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Até que ponto Marte guarda o segredo da origem da vida?

  • 0:01 - 0:02
    Bem, você sabe que às vezes
  • 0:02 - 0:05
    as coisas mais importantes vêm
    nas menores embalagens.
  • 0:05 - 0:09
    Vou tentar te convencer,
    nos 15 minutos que eu tenho,
  • 0:09 - 0:14
    que os micróbios têm muito a dizer
    sobre questões como:
  • 0:14 - 0:15
    "Estamos sozinhos?"
  • 0:15 - 0:20
    E eles podem nos contar não apenas
    sobre a vida em nosso sistema solar,
  • 0:20 - 0:22
    mas algo além.
  • 0:22 - 0:27
    É por isso que eu os procuro
    nos lugares mais improváveis da Terra,
  • 0:27 - 0:30
    em ambientes extremos, onde as condições
  • 0:30 - 0:33
    os levam ao limite da sobrevivência.
  • 0:33 - 0:36
    Às vezes eu também,
    quando tento segui-los de perto.
  • 0:36 - 0:38
    Mas este é o ponto:
  • 0:38 - 0:43
    Somos a única civilização avançada
    no sistema solar,
  • 0:43 - 0:47
    porém isto não quer dizer que não haja
    nenhuma vida microbiana por perto.
  • 0:47 - 0:51
    Na verdade, os planetas e luas
    que você vê aqui
  • 0:51 - 0:55
    poderiam abrigar a vida,
    todos eles, e sabemos disso,
  • 0:55 - 0:58
    há uma grande possibilidade.
  • 0:58 - 1:02
    E se encontrássemos vida
    naquelas luas e planetas,
  • 1:02 - 1:05
    responderíamos então questões como:
  • 1:05 - 1:08
    "Estamos sozinhos no sistema solar?"
  • 1:08 - 1:10
    "De onde viemos?"
  • 1:10 - 1:12
    "Temos uma família na vizinhança?"
  • 1:12 - 1:16
    "Há vida além do sistema solar?"
  • 1:16 - 1:20
    Podemos fazer todas essas perguntas
    porque houve uma revolução
  • 1:20 - 1:24
    em nosso entendimento
    sobre como é um planeta habitável,
  • 1:24 - 1:28
    e hoje um planeta habitável é aquele
  • 1:28 - 1:32
    que tem uma zona onde a água
    pode permanecer estável,
  • 1:32 - 1:36
    mas para mim essa é uma definição
    horizontal de habitabilidade,
  • 1:36 - 1:38
    porque envolve a distância
    em relação a uma estrela;
  • 1:38 - 1:41
    mas há outra dimensão
    para a habitabilidade,
  • 1:41 - 1:43
    e ela é uma dimensão vertical.
  • 1:44 - 1:47
    Pense nela
  • 1:49 - 1:54
    como as condições na subsuperfície
    de um planeta que está longe de um sol,
  • 1:54 - 1:57
    mas ainda há água, energia, nutrientes,
  • 1:57 - 2:01
    os quais para alguns deles
    significa comida e uma proteção.
  • 2:01 - 2:03
    E quando você olha para a Terra,
  • 2:03 - 2:08
    bem distante de qualquer luz solar,
    no fundo do oceano,
  • 2:08 - 2:10
    há vida florescendo,
  • 2:10 - 2:14
    usando apenas química
    para o processo vital.
  • 2:14 - 2:19
    Então quando você pensa nisso,
    neste nível, todas as paredes desabam.
  • 2:19 - 2:21
    Não há limites, basicamente.
  • 2:21 - 2:24
    Se você observou as manchetes ultimamente,
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    viu que nós descobrimos oceanos
    na subsuperfície das luas
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    Europa, Ganimedes, Encélado, Titã.
  • 2:31 - 2:34
    E agora encontramos um gêiser
    e fontes termais em Encélado.
  • 2:34 - 2:38
    Nosso sistema solar
    está se tornando um grande spa.
  • 2:38 - 2:42
    Qualquer um que já foi a um spa
    sabe como os micróbios adoram, não é?
  • 2:42 - 2:44
    (Risos)
  • 2:44 - 2:47
    Seguindo esta linha,
    pense também em Marte.
