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Câmeras ocultas que filmam injustiças nos lugares mais perigosos do mundo

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    Gostaria de começar
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    com a história de Mary,
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    uma mulher de uma vila africana.
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    Suas primeiras lembranças
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    são da família fugindo
    dos conflitos violentos
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    orquestrados pelo partido
    político no poder.
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    Seu irmão foi morto pela
    milícia apoiada pelo governo,
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    e a violentaram mais de uma vez
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    só por ela pertencer ao partido errado.
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    Certa manhã, um mês antes das eleições,
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    convocaram a vila de Mary
    para outra reunião intimidadora.
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    Na reunião havia um homem frente a eles,
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    dizendo: “Sabemos quem vocês são,
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    sabemos em quem votarão,
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    e se não votarem certo,
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    nos vingaremos.”
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    Para Mary, essa reunião é diferente.
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    Ela se sente diferente.
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    Dessa vez, ela espera pela reunião
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    porque ela carrega uma
    pequena câmera oculta no vestido,
  • 0:59 - 1:02
    uma câmera que ninguém vê.
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    É proibido filmar essas reuniões.
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    Você arrisca a vida se o fizer.
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    Mary sabe disso, mas também sabe
    que o único modo de impedi-los
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    e proteger a si e a sua comunidade,
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    é expondo essa intimidação,
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    para que eles entendam
    que alguém os segue,
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    para acabar com a sensação
    de impunidade deles.
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    Mary e seus amigos filmaram
    por meses, secretamente,
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    a intimidação do partido
    político no poder.
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    (Vídeo) [Filmado com câmeras ocultas]
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    Homem: Vamos falar
    sobre as próximas eleições.
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    Nada pode nos impedir
    de fazer o que queremos.
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    Se soubermos que estão com [a oposição]
  • 1:45 - 1:48
    não os perdoaremos.
  • 1:48 - 1:53
    [Movimento de intimidação da milícia]
  • 1:53 - 1:55
    [O partido] pode te torturar
    a qualquer hora.
  • 1:55 - 1:58
    Os jovens podem te bater.
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    [Confusão na reunião política]
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    Para os que mentem, dizendo que estão
    novamente com [o partido]
  • 2:12 - 2:14
    seu tempo está se esgotando.
  • 2:14 - 2:17
    [A milícia jovem do partido]
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    Alguns morreram porque se rebelaram.
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    Alguns perderam as casas.
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    Se vocês não trabalharem com [o partido],
  • 2:26 - 2:30
    terão uma vida muito ruim.
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    OY: Essas imagens foram
    transmitidas pelo mundo,
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    mas o mais importante,
  • 2:43 - 2:46
    elas foram retransmitidas à comunidade.
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    Os agressores também viram.
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    Eles entenderam que alguém os seguia.
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    Eles se amedrontaram.
    A impunidade foi interrompida.
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    Mary e seus amigos forçaram
    o partido político em exercício
  • 2:58 - 3:00
    a não usar violência durante as eleições,
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    e salvaram centenas de vidas.
  • 3:04 - 3:06
    Mary é apenas uma
    entre centenas de pessoas
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    que minha organização ajudou a
    documentar violações de direitos humanos
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    usando câmeras.
  • 3:13 - 3:16
    Meu histórico deveria ter me feito
    seguir um caminho diferente.
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    Nasci em Israel numa família de direita,
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    e tudo que me lembro
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    é de querer me alistar no exército
    para servir ao país
  • 3:24 - 3:29
    e provar que minha crença
    era certa para o país.
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    Juntei-me ao exército israelense
    logo após a primeira revolução
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    a primeira insurreição palestina,
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    e servi em uma das unidades de infantaria
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    mais autoritárias, duras e agressivas,
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    e eu tinha a maior arma da minha tropa.
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    Logo me tornei oficial
  • 3:49 - 3:52
    e tive soldados sob meu comando,
  • 3:52 - 3:55
    e com o passar do tempo,
    comecei a servir na Cisjordânia,
  • 3:55 - 3:58
    e vi essas imagens.
  • 4:06 - 4:08
    Não gostei do que vi.
  • 4:08 - 4:09
    Levou um tempo,
  • 4:09 - 4:13
    mas acabei me recusando
    a servir na Cisjordânia
  • 4:13 - 4:16
    e passei um tempo preso.
  • 4:16 - 4:17
    Foi um pouco...
  • 4:17 - 4:20
    (Aplausos)
  • 4:20 - 4:21
    Não foi tão ruim, tenho que dizer.
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    Foi um pouco como estar no hotel,
    mas com uma comida horrorosa.
  • 4:25 - 4:26
    (Risos)
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    Na prisão, continuei pensando
    que as pessoas precisavam saber.
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    Quero que as pessoas entendam
  • 4:32 - 4:35
    qual é a realidade na Cisjordânia.
