Democratizando a ciência: Camilo Rodriguez-Beltran no TEDxBeloHorizonte
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0:00 - 0:02(Português): A encantadora e hospitaleira
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0:02 - 0:05capital de Minas Gerais.
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0:18 - 0:21Boa tarde!
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0:21 - 0:23Não vou falar em português,
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0:23 - 0:26porque não sei falar português.
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0:26 - 0:30E não quero inventar a primeira
palestra em portunhol. -
0:30 - 0:33Por isso vou falar em inglês.
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0:39 - 0:44Eu venho do México.
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0:44 - 0:49Bem, 30 anos atrás,
nasci na cidade do México -
0:49 - 0:53e, como vocês devem saber,
o México é o país onde o milho -
0:53 - 0:59nasceu há séculos atrás.
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0:59 - 1:01Chamamos o México de terra do milho.
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1:01 - 1:03E, na verdade, o milho é muito importante
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1:03 - 1:07em nossa cultura, mas não apenas
em nossa cultura, -
1:07 - 1:10mas principalmente em nossa gastronomia.
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1:10 - 1:12E talvez alguns aqui já tenham ido
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1:12 - 1:15a um restaurante mexicano
comer tacos talvez. -
1:16 - 1:18Talvez burritos, apesar dos burritos
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1:18 - 1:21não serem realmente mexicanos,
sinto muito. -
1:22 - 1:24Mas eles usam na maior parte
do tempo o que temos aqui, -
1:24 - 1:26que são tortilhas.
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1:26 - 1:30Essas tortilhas são feitas
de milho e, no México, -
1:30 - 1:32o consumo de milho é muito alto.
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1:32 - 1:35Como vocês podem ver aqui,
de acordo com estatísticas da FAO, -
1:35 - 1:37por pessoa, por ano, um mexicano
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1:37 - 1:41come aproximadamente 120 kg de milho.
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1:42 - 1:45Então, não é apenas importante
em termos de cultura, -
1:45 - 1:48mas é muito importante
em termos de nutrição. -
1:49 - 1:53Então, ciente disso,
aos 15 anos de idade, -
1:53 - 1:59comecei a sonhar, e meu
sonho naquela época era -
1:59 - 2:03ajudar a fazer uma melhoria,
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2:03 - 2:06uma melhoria nutricional no milho.
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2:06 - 2:10Assim, meus compatriotas mexicanos,
que comem muitas tortilhas -
2:10 - 2:15todos os dias como se fosse pão,
poderiam ter uma dieta melhor, certo? -
2:15 - 2:19Esse era meu sonho quando tinha 15 anos.
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2:19 - 2:23E eu imagino que as pessoas
que, como eu aos 15 anos, -
2:23 - 2:26têm um sonho assim,
a primeira coisa que fazem -
2:26 - 2:29é optar por estudar ciências, engenharia,
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2:29 - 2:31então foi o que eu fiz.
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2:31 - 2:36Desse modo, passo a passo, comecei
a estudar engenharia bioquímica, -
2:36 - 2:39me formei e, logo depois, aos 23 anos,
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2:39 - 2:43já estava trabalhando como pesquisador
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2:43 - 2:45na Universidade de Canterbury,
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2:45 - 2:48no Departamento de Ciências Biológicas.
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2:48 - 2:53Logo comecei a participar de projetos
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2:53 - 2:58relacionados a pesquisa em biotecnologia,
o que fazia todo o sentido -
2:58 - 3:02se eu voltar ao meu antigo sonho.
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3:08 - 3:15Então, eu não sei se vocês pensam muito
sobre as mudanças de rumo da vida, -
3:15 - 3:19sobre aqueles momentos
que de repente mudam a direção, -
3:19 - 3:22o rumo atual da sua vida
e que acabam transformando -
3:22 - 3:25todos os desvios em um novo rumo.
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3:25 - 3:29Para mim, esse momento aconteceu em 2005.
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3:29 - 3:35Em 2005, tive a oportunidade
de ir às Ilhas Salomão. -
3:35 - 3:38Não sei se vocês já ouviram
falar das lhas Salomão. -
3:39 - 3:42Bem, as Ilhas Salomão
são, na verdade, um país -
3:42 - 3:45situado no Pacífico.
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3:45 - 3:48Faz parte das Ilhas do Pacífico.
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3:49 - 3:52Bem, esta é uma foto que tirei do avião,
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3:52 - 3:55é assim que elas são.