  • 2:47 - 2:50
    Não é possível haver vida
    na superfície de Marte hoje,
  • 2:50 - 2:54
    mas pode ser que ela esteja
    escondida no subterrâneo.
  • 2:54 - 2:59
    Veja, fizemos progressos
    na nossa compreensão de habitabilidade,
  • 2:59 - 3:02
    mas também progredimos no entendimento
  • 3:02 - 3:06
    sobre quais são as marcas
    da vida sobre a Terra.
  • 3:06 - 3:09
    Você pode ter o que chamamos
    de moléculas orgânicas,
  • 3:09 - 3:10
    que são os alicerces da vida,
  • 3:10 - 3:12
    você pode ter fósseis,
  • 3:12 - 3:15
    minerais, biominerais,
  • 3:15 - 3:19
    devido à reação entre bactérias e rochas
  • 3:19 - 3:22
    e, claro, você pode ter
    gases na atmosfera.
  • 3:22 - 3:26
    E quando você vê aquelas minúsculas
    algas verdes, no canto direito do slide,
  • 3:26 - 3:29
    elas são descendentes diretas
    daquelas que bombearam oxigênio
  • 3:29 - 3:32
    há um bilhão de anos
    na atmosfera da Terra.
  • 3:32 - 3:36
    Quando elas fizeram isso, envenenaram
    90% da vida na superfície da Terra,
  • 3:36 - 3:39
    mas elas são o motivo pelo qual
    você respira este ar hoje.
  • 3:41 - 3:46
    Apesar da nossa compreensão
    sobre todas essas coisas,
  • 3:46 - 3:49
    ainda há uma questão
    que não conseguimos responder,
  • 3:49 - 3:51
    que é a seguinte: "De onde viemos?"
  • 3:51 - 3:52
    E você sabe que é difícil,
  • 3:52 - 3:56
    porque não seremos capazes
    de encontrar evidência física
  • 3:56 - 3:58
    sobre a nossa origem neste planeta,
  • 3:58 - 4:04
    e a razão é porque qualquer coisa com mais
    de quatro bilhões de anos já se foi.
  • 4:04 - 4:06
    Todo o registro se foi,
  • 4:06 - 4:10
    apagado pelas placas tectônicas e erosões.
  • 4:10 - 4:13
    Isto é o que eu chamo
    de horizonte biológico da Terra.
  • 4:13 - 4:17
    Não sabemos de onde viemos
    além desse horizonte.
  • 4:17 - 4:20
    "Então está tudo perdido?"
    Bem, talvez não.
  • 4:20 - 4:23
    Pode ser que encontremos
    evidência da nossa própria origem
  • 4:23 - 4:26
    nos lugares mais improváveis,
    e este lugar é Marte.
  • 4:27 - 4:29
    Como isso é possível?
  • 4:29 - 4:32
    Bom, no começo do sistema solar,
  • 4:32 - 4:37
    Marte e a Terra foram bombardeados
    por asteroides e cometas gigantes,
  • 4:37 - 4:40
    e eles foram arremessados
    desses impactos para todos os lugares.
  • 4:40 - 4:44
    Terra e Marte continuaram lançando
    rochas um contra o outro por muito tempo.
  • 4:44 - 4:46
    Pedaços de rochas caíram na Terra,
  • 4:46 - 4:48
    e pedaços da Terra caíram em Marte.
  • 4:48 - 4:53
    Claramente, esses dois planetas
    foram semeados pelo mesmo material.
  • 4:53 - 4:58
    É, talvez o vovô esteja sentado lá
    na superfície esperando por nós.
  • 4:58 - 5:01
    Mas isso também significa
  • 5:01 - 5:06
    que podemos ir a Marte e tentar
    encontrar traços de nossa origem.
  • 5:06 - 5:08
    Marte pode ser a chave desse segredo.
  • 5:08 - 5:11
    Por isso é que ele
    é tão especial para nós.
  • 5:11 - 5:13
    Mas para que isso aconteça,
  • 5:13 - 5:18
    ele precisava ser habitável no momento
    em que as condições eram ideais.
  • 5:18 - 5:20
    Marte foi habitável?
  • 5:20 - 5:25
    Há várias missões que nos dizem
    a mesma coisa hoje em dia.
  • 5:25 - 5:28
    Na época em que a vida surgiu na Terra,
  • 5:28 - 5:33
    Marte tinha um oceano, vulcões, lagos,
  • 5:33 - 5:36
    e deltas como nesta bela foto aqui.
