Como a arte, a tecnologia e o design formam os líderes criativos
-
0:01 - 0:04Devo dizer que estou muito
contente por estar aqui. -
0:04 - 0:06Sei que temos, aqui, mais de 80 países
-
0:06 - 0:10e, é uma novidade, para mim,
falar para todos estes países. -
0:10 - 0:12De certeza que, em cada país,
há uma coisa chamada -
0:12 - 0:14reuniões entre pais e professores.
-
0:14 - 0:16Conhecem as reuniões de pais?
-
0:16 - 0:20Não as dos vossos filhos, mas aquelas
a que os vossos pais iam à escola, -
0:20 - 0:21quando vocês eram crianças,
-
0:21 - 0:24o vosso professor conversava com eles
e era tudo um pouco estranho. -
0:24 - 0:27Eu recordo-me de um momento,
no meu terceiro ano, -
0:27 - 0:30em que o meu pai,
que nunca faltava ao serviço, -
0:30 - 0:34era um típico trabalhador de fato-macaco,
um imigrante da classe operária, -
0:34 - 0:37foi à escola ver como é
que andava o filho, -
0:37 - 0:39e o professor disse-lhe:
-
0:39 - 0:42"O John é bom em Matemática
e em Arte". -
0:42 - 0:44Ele concordou, abanando a cabeça.
-
0:44 - 0:48No dia seguinte, ouvi-o falar
com um cliente, na nossa loja de tofu: -
0:48 - 0:50"Sabe, o John é bom em Matemática."
-
0:51 - 0:53(Risos)
-
0:53 - 0:56Isso acompanhou-me sempre,
ao longo da vida. -
0:56 - 0:59Porque é que o meu pai não falou na arte?
Porque é que não era bom? -
0:59 - 1:02Porquê? Foi uma incógnita,
ao longo da minha vida -
1:02 - 1:05mas, tudo bem, porque
ser bom em Matemática -
1:05 - 1:07levou-o a comprar-me um computador.
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1:08 - 1:11Devem lembrar-se deste computador,
foi o meu primeiro computador. -
1:11 - 1:14Quem tinha um Apple II?
Utilizadores de Apple II, fixe. -
1:14 - 1:17Conforme se recordam,
o Apple II não fazia absolutamente nada. -
1:17 - 1:20Ligava-se, teclava-se nele
e aparecia um texto verde -
1:20 - 1:22que nos dizia, quase sempre,
"Está errado". -
1:22 - 1:23Era o computador que conhecíamos.
-
1:23 - 1:26Foi o computador que estudei,
-
1:26 - 1:28quando fui para o MIT
— o sonho do meu pai. -
1:30 - 1:33No MIT, estudei esse computador,
a todos os níveis -
1:33 - 1:37e, depois, fui para as Belas Artes,
para fugir dos computadores -
1:37 - 1:39e comecei a pensar no computador
-
1:39 - 1:41mais como um espaço
espiritual de pensamento. -
1:43 - 1:46Fui influenciado pela representação
artística — isto foi há 20 anos. -
1:46 - 1:49Fiz um computador a partir de pessoas.
-
1:49 - 1:52Chamava-se Experiência Computacional
Alimentada a Energia Humana. -
1:52 - 1:55Com gestor de energia,
rato, memória, etc., -
1:55 - 1:59construí-o, em Quioto,
a antiga capital do Japão. -
1:59 - 2:02Era uma sala dividida em duas metades.
-
2:02 - 2:03Liguei o computador
-
2:03 - 2:07e as assistentes estão a colocar
uma disquete gigante -
2:07 - 2:10feita em cartão
e a introduzi-la no computador. -
2:11 - 2:14A pessoa da disquete veste-a. (Risos)
-
2:14 - 2:17Ela encontra o primeiro setor da disquete
-
2:17 - 2:21e retira-lhe os dados, que passa,
obviamente, para o barramento. -
2:23 - 2:26Assim, o barramento transfere,
diligentemente, os dados para o computador, -
2:26 - 2:29para a memória, para a CPU,
para a VRAM, etc. -
2:29 - 2:33e é um computador que funciona mesmo.
