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Como eu ajudo jovens transgêneros a serem quem eles querem ser

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    Eu quero que vocês pensem
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    sobre a terceira palavra que foi dita
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    sobre vocês
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    ou, se vocês estivessem dando à luz,
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    sobre a pessoa que vocês deram à luz.
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    Vocês podem dizer, se quiserem,
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    ou falar em voz alta.
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    Era... as duas primeiras eram "É um(a)..."
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    Bem, mostra a vocês que
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    eu também lido com situações em que
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    não há certeza
    se é uma menina ou um menino,
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    então a resposta mista
    foi bem apropriada.
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    É claro, a resposta muita vezes vem
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    não no nascimento, mas no ultrassom,
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    a não ser que os futuros pais escolham
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    ser surpreendidos como todos nós fomos.
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    Mas eu quero que vocês
    pensem sobre o que é
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    que leva à afirmação
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    na terceira palavra.
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    Porque a terceira palavra
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    é uma descrição do seu sexo,
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    e eu quero dizer,
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    feita pela descrição da sua genitália.
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    Agora, como endocrinologista pediátrico,
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    eu ficava muito, muito envolvido,
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    e ainda fico, de certa forma,
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    em casos em que há discrepâncias
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    entre os externos,
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    ou entre os externos, e os internos,
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    e nós temos que literalmente descobrir
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    qual é a descrição do seu sexo.
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    Mas não há nada que seja definível
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    na hora do nascimento
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    que defina você.
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    E quando eu falo sobre definição,
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    estou falando sobre sua orientação sexual.
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    Nós não dizemos: "É um menino gay,"
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    "Uma menina lésbica".
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    Essas situações realmente
    não se definem muito,
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    até a segunda década de vida.
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    Nem definem o seu gênero,
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    que, diferentemente do seu sexo anatômico,
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    descreve sua auto-concepção.
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    Você se vê como um homem, mulher,
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    ou em algum lugar entre os dois?
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    Às vezes, isso aparece
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    na primeira década de vida,
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    mas pode ser muito confuso para os pais,
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    porque é bastante comum
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    crianças brincarem
    e agirem como o sexo oposto,
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    e há de fato estudos que mostram
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    que até 80% das crianças
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    que agem desse jeito
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    não persistirão em querer ser
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    do gênero oposto,
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    quando a puberdade começar.
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    Mas na hora em que a puberdade começa,
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    o que ocorre entre
    os 10 a 12 anos nas meninas,
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    12 a 14 no meninos,
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    com crescimento dos seios,
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    ou crescimento de duas
    a três vezes nas gônadas
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    no caso dos geneticamente homens,
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    neste ponto em particular,
    a criança que diz
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    que está absolutamente no corpo errado
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    é quase com certeza um transgênero
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    e é extremamente improvável
    a mudança desses sentimentos,
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    mesmo que se tentem terapias reparadoras
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    ou qualquer outra coisa nociva.
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    Agora, isto é relativamente raro.
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    Então, eu tive relativamente pouca
    experiência pessoal com isso
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    e minha experiência foi mais típica
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    só porque eu tive
    uma experiência adolescente.
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    E eu vi uma pessoa de 24 anos,
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    que estudou em Harvard,
    geneticamente mulher,
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    estudou em Harvard
    e morou com três homens,
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    que conheciam a história,
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    que sempre escreveu seu nome
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    nas listas de presença
    como um nome masculino,
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    e veio até mim depois
    de se formar, dizendo "Ajude-me.
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    Sei que você sabe
    muito de endocrinologia."
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    E, de fato, eu já tratei muitas pessoas
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    que nasceram sem gônadas.
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    Isto não era exatamente complexo.
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    Mas eu fiz um acordo com ele:
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    eu cuido de você, se me ensinar.
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    E ele me ensinou.
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    E que aprendizado eu tive,
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    cuidando do todos os membros
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    do seu grupo de apoio.
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    Então, eu fiquei realmente confuso,
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    porque eu achava que era
    fácil, naquela idade,
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    apenas dar às pessoas os hormônios
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    do gênero em que eles se afirmavam.
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    Mas meu paciente se casou,
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    com uma mulher
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    que havia nascido homem,
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    havia se casado como homem,
    tido duas crianças,
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    e passou por uma transição para mulher.
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    E agora essa mulher encantadora
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    foi ligada ao meu paciente masculino.
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    Na realidade, casou-se legalmente
    porque eles se apresentaram
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    como um homem e uma mulher,
    e quem saberia, certo?
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    (Risadas)
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    Enquanto eu estava confuso
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    sobre: "Isto torna fulano gay?",
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    "Isto torna beltrano hétero?",
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    eu estava confundindo orientação sexual
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    com identidade de gênero.
