Como ajudo adolescentes transexuais a tornarem-se naquilo que eles querem ser
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0:01 - 0:04Quero que todos vocês pensem
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0:05 - 0:09qual é a terceira palavra
que sempre se diz -
0:09 - 0:11sobre nós
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0:12 - 0:15ou, se estão grávidas,
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0:15 - 0:18sobre a pessoa que vão dar à luz.
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0:20 - 0:23E, se quiserem, podem dizê-lo em alta voz.
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0:24 - 0:27As duas primeiras palavras são;
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0:27 - 0:29É... um(a)..."
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0:30 - 0:31(Vozes)
(risos) -
0:31 - 0:33(Risos)
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0:33 - 0:36Bem, isto mostra
que eu também trato das questões -
0:36 - 0:39em que não há a certeza quanto a ser
uma menina ou um menino, -
0:39 - 0:42portanto a resposta misturada
foi muito apropriada. -
0:42 - 0:45Obviamente, a resposta
hoje vem principalmente -
0:45 - 0:47através dos ultrassons,
não na altura do nascimento, -
0:47 - 0:52a não ser que os futuros pais prefiram
uma surpresa, como antigamente. -
0:54 - 0:56Mas quero que pensem naquilo
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0:57 - 1:01que leva a essa constatação
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1:02 - 1:03da terceira palavra,
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1:03 - 1:06porque a terceira palavra.
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1:06 - 1:10é uma descrição do nosso sexo.
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1:14 - 1:17E com isso estou a referir que é feita
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1:17 - 1:19por uma descrição
dos nossos órgãos genitais. -
1:21 - 1:24Ora bem, enquanto
endocrinologista pediátrico, -
1:24 - 1:26eu costumava ficar envolvido,
muito profundamente, -
1:26 - 1:28e ainda continuo, de certo modo,
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1:28 - 1:33nos casos em que há confusão
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1:34 - 1:36no aspeto exterior
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1:36 - 1:39ou entre o aspeto exterior e o interior,
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1:40 - 1:43e, literalmente, temos que imaginar
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1:44 - 1:48o que é a descrição do nosso sexo.
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1:49 - 1:51Mas não há nada que seja definível
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1:51 - 1:54na altura do nascimento,
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1:54 - 1:57nada que nos defina.
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1:58 - 2:01E quando falo de definição,
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2:01 - 2:04estou a falar da orientação sexual.
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2:06 - 2:10Nunca dizemos, "É um rapaz gay"
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2:12 - 2:14"Uma rapariga lésbica".
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2:15 - 2:18Essas situações não se definem assim,
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2:18 - 2:21é só por volta da segunda década
da nossa vida. -
2:22 - 2:26Também não definem o nosso sexo
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2:27 - 2:30que, enquanto diferente do sexo anatómico,
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2:31 - 2:33descreve o conceito de nós próprios.
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2:34 - 2:36Veem-se a vós próprios
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2:36 - 2:39como macho ou como fêmea
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2:40 - 2:43ou algures no meio desse espetro?
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2:45 - 2:49Isso, por vezes, aparece
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2:50 - 2:52nos primeiros dez anos de vida,
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2:53 - 2:56mas pode ser muito confuso para os pais
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2:57 - 3:01porque é quase obrigatório
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3:01 - 3:05que as crianças ajam e brinquem
de acordo com o sexo. -
3:06 - 3:09Mas, na verdade, há estudos que demonstram
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3:09 - 3:13que 80% das crianças que agem desse modo
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3:14 - 3:16deixarão de querer
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3:17 - 3:20ser do sexo oposto
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3:21 - 3:24na altura em que começa a puberdade.