Aquilo é um barramento, a sério. -
2:34 - 2:35E parece ser rápido.
-
2:35 - 2:38Aquilo é um controlador do rato,
onde está XY. -
2:38 - 2:41Parece que está a acontecer rapidamente,
mas é um computador muito lento. -
2:41 - 2:44Quando me apercebi do quão lento
este computador era -
2:44 - 2:47em comparação com o quão rápido
é um computador, -
2:47 - 2:50fiquei a pensar nos computadores
e na tecnologia, de modo geral. -
2:51 - 2:54Por isso, hoje, vou falar
de quatro coisas. -
2:54 - 2:57As primeiras três coisas têm a ver
com o modo como tenho andado curioso -
2:57 - 3:01sobre a tecnologia, o design
e a arte e como se intercetam entre si, -
3:01 - 3:04como se sobrepõem
-
3:04 - 3:06e também com um tema
que assumi há quatro anos, -
3:06 - 3:10quando passei a diretor da Escola de Design
de Rhode Island: a liderança. -
3:10 - 3:14Vou falar de como procurei
combinar estas quatro áreas -
3:14 - 3:17numa espécie de síntese,
numa espécie de experiência. -
3:17 - 3:20Assim, começando pela tecnologia...
-
3:20 - 3:22A tecnologia é uma coisa maravilhosa.
-
3:22 - 3:25Quando aquele Apple II apareceu,
não podia, de facto, fazer nada. -
3:26 - 3:29Podia exibir texto e,
depois de esperarmos um pouco, -
3:29 - 3:32apareciam umas coisas chamadas imagens.
-
3:32 - 3:35Lembram-se de quando começaram
a aparecer nos computadores, -
3:35 - 3:37aquelas imagens a cores, lindíssimas?
-
3:37 - 3:40Alguns anos depois, começámos
a ter som com qualidade de CD. -
3:40 - 3:42Foi incrível. Podíamos ouvir o som,
no computador. -
3:42 - 3:46Depois, os filmes, através do CD-ROM.
Foi espantoso! -
3:46 - 3:48Recordam-se desse entusiasmo?
-
3:48 - 3:52Depois, apareceu o navegador.
O navegador era ótimo, -
3:52 - 3:55mas era muito primitivo,
a largura da banda era demasiado estreita. -
3:55 - 3:58Primeiro o texto, depois,
as imagens, esperávamos, -
3:58 - 4:00o som com qualidade de CD, na Internet.
-
4:00 - 4:04Depois, os filmes pela Internet.
Mais ou menos incrível. -
4:05 - 4:07Depois, apareceu o telemóvel,
-
4:07 - 4:11o texto, as imagens, o áudio, o vídeo.
-
4:11 - 4:17E, agora, temos o iPhone, o iPad,
o Android, com texto, vídeo, áudio, etc. -
4:17 - 4:19Estão a ver o pequeno padrão
que aqui temos? -
4:19 - 4:22Parece que estamos presos
numa espécie de círculo -
4:22 - 4:24e este sentido da possibilidade
da informática -
4:24 - 4:28é algo que tenho vindo a questionar,
nos últimos 10 anos. -
4:28 - 4:32Tenho olhado para o design,
já que entendemos a maioria das coisas. -
4:32 - 4:36Entender o design juntamente com a
tecnologia tem sido uma paixão, para mim. -
4:36 - 4:40Tenho uma pequena experiência
para vos dar uma breve lição de design. -
4:41 - 4:44Os designers falam sobre a relação
entre a forma e o conteúdo, -
4:44 - 4:47o conteúdo e a forma,
mas o que é que isso significa? -
4:47 - 4:49O conteúdo é aquela palavra: medo.
-
4:49 - 4:54Uma palavra com quatro letras.