  • 5:36 - 5:39
    Esta foto foi enviada pelo veículo
    espacial Curiosity há poucas semanas.
  • 5:39 - 5:43
    Ela mostra os fragmentos
    de um delta e nos diz algo:
  • 5:43 - 5:45
    a água era abundante
  • 5:45 - 5:47
    e jorrou na superfície por muito tempo.
  • 5:47 - 5:49
    Essa é uma boa notícia para a vida.
  • 5:49 - 5:53
    A química da vida levou muito tempo
    para acontecer de verdade.
  • 5:53 - 5:55
    Essa é uma notícia espetacular.
  • 5:55 - 5:58
    Mas isso significa que se formos lá
    será fácil encontrar vida em Marte?
  • 5:58 - 6:00
    Não necessariamente.
  • 6:00 - 6:02
    Veja o que aconteceria:
  • 6:02 - 6:05
    na época em que a vida eclodiu
    na superfície da Terra,
  • 6:05 - 6:07
    tudo havia desaparecido em Marte,
  • 6:07 - 6:09
    literalmente.
  • 6:09 - 6:12
    A atmosfera foi varrida
    pelos ventos solares,
  • 6:12 - 6:15
    Marte perdeu sua magnetosfera,
  • 6:15 - 6:19
    em seguida raios cósmicos e ultravioleta
    bombardearam a superfície,
  • 6:19 - 6:23
    a água escapou para o espaço
    e foi para o subsolo.
  • 6:23 - 6:27
    Então se quisermos
    ser capazes de entender,
  • 6:27 - 6:31
    se quisermos ser capazes de encontrar
    esses traços das marcas da vida
  • 6:31 - 6:34
    na superfície de Marte,
    se elas estiverem lá,
  • 6:34 - 6:37
    precisamos entender qual foi o impacto
    de cada um desses eventos
  • 6:37 - 6:40
    na preservação de seu registro.
  • 6:40 - 6:45
    Só então seremos capazes de saber
    onde essas marcas estão escondidas
  • 6:45 - 6:49
    e só então seremos capazes de enviar
    nosso veículo para os lugares certos,
  • 6:49 - 6:52
    onde podemos colher amostras
    daquelas rochas que possam nos dizer algo
  • 6:52 - 6:55
    significativo sobre quem somos nós,
  • 6:55 - 6:59
    ou talvez nos dizer que em algum lugar
  • 6:59 - 7:02
    a vida surgiu em outro planeta.
  • 7:02 - 7:04
    E fazer isso é fácil.
  • 7:04 - 7:08
    Você só precisa voltar 3,5 bilhões de anos
  • 7:08 - 7:10
    no passado de um planeta.
  • 7:10 - 7:13
    Só precisamos de uma máquina do tempo.
  • 7:14 - 7:15
    Fácil, não é?
  • 7:15 - 7:17
    Bem, na verdade, é.
  • 7:17 - 7:19
    Olhe ao seu redor, este é o planeta Terra.
  • 7:19 - 7:21
    Esta é a nossa máquina do tempo.
  • 7:21 - 7:25
    Os geólogos estão usando-a
    para voltar ao passado do próprio planeta.
  • 7:25 - 7:27
    Eu estou usando-a um pouco diferente.
  • 7:27 - 7:30
    Eu uso o planeta Terra para ir
    a ambientes bastante extremos,
  • 7:30 - 7:33
    onde as condições são parecidas
    àquelas de Marte
  • 7:33 - 7:35
    na época em que o clima mudou,
  • 7:35 - 7:38
    e lá eu estou tentando
    entender o que aconteceu.
  • 7:38 - 7:39
    Quais são as marcas da vida?
  • 7:39 - 7:42
    O que restou? Como iremos encontrá-las?
  • 7:42 - 7:45
    Bom, por um momento levarei você comigo
  • 7:45 - 7:48
    numa viagem dentro dessa máquina do tempo.
  • 7:48 - 7:53
    E agora, o que se vê é que estamos
    a 4.500 metros nos Andes,
  • 7:53 - 8:00
    mas de fato estamos a menos de um bilhão
    de anos da formação da Terra e de Marte.