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3:25 - 3:29Mas, na altura em que começa a puberdade,
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3:30 - 3:34ou seja, entre os 10 e os 12 anos
nas raparigas, -
3:34 - 3:36e os 12 e os 14 anos nos rapazes,
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3:38 - 3:40com o desenvolvimento dos seios
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3:40 - 3:43ou o aumento duas ou três vezes
das gónadas -
3:43 - 3:46no caso dos machos genéticos,
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3:47 - 3:52nessa altura, a criança que diz
que se encontra no corpo errado, -
3:54 - 3:57é quase certo ser um transexual
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3:58 - 4:01e é extremamente improvável
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4:02 - 4:04que altere esse sentimento,
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4:05 - 4:09por mais que se tente
uma terapia reparadora, -
4:09 - 4:11ou qualquer outra coisa nociva.
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4:13 - 4:15Ora, isso é relativamente raro.
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4:15 - 4:19Por isso eu tinha relativamente
pouca experiência pessoal com isso, -
4:19 - 4:22e a minha experiência foi mais típica
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4:22 - 4:24apenas porque dei aulas a adolescentes.
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4:24 - 4:26E vi uma pessoa de 24 anos
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4:26 - 4:28entrar em Harvard, geneticamente mulher,
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4:28 - 4:31atravessar Harvard com
três colegas de quarto masculinos -
4:31 - 4:32— que conheciam a sua história —
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4:32 - 4:35o funcionário do registo
listava sempre o nome dela -
4:35 - 4:38nas listas do curso, com um nome masculino
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4:38 - 4:40e, depois de acabar o curso,
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4:40 - 4:42ela veio ter comigo e disse-me:
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4:42 - 4:45"Ajude-me. Sei que sabe imenso
de endocrinologia". -
4:45 - 4:46Com efeito, eu tinha tratado imensa gente
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4:46 - 4:48que tinha nascido sem gónadas.
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4:48 - 4:50Não era uma ciência transcendente.
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4:50 - 4:52Mas fiz um acordo com ele:
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4:52 - 4:54"Ensino-te se me ensinares".
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4:54 - 4:56E assim foi.
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4:57 - 4:59E muito aprendi
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4:59 - 5:02ao ocupar-me de todos os membros
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5:02 - 5:03do seu grupo de apoio!
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5:04 - 5:07Mas depois, fiquei muito confuso,
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5:06 - 5:09porque pensava que, naquela idade
era relativamente fácil -
5:09 - 5:12dar a uma pessoa apenas
as hormonas do sexo -
5:12 - 5:14com que ela se identificava.
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5:15 - 5:18Mas depois o meu paciente casou-se
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5:18 - 5:20e casou-se com uma mulher,
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5:21 - 5:23que tinha nascido como rapaz,
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5:23 - 5:26casara como homem e tivera dois filhos
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5:26 - 5:30e só depois fez a transição para mulher
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5:32 - 5:36e agora aquela bonita mulher
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5:37 - 5:40tinha-se encantado
com o meu paciente masculino. -
5:41 - 5:43Com efeito, casaram-se legalmente
porque apresentaram-se -
5:43 - 5:46como um homem e uma mulher,
e quem sabia? -
5:46 - 5:48(Risos)
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5:48 - 5:51E enquanto eu estava todo baralhado sobre:
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5:52 - 5:54"Este fulano é gay?
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5:54 - 5:57"Este fulano é hetero?'
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5:56 - 5:58ia percebendo que a orientação sexual
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5:58 - 6:01era confundida com a identidade do sexo.
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6:02 - 6:04E o meu paciente disse-me:
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6:04 - 6:06"Olhe... olhe... olhe...
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6:06 - 6:09"Se pensar nisto, vai perceber:
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6:09 - 6:13"Orientação sexual é 'com quem'
vamos para a cama, -
6:13 - 6:15"Identidade de sexo é 'como'
vamos para a cama" -
6:15 - 6:17(Risos)
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6:18 - 6:21E posteriormente aprendi
com muitos adultos -
6:21 - 6:23— tratei cerca de 200 adultos —
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6:23 - 6:25aprendi com eles
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6:25 - 6:27que, se eu não observasse, não espreitasse
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6:27 - 6:30com quem o seu parceiro
estava na sala de espera -
6:30 - 6:32eu nunca seria capaz de adivinhar,
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6:32 - 6:34senão por acaso,
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6:34 - 6:36se eles eram gays, hetero, bi
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6:36 - 6:40ou assexuado no seu sexo assumido.