É como um mau presságio, o medo. -
4:55 - 4:59O medo está em Helvetica Light,
para não causar demasiada tensão. -
4:59 - 5:01Se o pusermos em Helvetica Ultra Light,
-
5:01 - 5:03fica: "Ah, o medo, que mal faz?"
(Risos) -
5:05 - 5:08Pegamos na mesma Helvetica Ultra Light
e aumentamo-la, -
5:08 - 5:11e fica: "Uau! Isso dói. O medo.
-
5:11 - 5:13Vemos que, consoante alteramos
a escala, alteramos a forma. -
5:14 - 5:17O conteúdo é o mesmo,
mas a sensação que temos é diferente. -
5:17 - 5:19Se mudarmos a fonte para outra,
como esta, até fica engraçado. -
5:19 - 5:23Parece uma fonte à pirata,
como a fonte do Capitão Jack Sparrow. -
5:23 - 5:25"Arr! Que medo!"
-
5:25 - 5:27Desse tipo, não mete medo.
Na verdade, até tem graça. -
5:27 - 5:31Ou o medo, assim, numa espécie
de fonte de discoteca. -
5:31 - 5:33É tipo: "Temos de ir ao Medo".
-
5:33 - 5:35É fantástico, não é?
(Risos) -
5:37 - 5:39Altera, simplesmente, o mesmo conteúdo.
-
5:39 - 5:42Ou com as letras separadas
umas das outras -
5:42 - 5:44ou amontoadas, como no convés do Titanic
-
5:44 - 5:46e sentimos pena das letras,
tipo "Sinto o medo". -
5:47 - 5:48Temos pena delas.
-
5:49 - 5:51Ou alteramos a fonte
para algo parecido com isto. -
5:51 - 5:54Tem muita classe. É como aquele
restaurante caro, o Medo. -
5:55 - 5:57Nunca poderei lá entrar.
(Risos) -
5:57 - 6:02É fantástico, o Medo.
Mas, isto é a forma, o conteúdo. -
6:02 - 6:05Se mudarmos, apenas,
uma letra desse conteúdo, -
6:05 - 6:09obtemos uma palavra muito melhor,
um conteúdo melhor: livre. -
6:10 - 6:13"Livre" é uma palavra excelente.
Podemos usá-la de quase todas as formas. -
6:13 - 6:16Em negrito, faz lembrar o Mandela livre.
-
6:16 - 6:19É do género de "Posso ser livre, sim".
-
6:19 - 6:22Até um "livre" leve nos dá a sensação
de podermos respirar livremente. -
6:22 - 6:25É uma sensação ótima.
Até um free estendido, -
6:25 - 6:28dá a impressão de que podemos
respirar com muita facilidade. -
6:28 - 6:31E podemos adicionar-lhe um
degradê azul e uma pomba -
6:31 - 6:34e temos uma espécie
de "livre" à Don Draper. -
6:34 - 6:38Estão a ver — a forma, o conteúdo,
o design, é assim que funcionam. -
6:38 - 6:40É uma coisa poderosa.
Parece quase magia. -
6:40 - 6:44Como aquela que temos visto
os mágicos fazerem no TED. É magia. -
6:44 - 6:45O design faz isso.
-
6:46 - 6:50Tenho tido curiosidade sobre o modo
como o design e a tecnologia se intercetam -
6:50 - 6:53e vou mostrar um trabalho antigo,
que nunca mostro, -
6:53 - 6:55para vos dar uma ideia daquilo que fazia.
-
6:55 - 6:56Pois — sim.
-
6:57 - 7:00Fiz muitos trabalhos, nos anos 90.
-
7:00 - 7:03Isto era um quadrado que responde ao som.
-
7:03 - 7:06As pessoas perguntam-me
por que é que fiz isto. Não sei bem. -
7:06 - 7:08(Risos)
-
7:08 - 7:15Mas, pensei que seria giro
se o quadrado me respondesse. -
7:15 - 7:18Os meus filhos eram pequenos, na altura,
-
7:18 - 7:20e brincavam com estas coisas,
assim, "Aaaah," -
7:20 - 7:23"Papá, aaah, aaah."