  • 8:00 - 8:03
    Tanto a Terra quanto Marte foram assim:
  • 8:03 - 8:07
    vulcões e lagos evaporando
    por todos os lados,
  • 8:07 - 8:10
    minerais, fontes termais.
  • 8:10 - 8:14
    Está vendo aqueles montes
    nas margens daqueles lagos?
  • 8:14 - 8:17
    Eles foram construídos pelos descendentes
    dos primeiros organismos
  • 8:17 - 8:20
    que nos deram o primeiro fóssil na Terra.
  • 8:20 - 8:25
    Mas se quisermos entender o que está
    ocorrendo, precisamos ir um pouco além.
  • 8:25 - 8:26
    E outra coisa sobre essas áreas
  • 8:26 - 8:30
    é que, assim como Marte
    há 3,5 bilhões de anos,
  • 8:30 - 8:34
    o clima está mudando muito rápido,
    e a água e o gelo estão desaparecendo.
  • 8:34 - 8:38
    Mas precisamos voltar à época
    quando tudo mudou em Marte,
  • 8:38 - 8:40
    e para fazer isso precisamos subir.
  • 8:40 - 8:41
    Por que isso?
  • 8:41 - 8:43
    Porque quando você sobe,
  • 8:43 - 8:47
    a atmosfera fica mais esparsa,
    mais instável;
  • 8:47 - 8:52
    a temperatura fica mais fresca,
    e você tem mais radiação UV.
  • 8:52 - 8:57
    Basicamente, você tem as mesmas condições
    de quando tudo mudou em Marte.
  • 8:58 - 9:05
    Eu não estou prometendo uma viagem
    de lazer na máquina do tempo.
  • 9:05 - 9:08
    Você não ficará sentado nela.
  • 9:08 - 9:10
    Você terá que carregar 400 kg
    de equipamento até o topo
  • 9:10 - 9:14
    deste vulcão de 20 mil pés nos Andes aqui.
  • 9:14 - 9:17
    Isso dá em torno de 6 mil metros.
  • 9:17 - 9:20
    E você também terá que dormir
    em declives de 42 graus,
  • 9:20 - 9:24
    e torcer para que não haja
    nenhum terremoto à noite.
  • 9:24 - 9:28
    Mas quando chegarmos ao topo,
    encontraremos o lago que buscamos.
  • 9:28 - 9:33
    Nesta altitude, este lago passa
    pelas mesmas condições
  • 9:33 - 9:36
    que havia em Marte há 3,5 bilhões de anos.
  • 9:36 - 9:39
    E agora temos que mudar nossa jornada
  • 9:39 - 9:42
    para uma viagem ao interior deste lago
  • 9:42 - 9:46
    e, para fazer isso, temos que retirar
    o nosso equipamento de montanha,
  • 9:46 - 9:50
    na verdade, vesti-lo e mandar ver.
  • 9:50 - 9:55
    E ao mesmo tempo em que adentramos
    este lago, neste exato momento,
  • 9:55 - 10:00
    estamos voltando 3,5 bilhões de anos
    no passado de outro planeta,
  • 10:00 - 10:04
    e vamos obter a resposta que buscamos.
  • 10:05 - 10:08
    A vida está por toda a parte,
    absolutamente por toda a parte.
  • 10:08 - 10:11
    Tudo que se vê nesta imagem
    é um organismo vivo.
  • 10:11 - 10:14
    Talvez não o mergulhador,
    mas todo o resto.
  • 10:16 - 10:19
    Mas esta imagem é bem enganosa.
  • 10:19 - 10:22
    A vida é abundante nestes lagos,
  • 10:22 - 10:26
    mas como em vários lugares na Terra
    agora, devido à mudança climática,
  • 10:26 - 10:28
    há uma grande perda em biodiversidade.
  • 10:29 - 10:32
    Nas amostras que levamos para casa,
  • 10:32 - 10:38
    36% das bactérias destes lagos
    eram compostas por três espécies,
  • 10:38 - 10:41
    e essas três espécies são as únicas
    que sobreviveram até agora.
  • 10:41 - 10:44
    Aqui está outro lago,
    bem ao lado do primeiro.
  • 10:44 - 10:48
    A cor vermelha que se vê aqui
    não é por causa de minerais.
  • 10:48 - 10:51
    Na verdade é pela presença
    de algas minúsculas.
