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Uma prática de sepultura que alimenta o planeta

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    Quando eu morrer,
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    gostaria que o meu corpo
    fosse comido por animais.
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    Deixar o nosso corpo ser comido
    por animais não é para qualquer um.
  • 0:14 - 0:15
    (Risos)
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    Talvez já tenham tido com a vossa
    família uma conversa sobre o fim da vida
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    e tenham decidido pela cremação.
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    No interesse por uma exposição total,
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    que é o que proponho para o meu cadáver,
    ainda não é estritamente legal,
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    mas não é sem precedentes.
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    Temos deixado os nossos cadáveres
    expostos durante toda a história humana.
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    Chama-se sepultura de exposição.
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    Provavelmente, talvez esteja a acontecer
    agora mesmo, enquanto falamos.
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    Nas regiões montanhosas do Tibete,
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    pratica-se o "enterro celestial",
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    um ritual no qual o cadáver é deixado
    para ser consumido por abutres.
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    Em Mumbai, na Índia, aqueles que
    seguem a religião dos pársis
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    colocam os seus mortos em estruturas
    chamadas "Torres do Silêncio".
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    Estes são interessantes
    requintes culturais,
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    mas não têm sido muito
    populares no mundo ocidental,
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    não são o que as pessoas esperam.
  • 1:13 - 1:18
    Nos EUA, as nossas tradições de enterros
    tornaram-se o embalsamento químico,
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    seguido por um enterro
    num cemitério local,
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    ou, mais recentemente, a cremação.
  • 1:25 - 1:28
    Eu sou vegetariana, recentemente,
  • 1:28 - 1:32
    o que significa que passei os primeiros
    30 anos ou mais da minha vida
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    a engolir freneticamente animais,
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    tantos quantos conseguisse.
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    Porque é que, quando eu morrer,
    eles não poderão desforrar-se de mim?
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    (Risos)
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    Eu não sou um animal?
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    Biologicamente falando,
    não somos todos nós, nessa sala, animais?
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    Aceitar o facto de que somos animais
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    tem consequências
    potencialmente aterrorizantes.
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    Isso significa aceitar que estamos
    condenados à decadência e à morte,
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    tal como qualquer
    outra criatura na Terra.
  • 2:06 - 2:10
    Nos últimos nove anos,
    trabalhei na indústria funerária,
  • 2:10 - 2:12
    primeiro como operadora de cremação,
  • 2:12 - 2:14
    depois como agente funerário
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    e hoje como a proprietária
    da minha própria casa funerária.
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    E tenho boas notícias:
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    Se procuram evitar toda essa coisa
    de "condenados à decadência e à morte",
  • 2:25 - 2:29
    terão toda a ajuda do mundo
    para evitar isso
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    da indústria funerária.
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    É uma indústria multimilionária,
  • 2:34 - 2:37
    cujo modelo económico se baseia
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    no princípio da proteção, da higienização
    e do embelezamento do cadáver.
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    Queiram eles ou não,
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    a indústria funerária promove essa
    ideia de excecionalismo humano.
  • 2:51 - 2:54
    Não importa o que seja preciso,
    quanto custa,
  • 2:54 - 2:56
    ou quão ruim isso seja para o ambiente,
  • 2:56 - 2:59
    nós iremos fazê-lo
    porque os seres humanos merecem isso!
  • 3:00 - 3:02
    Ignora-se o facto
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    de que a morte pode ser um assunto
    complexo e emocionalmente embaraçoso
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    e que há beleza na decomposição.
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    beleza no retorno natural à terra
    da qual viemos.
  • 3:15 - 3:17
    Não quero que me entendam mal
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    Eu reconheço absolutamente
    a importância do ritual,
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    especialmente quado se trata
    das pessoas que amamos.
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    Mas nós temos que sermos capazes
    de criar e praticar este ritual
  • 3:27 - 3:29
    sem prejudicar o ambiente
  • 3:29 - 3:32
    e é por isso que precisamos
    de novas opções.
  • 3:32 - 3:37
    Então, vamos retornar à ideia de proteção,
    higienização e embelezamento.
  • 3:37 - 3:40
    Começaremos com o cadáver.
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    A indústria funerária
    protegerá seu cadáver
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    oferecendo à família um caixão
    feito de madeira ou metal
  • 3:48 - 3:50
    vedado com borracha.