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6:40 - 6:41Por outras palavras,
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6:41 - 6:45uma coisa não tem nada a ver com a outra.
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6:45 - 6:47E os dados demonstram-no.
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6:48 - 6:49Ora bem...
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6:50 - 6:53À medida que ia tratando dos 200 adultos,
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6:53 - 6:55achei que era uma coisa
extremamente penosa. -
6:55 - 6:58Essas pessoas — muitas delas —
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6:58 - 7:02tinham abdicado
de tanta coisa na sua vida. -
7:02 - 7:05Por vezes os pais tinham-nas rejeitado,
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7:05 - 7:07os irmãos, os próprios filhos,
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7:07 - 7:10e as mulheres de quem se tinham divorciado
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7:11 - 7:13proibiram-nos de ver os filhos
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7:13 - 7:16Era uma coisa horrível, mas porque
é que que eles tinham feito aquilo -
7:16 - 7:18aos 40 e aos 50 anos?
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7:19 - 7:22Porque sentiram que tinham que se assumir
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7:23 - 7:25antes que se suicidassem.
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7:26 - 7:28E, com efeito, a taxa de suicídio
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7:28 - 7:31entre pessoas transexuais sem tratamento
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7:31 - 7:34é das mais altas do mundo.
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7:35 - 7:37Então, que fazer?
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7:37 - 7:41Fui convidado para ir a uma conferência
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7:41 - 7:43na Holanda, em que há especialistas nisto,
-
7:44 - 7:46e vi uma coisa espantosa.
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7:47 - 7:50Andavam a tratar jovens adolescentes
-
7:50 - 7:52depois de lhes fazerem
-
7:52 - 7:56o mais intenso teste psicométrico de sexo.
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7:56 - 7:59Estavam a tratá-los, bloqueando
-
7:59 - 8:00a puberdade que eles não queriam.
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8:01 - 8:04Porque, basicamente, os miúdos
procuram os do mesmo sexo -
8:04 - 8:07até chegarem à puberdade,
-
8:06 - 8:09altura em que, se nos sentimos
no sexo errado, -
8:09 - 8:12sentimo-nos como o Pinóquio
a transformar-se num burro. -
8:12 - 8:15A fantasia que tínhamos
de que o corpo ia mudar -
8:15 - 8:17para ser o que queríamos ser
com a puberdade -
8:17 - 8:20acaba por ser anulada
pela puberdade que temos. -
8:22 - 8:25E ficamos desfeitos.
-
8:25 - 8:28Por isso é que, mantendo
a puberdade em suspenso... -
8:28 - 8:29Porquê em suspenso?
-
8:29 - 8:32Não podemos dar-lhes as hormonas opostas
enquanto tão novos. -
8:32 - 8:34Acabavam por prejudicar o crescimento
-
8:34 - 8:37e acham que é possível
ter uma conversa com sentido -
8:37 - 8:39sobre os efeitos de fertilidade
de tal tratamento -
8:39 - 8:41com uma rapariga de 10 anos,
-
8:41 - 8:43ou um rapaz de 12 anos?
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8:43 - 8:45Assim ganha-se tempo
no processo de diagnóstico -
8:45 - 8:47durante quatro ou cinco anos,
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8:47 - 8:50para eles poderem aguentar
-
8:50 - 8:53poderem fazer mais testes,
-
8:53 - 8:56poderem viver sem sentir
que os seus corpos estão a fugir deles. -
8:57 - 9:00E depois, num programa
a que chamam "12-16-18", -
9:01 - 9:05por volta dos 12 anos, é quando lhes dão
as hormonas de bloqueio -
9:06 - 9:10e, na idade dos 16 anos,
voltam a testar, reclassificam. -
9:10 - 9:13Lembrem-se, as hormonas
de bloqueio são reversíveis -
9:13 - 9:16mas, quando damos hormonas
do sexo oposto, -
9:16 - 9:20começamos a desenvolver
os seios e a barba e a voz, -
9:20 - 9:22consoante as hormonas que se usarem.