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    E meu paciente me disse:
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    "Olhe, olhe, olhe.
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    Se você pensar assim, você vai entender:
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    orientação sexual é
    com quem você vai para a cama;
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    identidade sexual
    é a pessoa que você é na cama."
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    E consequentemente
    eu aprendi com os muitos adultos;
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    eu cuidei de aproximadamente 200 adultos;
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    eu apendi com eles
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    que se eu não prestasse atenção em quem
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    o parceiro deles era na sala de espera,
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    eu nunca seria capaz de adivinhar,
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    não fosse por acaso,
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    se eles eram gays, héteros, bissexuais,
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    ou assexuados no seu gênero declarado.
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    Em outras palavras,
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    uma coisa não tem nada a ver
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    com a outra.
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    E os dados mostram isso.
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    Bem, enquanto cuidava dos 200 adultos,
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    eu achei extremamente doloroso.
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    Essas pessoas eram... muitas delas
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    tiveram de abrir mão de muito na vida.
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    Às vezes, seus pais as rejeitaram,
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    irmãos, seus próprios filhos,
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    e até seus ex-cônjuges
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    os proibiam de ver seus filho.
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    Era muito ruim,
    mas por que ele fizeram isso
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    aos 40 e 50 anos?
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    Porque perceberam
    que precisavam se autoafirmar
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    antes que acabassem se suicidando.
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    E de fato, a taxa de suicídio
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    entre pessoas transgêneras não tratadas
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    está entre as maiores no mundo.
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    Então, o que fazer?
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    Fiquei curioso em ir a uma conferência
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    na Holanda, onde são especialistas nisso,
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    e vi algo impressionante.
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    Eles estavam tratando jovens adolescentes,
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    depois de lhes dar o mais intenso
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    teste psicométrico de gênero
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    e eles os estavam tratando bloqueando
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    a puberdade que não queriam.
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    Porque, basicamente,
    crianças são todas parecidas,
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    ambos os sexos,
    até que passem pela puberdade;
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    num ponto em que, se você
    se sente no sexo errado,
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    você se sente como o Pinóquio
    se transformando em um burro.
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    A fantasia que você tinha
    de que seu corpo iria mudar
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    para ser quem você queria ser
    através da puberdade
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    é, na realidade, anulada
    pela puberdade que você tem.
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    E eles desmoronam.
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    Então, é por isso que colocar
    a puberdade em espera...
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    Por que em espera?
    Não dá simplesmente para lhes dar
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    tão cedo os hormônios opostos.
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    Eles acabarão tendo
    o crescimento comprometido,
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    e você pensa que pode
    ter uma conversa séria
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    sobre os efeitos
    desse tratamento na fertilidade
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    com uma menina de 10 anos?
    Um garoto de 12 anos?
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    Então, isto ganha tempo
    no processo de diagnóstico,
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    por quatro ou cinco anos,
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    para que eles possam lidar com isso,
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    possam fazer mais testes,
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    possam viver sem sentir que seus corpos
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    estão fugindo deles.
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    Então, num programa
    que eles chamam 12-16-18,
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    é por volta dos 12 anos
    que se dão os hormônios bloqueadores,
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    e então aos 16 anos, com um novo teste,
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    eles requalificam.
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    Vale lembrar que os hormônios
    bloqueadores são reversíveis,
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    mas quando você administra
    os hormônios do sexo oposto,
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    você começa a ter seios, pelos faciais
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    e voz, dependendo do que está usando,
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    e esses efeitos são permanentes,
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    ou requerem cirurgia para remoção,
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    ou eletrólise,
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    e você nunca consegue reverter a voz.
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    Então, isto é sério
    e é coisa de quem tem 15, 16 anos.
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    E, aos 18, eles são
    aptos para a cirurgia.
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    Embora não haja uma boa cirurgia
    das genitálias de mulher para homem,
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    a cirurgia de homem para mulher
    já enganou ginecologistas.
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    Este é o nível de qualidade
    a que se pode chegar.
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    Então, eu vi como os pacientes estavam
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    e eu vi pacientes que pareciam
    como qualquer pessoa,
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    exceto que estavam atrasados na puberdade.
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    Mas, uma vez que lhe dessem os hormônios
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    consistentes com o gênero que afirmavam,
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    eles ficaram lindos.
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    Eles pareciam normais.
    Tinham alturas normais.
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    Você nunca seria capaz de diferenciá-los
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    numa multidão.
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    A essa altura, decidi que iria fazer isto.
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    É aí que a pediatria
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    endócrina realmente entra,
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    porque, na verdade, se você irá lidar
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    com crianças de idades entre 10-12, 10-14,
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    isto é pediatria endocrinológica.