  • 3:50 - 3:54
    No cemitério, no dia do enterro,
    esse caixão será colocado
  • 3:54 - 3:57
    dentro de um grande jazigo de
    betão ou de metal.
  • 3:58 - 4:02
    Nós estamos a desperdiçar todos estes
    recursos — betão, metal, madeiras —
  • 4:02 - 4:06
    escondendo-os em vastas
    fortalezas subterrâneas.
  • 4:06 - 4:09
    Se optarmos por um enterro
    num cemitério,
  • 4:09 - 4:14
    o nosso cadáver não chegará nem perto
    da terra que o rodeia.
  • 4:15 - 4:16
    Comida para minhocas?
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    É coisa que não seremos.
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    Próximo ponto. A indústria higienizará
    o cadáver através do embalsamento:
  • 4:24 - 4:26
    a preservação química dos mortos.
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    Esse procedimento retira o sangue
  • 4:28 - 4:33
    e substitui-o com formaldeído,
    que é tóxico e cancerígeno.
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    Dizem que fazem isso
    por uma questão de saúde pública,
  • 4:36 - 4:39
    porque o cadáver pode ser perigoso,
  • 4:39 - 4:41
    mas os médicos aqui na sala
    poderão dizer
  • 4:41 - 4:44
    que isso só se aplica
  • 4:44 - 4:49
    se a pessoa morreu devido a uma
    doença infecciosa, como o Ébola.
  • 4:50 - 4:53
    Mesmo a decomposição humana,
    que, vamos ser honestos,
  • 4:53 - 4:56
    é um pouco fedorenta e desagradável,
  • 4:56 - 4:58
    é perfeitamente segura.
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    As bactérias que causam a doença
    não são as mesmas bactérias
  • 5:03 - 5:05
    que causam a decomposição.
  • 5:07 - 5:11
    Finalmente, a indústria irá
    embelezar o cadáver.
  • 5:11 - 5:15
    Dirão que o cadáver natural
    da sua mãe ou pai
  • 5:15 - 5:18
    não está bem da forma que está.
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    Vão maquilhá-lo.
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    Vão vestir-lhe um fato.
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    Vão injetar corantes para a pessoa
    parecer um pouco mais viva,
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    apenas a descansar.
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    O embalsamamento é uma trapaça,
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    criando a ilusão de que a morte
    e a decomposição não são o fim natural
  • 5:34 - 5:37
    para toda a vida orgânica neste planeta.
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    Se este sistema de embelezamento,
    higienização, proteção
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    não vos atrai,
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    não estão sozinhos.
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    Há toda uma onda de pessoas
  • 5:50 - 5:53
    — diretores de funerárias,
    designers, ambientalistas -—
  • 5:53 - 5:57
    a tentar arranjar
    um modo de morrer mais ecológico.
  • 5:57 - 6:00
    Para estas pessoas,
    a morte não é necessariamente
  • 6:00 - 6:04
    uma questão de maquilhagem e
    de fato azul escuro.
  • 6:05 - 6:08
    Não há dúvida de que
    os nossos métodos atuais de sepultura
  • 6:08 - 6:10
    não são particularmente sustentáveis,
  • 6:10 - 6:14
    com todo o desperdício de recursos e
    a nossa dependência de agentes químicos.
  • 6:14 - 6:16
    Mesmo a cremação,
  • 6:16 - 6:20
    que, geralmente, é considerada
    a opção amiga do ambiente,
  • 6:20 - 6:22
    usa em cada cremação,
  • 6:22 - 6:27
    o equivalente de gás natural
    de uma viagem de carro de 800 km.
  • 6:28 - 6:30
    Então, para onde vamos?
  • 6:31 - 6:35
    No verão passado, estive nas montanhas
    da Carolina do Norte,
  • 6:35 - 6:38
    carregando baldes com lascas de madeira
    sob um sol de verão.
  • 6:39 - 6:43
    Estava na Universidade de Western
    Carolina, na "Fazenda de Corpos"
  • 6:43 - 6:47
    ou, para ser mais precisa, uma
    "instalação de decomposição humana".
  • 6:48 - 6:50
    São levados para ali os corpos
    doados para a ciência
  • 6:50 - 6:54
    e estuda-se a sua decomposição para
    benefício do futuro da ciência forense.