E coisas do género, percebem? -
7:23 - 7:26Se fôssemos a uma loja de informática,
faziam o mesmo. -
7:26 - 7:29Diziam: "Papá, porque é
que o computador não responde ao som?" -
7:29 - 7:32Isto, na mesma altura
em que eu pensava a mesma coisa. -
7:32 - 7:35Então, nessa altura, fiz isto
como uma espécie de experiência. -
7:35 - 7:39Depois, passei muito tempo
no espaço dos gráficos interativos -
7:39 - 7:41e coisas do género,
mas parei de fazê-las, -
7:41 - 7:44porque os meus alunos do MIT
tornaram-se melhores do que eu, -
7:44 - 7:46de tal modo
que pendurei o meu rato. -
7:46 - 7:49Mas em 1996, fiz a minha última peça.
-
7:49 - 7:53A preto e branco, totalmente monocromática,
toda com números inteiros. -
7:53 - 7:55Chamava-se "Bate, Datilografa, Escreve."
-
7:55 - 7:58Presta uma homenagem
à maravilhosa máquina de escrever -
7:58 - 8:02que a minha mãe usava, sempre,
enquanto secretária forense. -
8:02 - 8:04Tem 10 variações.
-
8:04 - 8:06(Barulho de máquina de escrever)
-
8:07 - 8:10Tem uma tecla de "shift".
-
8:10 - 8:14Dez variações.
Isto é para fazer girar a letra. -
8:14 - 8:17(Barulho de máquina de escrever)
-
8:18 - 8:21Isto é uma espécie de anel de letras.
-
8:22 - 8:24(Barulho de máquina de escrever)
-
8:25 - 8:28Isto tem 20 anos, por isso é um pouco...
-
8:28 - 8:30Vejamos, isto é...
-
8:30 - 8:32Adoro o filme francês
"O Voo do Balão Vermelho". -
8:32 - 8:34É um excelente filme, não é?
Adoro esse filme. -
8:34 - 8:37Isto é uma espécie
de brincadeira com isso. -
8:38 - 8:40É calmo, como ele.
-
8:43 - 8:46Vou mostrar-vos o último.
É sobre o equilíbrio. -
8:46 - 8:48Datilografar é um pouco desgastante,
-
8:48 - 8:51por isso, se datilografarmos
neste teclado, podemos equilibrá-lo. -
8:51 - 8:53(Risos)
-
8:53 - 8:56Se batermos no G, a vida fica boa,
por isso, digo sempre: -
8:56 - 8:59"Bata no G, que ficará tudo bem."
-
9:00 - 9:02(Aplausos)
-
9:02 - 9:03Obrigado.
-
9:05 - 9:07Isto foi há 20 anos,
-
9:09 - 9:12Eu andei sempre pela periferia das artes.
-
9:12 - 9:15Ser diretor da Escola de Design
fez-me aprofundar na arte. -
9:15 - 9:19A arte é uma coisa maravilhosa,
belas artes, arte pura. -
9:19 - 9:21Quando as pessoas dizem:
"Eu não entendo de arte. -
9:21 - 9:25Não percebo mesmo nada."
Isso quer dizer que a arte funcionou. -
9:25 - 9:27A arte deve ser enigmática,
por isso quando dizemos -
9:27 - 9:30que não percebemos, isso é ótimo.
-
9:30 - 9:33A art faz isso, porque a arte
trata de fazer perguntas, -
9:33 - 9:36perguntas que podem não ter resposta.
-
9:36 - 9:38Na Escola de Design,
há esta instalação espantosa, -
9:38 - 9:40o Laboratório da Natureza
de Edna Lawrence. -
9:40 - 9:45Tem 80 000 amostras de animais,
ossos, minerais, plantas. -
9:45 - 9:48Em Rhode Island, se um
animal for atropelado, na rua, -
9:48 - 9:51chamam-nos e vamos
buscá-lo e empalhamo-lo. -
9:51 - 9:53Porque é que temos esta instalação?