-
9:22 - 9:24E esses efeitos são permanentes
-
9:24 - 9:26ou exigem cirurgia para os eliminar,
-
9:26 - 9:27ou eletrólise,
-
9:27 - 9:29e nunca é possível recuperar a voz.
-
9:29 - 9:32Por isso é grave e isto é
um problema aos 15 ou 16 anos. -
9:33 - 9:36Depois, aos 18 anos,
podem optar pela cirurgia -
9:37 - 9:41e, embora não haja uma boa cirurgia,
genitalmente, de rapariga-para-rapaz, -
9:41 - 9:45a cirurgia de rapaz-para-rapariga
tem enganado ginecologistas. -
9:46 - 9:47É mesmo boa.
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9:48 - 9:52Assim, observei o que
os pacientes estavam a fazer -
9:52 - 9:55e observei pacientes que se pareciam
com toda a gente -
9:55 - 9:58exceto que tinham a puberdade adiada.
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9:58 - 10:00Mas, logo que lhes davam as hormonas
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10:00 - 10:02consistentes com o sexo que eles assumiam,
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10:03 - 10:04ficavam com um aspeto lindo!
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10:04 - 10:07Tinham um ar normal.
Tinham uma altura normal. -
10:08 - 10:10Nunca os distinguiríamos
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10:10 - 10:12no meio da multidão.
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10:13 - 10:15Nessa altura, decidi que ia fazer o mesmo.
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10:15 - 10:17É aqui realmente que
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10:17 - 10:20entra a endocrinologia pediátrica
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10:20 - 10:22porque, na verdade, se vamos aplicá-la
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10:22 - 10:24em crianças com 10-12, 10-14 anos,
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10:24 - 10:27isso é endocrinologia pediátrica.
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10:28 - 10:31Portanto, arranjei umas crianças
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10:32 - 10:35e isso agora tornou-se
num padrão de assistência -
10:35 - 10:38e o Hospital das Crianças
esteve por detrás disso. -
10:38 - 10:41Quando lhes mostrei as crianças,
antes e depois, -
10:41 - 10:43pessoas que nunca tinham sido tratadas
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10:43 - 10:45e pessoas que queriam ser tratadas
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10:45 - 10:48e mostrei fotografias dos holandeses,
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10:48 - 10:50vieram ter comigo e disseram:
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10:50 - 10:52"Tem que fazer alguma coisa
por estas crianças" -
10:52 - 10:54Bem, onde é que essas crianças
tinham estado até aí? -
10:55 - 10:58Andavam por aí, a sofrer, é o que é.
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10:58 - 11:00Portanto,
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11:01 - 11:04iniciámos um programa em 2007.
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11:04 - 11:07Foi o primeiro programa do género
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11:07 - 11:09— mas é de facto do tipo holandês —
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11:09 - 11:11na América do Norte.
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11:11 - 11:15E desde então, temos 160 pacientes.
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11:15 - 11:18Vieram do Afeganistão? Não.
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11:19 - 11:2275% vieram
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11:22 - 11:26de um raio de 240 km de Boston.
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11:27 - 11:30E alguns vieram de Inglaterra.
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11:30 - 11:34Jackie tinha sido violado
em Midlands, em Inglaterra -
11:34 - 11:36Aqui tem 12 anos,
-
11:36 - 11:38estava a viver como uma rapariga
-
11:38 - 11:40mas começou a levar pancada.
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11:40 - 11:42Era um filme de terror.
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11:42 - 11:43Tiveram que a ensinar em casa.
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11:43 - 11:45E a razão de os britânicos terem vindo
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11:45 - 11:49foi porque não tratam ninguém
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11:49 - 11:51com menos de 16 anos,
-
11:51 - 11:53o que significa que os estão a condenar
-
11:53 - 11:56a um corpo de adulto,
aconteça o que acontecer, -
11:56 - 11:59mesmo que lhes tenham feito
testes bem feitos. -
11:59 - 12:01Ainda por cima, Jackie,
-
12:01 - 12:03dadas as medidas do seu esqueleto,
-
12:03 - 12:06devia crescer até 1,98 m de altura.