  • 10:51 - 10:55
    Nesta região, a radiação UV
    é bem desagradável.
  • 10:55 - 10:59
    Em qualquer lugar da Terra,
    11 é considerado extremo.
  • 10:59 - 11:03
    Durante as tempestades de UV lá,
    o índice chega a 43.
  • 11:04 - 11:08
    Um protetor solar fator 30
    não vai fazer diferença lá,
  • 11:08 - 11:11
    e a água é tão transparente nestes lagos
  • 11:11 - 11:15
    que as algas não tem lugar
    para se esconder,
  • 11:15 - 11:17
    elas estão criando
    o seu próprio protetor solar,
  • 11:17 - 11:19
    esta cor vermelha que você vê.
  • 11:19 - 11:21
    Mas elas puderam se adaptar só até agora
  • 11:21 - 11:24
    e quando a água não estiver
    mais na superfície,
  • 11:24 - 11:26
    os micróbios terão
    apenas uma única solução:
  • 11:26 - 11:28
    eles vão para o subsolo.
  • 11:28 - 11:31
    E esses micróbios, as rochas
    que você vê neste slide aqui,
  • 11:31 - 11:34
    bom, eles estão na verdade
    vivendo dentro das rochas
  • 11:34 - 11:37
    e estão usando a proteção
    da translucidez das rochas
  • 11:37 - 11:39
    para pegar a parte boa do UV
  • 11:39 - 11:43
    e descartar a parte que poderia
    de fato danificar o seu DNA.
  • 11:43 - 11:45
    E esta é a razão pela qual
    pegamos nosso veículo
  • 11:45 - 11:49
    e o treinamos para procurar
    por vida nestas áreas em Marte,
  • 11:49 - 11:52
    porque se houve vida em Marte
    há 3,5 bilhões de anos,
  • 11:52 - 11:57
    ela teve que usar
    a mesma estratégia para se proteger.
  • 11:58 - 12:00
    Veja, está claro
  • 12:00 - 12:04
    que ir a ambientes extremos
    está nos ajudando muito
  • 12:04 - 12:08
    com relação a exploração de Marte
    e a preparar as missões.
  • 12:08 - 12:12
    Até agora, isso nos ajudou
    a entender a geologia de Marte.
  • 12:12 - 12:16
    Ajudou a entender o clima
    no passado de Marte e a sua evolução,
  • 12:16 - 12:19
    mas também a sua potencial habitabilidade.
  • 12:19 - 12:25
    Nosso veículo mais recente em Marte
    descobriu vestígios orgânicos.
  • 12:25 - 12:28
    É, existem sistemas orgânicos
    na superfície de Marte.
  • 12:28 - 12:32
    E ele também descobriu
    vestígios de metano.
  • 12:32 - 12:34
    E não sabemos ainda se o metano em questão
  • 12:34 - 12:38
    é proveniente da geologia ou da biologia.
  • 12:38 - 12:43
    De qualquer modo, o que sabemos
    é que, por causa da descoberta,
  • 12:43 - 12:46
    a hipótese de que ainda há
    vida presente em Marte hoje
  • 12:46 - 12:48
    permanece viável.
  • 12:48 - 12:54
    Então, até agora, acho que convenci você
    que Marte é bem especial para nós,
  • 12:54 - 12:57
    mas seria um engano crer
    que Marte é o único lugar
  • 12:57 - 13:02
    no sistema solar que seja interessante
    para encontrar vida microbiana.
  • 13:02 - 13:06
    E o motivo é porque Marte e a Terra
  • 13:06 - 13:09
    podem ter uma raiz em comum
    na árvore da vida,
  • 13:09 - 13:13
    mas quando você vai além de Marte,
    não é simples assim.
  • 13:13 - 13:16
    A mecânica celestial não tem tornado fácil
  • 13:16 - 13:18
    a troca de material entre planetas,
  • 13:18 - 13:22
    e se descobríssemos vida nestes planetas,
  • 13:22 - 13:24
    ela seria diferente de nós.
  • 13:24 - 13:26
    Seria um tipo de vida diferente.
  • 13:26 - 13:29
    Mas no fim, seríamos apenas nós,
  • 13:29 - 13:31
    seríamos nós e Marte,
  • 13:31 - 13:34
    ou pode ser várias
    árvores da vida no sistema solar.