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3:55 - 3:58É um lugar muito interessante,
com a maior concentração -
3:58 - 4:01de etnias e línguas do mundo.
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4:01 - 4:03E, apesar de tudo isso,
sabemos muito pouco sobre elas. -
4:03 - 4:06Na verdade, conhecemos
as Ilhas Salomão -
4:06 - 4:09por ter sido o lugar onde
muitas batalhas navais -
4:09 - 4:13da segunda Guerra Mundial aconteceram,
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4:13 - 4:15e porque muitos mergulhadores
vão lá, por exemplo, -
4:15 - 4:17mas, fora isso, poucos
conhecem o lugar. -
4:17 - 4:22Bem, na verdade estive lá a convite
de um biólogo da conservação -
4:22 - 4:26das Ilhas Salomão,
chamado Patrick Pikacha. -
4:26 - 4:29Ele me levou a uma ilha
chamada Ilha Choiseul, -
4:29 - 4:31que fica nas Ilhas Salomão,
mas está perto da fronteira -
4:31 - 4:35com a Papua Nova Guiné, que é assim.
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4:35 - 4:39É muito linda e provavelmente
deve ser parecida -
4:39 - 4:42com alguns lugares aqui no Brasil.
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4:42 - 4:45Então, fomos lá, pois o Patrick
estava fazendo um trabalho -
4:45 - 4:47tentando monitorar uma espécie nativa,
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4:47 - 4:50ele gosta, particularmente,
de estudar sapos. -
4:50 - 4:54Então, não sei por que,
mas cientistas como ele, -
4:54 - 4:57biólogos, gostam de trabalhar à noite,
-
4:57 - 5:01talvez devido ao fato dos sapos,
eu não sei, normalmente saírem à noite, -
5:01 - 5:05como algumas pessoas aqui no Brasil,
e também na América Latina. -
5:05 - 5:10Bem, assim como os sapos,
tivemos de sair à noite, -
5:10 - 5:14com Patrick, e estávamos
procurando por esses sapos -
5:14 - 5:18e, apenas 30 segundos
após sairmos da estação, -
5:18 - 5:21percebi que este não era,
absolutamente, meu ambiente. -
5:21 - 5:26Fiquei completamente cego.
Imaginem só essa escuridão para mim. -
5:26 - 5:28Fiquei exatamente como uma pessoa cega.
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5:28 - 5:31Eu já uso óculos. Imaginem só eu ali.
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5:31 - 5:33Pois estou bastante acostumado
a viver na cidade, -
5:33 - 5:36e nem um pouco acostumado
a esse tipo de ambiente. -
5:36 - 5:39E minha experiência
ficou ainda mais interessante -
5:39 - 5:43quando comecei a ver que Patrick
estava apontando sua lanterna -
5:43 - 5:46para o rio, começando a localizar
vários sapos diferentes, -
5:46 - 5:49Para mim, isso era
completamente invisível. -
5:49 - 5:53Mas o mais interessante aqui
foi que o menino, -
5:53 - 5:56o adolescente que estava
liderando a expedição, -
5:56 - 6:00estava na verdade localizando
o lugar onde organismos -
6:00 - 6:02iam aparecer, mesmo antes
-
6:02 - 6:05do especialista, mesmo antes de Patrick.
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6:05 - 6:07E foi nesse momento que comecei a perceber
-
6:07 - 6:09que algo interessante estava acontecendo,
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6:09 - 6:14e comecei a ver como esse
não especialista, esse adolescente, -
6:14 - 6:18tinha uma visão diferente, especialmente,
se comparada à minha, -
6:18 - 6:22mas diferente também do verdadeiro
especialista, do Patrick. -
6:23 - 6:26Mas as Ilhas Salomão
não têm somente uma floresta, -
6:26 - 6:28elas também têm cidades.
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6:28 - 6:31E na cidade de Honiara, que é a capital,
-
6:31 - 6:35nós e alguns colegas
da Universidade de Canterbury, -
6:35 - 6:38como o professor Jack Hyneman,
como o meu amigo e colega -
6:38 - 6:40das Ilhas Salomão, Paul Roughan,
-
6:40 - 6:41começamos a organizar algumas
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6:41 - 6:46iniciativas de capacitação
para discutir biotecnologia -
6:46 - 6:49nas Ilhas Salomão
e discutir biologia em geral. -
6:50 - 6:53A pessoa que vocês
veem aqui é Naneth Tutua. -
6:53 - 6:56Ela é uma empresária
lá nas Ilhas Salomão. -
6:58 - 7:02O que ela está segurando aqui
é a extração de um DNA -
7:02 - 7:04de um mamão.
