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Megadados são dados melhores

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    A tarte preferida da América é...?
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    Audiência: Maçã!
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    Kenneth Cukier: Maçã. Claro que é.
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    Como é que sabemos?
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    Por causa dos dados!
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    Vemos nas vendas dos supermercados.
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    Vemos nos supermercados
    as vendas das tartes de 30 cm
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    que estão congeladas,
    e a maçã ganha, sem discussão.
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    A maioria das vendas são as de maçã.
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    Mas depois os supermercados
    começaram a vender
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    tartes mais pequenas, de 11 cm.
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    De repente, a maçã caiu
    para quarto ou quinto lugar.
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    Porquê? O que é que aconteceu?
  • 0:39 - 0:41
    Pensem bem.
  • 0:42 - 0:46
    Quando vocês compram uma tarte de 30 cm,
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    toda a família tem que aceitar,
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    mas a maçã é a segunda escolha de todos.
  • 0:52 - 0:53
    (Risos)
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    Mas quando compram
    uma tarte individual de 11 cm,
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    podem comprar aquela que quiserem.
  • 1:01 - 1:04
    Podem obter a vossa primeira escolha.
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    Vocês têm mais dados.
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    Podem ver uma coisa que não viam,
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    quando só tinham
    uma quantidade mais pequena.
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    A questão aqui é que mais dados
    não só nos permitem ver mais,
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    mais da mesma coisa
    para que estamos a olhar,
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    mas mais dados também
    nos permitem ver coisas novas.
  • 1:24 - 1:26
    Permitem-nos ver melhor.
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    Permitem-nos ver de modo diferente.
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    Neste caso, permitem-nos ver
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    qual é a tarte preferida da América:
  • 1:36 - 1:38
    não é a de maçã.
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    Provavelmente, já todos ouviram falar
    do termo "megadados".
  • 1:42 - 1:45
    Provavelmente já estão enjoados
    de ouvir o termo
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    Megadados.
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    É verdade que há muita publicidade
    em torno deste termo
  • 1:50 - 1:52
    e isso é lamentável,
  • 1:52 - 1:55
    porque os megadados são uma ferramenta
    extremamente importante
  • 1:55 - 1:58
    com a qual a sociedade vai avançar.
  • 1:59 - 2:02
    No passado, olhávamos
    para conjuntos reduzidos de dados
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    e pensávamos o que significariam
    para tentar entender o mundo.
  • 2:05 - 2:07
    Agora temos muito mais,
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    mais do que alguma vez tivemos.
  • 2:10 - 2:13
    Descobrimos que, quando temos
    um grande conjunto de dados,
  • 2:13 - 2:16
    podemos fazer coisas
    que não eram possíveis,
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    quando só tínhamos
    quantidades mais pequenas.
  • 2:18 - 2:21
    Os megadados são importantes
    e são uma novidade.
  • 2:21 - 2:22
    Pensem nisto.
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    A única forma como este planeta
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    vai poder lidar com os desafios globais
  • 2:27 - 2:30
    — alimentar as pessoas,
    dispensar-lhes cuidados médicos,
  • 2:30 - 2:33
    fornecer-lhes energia, eletricidade,
  • 2:33 - 2:35
    e garantir que elas
    não vão ficar em torresmos
  • 2:35 - 2:37
    por causa do aquecimento global —
  • 2:37 - 2:39
    é através do uso eficaz de dados.
  • 2:40 - 2:42
    Então o que há de novo
    quanto aos megadados?
  • 2:42 - 2:44
    O que têm de tão importante?
  • 2:44 - 2:46
    Para responder a esta pergunta,
  • 2:46 - 2:49
    pensemos em como era a informação,
  • 2:49 - 2:52
    qual era o seu aspeto físico, no passado.
  • 2:52 - 2:55
    Em 1908, na Ilha de Creta,
  • 2:55 - 2:59
    os arqueólogos descobriram
    um disco de barro.
  • 3:00 - 3:04
    Dataram-no de 2000 a.C.,
    portanto com 4000 anos.
  • 3:04 - 3:06
    Há inscrições nesse disco,
  • 3:06 - 3:07
    mas não sabemos o que é que significam.
