Como as escolhas que você faz podem afetar seus genes - Carlos Guerrero-Bosagna

Veja a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/how-the-choices-you-make-can-affect-your-genes-carlos-guerrero-bosagna

Aqui está um dilema: gêmeos idênticos se originam do mesmo DNA ... então como eles podem revelar-se tão diferente - mesmo em características que têm um componente genético significativo? Carlos Guerrero-Bosagna explica que enquanto a natureza versus criação tem muito a ver com isso, uma resposta mais aprofundada pode ser encontrada numa coisa chamada epigenética.

Lição por Carlos Guerrero-Bosagna, animação por Chris Bishop.

Aqui está um enigma:

gêmeos idênticos se originam
a partir do mesmo DNA,

então como podem ficar tão diferentes

mesmo em características
que têm um forte componente genético?

Por exemplo: como uma gêmea pode
ter problemas cardíacos aos 55 anos,

enquanto sua irmã corre maratonas
em perfeita saúde?

A natureza versus criação
têm muito a ver com isso,

mas uma resposta mais aprofundada
pode ser encontrada na epigenética.

Ela estuda como o DNA interage

com a variedade de moléculas
encontradas no interior das células,

que pode ativar e desativar genes.

Se o DNA é considerado
um livro de receitas,

essas moléculas determinam em grande parte
o que será utillizado e quando.

Essas moléculas não fazem
escolhas conscientes,

mas sua presença e concentração
dentro das células faz a diferença.

Então como isso funciona?

Os genes no DNA são expressos
quando são lidos e transcritos em RNA,

que é traduzido em proteínas
por estruturas chamadas ribossomos.

São principalmente as proteínas

que determinam as funções
e características de uma célula.

Alterações epigenéticas podem aumentar
ou interferir na transcrição de genes.

A forma mais comum
de interferência é o DNA,

ou as proteínas envolvidas por ele,

ficarem marcadas
com pequenas etiquetas químicas.

O conjunto de todas as etiquetas químicas
que se ligam ao genoma de uma dada célula

é chamado de epigenoma.

Alguns destes, como o grupo metila,
inibem a expressão do gene

ao desalinhar a maquinaria
de transcrição celular

ou fazendo com que o DNA
se enrole mais firmemente,

tornando o gene inacessível.

O gene ainda está lá, mas foi silenciado.

O reforço da transcrição
é essencialmente o contrário.

Algumas etiquetas desenrolam o DNA,
tornando-o mais fácil de transcrever,

o que aumenta a produção
da proteína associada.

As mudanças epigenéticas
podem sobreviver à divisão celular,

o que significa que podem afetar
um organismo por toda sua vida.

Às vezes isso é uma coisa boa.

As mudanças epigenéticas
fazem parte do desenvolvimento.

As células em um embrião
começam com um genoma mestre.

Enquanto as células se dividem,
alguns genes são ativados

e outros inibidos.

Ao longo do tempo,
com esta reprogramação epigenética,

algumas células se tornam
células do coração,

e outras em células do fígado.

Cada um dos 200 tipos
de células em seu corpo

têm essencialmente o mesmo genoma

mas têm epigenomas diferentes.

O epigenoma também medeia
um diálogo ao longo da vida

entre os genes e o ambiente.

As etiquetas químicas
que ligam e desligam os genes

podem ser influenciadas
por fatores como a dieta,

exposição química, e medicação.

As mudanças epigenéticas resultantes
podem levar a doenças,

desligando um gene que produz a proteína
supressora de câncer, por exemplo.

As alterações epigenéticas induzidas
pelo ambiente explicam, em parte,

por que gêmeos geneticamente idênticos
podem crescer muito diferentes.

À medida que o tempo passa,
seus epigenomas divergem,

afetando seu envelhecimento
e sua tendência a ficar doentes.

Até mesmo experiências sociais
podem causar alterações epigenéticas.

Em um experimento famoso,

quando as mãe ratas não estavam
atentas em seus filhotes,

os genes dos filhotes que ajudam
a controlar o estress foram metilados

e desligados.

E isso pode não parar com essa geração.

A maioria das marcas epigenéticas
são apagadas quando os gametas se formam.

Mas hoje pesquisadores acreditam
que algumas dessas marcas sobrevivem,

passando essas marcas epigenéticas
para a próxima geração.

As experiências de infância
de sua mãe ou de seu pai,

ou as escolhas deles quando adultos,

realmente podem moldar
o seu próprio epigenoma.

Apesar das alterações
epigenéticas persistirem,

elas não são necessariamente permanentes.

Um estilo de vida equilibrado
com uma dieta saudável,

exercícios,

e evitando se expor a contaminantes

pode criar um epigenoma
saudável em longo prazo.

É um momento excitante para estudar isso.

Os cientistas estão começando a entender

como a epigenética afeta
nosso desenvolvimento e envelhecimento,

assim como as origens do câncer,

de doenças cardíacas, doenças mentais,

abuso de drogas,
e muitas outras condições.

Enquanto isso, novas técnicas
de edição do genoma estão facilitando

a identificação de mudanças epigenéticas
que são importantes para a saúde e doença.

Compreendendo como funciona
a influencia do nosso epigenoma,

nós seremos capazes
de influenciá-lo também.