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7:04 - 7:07Ela conseguiu visualizar o DNA.
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7:07 - 7:09Mas como isso aconteceu?
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7:09 - 7:12Pois as Ilhas Salomão são consideradas
-
7:12 - 7:15um dos lugares menos
desenvolvidos do mundo. -
7:15 - 7:19Por isso, não existem laboratórios
reais para biologia molecular lá. -
7:19 - 7:22Mas o que tivemos de fazer foi improvisar.
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7:22 - 7:26Para fazer um tipo diferente
de experimento para extrair o DNA, -
7:26 - 7:32e, assim, Naneth conseguiu
ver como era o DNA, -
7:32 - 7:37e, olhando para isso, ela foi
capaz de desmistificar o DNA. -
7:37 - 7:40E o DNA não era apenas uma coisa abstrata
-
7:40 - 7:42que ela não conseguia compreender,
-
7:42 - 7:45dessa vez ela foi capaz de vê-lo,
de compreendê-lo, -
7:45 - 7:48e, quando alguém quer
falar sobre biotecnologia, -
7:48 - 7:52ela tem , de algum modo, alguma segurança
para falar sobre o assunto. -
7:52 - 7:55Ela parece bem orgulhosa
de ter feito essa extração. -
7:56 - 7:59E, naturalmente, as extrações de DNA,
não sei se vocês sabem, -
7:59 - 8:01são muito fáceis de serem feitas.
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8:01 - 8:05A gente precisa apenas
de sal, detergente e álcool. -
8:05 - 8:08Assim, comecei a usar
esses três ingredientes, -
8:08 - 8:11coloquei na minha bolsa
e comecei a viajar por aí, -
8:11 - 8:14fazendo exatamente o que
fizemos nas Ilhas Salomão, -
8:14 - 8:16repetindo a experiência, levando
-
8:16 - 8:19a desmistificação do DNA.
-
8:19 - 8:22Isso aconteceu em
diversos lugares do mundo, -
8:22 - 8:27mas, definitivamente, minha
experiência mais importante -
8:27 - 8:33aconteceu em novembro passado,
quando mostraram a extração de DNA -
8:33 - 8:37numa novela chilena
chamada "Decibel 110". -
8:39 - 8:41Uma extração de DNA de cozinha
de baixo custo -
8:42 - 8:46fez parte desse encontro entre Francisco
-
8:46 - 8:49e seu amor proibido, Cindy.
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8:52 - 8:55E não paramos na extração do DNA,
de repente começamos a brincar também -
8:55 - 8:58com instrumentos da biologia molecular.
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8:58 - 9:01Aqui estão algumas fotos das oficinas
-
9:01 - 9:04que realizamos nas Filipinas,
onde, na verdade, -
9:04 - 9:07começamos a desenvolver o
equipamento básico molecular, -
9:07 - 9:09e como podem ver aqui,
parece bastante básico, -
9:09 - 9:11mas são, na verdade,
alguns dos equipamentos -
9:11 - 9:14mais usados em laboratórios.
-
9:17 - 9:23Assim, depois de começar a construir
este tipo de proposta -
9:23 - 9:25e instrumentalizá-la
e de tentar desenvolvê-la -
9:25 - 9:30com essa tecnologia local,
e a desmistificação, -
9:30 - 9:33e, com todas essas viagens,
-
9:33 - 9:36de repente me achei na África Ocidental.
-
9:36 - 9:39E a África Ocidental também foi
um momento de virada para mim. -
9:39 - 9:41A razão para isso é
que na África Ocidental -
9:41 - 9:45encontrei pela primeira vez
um grupo de pessoas -
9:45 - 9:47que pensavam um pouco como eu.
-
9:47 - 9:52Que estavam fazendo perguntas
sobre os especialistas, -
9:52 - 9:55que estavam fazendo
perguntas sobre tecnologia. -
9:55 - 9:57Que tipo de tecnologia?
Para quem? -
9:57 - 9:59Eles estavam fazendo perguntas sobre
-
9:59 - 10:02o que a África pode dar ao mundo.
