23Vemos esta lagarta de Monarca
-
6:23 - 6:25mascando esta planta,
-
6:25 - 6:27e percebemos que há natureza ali,
-
6:27 - 6:29e neste terreno baldio em Chattanooga.
-
6:30 - 6:32Olhem este terreno baldio.
-
6:32 - 6:36Ali, provavelmente, crescem, no mínimo,
uma dúzia de espécies de plantas, -
6:36 - 6:39que sustentam toda espécie de insetos,
-
6:39 - 6:43e é um espaço completamente
não gerenciado, totalmente selvagem. -
6:43 - 6:46É um pedaço de natureza selvagem,
bem debaixo do nosso nariz, -
6:46 - 6:48que nós nunca percebemos.
-
6:49 - 6:51E esse é, também, um pequeno paradoxo.
-
6:51 - 6:53Então essa natureza,
-
6:53 - 6:55essa parte selvagem e esquecida
-
6:56 - 6:59da nossa existência agrícola
urbana, periurbana e suburbana -
6:59 - 7:02que não é percebida,
-
7:02 - 7:05pode ser mais selvagem
do que um parque nacional, -
7:06 - 7:10pois, no século 21, os parques nacionais
são cuidadosamente manejados. -
7:10 - 7:14Crater Lake, no sul do Oregon,
o parque nacional mais próximo de mim, -
7:14 - 7:19é um lindo exemplo de paisagem
que parece ter vindo direto do passado. -
7:19 - 7:21Mas ele tem sido manejado cuidadosamente.
-
7:21 - 7:24Uma das questões que existem agora
é a extinção do pinheiro "white bark". -
7:25 - 7:27Esse pinheiro-de-casca-branca
é bonito, carismático, -
7:27 - 7:30eu diria que é
uma "megaflora carismática", -
7:30 - 7:32que cresce em altas altitudes
-
7:32 - 7:35e que agora enfrenta
problemas com doenças, -
7:35 - 7:37como a ferrugem, que foi introduzida,
-
7:37 - 7:38e um besouro nativo.
-
7:38 - 7:42Para lidar com isso,
a direção do parque tem plantado -
7:42 - 7:46mudas de pinheiro-de-casca-branca
resistentes à ferrugem no parque, -
7:47 - 7:50mesmo em áreas consideradas protegidas.
-
7:50 - 7:53Eles também estão aplicando
repelente de besouro em pontos-chave, -
7:53 - 7:56como vi da última vez
em que fiz caminhadas lá. -
7:56 - 7:58E esse tipo de coisa é muito
mais comum do que você imagina. -
7:58 - 8:01Parques nacionais são altamente manejados.
-
8:01 - 8:04A vida selvagem é mantida
em certa população e estrutura. -
8:04 - 8:05Incêndios são contidos.
-
8:05 - 8:07Incêndios são iniciados.
-
8:07 - 8:09Espécies não nativas são removidas.
-
8:09 - 8:11Espécies nativas são reintroduzidas.
-
8:11 - 8:12De fato, dei uma olhada
-
8:12 - 8:14e o Parque Nacional de Banff
tem feito tudo que citei: -
8:14 - 8:16apagando e iniciando incêndios,
-
8:16 - 8:19monitorando lobos,
reintroduzindo bisões. -
8:19 - 8:22Dá muito trabalho fazer
com que esses locais pareçam intocados. -
8:22 - 8:24(Risos)
-
8:24 - 8:27(Aplausos)
-
8:31 - 8:36E, ironicamente, os lugares
que mais amamos -
8:36 - 8:38muitas vezes são lugares
que amamos demais. -
8:38 - 8:42Muitas pessoas gostam de ir nesses locais,
e como eles são mantidos estáveis -
8:42 - 8:44diante de um planeta em mudanças,
-
8:44 - 8:47eles têm se tornado cada vez mais frágeis.
-
8:47 - 8:50O que significa que são os piores lugares
-
8:50 - 8:52para levarmos nossos filhos nas férias;
-
8:52 - 8:54porque você não pode fazer nada lá.
-
8:54 - 8:56Você não pode subir nas árvores.
Você não pode pescar. -
8:56 - 8:58Não pode fazer uma fogueira
no meio do nada. -
8:58 - 9:01Não pode levar as pinhas pra casa...
-
9:01 - 9:03Existem tantas regras e restrições
-
9:03 - 9:07que, do ponto de vista de uma criança,
essa é a pior natureza que existe. -
9:07 - 9:10Porque as crianças não querem caminhar
-
9:10 - 9:12através de uma bela paisagem,
por cinco horas, -
9:12 - 9:14e então apreciar uma linda vista.
-
9:14 - 9:16Talvez os adultos queiram fazer isso,
-
9:16 - 9:19mas as crianças querem
se agachar num lugar -
9:19 - 9:21e brincar e lidar com ele,
-
9:21 - 9:25aprender, construir uma casa,
um forte, algo assim. -
9:26 - 9:29Além disso, esses lugares paradisíacos
-
9:29 - 9:32normalmente ficam distantes
de onde as pessoas moram. -
9:32 - 9:35E é caro chegar até eles,
são difíceis de visitar. -
9:35 - 9:38Isso significa que eles só são
disponíveis para elites, -
9:38 - 9:40e isso é um problema.
