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Princípios de Economia
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Sinais
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Então como o Hyundai coreano se tornou
um carro tão bom e
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fez tanto sucesso no mercado?
Vamos voltar no tempo.
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Em 1986, o primeiro Hyundai Excel
foi vendido nos EUA.
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Não era muito atraente,
mas pelo menos era barato.
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O problema é que
não funcionava muito bem.
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E assim a Hyundai logo ganhou a reputação
de fazer carros de baixa qualidade
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e logo se tornaram alvo de piada entre
os consumidores americanos.
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Jay Leno, que então comandava o Tonight
Show, dizia que o carro podia valer
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o dobro se você enchesse o
tanque de gasolina.
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A Hyundai queria se livrar dessa reputação
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e competir contra as montadoras
mais importantes, como Honda e Toyota,
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e conseguiram. A Hyundai decidiu que
investiria em fábricas novas e modernas,
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no treinamento dos operários e em
controle de qualidade.
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Isso, por sua vez, resultaria em carros
de maior qualidade.
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Mas como a montadora iria
convencer seus clientes
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dessa qualidade mais alta -- que era
difícil de ver
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para quem já não fosse dono
de um carro há alguns anos?
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Os consumidores não sabiam o que
acontecia nas fábricas da Hyundai.
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Portanto, temos aqui um caso
de assimetria de informação,
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onde a Hyundai conhecia muito mais
a qualidade de seus produtos
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do que seus clientes.
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O que ela poderia fazer?
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Ela lançou o programa
"Melhor Garantia dos EUA".
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A garantia assegurava aos clientes que
os carros eram de alta qualidade
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e com isso eles começaram a comprar.
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O interessante nessa ideia é que ela
não custou muito à Hyundai,
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porque os carros realmente
eram de alta qualidade
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e não precisavam ir para a oficina
o tempo todo.
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A garantia da Hyundai é o exemplo
de um sinal.
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O sinal é uma ação cara que revela
informação e, para funcionar,
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ele tem que ser crível. Nesse caso, se
os carros da Hyundai fossem inconfiáveis,
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uma garantia dessas teria custado
muito caro à Hyundai.
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Os consumidores, então, compraram os
carros da marca, porque,
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se a garantia era tão forte,
isso era sinal
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de que a empresa tinha
muita confiança em seus carros.
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Portanto, como é que um sinal ajuda a
diminuir a assimetria de informação?
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A Hyundai sabia que seus carros eram de
alta qualidade. Os consumidores, não.
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A garantia era um sinal crível que passava
aos consumidores a informação específica
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de que havia qualidade sob o capô, que
eles não poderiam julgar facilmente.
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O sinal deu aos consumidores a informação
necessária para terem confiança
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e comprar um Hyundai.
Uma história com um final feliz.
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Em que outros lugares
encontramos sinalizações?
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Vejamos o ensino superior.
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Se fazer uma faculdade fosse
simplesmente aprender coisas novas,
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seria de se esperar que o seu salário
aumentasse regularmente,
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à medida que o curso fosse avançando.
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Ou seja, quando completasse
metade do curso,
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já estaria ganhando metade do aumento
de salário esperado
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pelo curso inteiro.
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A cada aula, você adquire
conhecimentos valiosos,
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de modo que o salário deveria subir
no ritmo dos cursos completados.
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Certo?
Não, errado.
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Na verdade, boa parte do valor
de um diploma
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vem no dia em que você
completa o curso e recebe o canudo.
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Portanto, em vez de ver um aumento gradual
no seu salário,
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enquanto avança na faculdade,
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você ganha um aumento
acentuado no final, quando cola grau.
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É o chamado "Efeito Canudo", porque
os diplomas costumam ser entregues
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num canudo.
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Além disso, vemos gente
formada em, digamos, História da Arte
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em empregos que não têm nada a ver
com esse assunto.
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Mas, mesmo assim, recebem
salários maiores
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do que aqueles que não têm
curso superior. Por quê?
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Porque História da Arte pode não
ser muito útil para a profissão em si,
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mas indica que o profissional tem
algum tipo de talento.
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A teoria dos sinais na educação,
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do prêmio Nobel Michael Spence,
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diz que a educação tem valor
não só porque passa conhecimentos,
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mas porque sinaliza
a qualidade do trabalhador.
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Há uma informação assimétrica entre um
empregado e seu contratante potencial.
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O contratante não sabe o quanto você é
inteligente, determinado ou zeloso.
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Um diploma é um sinal crível
dessas características
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e dá informações valiosas sobre
um possível funcionário.
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Por que é crível?
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Porque colar grau não é fácil para quem
não é inteligente, zeloso ou determinado.
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Aqui vão outras sugestões de sinais.
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Um anel de diamante é só um
presente bonito para quem você ama?
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Ou será que importa o fato de ser caro?
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Que tipo de informação assimétrica esse
sinal poderia revelar?
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Mais um.
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Por que alguns criminosos
tatuam o rosto?
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Que informação assimétrica
estariam passando?
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Mandar sinais não se restringe
a seres humanos.
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Por que um pavão exibe uma
enorme cauda colorida,
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que pode até atrapalhar sua sobrevivência?
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Que tipo de sinal ele pode estar
passando? E para quem?
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Confirme sua intuição sobre isso nas
perguntas práticas depois do vídeo.
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E agora que mostramos como os sinais
podem ajudar a combater
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a assimetria de informação,
você me pergunta:
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"Será que eles sempre ajudam?"
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Seria um desperdício
fazer quatro anos de faculdade,
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ou gastar dois meses de salário num anel
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só para mandar um sinal.
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Um aluno pode preferir aprender mais,
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em vez de acumular cadeiras e créditos.
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E talvez seja melhor comprar algo de útil
para a esposa do que um simples anel.
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É certo que, embora os sinais
possam ser ineficientes,
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eles também geram benefícios,
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ao passarem mais informações.
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Eles permitem que indivíduos
e mercados saiam ganhando
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ao superarem os problemas da
assimetria de informação.
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Portanto, se você gostou desse vídeo,
mande um sinal.
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Deixe um recado ou uma sugestão.
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devemos produzir
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e o material adicional.
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Obrigado.
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Tradução
Gabriel Zide Neto