  • 13:35 - 13:38
    Eu ainda não sei a resposta,
    mas eu posso dizer o seguinte:
  • 13:38 - 13:43
    não importa qual seja o resultado,
    não importa qual seja o número mágico,
  • 13:43 - 13:45
    ele vai nos dar um padrão
  • 13:45 - 13:49
    pelo qual seremos capazes
    de medir o potencial de vida,
  • 13:49 - 13:52
    abundância e diversidade
    além do nosso sistema solar.
  • 13:52 - 13:55
    E isso pode ser conquistado
    pela nossa geração.
  • 13:55 - 13:59
    Este pode ser o nosso legado,
    mas apenas se ousarmos explorar.
  • 14:00 - 14:02
    Agora, finalmente,
  • 14:02 - 14:06
    se alguém diz a você que procurar
    micróbios alienígenas não é legal
  • 14:06 - 14:09
    porque você não pode ter
    uma conversa filosófica com eles,
  • 14:09 - 14:15
    deixe-me mostrar como e porque
    você pode dizer que ele está errado.
  • 14:16 - 14:19
    Bem, o material orgânico vai
    dizer para você
  • 14:19 - 14:24
    sobre o meio ambiente,
    sobre complexidade e sobre diversidade.
  • 14:24 - 14:30
    O DNA, ou qualquer informação
    transportada, vai dizer sobre adaptação,
  • 14:30 - 14:36
    sobre evolução, sobre sobrevivência,
    sobre mudanças planetárias
  • 14:36 - 14:38
    e sobre a transferência de informação.
  • 14:38 - 14:41
    Eles estão dizendo, todos juntos,
  • 14:41 - 14:45
    o que começou como
    uma trajetória microbiana,
  • 14:45 - 14:49
    e porque o que começou
    como uma trajetória microbiana
  • 14:49 - 14:52
    às vezes termina como uma civilização
  • 14:52 - 14:55
    ou às vezes termina em lugar nenhum.
  • 14:55 - 14:59
    Veja o sistema solar e veja a Terra.
  • 14:59 - 15:02
    Na Terra, há várias espécies inteligentes,
  • 15:02 - 15:05
    mas só uma alcançou a tecnologia.
  • 15:05 - 15:08
    Bem aqui, na jornada
    do nosso próprio sistema solar,
  • 15:08 - 15:11
    há uma mensagem muito, muito poderosa
  • 15:11 - 15:16
    que diz como devemos procurar
    por vida alienígena, pequena e grande.
  • 15:16 - 15:20
    Pois é, os micróbios estão falando
    e nós estamos ouvindo;
  • 15:20 - 15:21
    e eles estão nos levando,
  • 15:21 - 15:24
    um planeta por vez, uma lua por vez,
  • 15:24 - 15:27
    em direção aos seus irmãos
    maiores lá fora.
  • 15:27 - 15:29
    E eles estão nos contando
    sobre diversidade,
  • 15:29 - 15:32
    estão nos contando
    sobre abundância de vida,
  • 15:32 - 15:36
    estão nos contando sobre como esta vida
    sobreviveu o bastante
  • 15:36 - 15:39
    para chegar à civilização,
  • 15:39 - 15:44
    à inteligência, à tecnologia e,
    de fato, à filosofia.
  • 15:44 - 15:46
    Obrigada.
  • 15:46 - 15:49
    (Aplausos)
Title:
Até que ponto Marte guarda o segredo da origem da vida?
Speaker:
Nathalie Cabrol
Description:

Enquanto gostamos de ficar imaginando homenzinhos verdes, o mais provável é que a vida em outros planetas seja microbiana. A cientista planetária Nathalie Cabrol nos leva para dentro da busca por micróbios em Marte. Uma caçada que de modo contraintuitivo nos leva para os lagos remotos das montanhas dos Andes. Este ambiente extremo (com atmosfera esparsa e terra queimada) se aproxima da superfície de Marte há cerca de 3,5 bilhões de anos. A maneira como os micróbios se adaptaram aqui para sobreviver pode nos mostrar onde procurar em Marte, e pode nos ajudar a entender por que algumas trajetórias microbianas levaram à civilização enquanto outras não foram a lugar algum.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
16:02

Portuguese, Brazilian subtitles

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