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10:02 - 10:04O interessante aqui é que
eles eram, -
10:04 - 10:07principalmente cientistas sociais
mas também fazendeiros -
10:07 - 10:11e artistas, falando sobre isso.
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10:11 - 10:15Assim, decidimos ficar mais, e tenho ido
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10:15 - 10:19à África Ocidental todo ano desde 2007.
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10:19 - 10:24E a questão central disso
é baseada nesta foto. -
10:24 - 10:26Como podem ver, temos um avião.
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10:26 - 10:29Um avião representa tecnologia, eu acho,
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10:29 - 10:32e podemos concordar que os aviões mudaram
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10:32 - 10:35a forma como nos locomovemos,
como nos comunicamos, -
10:35 - 10:38mas também a forma
como as doenças são transmitidas -
10:38 - 10:39e também passadas.
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10:39 - 10:43Mas o importante aqui
não é somente olhar a tecnologia, -
10:43 - 10:45mas ver o contexto ao redor dela.
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10:45 - 10:49E talvez, para alguns de vocês,
isso pareça muito bacana. -
10:49 - 10:53Para mim, me permite fazer
as perguntas sobre -
10:53 - 10:56de que se trata o contexto.
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10:56 - 10:59O que esta tecnologia
tem a oferecer a este contexto? -
10:59 - 11:02Essa tecnologia cabe nesse contexto?
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11:02 - 11:04E estas foram as perguntas usadas
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11:04 - 11:07como base do nosso documentário:
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11:07 - 11:08(Música)
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11:15 - 11:18(Vídeo) Homem (em francês):
Se a ciência diz, é como "o Evangelho". -
11:20 - 11:22A ciência é feita pelo homem.
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11:22 - 11:25A ciência tem de ser feita pelo homem
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11:25 - 11:26para o homem.
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11:26 - 11:28Mulher: Por que temos de pesquisar?
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11:28 - 11:30Quem faz a pesquisa?
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11:30 - 11:32Com que propósito?
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11:33 - 11:36Homem: E os especialistas se escondem
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11:36 - 11:38em suas salas, em seus grupos,
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11:38 - 11:40para decidir por todo mundo.
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11:41 - 11:43Homem: Criar uma política agrícola
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11:43 - 11:45sem os fazendeiros
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11:45 - 11:47significa que não
discutimos agricultura. -
11:47 - 11:50Homem: O fazendeiro precisa
se considerar um pesquisador, -
11:50 - 11:52como alguém que trabalha
em um laboratório. -
11:52 - 11:55Mulher: Não basta pesquisar
dentro de um laboratório. -
11:55 - 11:58Homem: Hoje, vamos extrair o
DNA de plantas. -
11:58 - 12:02Mulher: Não basta fazer
pesquisa dentro de uma instituição. -
12:02 - 12:04Homem: Vamos usar um pouco de sal,
-
12:04 - 12:06um pouco de detergente,
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12:06 - 12:08temos álcool e tubos de ensaio.
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12:08 - 12:10Conseguimos extrair o DNA.
Nós o vimos. -
12:10 - 12:13Eu vi o DNA, nossos amigos
viram o DNA. -
12:13 - 12:16Sem qualquer eletrônico
ou microscópio ótico. -
12:16 - 12:21Mulher: Temos de desinstitucionalizar
a pesquisa! -
12:21 - 12:24Camilo Rodriguez-Beltran: Bem, este
é apenas um trecho do documentário -
12:24 - 12:27“Autrement” ("De outra maneira"),
que rodamos na África Ocidental, -
12:27 - 12:32e, como podem ver, ele levanta questões
sobre tecnologia, ciência, -
12:32 - 12:34levando em conta o contexto
da África Ocidental. -
12:34 - 12:36E como podem ver, há
um empoderamento disso. -
12:36 - 12:38Há uma mensagem que os africanos
-
12:38 - 12:41querem passar sobre o que eles
podem oferecer. -
12:42 - 12:46Assim, após construir um tipo de barco
-
12:46 - 12:50com instrumentos e métodos,
começamos a usá-los -
12:50 - 12:51em diferentes partes do globo,
-
12:51 - 12:54então decidi também observar.
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12:54 - 12:59E isso vem de um assim chamado expert
-
13:00 - 13:05que é conhecido agora para falar
sobre os não experts. -
13:05 - 13:09Normalmente os não experts
são meio que invisíveis -
13:09 - 13:11nesta geração do conhecimento.