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    Quero que ouçam o que eu ouvi.
  • 4:37 - 4:39
    Quero que vejam o que vi,
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    mas também entendi que precisamos
    que os palestinos mesmos,
  • 4:42 - 4:44
    o povo que sofre,
  • 4:44 - 4:46
    seja capaz de contar
    suas próprias histórias,
  • 4:46 - 4:52
    não os jornalistas ou cineastas
    que chegam de fora da situação.
  • 4:52 - 4:55
    Eu me juntei a uma organização
    de direitos humanos
  • 4:55 - 4:58
    uma organização israelense
    de direitos humanos, B’Tselem.
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    Juntos, analisamos a Cisjordânia
  • 5:00 - 5:04
    e pegamos 100 famílias que vivem
    nos locais de maior risco:
  • 5:04 - 5:08
    perto de barreiras, de bases do exército,
  • 5:08 - 5:10
    lado a lado com colonizadores.
  • 5:10 - 5:14
    Demos a elas câmeras e treinamento.
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    Logo, começamos a ter imagens
    muito perturbadoras
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    sobre como os colonizadores
    e os soldados estão abusando deles.
  • 5:23 - 5:26
    Gostaria de dividir com vocês
    dois vídeos desse projeto.
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    Ambos foram transmitidos em Israel,
    e foi criado um debate enorme.
  • 5:30 - 5:32
    E devo adverti-los,
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    alguns podem achá-los bem explícitos.
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    Os homens de máscara
    que verão no primeiro vídeo
  • 5:37 - 5:39
    são colonizadores judeus.
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    Minutos antes de a câmera ser ligada,
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    se aproximaram de uma família palestina
  • 5:44 - 5:45
    que trabalhava na terra
  • 5:45 - 5:48
    e disseram para saírem de lá,
  • 5:48 - 5:50
    porque a terra pertencia
    aos colonizadores judeus.
  • 5:50 - 5:52
    Os palestinos se recusaram.
  • 5:52 - 5:55
    Vejamos o que aconteceu.
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    Os mascarados que se
    aproximam são colonizadores judeus.
  • 5:59 - 6:02
    Eles se aproximam da família palestina.
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    Essa é uma manifestação na Cisjordânia.
  • 6:23 - 6:25
    O cara de verde é palestino.
  • 6:25 - 6:28
    Ele será preso em um segundo.
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    Aqui vocês o veem vendado e algemado.
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    Em segundos, ele lamenta
    ter ido à manifestação.
  • 6:38 - 6:42
    Ele levou um tiro de
    bala de borracha no pé.
  • 6:43 - 6:45
    Ele está bem.
  • 6:48 - 6:53
    Nem todos os colonizadores
    e soldados agem assim.
  • 6:53 - 6:57
    Nos referimos a uma minoria
    mas eles têm que ir à justiça.
  • 6:57 - 6:59
    Esses vídeos e outros como esses,
  • 6:59 - 7:03
    forçaram o exército
    e a polícia a investigar.
  • 7:03 - 7:04
    Eles passaram em Israel, claro,
  • 7:04 - 7:08
    e o povo israelense
    foi exposto a eles também.
  • 7:08 - 7:11
    Esse projeto redefiniu a luta
    pelos direitos humanos
  • 7:11 - 7:13
    nos territórios ocupados,
  • 7:13 - 7:18
    e demos um jeito de reduzir o número
    de ataques violentos na Cisjordânia.
  • 7:21 - 7:23
    O sucesso desse projeto me fez pensar
  • 7:23 - 7:26
    em como levar essa metodologia
    a outros lugares do mundo.
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    Agora, tendemos a crer que hoje,
  • 7:28 - 7:30
    com toda a tecnologia,
  • 7:30 - 7:31
    os smartphones e a Internet,
  • 7:31 - 7:35
    somos capazes de ver e entender
    quase tudo que acontece no mundo,
  • 7:35 - 7:37
    e as pessoas podem contar sua história.
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    Mas é apenas parcialmente verdade.
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    Ainda hoje, com toda
    a tecnologia que temos,
  • 7:42 - 7:44
    menos da metade da população mundial
  • 7:44 - 7:46
    tem acesso à Internet,
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    e mais de 3 bilhões de pessoas,
  • 7:49 - 7:51
    repito o número,
  • 7:51 - 7:57
    3 bilhões de pessoas consomem notícias
    censuradas pelos que estão no poder.
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    Mais ou menos ao mesmo tempo,
  • 8:00 - 8:04
    fui abordado por um grande cara,
    Uri Fruchtmann.
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    Ele é um cineasta e ativista.
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    Percebemos que tínhamos
    o mesmo modo de pensar,
  • 8:08 - 8:15
    e decidimos criar Videre,
    nossa organização, juntos.