  • 6:55 - 6:56
    Neste dia em particular,
  • 6:56 - 7:00
    havia 12 corpos dispostos
    em variados estágios de decomposição.
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    Alguns estavam esqueletizados,
  • 7:03 - 7:05
    um vestia um pijama roxo,
  • 7:05 - 7:08
    outro ainda tinha visíveis
    pelos faciais louros.
  • 7:09 - 7:12
    O aspeto forense é fascinante,
  • 7:12 - 7:15
    mas não era por isso
    que eu estava lá.
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    Eu estava lá por causa de uma colega minha
    chamada Katrina Spade
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    que está a tentar criar um sistema,
    não para cremar os mortos,
  • 7:22 - 7:25
    mas para transformá-los em adubo.
  • 7:25 - 7:27
    Ela chama a este sistema
    "recomposição".
  • 7:28 - 7:31
    Temos feito isso com gado
    e outros animais do género durante anos.
  • 7:32 - 7:33
    Ela imagina uma instalação
  • 7:33 - 7:37
    em que a família poderá
    depositar os seus entes queridos
  • 7:36 - 7:40
    numa mistura rica em nutrientes
    que, entre quatro a seis semanas,
  • 7:40 - 7:44
    reduzirá o corpo — ossos
    e tudo o resto — a solo.
  • 7:45 - 7:46
    Nestas quatro a seis semanas,
  • 7:46 - 7:49
    as moléculas transformam-se
    noutras moléculas.
  • 7:49 - 7:51
    O corpo transforma-se, literalmente.
  • 7:52 - 7:55
    Como é que isso se encaixa
    com o desejo muito recente
  • 7:55 - 7:56
    que muitos parecem ter
  • 7:56 - 7:58
    de serem enterrados debaixo de uma árvore
  • 7:58 - 8:01
    ou de tornarem-se numa árvore,
    após morrer?
  • 8:01 - 8:04
    Numa cremação tradicional,
    as cinzas que restam
  • 8:04 - 8:07
    — fragmentos inorgânicos de ossos —
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    formam uma camada espessa e calcária
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    que, se não for distribuída no solo
    da maneira correta,
  • 8:12 - 8:15
    pode prejudicar ou matar a árvore.
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    Mas se estivermos recompostos,
    se estivermos transformados em solo,
  • 8:19 - 8:21
    podemos alimentar a árvore,
  • 8:21 - 8:24
    e contribuirmos depois de mortos
    como sempre quisemos fazer
  • 8:24 - 8:26
    — como merecemos ser.
  • 8:27 - 8:31
    Então, essa é uma opção
    para o futuro da cremação.
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    Mas e quanto ao futuro dos cemitérios?
  • 8:33 - 8:37
    Há pessoas que pensam que
    não devíamos mais ter cemitérios
  • 8:37 - 8:40
    porque estamos a ficar sem terra.
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    Mas e se os reformulássemos
  • 8:42 - 8:45
    e o cadáver deixasse de ser
    o inimigo da terra,
  • 8:45 - 8:48
    e passasse a ser o seu potencial salvador?
  • 8:48 - 8:50
    Estou a falar de
    cemitérios de conservação,
  • 8:50 - 8:55
    onde grandes faixas de terra
    são compradas por um fundo de terras.
  • 8:55 - 9:00
    A beleza disso é que, depois de
    depositarmos alguns corpos nessa terra,
  • 9:00 - 9:03
    nunca mais pode ser tocada,
    nunca mais se pode construir nela.
  • 9:03 - 9:06
    Daí a expressão
    "cemitérios de conservação."
  • 9:06 - 9:10
    É o equivalente a acorrentar-se
    a uma árvore depois de morto.
  • 9:10 - 9:12
    "Não saio daqui nem morto!
  • 9:13 - 9:15
    "A sério. Não posso.
    Estou a decompor-me aqui em baixo."
  • 9:15 - 9:17
    (Risos)
  • 9:17 - 9:19
    Qualquer dinheiro
    que a família dê ao cemitério
  • 9:19 - 9:23
    será destinado à proteção
    e manutenção da terra.
  • 9:23 - 9:28
    Não haverá lápides,
    nem túmulos no sentido usual.