-
12:07 - 12:09E ainda só agora tinha começado
-
12:09 - 12:12uma puberdade masculina.
-
12:11 - 12:15Eu fiz uma coisa um pouco inovadora,
-
12:15 - 12:17porque conheço bem as hormonas
-
12:17 - 12:19e o estrogénio é muito mais potente
-
12:19 - 12:23para fechar epífises,
as placas de crescimento -
12:23 - 12:26e impedir o crescimento,
do que a testosterona. -
12:26 - 12:29Portanto, bloqueámos a testosterona dela
-
12:29 - 12:31com uma hormona de bloqueio,
-
12:31 - 12:34mas acrescentámos estrogénio,
não aos 16 anos, mas aos 13. -
12:35 - 12:38E aqui está ela, aos 16 anos, à esquerda.
-
12:38 - 12:41E quando fez 16 anos, foi à Tailândia
-
12:41 - 12:43onde lhe fizeram
uma cirurgia plástica aos genitais. -
12:43 - 12:45— agora fazem-na aos 18 anos...
-
12:45 - 12:47E acabou com 1,84 m de altura
-
12:48 - 12:51mas, mais importante,
tem uma dimensão de seios normal -
12:51 - 12:53porque, através
da testosterona de bloqueio -
12:53 - 12:57todos os nossos pacientes
têm uma dimensão de seios normal, -
12:57 - 13:00se vierem ter connosco
na idade apropriada, não tarde demais -
13:01 - 13:03E na extrema direita, lá está ela.
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13:03 - 13:05Apareceu em público,
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13:05 - 13:07semifinalista no concurso
para Miss Inglaterra. -
13:09 - 13:12Os juízes discutiram, podiam fazer aquilo?
-
13:13 - 13:15Podiam classificá-la...
-
13:15 - 13:17E disseram-me que um deles gracejou:
-
13:17 - 13:19"Mas ela tem uma atitude mais natural
-
13:19 - 13:21"do que metade das outras concorrentes"
-
13:21 - 13:22(Risos)
-
13:23 - 13:27E algumas delas foram
"trabalhadas" um pouco -
13:27 - 13:29mas é tudo ADN delas.
-
13:31 - 13:33Tornou-se numa porta-voz notável.
-
13:35 - 13:38Ofereceram-lhe contratos para modelo.
-
13:38 - 13:39Nessa altura ela espicaçou-me, dizendo:
-
13:39 - 13:41"Podia ter tido mais hipóteses
-
13:41 - 13:44"como modelo, se me tivesse dado 1,86 m"
-
13:44 - 13:45(Risos)
-
13:46 - 13:47Imaginem!
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13:48 - 13:51Acho que esta foto diz tudo.
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13:52 - 13:54Diz realmente tudo.
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13:54 - 13:57Estes são Nicole e o irmão Jonas
-
13:58 - 14:00dois gémeos idênticos
-
14:01 - 14:03que se provou serem idênticos
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14:04 - 14:08Nicole assumiu-se como rapariga
a partir dos três anos. -
14:08 - 14:10Aos sete anos, mudaram-lhe o nome
-
14:10 - 14:13e ela veio ter comigo logo no início
-
14:13 - 14:15da puberdade masculina.
-
14:15 - 14:17Agora imaginem olhar para Jonas,
-
14:17 - 14:19apenas com 14 anos,
-
14:19 - 14:21— a puberdade masculina
é precoce nesta família — -
14:21 - 14:24porque ele mais parece um rapaz de 16 anos
-
14:24 - 14:25mas ainda é melhor exemplo
-
14:25 - 14:28para percebermos porque é
que é preciso ter consciência -
14:28 - 14:30de qual é o paciente.