  • 3:07 - 3:09
    É um mistério total, mas a questão
  • 3:09 - 3:12
    é que era aquele o aspeto das informações
  • 3:12 - 3:13
    há 4000 anos.
  • 3:13 - 3:16
    Era assim que a sociedade armazenava
  • 3:16 - 3:19
    e transmitia as informações.
  • 3:19 - 3:23
    A sociedade não avançou assim muito.
  • 3:24 - 3:27
    Continuamos a armazenar
    informação em discos,
  • 3:27 - 3:30
    mas agora podemos guardar
    muito mais informações,
  • 3:30 - 3:32
    muito mais do que até aqui.
  • 3:32 - 3:34
    É mais fácil pesquisar.
    É mais fácil copiar.
  • 3:34 - 3:37
    É mais fácil partilhar.
    É mais fácil processar.
  • 3:38 - 3:41
    Podemos reutilizar essas informações
  • 3:41 - 3:43
    para usos que nunca sequer imaginávamos
  • 3:43 - 3:46
    quando a princípio reunimos os dados.
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    Neste aspeto, os dados
    passaram de "stock" a fluxo,
  • 3:52 - 3:56
    passaram duma coisa que é fixa e estática
  • 3:56 - 3:59
    para uma coisa que é fluida e dinâmica.
  • 3:59 - 4:02
    Há, se quiserem,
    uma liquidez na informação.
  • 4:04 - 4:07
    O disco que foi descoberto em Creta
  • 4:07 - 4:10
    que tem 4000 anos, é pesado,
  • 4:10 - 4:12
    não guarda muitas informações
  • 4:12 - 4:15
    e essas informações são imutáveis.
  • 4:15 - 4:20
    Em contrapartida, todos os arquivos
  • 4:20 - 4:21
    que Edward Snowden levou
  • 4:21 - 4:25
    da National Security Agency
    nos Estados Unidos da América
  • 4:25 - 4:27
    cabem num cartão de memória
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    do tamanho duma unha
  • 4:29 - 4:32
    e podem ser partilhados
    à velocidade da luz.
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    Mais dados. Mais.
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    Uma das razões por que temos hoje
    tantos dados no mundo
  • 4:41 - 4:43
    é porque estamos a reunir coisas
  • 4:43 - 4:46
    sobre as quais sempre reunimos informação.
  • 4:46 - 4:49
    Mas outra razão é porque
    estamos a agarrar em coisas
  • 4:49 - 4:51
    que sempre foram informativas
  • 4:51 - 4:54
    mas nunca foram transformadas
    num formato de dados
  • 4:54 - 4:56
    e estamos a transformá-las em dados.
  • 4:56 - 4:59
    Por exemplo, pensem
    na questão da localização.
  • 5:00 - 5:02
    Por exemplo, Martinho Lutero.
  • 5:02 - 5:04
    Se quiséssemos saber nos anos de 1500
  • 5:04 - 5:06
    onde estava Martinho Lutero,
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    tínhamos que andar sempre atrás dele,
  • 5:08 - 5:11
    — talvez com uma pluma de pato
    e um tinteiro —
  • 5:11 - 5:12
    e registar isso.
  • 5:12 - 5:14
    Agora pensem no que se passa hoje.
  • 5:14 - 5:16
    Sabemos que algures,
  • 5:16 - 5:19
    provavelmente na base de dados
    duma empresa de telecomunicações,
  • 5:19 - 5:23
    há uma folha de cálculo ou, pelo menos,
    uma entrada numa base de dados
  • 5:23 - 5:24
    que regista as informações
  • 5:24 - 5:26
    sobre onde estivemos em todas as ocasiões,
  • 5:26 - 5:29
    se tivermos um telemóvel
    e esse telemóvel tiver GPS.
  • 5:29 - 5:30
    Mas, mesmo que não tenha GPS,
  • 5:30 - 5:33
    pode registar as nossas informações.
  • 5:33 - 5:36
    Nesse aspeto, a localização
    foi transformada em dados.
  • 5:37 - 5:40
    Pensem, por exemplo,
    na questão da postura,
  • 5:40 - 5:43
    na forma como estão sentados
    neste momento,
  • 5:43 - 5:45
    na forma como se sentam,
  • 5:45 - 5:47
    na forma como você se senta,
    na forma como você se senta.