  • 9:28 - 9:31
    Os túmulos estarão espalhados
    pela propriedade
  • 9:30 - 9:32
    sob elegantes montes,
  • 9:32 - 9:35
    marcados apenas por uma pedra
    ou um pequeno disco de metal,
  • 9:35 - 9:38
    ou às vezes apenas localizável por GPS.
  • 9:39 - 9:41
    Não haverá embalsamamento,
  • 9:41 - 9:44
    nem pesados caixões de metal.
  • 9:43 - 9:46
    A minha casa funerária
    vende alguns caixões
  • 9:46 - 9:49
    feitos de coisas como
    salgueiro entrelaçado e bambu,
  • 9:49 - 9:53
    mas a maioria das famílias
    escolhe apenas uma simples mortalha.
  • 9:54 - 9:58
    Não há nenhum grande jazigo
    que a maioria dos cemitérios requer
  • 9:58 - 10:01
    apenas porque isso facilita
    a visão da paisagem.
  • 10:02 - 10:06
    As famílias podem lá ir,
    podem gozar a natureza,
  • 10:06 - 10:08
    podem até plantar uma árvore
    ou um arbusto,
  • 10:08 - 10:12
    embora só sejam permitidas
    plantas nativas dessa área.
  • 10:12 - 10:16
    Os mortos harmonizam-se assim
    perfeitamente com a paisagem.
  • 10:16 - 10:20
    Há esperança
    nos cemitérios de conservação.
  • 10:20 - 10:25
    Oferecem espaços verdes dedicados,
    tanto em áreas urbanas como áreas rurais.
  • 10:26 - 10:30
    Oferecem a hipótese de reintroduzir
    plantas e animais nativos numa região.
  • 10:31 - 10:33
    Oferecem trilhos públicos,
  • 10:33 - 10:35
    lugares para práticas espirituais,
  • 10:35 - 10:38
    lugares para aulas e eventos,
  • 10:38 - 10:41
    lugares onde se encontram
    a natureza e o luto.
  • 10:43 - 10:46
    Mais importante ainda,
    oferecem-nos, uma vez mais,
  • 10:46 - 10:52
    a hipótese de se decompor
    num buraco no chão.
  • 10:52 - 10:53
    O solo,
  • 10:53 - 10:55
    — deixem que lhes diga —
  • 10:55 - 10:57
    sentiu a nossa falta.
  • 10:57 - 10:59
    Eu penso que muitas pessoas
  • 10:59 - 11:02
    começam a perceber
  • 11:01 - 11:05
    que a nossa indústria funerária atual
    não está a trabalhar para eles.
  • 11:06 - 11:08
    Para muitos de nós,
  • 11:08 - 11:12
    ser higienizado e embelezado
    não reflete quem somos.
  • 11:12 - 11:16
    Não reflete aquilo pelo que
    lutámos durante a nossa vida.
  • 11:16 - 11:20
    A forma como enterramos os nossos mortos
    irá resolver a mudança climática?
  • 11:20 - 11:22
    Não.
  • 11:22 - 11:24
    Mas fará grandes avanços
  • 11:24 - 11:28
    na forma como nos vemos
    enquanto cidadãos deste planeta.
  • 11:29 - 11:33
    Se podemos morrer de um modo
    que é mais humilde e consciencioso,
  • 11:33 - 11:36
    eu acredito que nós temos uma hipótese.
  • 11:36 - 11:37
    Obrigada.
  • 11:38 - 11:41
    (Aplausos)
Title:
Uma prática de sepultura que alimenta o planeta
Speaker:
Caitlin Doughty
Description:

Eis uma questão que todos temos que responder cedo ou tarde: O que é que querem que aconteça com o vosso corpo quando morrerem? A diretora funerária Caitlin Doughty explora novas maneiras de nos preparar para a inevitável morte. Nesta conversa séria, aprendam mais sobre ideias para sepultura (como "recomposição" e "cemitérios de conservação") que devolve o nosso corpo à terra de uma maneira ecológica, humilde e consciente.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
11:54
  • Existem dois termos nessa tradução, que apesar de extensas buscas, parecem que ainda não foram utilizados em português brasileiro: um deles é o termo exposure burrial (usei sepultura de exposição) e conservation cemeteries (usei cemitérios de conservação)...

Portuguese subtitles

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