  • 8:15 - 8:18
    Enquanto criávamos
    a organização em Londres,
  • 8:18 - 8:20
    viajamos secretamente para lugares
  • 8:20 - 8:22
    onde a comunidade sofria abusos,
  • 8:22 - 8:24
    onde atrocidades em massa aconteciam,
  • 8:24 - 8:27
    e havia uma falta de notícias.
  • 8:27 - 8:31
    Tentamos entender como ajudar.
  • 8:31 - 8:34
    Aprendi quatro coisas.
  • 8:34 - 8:36
    A primeira é que temos que nos conectar
  • 8:36 - 8:39
    com comunidades que vivem em áreas rurais,
  • 8:39 - 8:43
    onde as violações acontecem
    longe dos olhos do público.
  • 8:43 - 8:45
    Precisamos fazer parceria com eles,
  • 8:45 - 8:49
    e precisamos entender quais imagens
    não estão sendo feitas lá
  • 8:49 - 8:51
    e ajudá-los a documentá-las.
  • 8:52 - 8:54
    A segunda coisa que aprendi
  • 8:54 - 8:57
    é que precisamos habilitá-los
    a filmar com segurança.
  • 8:57 - 9:02
    A segurança deve ser prioridade.
  • 9:02 - 9:04
    Onde eu trabalhei antes, na Cisjordânia,
  • 9:04 - 9:06
    uma pessoa pode pegar a câmera
  • 9:06 - 9:08
    e provavelmente não levará um tiro,
  • 9:08 - 9:10
    mas onde queríamos trabalhar,
  • 9:10 - 9:15
    tente pegar um celular, e você será morto.
    Literalmente morto.
  • 9:15 - 9:17
    É por isso que decidimos
  • 9:17 - 9:19
    fazer a operação em segredo,
  • 9:19 - 9:20
    quando necessário,
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    e usar quase sempre câmeras ocultas.
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    Infelizmente, não posso mostrar
    as câmeras ocultas que usamos.
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    Por razões óbvias.
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    Mas essas são câmeras que usamos antes.
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    Dá para comprá-las em lojas.
  • 9:31 - 9:35
    Hoje, construímos uma câmera customizada.
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    como a que Mary usou
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    no vestido para filmar
    a reunião intimidadora
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    do partido político em exercício.
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    É uma câmera que ninguém vê,
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    que se mistura ao ambiente e arredores.
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    A segurança de filmagem vai além
    do uso de câmeras ocultas.
  • 9:51 - 9:56
    Estar em segurança começa bem antes
    que o ativista ligue a câmera.
  • 9:56 - 9:58
    Para manter nossos parceiros a salvo,
  • 9:58 - 10:01
    trabalhamos para entender
    o risco de cada lugar
  • 10:01 - 10:04
    e de cada filmagem antes que ela ocorra.
  • 10:04 - 10:07
    Ter um plano B se algo der errado,
  • 10:07 - 10:09
    e ter certeza de que temos tudo no lugar
  • 10:09 - 10:12
    antes da operação começar.
  • 10:12 - 10:16
    A terceira coisa que aprendi
    é a importância da verificação.
  • 10:16 - 10:18
    Você pode ter uma filmagem
    incrível de atrocidade,
  • 10:18 - 10:22
    mas se você não puder verificá-la,
    não vale nada.
  • 10:22 - 10:26
    Recentemente, como na guerra
    na Síria ou em Gaza,
  • 10:26 - 10:31
    vimos imagens trazidas
    de conflitos diferentes.
  • 10:31 - 10:34
    Essa desinformação destruiu
    a credibilidade da fonte,
  • 10:34 - 10:39
    e a credibilidade de outras fontes
    confiáveis é prejudicada.
  • 10:39 - 10:43
    Usamos várias formas de nos certificar
    de que podemos verificar a informação
  • 10:43 - 10:45
    e podemos confiar no material.
  • 10:45 - 10:46
    Começa com analisar os parceiros,
  • 10:46 - 10:50
    entender quem são, e trabalhar
    com eles intensamente.
  • 10:50 - 10:52
    Como se filma um lugar?
  • 10:52 - 10:54
    Filmam-se placas de estrada, relógios,
  • 10:54 - 10:55
    filmam-se jornais.
  • 10:56 - 11:00
    Nós checamos mapas, olhamos os mapas,
  • 11:00 - 11:02
    checamos duplamente a informação,
  • 11:02 - 11:06
    e olhamos a metadata do material,
  • 11:06 - 11:09
    A quarta e mais importante
    coisa que aprendi
  • 11:09 - 11:13
    é como usar as imagens para
    criar uma mudança positiva.
  • 11:14 - 11:16
    Para surtir efeito,
  • 11:16 - 11:21
    a chave é: como usar o material.
  • 11:21 - 11:23
    Hoje, trabalhamos
    com centenas de ativistas
  • 11:23 - 11:25
    filmando em segredo.