  • 5:47 - 5:50
    São diferentes, em função
    do tamanho das vossas pernas,
  • 5:50 - 5:52
    dos contornos das vossas costas.
  • 5:52 - 5:54
    Se puséssemos censores,
    — talvez uns 100 censores —
  • 5:54 - 5:56
    em todas as cadeiras, neste momento,
  • 5:56 - 5:59
    eu podia criar um índice único
    para cada um de vocês,
  • 5:59 - 6:04
    uma espécie de impressão digital,
    mas não dos vossos dedos.
  • 6:04 - 6:07
    Mas o que é que podíamos fazer com isso?
  • 6:07 - 6:09
    Há investigadores em Tóquio
    que estão a usar isso
  • 6:09 - 6:13
    como um possível aparelho antirroubo
    em automóveis.
  • 6:14 - 6:18
    A ideia é que o ladrão
    senta-se ao volante, tenta arrancar,
  • 6:18 - 6:21
    mas o carro reconhece que, ao volante,
    está um condutor não autorizado
  • 6:21 - 6:23
    e o motor não arranca,
  • 6:23 - 6:25
    a não ser que se digite uma senha
  • 6:25 - 6:27
    no painel de comandos, que diz:
  • 6:27 - 6:29
    "Olha lá,
    eu tenho autorização para guiar".
  • 6:29 - 6:30
    Fantástico.
  • 6:31 - 6:34
    E, se todos os carros na Europa
  • 6:34 - 6:35
    tivessem essa tecnologia?
  • 6:35 - 6:38
    O que é que podíamos fazer?
  • 6:39 - 6:40
    Se agregássemos os dados,
  • 6:40 - 6:44
    talvez pudéssemos identificar
    sinais reveladores
  • 6:44 - 6:46
    que previssem melhor
  • 6:46 - 6:49
    que vai ocorrer um acidente de viação
  • 6:49 - 6:52
    nos cinco segundos seguintes.
  • 6:53 - 6:56
    E mais, o que teremos registado em dados
  • 6:56 - 6:57
    é a fadiga do condutor.
  • 6:57 - 6:59
    O objetivo seria que,
  • 6:59 - 7:04
    quando o carro pressente
    que a pessoa entra nessa situação,
  • 7:04 - 7:07
    sabe automaticamente
    que deve ligar um alarme interno
  • 7:07 - 7:10
    que fará vibrar a buzina do volante,
    no interior, a dizer:
  • 7:10 - 7:12
    "Ei, acorda!
    Presta mais atenção à estrada!"
  • 7:13 - 7:15
    São estas as coisas que podemos fazer
  • 7:15 - 7:18
    quando transformamos em dados
    mais aspetos da nossa vida.
  • 7:18 - 7:21
    Então, qual é o valor dos megadados?
  • 7:21 - 7:23
    Pensem só.
  • 7:23 - 7:26
    Temos mais informações.
  • 7:26 - 7:29
    Podemos fazer coisas
    que não podíamos fazer antes.
  • 7:29 - 7:31
    Uma das áreas mais impressionantes
  • 7:31 - 7:33
    em que está a ocorrer este conceito
  • 7:33 - 7:35
    é na área da aprendizagem das máquinas.
  • 7:36 - 7:39
    A aprendizagem das máquinas
    é um ramo da inteligência artificial,
  • 7:39 - 7:42
    que, por sua vez, é um ramo
    das tecnologias da informação.
  • 7:42 - 7:43
    A ideia geral é que,
  • 7:43 - 7:46
    em vez de dar instruções
    a um computador sobre o que fazer,
  • 7:46 - 7:49
    vamos simplesmente
    lançar dados para o problema
  • 7:49 - 7:52
    e dizer ao computador para arranjar
    a solução por si mesmo.
  • 7:52 - 7:54
    Vão compreender melhor
  • 7:54 - 7:56
    conhecendo as suas origens.
  • 7:57 - 8:00
    Nos anos 50,
    um engenheiro informático da IBM,
  • 8:00 - 8:03
    chamado Arthur Samuel,
    gostava de jogar xadrez.
  • 8:03 - 8:05
    Por isso escreveu
    um programa para computador
  • 8:05 - 8:08
    para poder jogar com o computador.
  • 8:07 - 8:09
    Jogou. Ganhou.