-
9:53 - 9:57Porque na Escola de Design,
temos de olhar para o animal, -
9:57 - 10:00para o objeto, para compreender
o volume que tem, para percebê-lo. -
10:00 - 10:03Não é permitido desenhar
a partir de uma imagem. -
10:03 - 10:04Muita gente me pergunta:
-
10:04 - 10:08"John, não podias digitalizar isso tudo?
Não seria melhor?" -
10:08 - 10:12Eu costumo dizer: "Há uma coisa boa
no modo como as coisas se faziam. -
10:12 - 10:15É uma coisa muito diferente,
-
10:15 - 10:17que devíamos descobrir,
porque é que é bom -
10:17 - 10:20e como é que o fazíamos,
mesmo nesta nova era. -
10:20 - 10:23Tenho um grande amigo que é
um artista dos novos "media", -
10:23 - 10:27Tota Hasegawa.
Ele agora está em Tóquio. -
10:27 - 10:30Quando morava em Londres,
fazia um jogo com a mulher. -
10:31 - 10:34Ia a antiquários e o jogo era o seguinte:
-
10:34 - 10:36Quando vemos uma
antiguidade que queremos, -
10:36 - 10:40perguntamos ao gerente da loja
qual é a história por detrás da peça. -
10:40 - 10:42Se for uma boa história, compramo-la.
-
10:42 - 10:44Iam a um antiquário,
viam uma chávena e diziam: -
10:44 - 10:46"Conte-nos algo sobre esta chávena."
-
10:46 - 10:48E o lojista dizia: "É velha."
-
10:49 - 10:52"Conte-nos mais."
"Oh, é muito velha," (Risos) -
10:53 - 10:55Ele via, uma e outra vez,
que o valor da antiguidade -
10:55 - 10:58se prendia com o facto de ser velha.
-
10:58 - 11:00Enquanto artista dos
novos "media", refletiu e disse: -
11:00 - 11:04"Passei toda a minha carreira
a fazer arte com os novos "media". -
11:04 - 11:05As pessoas perguntam-me:
-
11:05 - 11:08"Qual é a sua arte?"
"São os novos "media' ". -
11:08 - 11:11Ele percebeu que não tinha nada a ver
com o facto de ser antigo ou moderno. -
11:11 - 11:13Tinha a ver com algo pelo meio.
-
11:13 - 11:16Não tem a ver com o "velho", a poeira
ou com o "novo", a nuvem. -
11:16 - 11:18Tem a ver com o que é bom.
-
11:18 - 11:23A ação decorre numa combinação
entre a nuvem e a poeira. -
11:23 - 11:25Vemos isso em toda a arte
que interessa, hoje,, -
11:25 - 11:27em todos os negócios interessantes.
-
11:27 - 11:31Como combinamos as duas coisas
para fazer bem feito, é muito interessante. -
11:32 - 11:34Portanto, a arte faz perguntas
-
11:34 - 11:39e a liderança também está
a fazer muitas perguntas. -
11:39 - 11:41Já não funcionamos de forma tão fácil.
-
11:41 - 11:45Já não somos
um regime autoritário simples. -
11:45 - 11:48A título de exemplo de autoritarismo,
estive, uma vez, na Rússia -
11:48 - 11:51e, passando por S. Petersburgo,
num monumento nacional, -
11:51 - 11:54vi uma tabuleta que dizia:
"Não Pisar a Relva", em inglês. -
11:54 - 11:55Pensei: "Ah, como falo inglês,
-
11:55 - 11:58"estão a querer discriminar-me.
Não é justo." -
11:58 - 12:01Mas, deparei-me com um sinal
para pessoas que falavam russo -
12:01 - 12:04e era a melhor de todas
as tabuletas para dizer não. -
12:04 - 12:06Era do género: "Não nadar,
não caminhar, não nada." -
12:06 - 12:09A minha preferida era "nada de plantas".