-
9:41 - 9:44A ONG Nature Conservancy
fez uma pesquisa com jovens -
9:44 - 9:48e perguntou a eles quanto tempo
eles passam ao ar livre. -
9:48 - 9:51E só dois de cada cinco jovens
passam tempo ao ar livre, -
9:51 - 9:52ao menos uma vez na semana.
-
9:52 - 9:54Os outros três só ficam dentro de casa.
-
9:55 - 9:59E quando foram perguntados por que,
quais as barreiras para irem para fora, -
9:59 - 10:02a resposta de 61% deles foi:
-
10:02 - 10:05"Não existem áreas naturais
perto da minha casa". -
10:06 - 10:08E isso é uma loucura.
-
10:08 - 10:10Isso não é verdade.
-
10:10 - 10:13Quero dizer, 71% das pessoas nos EUA
-
10:13 - 10:16moram a dez minutos a pé de um parque.
-
10:16 - 10:18E tenho certeza que também
é assim em outros países. -
10:18 - 10:21E isso sem falar no quintal da sua casa,
-
10:21 - 10:23nos riachos urbanos, no terreno baldio.
-
10:23 - 10:25Todo mundo vive perto da natureza.
-
10:25 - 10:28Toda criança vive perto da natureza.
-
10:28 - 10:30Nós só esquecemos de vê-la,
de alguma forma. -
10:30 - 10:33Passamos muito tempo vendo
documentários de David Attenborough, -
10:33 - 10:35nos quais a natureza é realmente sexy,
-
10:35 - 10:36(Risos)
-
10:36 - 10:40e nos esquecemos de ver a natureza
que está à porta de nossas casas, -
10:40 - 10:42a natureza nas árvores da rua.
-
10:42 - 10:44Aqui temos um exemplo: Filadélfia.
-
10:44 - 10:47Aqui existe esta linha de trem elevada
-
10:47 - 10:49que pode ser vista do chão
e que foi abandonada. -
10:49 - 10:53Isso se parece com o início da história
do parque High Line em Manhattan, -
10:53 - 10:56exceto que ela ainda não foi
transformada num parque, -
10:56 - 10:58apesar de estarem trabalhando nisso.
-
10:58 - 11:01Então, ainda existe este pequeno
espaço, secreto e desabitado, -
11:01 - 11:02no coração da Filadélfia,
-
11:02 - 11:05e se você souber onde é o buraco da cerca,
-
11:05 - 11:07você pode subir até o topo
-
11:07 - 11:10e encontrar este campo
completamente selvagem -
11:10 - 11:12exatamente acima da cidade de Filadélfia.
-
11:13 - 11:17Cada uma destas plantas cresceu
naturalmente de uma semente. -
11:17 - 11:20Isto é completamente autônomo,
natureza autodeterminada. -
11:20 - 11:22E fica no meio da cidade.
-
11:22 - 11:25Algumas pessoas foram até lá
fazer pesquisas biológicas, -
11:25 - 11:28e há mais de 50 espécies de plantas.
-
11:29 - 11:30E não só plantas.
-
11:30 - 11:33Existe um ecossistema,
um ecossistema que funciona. -
11:33 - 11:36Ele está formando solo,
removendo gás carbônico, -
11:36 - 11:38a polinização está acontecendo.
-
11:38 - 11:40Ou seja, é realmente um ecossistema.
-
11:41 - 11:45Os cientistas têm chamado ecossistemas
como esses de "neoecossistemas", -
11:45 - 11:48porque normalmente são dominados
por espécies não nativas, -
11:48 - 11:49e porque são bem estranhos.
-
11:49 - 11:52Não se parecem com nada
que se tenha visto antes. -
11:52 - 11:56Por muito tempo, desprezamos
esses neoecossistemas. -
11:56 - 11:59Estamos falando de áreas agrícolas
que brotaram novamente, -
11:59 - 12:02áreas de reflorestamento
que não são manejadas diariamente, -
12:02 - 12:05áreas de florestas secundárias,
por toda a Costa Leste, -
12:05 - 12:09onde a floresta brotou depois
que a agricultura migrou para o Oeste. -
12:09 - 12:12E, claro, a maior parte do Havaí
-
12:12 - 12:14onde neoecossistemas são o padrão,
-
12:15 - 12:17onde espécies exóticas dominam totalmente.
-
12:17 - 12:20Esta floresta tem o bordo Queensland,
-
12:20 - 12:22tem samambaias-espada do sudeste asiático.
-
12:23 - 12:26Você também pode criar seu próprio
neoecossistema, é muito simples. -
12:26 - 12:28Você só precisa parar de cortar a grama.