  • 8:10 - 8:12
    Jogou. Ganhou.
  • 8:12 - 8:14
    Jogou. Ganhou.
  • 8:15 - 8:17
    Porque o computador só sabia
  • 8:17 - 8:19
    o que era um movimento legal.
  • 8:19 - 8:21
    Arthur Samuel sabia mais qualquer coisa.
  • 8:21 - 8:25
    Arthur Samuel sabia estratégia.
  • 8:26 - 8:28
    Assim, escreveu um pequeno subprograma
  • 8:28 - 8:30
    que corria por detrás,
  • 8:30 - 8:32
    que apenas calculava as probabilidades
  • 8:32 - 8:34
    de uma dada configuração do tabuleiro
  • 8:34 - 8:38
    levar a um tabuleiro vencedor
    ou a um tabuleiro perdedor,
  • 8:38 - 8:40
    depois de cada movimento.
  • 8:40 - 8:42
    Joga com o computador. Ganha.
  • 8:43 - 8:45
    Joga com o computador. Ganha.
  • 8:45 - 8:48
    Joga com o computador. Ganha.
  • 8:49 - 8:53
    Então, Arthur Samuel deixa
    o computador jogar sozinho.
  • 8:54 - 8:57
    Ele joga sozinho. Reúne mais dados.
  • 8:57 - 9:01
    Reúne mais dados.
    Aumenta o rigor das suas previsões.
  • 9:01 - 9:04
    Arthur Samuel volta ao computador.
  • 9:04 - 9:06
    Joga e perde,
  • 9:06 - 9:08
    joga e perde,
  • 9:09 - 9:10
    joga e perde.
  • 9:10 - 9:13
    Arthur Samuel criara uma máquina
  • 9:13 - 9:17
    que ultrapassara a sua capacidade
    numa tarefa que ele lhe ensinara.
  • 9:19 - 9:21
    Esta ideia de aprendizagem da máquina
  • 9:21 - 9:24
    está a espalhar-se por todo o lado.
  • 9:26 - 9:28
    Como é que julgam
    que temos carros autoguiados?
  • 9:29 - 9:31
    A nossa sociedade está melhor
  • 9:31 - 9:34
    por meter todas as regras de trânsito
    em "software"? Não.
  • 9:35 - 9:37
    A memória é mais barata? Não.
  • 9:37 - 9:38
    Os algoritmos são mais rápidos? Não.
  • 9:38 - 9:41
    Os processadores são melhores? Não.
  • 9:41 - 9:44
    Todas essas coisas são importantes,
    mas a razão não é essa.
  • 9:44 - 9:46
    É porque alterámos a natureza do problema.
  • 9:46 - 9:48
    Alterámos a natureza do problema.
  • 9:48 - 9:50
    Em vez de tentarmos
    aberta e explicitamente
  • 9:50 - 9:53
    explicar ao computador como guiar,
  • 9:53 - 9:54
    dizemos:
  • 9:54 - 9:56
    "Estão aqui os dados sobre o veículo.
  • 9:56 - 9:58
    "Descobre lá como é.
  • 9:58 - 9:59
    "Descobre que isto é um semáforo,
  • 9:59 - 10:02
    "que a luz do semáforo
    está vermelha e não verde,
  • 10:02 - 10:04
    "que isso significa que tens que parar
  • 10:04 - 10:05
    "em vez de avançar".
  • 10:06 - 10:08
    A aprendizagem da máquina está na base
  • 10:08 - 10:10
    de muitas das coisas que fazemos "online".
  • 10:10 - 10:12
    Por exemplo, motores de busca,
  • 10:12 - 10:16
    algoritmo de personalização do Amazon,
  • 10:16 - 10:18
    tradução por computador,
  • 10:18 - 10:21
    sistemas de reconhecimento de voz.
  • 10:22 - 10:25
    Recentemente, houve investigadores
  • 10:25 - 10:28
    que analisaram a questão das biópsias,
  • 10:28 - 10:30
    das biópsias relacionadas com cancros.
  • 10:31 - 10:33
    Pediram ao computador para identificar,
  • 10:33 - 10:36
    olhando para os dados
    e as taxas de sobrevivência,
  • 10:36 - 10:38
    para determinar
  • 10:38 - 10:42
    se as células eram cancerosas ou não.