-
12:09 - 12:12Porque é que levaríamos uma planta
para um monumento nacional? Não sei. -
12:12 - 12:14E também: "Nada de amor".
-
12:14 - 12:15(Risos)
-
12:15 - 12:17Isto é autoritarismo.
-
12:18 - 12:20Estruturalmente, o que é isso?
-
12:20 - 12:24É uma hierarquia. É o modo como gerimos
muitos sistemas, atualmente. -
12:24 - 12:26Mas, como sabemos, tem sido desfeita.
-
12:26 - 12:29Agora, é uma rede, em vez
de uma árvore perfeita. -
12:29 - 12:33É uma heterarquia, em vez de
uma hierarquia. Isso é um pouco estranho. -
12:33 - 12:35Por isso, atualmente,
os líderes deparam-se -
12:35 - 12:38com uma forma diferente de liderar,
segundo creio. -
12:38 - 12:41Este trabalho foi feito por mim e
pela minha colega Becky Bermont -
12:41 - 12:42sobre chefia criativa.
-
12:42 - 12:44Que podemos aprender
com artistas e designers, -
12:44 - 12:46que interesse à nossa maneira de chefiar?
-
12:46 - 12:49Em muitos sentidos,
um líder gosta de evitar os erros. -
12:49 - 12:52Mas uma pessoa criativa gosta
de aprender com os erros. -
12:52 - 12:56Um líder tradicional
quer ter sempre razão, -
12:56 - 13:00ao passo que um líder criativo
espera ter razão. -
13:00 - 13:04Esta fórmula é importante,
hoje, neste espaço ambíguo e complexo -
13:04 - 13:07e penso que os artistas e os designers
têm muito para nos ensinar-nos. -
13:08 - 13:11Fiz uma espetáculo, recentemente,
em Londres, onde os meus amigos -
13:11 - 13:14me convidaram a ficar sentado
numa caixa de areia -
13:14 - 13:16durante quatro dias,
e eu achei ótimo. -
13:16 - 13:19E lá me sentei numa caixa de areia
durante quatro dias de seguida, -
13:19 - 13:23seis horas, por dia, com sessões de seis
minutos com qualquer pessoa, em Londres -
13:23 - 13:25e correu muito mal.
-
13:25 - 13:28Mas eu escutava as pessoas,
ouvia os seus problemas, -
13:28 - 13:30escrevia na areia,
tentava perceber as coisas -
13:30 - 13:33e era difícil perceber
o que é que eu estava a fazer. -
13:33 - 13:36Era uma espécie de reuniões
com um de cada vez, durante quatro dias. -
13:36 - 13:38Senti-me uma espécie de diretor.
-
13:38 - 13:40"É isto que eu faço. Sou diretor.
Tenho muitas reuniões". -
13:40 - 13:44No final da experiência, percebi
porque é que estava a fazer isto. -
13:45 - 13:48É porque aquilo que, nós, líderes,
fazemos -
13:48 - 13:53é estabelecer conexões improváveis
e esperar que algo aconteça -
13:53 - 13:55e, naquela sala, descobri muitas conexões
-
13:55 - 13:59entre pessoas espalhadas
por toda Londres. -
13:59 - 14:02Portanto, liderança, relacionar pessoas
é a grande questão atual. -
14:02 - 14:04Quer estejamos numa hierarquia
ou numa heterarquia, -
14:04 - 14:07é um desafio maravilhoso de design.
-
14:07 - 14:10Tenho feito alguma investigação
-
14:10 - 14:14sobre sistemas que possam
combinar a tecnologia e a liderança -
14:14 - 14:16com uma perspetiva da arte e do design.
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14:16 - 14:19Vou mostrar uma coisa
que não mostrei em lado algum. -
14:19 - 14:22Isto é uma espécie de esboço
de uma aplicação que escrevi em Python. -
14:22 - 14:25Sabem como é que há o Photoshop?