-
13:12 - 13:17Mais que tudo, não experts são
consumidores ou usuários -
13:17 - 13:21de conhecimento, de tecnologia,
de ciência. -
13:21 - 13:24Tivemos diversas
revoluções tecnológicas -
13:24 - 13:28começando com a tecnologia da informação,
-
13:28 - 13:32começando também na agricultura,
montes de revoluções tecnológicas. -
13:32 - 13:36Mas a maioria das pessoas no mundo,
e estou falando aqui também de países, -
13:36 - 13:40têm sido mais que tudo
consumidores e usuários. -
13:40 - 13:43Esta é uma lista das tecnologias
-
13:43 - 13:48que Peter Diamandis,
da Singularity University -
13:48 - 13:50propôs no último TED.
-
13:52 - 13:55Nesta lista, que é muito interessante,
-
13:55 - 13:58ele propõe que são as tecnologias
-
13:58 - 14:01que vão mudar e que já estão
mudando o futuro. -
14:02 - 14:03E, entre essas tecnologias,
-
14:03 - 14:08ele fala também sobre o povo,
e o poder do povo. -
14:08 - 14:12Ele na verdade introduz
o termo cyber cidadãos, -
14:12 - 14:15que são cidadãos normais,
pessoas como nós, -
14:15 - 14:18que participam online, e, em seu exemplo,
-
14:18 - 14:22era num jogo de enovelamento de proteínas.
-
14:22 - 14:26Não só pelo prazer de jogar,
-
14:26 - 14:28mas, na verdade, para resolver
os problemas médicos. -
14:28 - 14:33E isso é onde estamos agora,
num mundo em que -
14:33 - 14:36os não experts não são apenas
consumidores e usuários, -
14:36 - 14:40mas eles estão se transformando
em colaboradores. -
14:40 - 14:44Ouvimos hoje, nesta manhã,
um ótimo exemplo disso -
14:44 - 14:47acontecendo aqui no Amazonas.
-
14:47 - 14:51Mas alguns desses são também
o que chamamos de Povo X, -
14:51 - 14:54ou crowdsourcing, ou crowdfunding.
-
14:54 - 14:57Um ótimo exemplo é a Wikipédia.
-
14:57 - 15:00A Wikipédia é feita com a contribuição
de não especialistas. -
15:00 - 15:03E nós temos montes de exemplos assim.
-
15:03 - 15:05A ciência do cidadão, os bio-hackers,
-
15:05 - 15:07isso é o que está acontecendo agora.
-
15:07 - 15:09O "quem" está mudando.
-
15:09 - 15:13Os não experts estão contribuindo agora.
-
15:13 - 15:15No entanto, estou aqui para propor
-
15:15 - 15:18algo mais radical que apenas
ser colaboradores. -
15:19 - 15:24Quero também levantar questões
relativas ao "O quê"? -
15:24 - 15:26Que tipo de tecnologia?
-
15:26 - 15:30Essa é a única lista de tecnologias
que vão moldar o futuro? -
15:30 - 15:31Acho que não.
-
15:31 - 15:34Não acredito que exista
apenas uma forma de ver -
15:34 - 15:36como vamos nos desenvolver
no futuro. -
15:36 - 15:41Na verdade, penso que
precisamos mais e temos mais. -
15:41 - 15:45Precisamos de conhecimento
que comece a se desenvolver -
15:45 - 15:47a partir do contexto,
baseado no contexto. -
15:47 - 15:50Ouvimos alguns exemplos
da África Ocidental -
15:50 - 15:51e das Ilhas Salomão.
-
15:51 - 15:54Esses são contextos diferentes
e eles podem desenvolver -
15:54 - 15:57novas formas de ver a geração
do conhecimento. -
15:57 - 16:01Nós provavelmente precisamos
parar de rotular parar de dizer: -
16:01 - 16:03a ciência é apenas isso,
-
16:03 - 16:05e se começarmos a trazer
alguma arte para isso, -
16:05 - 16:08então não é ciência,
vocês não podem falar sobre isso. -
16:08 - 16:11Talvez tenhamos de começar a
remover o rótulo das coisas. -
16:11 - 16:14Por exemplo, no nosso
documentário, -
16:14 - 16:16falamos sobre ciência e desenvolvimento,
-
16:16 - 16:19Mas usamos dança contemporânea africana
para falar sobre isso, por quê? -
16:19 - 16:23Porque se vocês falarem sobre
dança contemporânea na África, -
16:23 - 16:25as coisas fazem sentido.