  • 11:25 - 11:28
    Trabalhamos com eles para
    entender a situação em terra
  • 11:28 - 11:31
    e quais imagens faltam para descrevê-la,
  • 11:31 - 11:36
    quem são os que influenciam a situação,
  • 11:36 - 11:40
    e quando liberar o material
    para a luta avançar.
  • 11:40 - 11:42
    Às vezes, tem a ver
    com expor na mídia local,
  • 11:42 - 11:44
    para conscientizar.
  • 11:44 - 11:47
    Às vezes, funciona
    com os tomadores de decisão,
  • 11:47 - 11:48
    para mudar as leis.
  • 11:48 - 11:53
    Às vezes, funciona com advogados
    para usar como prova em juízo.
  • 11:53 - 11:54
    Mas com frequência,
  • 11:54 - 11:58
    o modo mais eficaz de criar mudança social
  • 11:58 - 12:00
    é trabalhar com a comunidade.
  • 12:00 - 12:03
    Quero dar um exemplo a vocês.
  • 12:03 - 12:05
    Fatuma faz parte de uma rede de mulheres
  • 12:05 - 12:08
    que lutam contra abusos no Quênia.
  • 12:08 - 12:11
    As mulheres da comunidade
    são constantemente ameaçadas
  • 12:11 - 12:14
    no caminho para a escola e o trabalho.
  • 12:14 - 12:18
    Elas mesmas tentam mudar
    o comportamento da comunidade.
  • 12:18 - 12:20
    No próximo vídeo,
  • 12:21 - 12:25
    Fatuma nos leva
    por seu deslocamento ao trabalho.
  • 12:25 - 12:29
    Sua voz está sobreposta
    às imagens que ela mesma filmou
  • 12:29 - 12:31
    usando câmera oculta.
  • 12:31 - 12:34
    (Vídeo) Fatuma Chiusiku:
    Meu nome é Fatuma Chiusiku.
  • 12:34 - 12:36
    Tenho 32 anos, sou mãe,
  • 12:36 - 12:39
    E Ziwa La Ng’Ombe é o meu lar.
  • 12:39 - 12:42
    Toda manhã, eu pego o micro-ônibus
  • 12:42 - 12:44
    número 11.
  • 12:44 - 12:47
    Mas em vez de uma viagem
    tranquila para o trabalho,
  • 12:47 - 12:50
    todo dia começa com o medo.
  • 12:50 - 12:52
    Venha comigo agora
  • 12:52 - 12:54
    e use os meus olhos
  • 12:54 - 12:57
    para sentir o que sinto.
  • 13:00 - 13:02
    À medida que ando, penso:
  • 13:02 - 13:03
    será que serei tocada?
  • 13:03 - 13:05
    Agarrada?
  • 13:05 - 13:08
    Violentada por este motorista novamente?
  • 13:09 - 13:10
    Mesmo os homens de dentro,
  • 13:10 - 13:12
    o modo como me olham,
  • 13:12 - 13:15
    tocam o meu corpo, se esfregam em mim,
  • 13:15 - 13:17
    me agarram,
  • 13:17 - 13:19
    e agora, ao sentar no meu lugar
  • 13:19 - 13:22
    só desejaria pensar sobre o meu dia,
  • 13:22 - 13:23
    os sonhos, os filhos na escola,
  • 13:23 - 13:28
    mas em vez disso me preocupo
    com o momento em que chegarmos
  • 13:28 - 13:31
    e serei novamente violentada.
  • 13:33 - 13:38
    OY: Hoje, há uma nova frente
    na luta pelos direitos humanos.
  • 13:38 - 13:41
    Eu costumava carregar uma arma enorme.
  • 13:41 - 13:44
    Agora, eu carrego isto.
  • 13:44 - 13:50
    Esta é uma arma muito mais poderosa
    e muito mais eficaz.
  • 13:50 - 13:54
    Mas precisamos usar
    o seu poder com sabedoria
  • 13:54 - 14:00
    Ao colocar as imagens certas,
    nas mãos certas, no momento certo,
  • 14:00 - 14:03
    podemos realmente criar um impacto.
  • 14:03 - 14:05
    Obrigado.
  • 14:05 - 14:09
    (Aplausos)
  • 14:13 - 14:16
    Obrigado.
  • 14:16 - 14:19
    (Aplausos)
Title:
Câmeras ocultas que filmam injustiças nos lugares mais perigosos do mundo
Speaker:
Oren Yakobovich
Description:

Ver para crer, diz Oren Yakobovich. É por isso que ele ajuda diariamente as pessoas a usar câmeras ocultas para filmar situações perigosas de violência, fraude política e abusos. Sua organização, Videre, revela, verifica e publica abusos de direitos humanos que o mundo precisa testemunhar.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:35

Portuguese, Brazilian subtitles

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