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14:25 - 14:30Isto chama-se Powershop e funciona
imaginando uma organização. -
14:30 - 14:32O diretor nem sempre está no topo.
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14:32 - 14:34O diretor está no centro da organização.
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14:34 - 14:36A organização pode ter
diferentes subdivisões -
14:36 - 14:38e podemos querer olhar
para áreas distintas. -
14:38 - 14:42Nas áreas verdes as coisas correm bem,
nas áreas vermelhas correm mal. -
14:42 - 14:44Como é que nós, líderes,
examinamos, ligamos, -
14:44 - 14:46fazemos as coisas acontecerem?
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14:46 - 14:49Podíamos abrir aqui uma distribuição,
ver as subdivisões que existem -
14:49 - 14:53descobrir que conhecemos
alguém, aqui, na Eco. -
14:55 - 14:58que estas pessoas, aqui na Eco,
com quem nos podemos relacionar, -
14:58 - 15:02enquanto diretores,
as pessoas que atravessam a hierarquia. -
15:02 - 15:05Parte do desafio do diretor
está em descobrir ligações, -
15:05 - 15:09que atravessem as áreas e pode
procurar na Investigação e Desenvolvimento. -
15:09 - 15:12Aqui, vamos encontrar uma pessoa
que atravessa duas áreas de interesse -
15:12 - 15:15com quem é importante
mantermos uma ligação. -
15:15 - 15:19Podemos querer ter, por exemplo,
uma visualização da informação prévia -
15:19 - 15:22sobre como interagimos com elas.
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15:22 - 15:24Quantos cafés tomam?
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15:24 - 15:27Qual a frequência das chamadas
efetuadas e dos emails enviados? -
15:27 - 15:30Qual o curso dos seus emails?
Como é que está a resultar? -
15:30 - 15:33Os chefes podem usar estes sistemas
para regular melhor -
15:33 - 15:35o modo como trabalham,
dentro da heterarquia. -
15:35 - 15:39Também podemos imaginar a utilização
de tecnologia como a da Luminoso, -
15:39 - 15:43dos rapazes de Cambridge que faziam
uma análise profunda de textos. -
15:43 - 15:45Qual é o curso das nossas comunicações?
-
15:45 - 15:48Creio que este tipo de sistemas
é importante. -
15:48 - 15:50São sistemas de "media" sociais,
que têm por alvo os líderes. -
15:51 - 15:55E creio que este tipo de perspetiva
só começará a desenvolver-se, -
15:55 - 15:59quando mais líderes
entrarem no espaço da arte e do design, -
15:59 - 16:03porque a arte e o design permitem-nos
pensar, desta forma, -
16:03 - 16:04encontrar sistemas diferentes como este.
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16:04 - 16:07Eu comecei a pensar assim,
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16:07 - 16:09e tenho muito gosto
em partilhá-lo convosco. -
16:09 - 16:13Para concluir, desejo agradecer
a todos vós pela vossa atenção. -
16:13 - 16:14Muito obrigado.
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16:14 - 16:17(Aplausos)
- Title:
- Como a arte, a tecnologia e o design formam os líderes criativos
- Speaker:
- John Maeda
- Description:
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John Maeda, diretor da Escola de Design de Rhode Island, faz uma palestra fascinante, com graça, que percorre o trabalho de uma vida com as artes, o design e a tecnologia, encerrando com uma fotografia da liderança criativa, no futuro. Vejam as versões de demonstração de trabalhos antigos de Maeda — e, até um computador feito de pessoas.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:41
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How art, technology and design inform creative leaders | ||
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Dimitra Papageorgiou approved Portuguese subtitles for How art, technology and design inform creative leaders | ||
Christof Pereira accepted Portuguese subtitles for How art, technology and design inform creative leaders | ||
Rute Joaquim edited Portuguese subtitles for How art, technology and design inform creative leaders | ||
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