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    Então, eu trouxe algumas crianças,
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    e isto agora se tornou
    o tratamento padrão,
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    e o Hospital das Crianças
    estava por trás disso.
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    Ao mostrar a eles
    as crianças, antes e depois,
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    pessoas que nunca foram tratadas
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    e pessoas que desejavam ser tratadas,
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    e fotos dos holandeses,
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    eles vieram a mim e disseram:
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    "Você tem que fazer algo
    por essas crianças."
  • 10:52 - 10:55
    Bem, onde estavam estas crianças antes?
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    Estavam lá fora sofrendo.
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    Então, começamos um programa em 2007.
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    Tornou-se o primeiro
    programa desse tipo --
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    mas é realmente do tipo holandês --
  • 11:09 - 11:11
    nos América do Norte.
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    Desde então, nós temos 160 pacientes.
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    Eles vieram do Afeganistão? Não.
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    Eles vieram, 75% vieram
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    de menos de 240 km de Boston.
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    Alguns vieram da Inglaterra.
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    Jackie foi abusada nas Midlands,
    na Inglaterra.
  • 11:34 - 11:36
    Ela tem 12 anos na foto.
  • 11:36 - 11:37
    Estava vivendo como garota,
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    mas estava sendo espancada.
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    Era um show de horrores.
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    Ela teve que ter aulas em casa.
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    E a razão de os britânicos virem
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    era porque eles não tratavam ninguém
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    com menos de 16 anos,
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    o que significa
    que os estavam prendendo
  • 11:53 - 11:56
    num corpo adulto, fosse como fosse,
  • 11:56 - 11:58
    mesmo que se saíssem bem nos testes.
  • 11:58 - 12:00
    Jackie, além disso, era,
  • 12:00 - 12:03
    em virtude de medições dos ossos,
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    destinada a ter 1,95m.
  • 12:07 - 12:09
    Ainda assim, ela tinha apenas começado
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    uma puberdade masculina.
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    Bem, eu fiz algo um pouco inovador,
  • 12:14 - 12:16
    porque eu conheço hormônios,
  • 12:16 - 12:18
    e o estrogênio é muito mais potente
  • 12:18 - 12:22
    em fechar epífises,
    as placas de crescimento,
  • 12:22 - 12:25
    e em parar o crescimento,
    do que a testosterona.
  • 12:25 - 12:28
    Então, bloqueamos a testosterona dela
  • 12:28 - 12:30
    com um hormônio bloqueador,
  • 12:30 - 12:35
    mas adicionamos estrogênio,
    não aos 16, mas aos 13 anos.
  • 12:35 - 12:38
    Então, aqui está ela, aos 16, à esquerda.
  • 12:38 - 12:40
    Em seu aniversário de 16 anos,
    ela foi à Tailândia,
  • 12:40 - 12:42
    onde faria uma cirurgia plástica genital.
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    Eles farão isto com ou sem 18 anos.
  • 12:44 - 12:47
    Ela acabou com 1,81m,
  • 12:47 - 12:50
    mas mais do que isso,
    ela tem seios de tamanho normal,
  • 12:50 - 12:53
    porque, ao bloquear a testosterona,
  • 12:53 - 12:54
    cada um dos nossos pacientes
  • 12:54 - 12:56
    tem seios de tamanho normal,
  • 12:56 - 13:00
    se vêm até nós na idade apropriada,
    não tarde demais.
  • 13:00 - 13:03
    E na ponta direita, lá está ela.
  • 13:03 - 13:04
    Ela foi a público,
  • 13:04 - 13:07
    semifinalista na competição
    Miss Inglaterra.
  • 13:09 - 13:12
    Os juízes debateram: "Seria possível?
  • 13:12 - 13:14
    Ele podem torná-la..."
  • 13:14 - 13:16
    E um deles brincou, disseram-me:
  • 13:16 - 13:18
    "Mas ela tem um ar mais natural
  • 13:18 - 13:20
    que metade das outras concorrentes."
  • 13:20 - 13:22
    (Risadas)
  • 13:22 - 13:26
    E algumas coisas foram
    um pouco rearranjadas,
  • 13:26 - 13:30
    mas é tudo o DNA dela.
  • 13:30 - 13:33
    E ela se tornou uma notável oradora.
  • 13:33 - 13:36
    E ela recebeu oferta
    de contrato como modelo,
  • 13:36 - 13:39
    e nesse ponto ela
    me provocou, quando disse:
  • 13:39 - 13:41
    "Sabe, eu poderia ter uma chance melhor
  • 13:41 - 13:44
    como modele se você
    tivesse me feito com 1,85."