  • 10:43 - 10:45
    Claro que, quando lá meteram os dados,
  • 10:45 - 10:47
    através dum algoritmo
    de aprendizagem das máquinas,
  • 10:47 - 10:49
    a máquina foi capaz de identificar
  • 10:49 - 10:51
    os 12 sinais reveladores
    que melhor preveem
  • 10:51 - 10:55
    que naquela biopsia do cancro da mama
  • 10:55 - 10:57
    as células são de facto cancerosas.
  • 10:57 - 11:00
    Um problema: a literatura médica
  • 11:00 - 11:02
    só conhecia nove desses sinais.
  • 11:03 - 11:05
    Três dos sinais eram sinais
  • 11:05 - 11:08
    que as pessoas não precisavam de procurar,
  • 11:08 - 11:10
    mas a máquina detetou-os.
  • 11:14 - 11:18
    Mas também há
    o lado sombrio dos megadados.
  • 11:19 - 11:21
    Vai melhorar a nossa vida,
    mas há problemas
  • 11:21 - 11:23
    de que temos que ter consciência.
  • 11:24 - 11:26
    O primeiro é a ideia
  • 11:26 - 11:29
    de que podemos ser punidos
    por causa das previsões,
  • 11:29 - 11:33
    de que a polícia possa usar os megadados
    para os seus objetivos,
  • 11:33 - 11:35
    um pouco como no "Minority Report".
  • 11:36 - 11:38
    É um termo chamado
    policiamento previsível,
  • 11:38 - 11:40
    ou criminologia algorítmica.
  • 11:40 - 11:42
    A ideia é que, se tivermos muitos dados,
  • 11:42 - 11:45
    por exemplo, sítios onde
    ocorreram crimes no passado,
  • 11:45 - 11:47
    sabemos para onde enviar as patrulhas.
  • 11:47 - 11:49
    Isso faz sentido, mas claro que o problema
  • 11:49 - 11:52
    é que isso não vai parar
    nos dados de localização,
  • 11:53 - 11:56
    vai descer ao nível do indivíduo.
  • 11:56 - 11:58
    Porque é que não usamos dados
  • 11:58 - 12:01
    sobre o historial universitário
    das pessoas?
  • 12:01 - 12:03
    Podíamos usar o facto
    de eles estarem empregados ou não,
  • 12:03 - 12:05
    o grau de confiança,
  • 12:05 - 12:07
    o comportamento
    de navegação na Internet,
  • 12:07 - 12:08
    se se deitam muito tarde.
  • 12:08 - 12:12
    O seu Fitbit, quando conseguir
    identificar bioquímicos,
  • 12:12 - 12:15
    mostrará que eles têm
    pensamentos agressivos.
  • 12:15 - 12:18
    Podemos ter algoritmos
    que poderão prever
  • 12:18 - 12:19
    o que estamos a pensar fazer,
  • 12:19 - 12:21
    e podemos ser responsabilizados
  • 12:21 - 12:23
    ainda antes de termos agido.
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    A privacidade era o desafio central
  • 12:25 - 12:28
    numa era de pequenos dados.
  • 12:28 - 12:30
    Na era dos megadados,
  • 12:30 - 12:35
    o desafio será
    a salvaguarda da nossa vontade,
  • 12:35 - 12:38
    da escolha moral, da volição humana,
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    da atividade humana.
  • 12:43 - 12:45
    Há um outro problema:
  • 12:45 - 12:48
    Os megadados vão roubar-nos trabalho.
  • 12:48 - 12:53
    Os megadados e os algoritmos
    vão pôr em causa o trabalho intelectual
  • 12:53 - 12:55
    de colarinho branco, dos profissionais
  • 12:55 - 12:57
    no século XXI,
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    tal como a automação das fábricas
  • 12:59 - 13:01
    e as linhas de montagem
  • 13:01 - 13:04
    puseram em causa o trabalho
    dos operários no século XX.
  • 13:04 - 13:06
    Pensem num técnico de laboratório
  • 13:06 - 13:09
    que observa ao microscópio
    a biópsia dum cancro
  • 13:09 - 13:12
    e determina se é cancerosa ou não.
  • 13:12 - 13:14
    Essa pessoa frequentou a universidade.