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14:30 - 14:33Nicole aqui fez bloqueio da puberdade
-
14:33 - 14:35e Jonas está a passar
por controlo biológico. -
14:37 - 14:38Este seria o aspeto de Nicole
-
14:38 - 14:40se não tivéssemos feito o que estamos a fazer.
-
14:40 - 14:43Ele tem uma maçã-de-Adão proeminente.
-
14:43 - 14:46Tem ossos angulares no rosto, bigode
-
14:46 - 14:48e podemos ver que há diferença na altura.
-
14:48 - 14:50porque ele está a passar
por uma fase de crescimento -
14:50 - 14:52que ela não terá.
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14:52 - 14:54Nicole está a levar estrogénio.
-
14:54 - 14:56Já tem uma certa forma feminina.
-
14:57 - 14:59Esta família foi à Casa Branca
na primavera passada -
15:00 - 15:02por causa do seu trabalho
-
15:02 - 15:05em inverter uma discriminação.
-
15:06 - 15:08Havia um projeto de lei que iria bloquear
-
15:08 - 15:10o direito às pessoas transexuais no Maine
-
15:10 - 15:13de usar os balneários públicos
-
15:13 - 15:16e tudo dava a entender
que a lei iria ser aprovada -
15:16 - 15:18e isso seria um problema.
-
15:17 - 15:21Mas Nicole foi pessoalmente
a cada legislador no Maine e disse: -
15:21 - 15:23"Posso fazer isso.
-
15:23 - 15:24"Se eles me virem, vão perceber
-
15:24 - 15:27"que eu não sou uma ameaça
nos lavabos das mulheres, -
15:27 - 15:29"mas posso ser ameaçada
nos lavabos dos homens" -
15:29 - 15:31E eles acabaram por perceber.
-
15:32 - 15:34Então, o que acontece daqui em diante?
-
15:35 - 15:38Temos ainda um caminho a percorrer
-
15:38 - 15:40em termos de combate à discriminação.
-
15:40 - 15:41Há apenas 17 estados
-
15:41 - 15:43que têm uma lei contra a discriminação,
-
15:43 - 15:46contra a discriminação na habitação,
-
15:46 - 15:49no emprego, nos alojamentos públicos.
-
15:49 - 15:52Apenas 17 estados, e cinco deles
são na Nova Inglaterra. -
15:52 - 15:54Precisamos de drogas menos caras.
-
15:54 - 15:55Custam uma fortuna.
-
15:55 - 15:57E precisamos de tirar esta situação
-
15:57 - 16:01do DSM [Manual de Diagnóstico e
Estatísticas de Transtornos Mentais] -
16:01 - 16:04É tão doença psiquiátrica
como ser gay ou lésbica -
16:04 - 16:07e isso foi eliminado em 1973
-
16:07 - 16:08e o mundo inteiro mudou.
-
16:09 - 16:12É uma coisa que não vai dar cabo
do orçamento de ninguém. -
16:12 - 16:13Não é assim tão comum.
-
16:13 - 16:17Mas os riscos
de não se fazer nada por eles -
16:19 - 16:21não só os expõe a todos
-
16:21 - 16:25em risco de perderem a vida, suicidando-se
-
16:25 - 16:29como diz algo sobre
se nós somos ,de facto, -
16:29 - 16:31uma sociedade inclusiva.
-
16:31 - 16:33Obrigado.
-
16:33 - 16:36(Aplausos)
- Title:
- Como ajudo adolescentes transexuais a tornarem-se naquilo que eles querem ser
- Speaker:
- Norman Spack
- Description:
-
A puberdade é um tempo complicado para quase toda a gente, mas para adolescentes transexuais pode ser um pesadelo, visto que aparecem de um dia para o outro em corpos com que não se sentem confortáveis. Numa palestra calorosa, o endocrinologista Norman Spack conta uma história pessoal sobre como se tornou num dos poucos médicos nos EU a tratar menores com terapia de substituição de hormonas. Atrasando os efeitos da puberdade, Spack dá aos adolescentes transexuais o tempo de que eles precisam.
(Filmado em TEDxBeaconStreet). - Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:53
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