  • 13:44 - 13:47
    Imaginem. (Risadas)
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    Esta foto, na minha opinião, diz tudo.
  • 13:52 - 13:53
    Ela realmente diz tudo.
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    Estes são Nicole e seu irmão Jonas.
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    Irmão gêmeos idênticos
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    comprovadamente idênticos.
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    E Nicole se autoafirmou
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    como menina aos três anos de idade.
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    Aos sete, eles trocaram o nome dela
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    e vieram a mim desde o início
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    de uma puberdade masculina.
  • 14:14 - 14:16
    Bem, dá para imaginar,
    olhando para o Jonas,
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    aos 14 anos, que a puberdade masculina
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    vem cedo nesta família,
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    porque ele parece mais
    um garoto de 16 anos,
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    mas isto torna imprescindível
  • 14:25 - 14:26
    por que se deve ter consciência
  • 14:26 - 14:28
    de onde o paciente está.
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    A Nicole fez bloqueio de puberdade aqui
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    e o Jonas indo naturalmente
    -- controle biológico.
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    É assim que a Nicole seria,
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    se não fizéssemos o que fizemos.
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    Ele tem um pomo de Adão proeminente.
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    Ele tem ossos angulares
    nas faces, um bigode,
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    e você pode ver uma diferença de altura
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    porque ele passou por um crescimento
    rápido, que ela não terá.
  • 14:51 - 14:53
    Agora, Nicole está tomando estrogênio.
  • 14:53 - 14:56
    Ela já tem um pouco de forma.
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    Esta família foi à Casa Branca
    na última primavera,
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    por causa do trabalho deles
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    em derrubar uma lei antidiscriminação.
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    Havia um projeto de lei que impediria
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    o direito de transgêneros no Maine
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    a usar banheiros públicos
  • 15:12 - 15:15
    e parecia que o projeto seria aprovado,
  • 15:15 - 15:17
    o que seria um problema,
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    mas a Nicole foi pessoalmente
    até cada legislador no Maine
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    e disse: "Eu posso fazer isto.
  • 15:22 - 15:24
    Se eles me virem, irão entender
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    por que não sou uma ameaça
    no banheiro feminino,
  • 15:26 - 15:29
    mas posso ser ameaçada
    no banheiro dos homens."
  • 15:29 - 15:31
    E eles finalmente entenderam.
  • 15:32 - 15:35
    Então, para onde iremos a partir daqui?
  • 15:35 - 15:37
    Bem, nós ainda temos muito o que trilhar
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    em termos de antidiscriminação.
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    Há apenas 17 estados que têm
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    uma lei antidiscriminação,
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    contra discriminação em residências,
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    empregos, acomodações públicas.
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    Apenas 17 estados,
    e cinco deles estão em New England.
  • 15:51 - 15:53
    Nós precisamos de remédios menos caros.
  • 15:53 - 15:55
    Eles custam uma fortuna.
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    E temos que tirar esta condição
  • 15:57 - 15:59
    do DSM.
  • 15:59 - 16:02
    Isto é tanto uma doença psiquiátrica
  • 16:02 - 16:03
    quanto ser gay e lésbica.
  • 16:03 - 16:06
    E estas caíram fora em 1973,
  • 16:06 - 16:08
    e o mundo todo mudou.
  • 16:08 - 16:11
    E isto não vai comprometer
    o orçamento de ninguém.
  • 16:11 - 16:13
    Não é tão comum.
  • 16:13 - 16:17
    Mas os risco de não
    se fazer nada por eles
  • 16:18 - 16:22
    não apenas os coloca em risco
  • 16:22 - 16:24
    de perder suas vidas por suicídio,
  • 16:24 - 16:26
    mas também diz algo
  • 16:26 - 16:31
    sobre nós realmente sermos
    uma sociedade inclusiva.
  • 16:31 - 16:32
    Obrigado.
  • 16:32 - 16:34
    (Aplausos)
Title:
Como eu ajudo jovens transgêneros a serem quem eles querem ser
Speaker:
Norman Spack
Description:

A puberdade é uma época constrangedora para todos, mas para os adolescentes transgêneros pode ser um pesadelo, ao crescerem toda noite em corpos em que não se sentem confortáveis. Em uma conversa sincera, o endocrinologista Norman Spack conta uma história pessoal de como ele se tornou um dos poucos médicos nos Estados Unidos a tratar menores de idade com terapia de substituição de hormônios. Ao deixar fora os efeitos da puberdade, Spack dá aos adolescentes trans o tempo que precisam. (Filmado no TEDxBeaconStreet.)

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
16:53

Portuguese, Brazilian subtitles

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