  • 13:14 - 13:16
    Essa pessoa compra bens.
  • 13:16 - 13:17
    Vota.
  • 13:17 - 13:20
    É parte interessada da sociedade.
  • 13:21 - 13:23
    Essa pessoa,
  • 13:23 - 13:26
    assim como todo um grupo
    de profissionais iguais a ela,
  • 13:26 - 13:29
    vai deparar-se com o seu trabalho
    radicalmente alterado
  • 13:29 - 13:31
    ou totalmente eliminado.
  • 13:32 - 13:33
    Gostamos de pensar
  • 13:33 - 13:35
    que a tecnologia cria empregos
  • 13:35 - 13:39
    depois de um curto período
    temporário de transição.
  • 13:39 - 13:41
    Isso é verdade,
    dentro do quadro de referência
  • 13:41 - 13:43
    em que todos vivemos
    na Revolução Industrial
  • 13:43 - 13:46
    porque foi exatamente o que aconteceu.
  • 13:46 - 13:48
    Mas esquecemos uma coisa nessa análise.
  • 13:48 - 13:50
    Há algumas categorias de trabalhos
  • 13:50 - 13:53
    que são eliminados e nunca mais voltam.
  • 13:53 - 13:57
    A Revolução Industrial não foi
    muito boa para os cavalos.
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    Portanto, vamos ter que ser cuidadosos,
  • 14:02 - 14:05
    agarrar nos megadados
    e ajustá-los às nossas necessidades,
  • 14:05 - 14:07
    às nossas necessidades humanas.
  • 14:08 - 14:10
    Temos que ser os donos desta tecnologia
  • 14:10 - 14:12
    e não os seus escravos.
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    Estamos apenas no início
    da era dos megadados.
  • 14:15 - 14:18
    Honestamente, não somos muito bons
  • 14:18 - 14:21
    em manejar todos os dados
    que conseguimos reunir atualmente.
  • 14:22 - 14:25
    Não é só um problema com a NSA.
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    A indústria reúne muitos dados
    e também os utiliza mal.
  • 14:28 - 14:32
    Precisamos de melhorar nisso,
    mas isso vai levar tempo.
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    É um pouco como o desafio
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    que os homens primitivos
    enfrentaram com o fogo.
  • 14:36 - 14:38
    É uma ferramenta, mas é uma ferramenta
  • 14:38 - 14:42
    que, se não tivermos cuidado,
    pode-nos queimar.
  • 14:44 - 14:47
    Os megadados vão transformar
    o modo como vivemos,
  • 14:47 - 14:50
    como trabalhamos e como pensamos.
  • 14:50 - 14:52
    Vão ajudar-nos a gerir as nossas carreiras
  • 14:52 - 14:56
    e a viver com satisfação e esperança,
  • 14:56 - 14:58
    com felicidade e saúde.
  • 14:59 - 15:02
    No passado, olhámos muitas vezes
    para a tecnologia da informação
  • 15:02 - 15:04
    e os nossos olhos só viram o "T,"
  • 15:04 - 15:06
    a Tecnologia, o equipamento,
  • 15:06 - 15:08
    porque era o que era físico.
  • 15:08 - 15:11
    Agora precisamos de focar
    o nosso olhar no "I",
  • 15:11 - 15:12
    a Informação
  • 15:12 - 15:14
    que é menos aparente,
  • 15:14 - 15:16
    mas em certos aspetos,
    muito mais importante.
  • 15:18 - 15:22
    A humanidade pode finalmente
    aprender com as informações
  • 15:22 - 15:24
    que consegue reunir,
  • 15:24 - 15:26
    faz parte
    da nossa busca incansável
  • 15:26 - 15:29
    para entender o mundo
    e o nosso lugar nele.
  • 15:29 - 15:33
    Por isso é que os megadados
    são uma coisa importante.
  • 15:34 - 15:37
    (Aplausos)
Title:
Megadados são dados melhores
Speaker:
Kenneth Cukier
Description:

Os carros autoguiados foram apenas o começo. Qual é o futuro da tecnologia e do "design" impulsionados pelos megadados? Numa palestra de ciência emocionante, Kenneth Cukier olha para o futuro da aprendizagem das máquinas — e do conhecimento humano.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:51
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