-
12:28 - 12:30(Risos)
-
12:30 - 12:33Ilkka Hanski era ecologista na Finlândia,
e ele mesmo fez este experimento. -
12:33 - 12:36Ele parou de cortar a grama
e, depois de alguns anos, -
12:36 - 12:40alguns universitários fizeram
uma espécie de "bioblitz" no quintal dele -
12:40 - 12:44e encontraram 375 espécies de plantas,
-
12:44 - 12:47incluindo duas espécies ameaçadas.
-
12:49 - 12:51Então, quando você estiver lá,
-
12:51 - 12:54no futuro parque High Line
da Filadélfia, -
12:54 - 12:56rodeado por este espaço selvagem,
-
12:56 - 13:00rodeado pela diversidade,
por essa abundância e vibração, -
13:00 - 13:04você pode olhar pela lateral
e ver o pátio de uma escola local. -
13:04 - 13:07Ele se parece com isto.
-
13:08 - 13:12Pela minha definição, muitos lugares
podem ser considerados como natureza, -
13:12 - 13:14mas esse é um dos poucos
lugares que não podem. -
13:14 - 13:19Não existe nada ali além de pessoas,
não existem outras plantas ou animais. -
13:19 - 13:22E o que eu realmente queria fazer
era jogar uma escada pela lateral -
13:22 - 13:25para que todas essas crianças viessem
comigo até esse campo divertido. -
13:26 - 13:29De certa forma, sinto que essa é a escolha
que se apresenta para nós. -
13:29 - 13:34Se dispensarmos essas novas naturezas
como não aceitáveis, ordinárias ou ruins, -
13:35 - 13:38podemos simplesmente pavimentá-las.
-
13:38 - 13:40E num mundo em que tudo está mudando,
-
13:40 - 13:43precisamos ser muito cuidadosos
ao definirmos natureza. -
13:44 - 13:46Para não roubá-la de nossas crianças,
-
13:46 - 13:48precisamos fazer duas coisas.
-
13:48 - 13:52Primeiro, não podemos definir
natureza como algo intocado. -
13:52 - 13:54Isso nunca fez sentido, de qualquer forma.
-
13:54 - 13:56A natureza não é intocada
há milhares de anos. -
13:56 - 14:00E isso exclui a maior parte da natureza
que as pessoas em geral podem visitar -
14:00 - 14:02e se relacionar,
-
14:02 - 14:06incluindo a natureza que não pode
ser tocada pelas crianças. -
14:06 - 14:09O que leva à segunda coisa
que precisamos fazer: -
14:09 - 14:11precisamos deixar as crianças
tocarem na natureza, -
14:12 - 14:14porque o que não é tocado não é amado.
-
14:14 - 14:17(Aplausos)
-
14:23 - 14:27Encaramos alguns desafios ambientais
bem complicados, no planeta. -
14:27 - 14:29As mudanças climáticas estão entre eles.
-
14:29 - 14:33Existem outros: a perda de habitats
é o que mais me tira o sono. -
14:34 - 14:38Mas, para solucioná-los, precisamos
de pessoas inteligentes e dedicadas, -
14:38 - 14:40que se importem com a natureza.
-
14:40 - 14:44E a única forma de criarmos uma geração
de pessoas que se importe com a natureza -
14:44 - 14:46é deixando que elas toquem nela.
-
14:46 - 14:49Eu tenho a teoria do Forte de Ecologia,
-
14:49 - 14:51teoria do Forte de Conservação.
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14:51 - 14:55Todos os biólogos conservacionistas,
ecologistas e profissionais de conservação -
14:55 - 14:58que eu conheço, construíam
fortes quando eram crianças. -
14:59 - 15:01Se tivermos uma geração
que não sabe construir um forte, -
15:01 - 15:04teremos uma geração
que não vai saber cuidar da natureza. -
15:05 - 15:08E não quero ser eu a dizer a este menino,
que está num programa especial -
15:08 - 15:12que leva crianças de bairros pobres
da Filadélfia para os parques da cidade, -
15:12 - 15:17que a flor que ele está segurando
é uma erva daninha invasiva e não nativa -
15:17 - 15:19que ele deveria jogar fora
como se fosse lixo. -
15:20 - 15:23Acho que seria melhor
aprender com essa criança -
15:23 - 15:26que, não importa de onde veio essa planta,
-
15:26 - 15:30ela é bonita e merece
ser tocada e apreciada. -
15:30 - 15:31Obrigada.
-
15:31 - 15:34(Aplausos)
- Title:
- A natureza está em todos os lugares, só precisamos aprender a vê-la
- Speaker:
- Emma Marris
- Description:
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Como você define "natureza"? Se a definirmos como sendo algo intocado pelo homem, não nos restará nada, diz a escritora ambientalista Emma Marris. Ela nos convoca a considerar uma nova definição de natureza, que inclui não apenas regiões puras e intocadas, mas também áreas com plantas não cuidadas, nos espaços urbanos, e nos encoraja a levarmos nossas crianças para fora, para tocarem e brincarem com essa natureza, para que um dia elas possam amá-la e protegê-la.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:52
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