-
16:25 - 16:29Se não usarem a cultura,
as coisas não fazem sentido. -
16:30 - 16:34É importante trabalhar
na desmistificação, -
16:34 - 16:38na democratização, descentralização.
-
16:38 - 16:42Penso que podemos ter
ótimos exemplos para pesquisa -
16:42 - 16:44vindo desses lugares.
-
16:44 - 16:47As Ilhas Salomão,
esse arquipélago minúsculo, -
16:47 - 16:50poderia se tornar, por exemplo,
o melhor observatório -
16:50 - 16:53para monitorar as mudanças globais
no mundo. -
16:53 - 16:56E esses poderiam ser
os novos centros de pesquisa -
16:56 - 16:58surgindo ao redor do mundo,
-
16:58 - 17:01talvez esses sejam
os novos colaboradores. -
17:01 - 17:03Na verdade, acredito
que passamos -
17:03 - 17:06da revolução tecnológica para,
neste momento, -
17:06 - 17:10uma revolução do povo,
mas precisamos de algo mais. -
17:10 - 17:14Precisamos de uma revolução
humilde. Precisamos de humildade. -
17:14 - 17:17Precisamos diminuir o nosso ego.
Nosso ego. -
17:17 - 17:22Aqueles que se consideram
especialistas, ou experts, -
17:22 - 17:24precisamos reduzir o ego deles.
-
17:24 - 17:28Uma vez feito isso,
seremos capazes de identificar -
17:28 - 17:31o potencial entre nossos companheiros,
-
17:31 - 17:34entre aqueles que chamamos de não experts.
-
17:34 - 17:40E, fazendo isso seremos capazes
de dar início a novos rumos. -
17:40 - 17:43Novos rumos para a ciência,
para a tecnologia, -
17:45 - 17:48chamem do que quiserem.
-
17:48 - 17:50Vou apenas terminar com este slide,
-
17:50 - 17:54que, para mim, representa o empoderamento,
-
17:54 - 17:58porque estou aqui, na frente de vocês,
-
17:59 - 18:02e aquele sonho que eu
tinha quando tinha 15 anos, -
18:02 - 18:04quero lembrar a vocês que ele mudou.
-
18:05 - 18:08Aquele sonho foi, na verdade, expandido.
-
18:08 - 18:13Não quero construir, com um monte
de especialistas, -
18:13 - 18:18uma ferramenta tecnológica para
ajudar a população do meu país. -
18:18 - 18:22Quero criar algo novo.
-
18:22 - 18:26Quero expandir meus horizontes,
e isso é tudo. -
18:26 - 18:27Muito obrigado.
-
18:27 - 18:30(Aplausos)
- Title:
- Democratizando a ciência: Camilo Rodriguez-Beltran no TEDxBeloHorizonte
- Description:
-
De acordo com Camilo Rodriguez-Beltran, uma nova definição de progresso científico e social é necessária: aquela criada pelas pessoas, com base em suas necessidades reais, sua cultura e suas tradições. Ele acredita que a ciência tem de ser desmistificada e acessível a todos, pois apenas assim poderemos avançar em direção a um futuro mais brilhante.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 18:39
Tulio Leao commented on Portuguese, Brazilian subtitles for Democratizing Science: Camilo Rodriguez-Beltran at TEDxBeloHorizonte | ||
Tulio Leao edited Portuguese, Brazilian subtitles for Democratizing Science: Camilo Rodriguez-Beltran at TEDxBeloHorizonte | ||
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Tulio Leao edited Portuguese, Brazilian subtitles for Democratizing Science: Camilo Rodriguez-Beltran at TEDxBeloHorizonte | ||
Claudia Solano accepted Portuguese, Brazilian subtitles for Democratizing Science: Camilo Rodriguez-Beltran at TEDxBeloHorizonte |
Tulio Leao
A regra de não mais de 21 por segundo foi bastante respeitada, mas algumas linhas ainda não estavam adequadas. Sugiro usar essa ferramenta para facilitar a checagem: http://www.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Farchifabrika.hu%2Ftools%2F&h=wAQEBBLJw
É isso, no geral excelente trabalho e quaisquer dúvidas entrem em contato por aqui :)