Gaspacho de limites | Daniel Fernández Pascual | TEDxMadrid
-
0:12 - 0:15"O que é que o urbanismo tem a ver
com a comida?" perguntarão. -
0:15 - 0:17Bem, hoje vamos preparar um gaspacho
-
0:17 - 0:21da Lei das Costas e da Lei do Solo
para tentar perceber. -
0:21 - 0:24Não é um gaspacho qualquer,
é um gaspacho de limites. -
0:24 - 0:27Ingredientes para 500 comensais.
-
0:27 - 0:30Um pouco de valor especulativo do solo,
-
0:30 - 0:31uma pitada de corrupção,
-
0:31 - 0:36e um punhado de informações científicas
que justificam decisões politico-judiciais. -
0:36 - 0:38Todos os ingredientes
que vamos utilizar hoje -
0:38 - 0:40e que mais tarde saborearemos
-
0:40 - 0:42configuram uma espécie de mapa comestível
-
0:42 - 0:44de estratégias e de artimanhas utilizadas
-
0:44 - 0:47nessas formas de valor
especulativo do solo. -
0:47 - 0:49Os limites, aparentemente rígidos,
-
0:49 - 0:52que a disciplina urbanística
se encarrega de cozinhar, -
0:52 - 0:54são, na realidade, facas de dois gumes.
-
0:54 - 0:57É necessário que os visualizemos
hoje com esta receita -
0:58 - 1:01para tentar entender
a formação de um "boom" -
1:01 - 1:03e o estalar duma crise.
-
1:05 - 1:07Os limites territoriais são linhas
que se traçam nos mapas -
1:07 - 1:11para determinar a terra e o mar,
o que se urbaniza e o que não, -
1:11 - 1:13o que é natural e o que não é.
-
1:13 - 1:16Deviam ser fáceis de traçar,
mas a luta de interesses por detrás delas -
1:16 - 1:19torna quase impossível o seu traçado.
-
1:19 - 1:23Temos aqui um mapa dos espaços naturais
protegidos em Espanha. -
1:23 - 1:24Mas também poderíamos perguntar:
-
1:24 - 1:28"Qual o papel de um campo de golfe,
quando às vezes se utiliza como zona verde -
1:28 - 1:30"e outras vezes como zona urbana?"
-
1:30 - 1:32Este outro mapa é o mapa da costa atual,
-
1:32 - 1:35o paradigma do que nunca foi acabado.
-
1:35 - 1:38Desde a aprovação
da Lei das Costas de 1988 -
1:38 - 1:42o Ministério só conseguiu traçar
a linha da costa a 100% -
1:42 - 1:44nestas quatro províncias.
-
1:44 - 1:46Quanto ao resto, continua incompleta.
-
1:47 - 1:49Então, vamos começar com o tomate.
-
1:50 - 1:52(Risos)
-
1:52 - 1:54O tomate veio da América
-
1:54 - 1:56mas, se nos pusermos a olhar para trás
-
1:56 - 1:58e tentarmos perceber
como começa um império, -
1:58 - 2:00vemos que este mapa
-
2:02 - 2:05visualiza a ideia de um Papa
-
2:05 - 2:09que tentou dividir os recursos
e as riquezas naturais do planeta -
2:10 - 2:14através dumas linhas
entre duas potências militares. -
2:14 - 2:16Todos os territórios descobertos
-
2:16 - 2:19a oeste duma linha traçada a "x" milhas
-
2:19 - 2:22a partir do arquipélago de Cabo Verde
-
2:22 - 2:23pertenceriam a Espanha.
-
2:24 - 2:27E todos os territórios
descobertos a leste, a Portugal. -
2:27 - 2:29Mas vemos que essa linha
começa a ficar esborratada -
2:29 - 2:31quando a tecnologia do século XVI
-
2:31 - 2:34não foi capaz de desenhar
as palavras do Papa. -
2:34 - 2:36E aqui temos as versões da mesma linha.
-
2:37 - 2:40O tomate que trouxe hoje é um tomate RAF,
-
2:40 - 2:43a abreviatura de "Resistente ao Fusarium".
-
2:43 - 2:47Na mesma altura em que começava um "boom"
imobiliário em Espanha nos anos 60, -
2:47 - 2:52começava também outro "boom",
da hortofruticultura, das tecnonaturezas. -
2:52 - 2:57A peculiaridade deste tomate é que era
uma seleção artificial de tomates naturais -
2:57 - 3:01e podia cultivar-se
em terrenos levemente salinos -
3:01 - 3:04porque esse sal não afeta
nem mata o tomate, -
3:04 - 3:11mas o sal aumenta o seu nível de açúcar
e, com ele, o seu sabor. -
3:14 - 3:16Vamos começar a juntar os tomates.
-
3:18 - 3:19(Risos)
-
3:29 - 3:31Tomate RAF.
-
3:32 - 3:35O segundo tomate que vamos utilizar hoje
é outro híbrido, o "kumato", -
3:36 - 3:38com sementes com "copyright",
-
3:38 - 3:40descoberto também por acaso,
-
3:40 - 3:43ao ver que os tomates
submetidos a "stress" hídrico -
3:43 - 3:45nos sequeiros de Almeria
-
3:46 - 3:48também tinham um maior índice de frutose,
-
3:48 - 3:51o que os tornava mais nutritivos.
-
3:55 - 3:59A bolha hortofrutícola em El Ejido
e arredores, no sul de Espanha, -
3:59 - 4:02que movimenta cerca de
dois mil milhões de euros por ano, -
4:02 - 4:05baseia-se num protótipo
híbrido arquitetónico -
4:05 - 4:08que configura múltiplos
limites territoriais: -
4:08 - 4:09a estufa.
-
4:09 - 4:13A estufa não só torna
o solo árido em super fértil, -
4:13 - 4:15mas também em geral
novos contextos bioclimáticos -
4:15 - 4:19e mesmo vagas de
agromigrações transcontinentais, -
4:19 - 4:21dependendo de onde venha a mão de obra
-
4:21 - 4:23para trabalhar nessas estufas.
-
4:25 - 4:29A estufa tem um caráter meio híbrido
entre a edificação e a barraca, -
4:29 - 4:34o que lhe permite existir fora
da zona de servidão da costa -
4:34 - 4:39mas também, por vezes requer
extração de areia dos fundos marinhos -
4:39 - 4:43e das paisagens de dunas
protegidas do arredor -
4:43 - 4:45para cultivar o tomate no seu interior.
-
4:46 - 4:50As próprias vedações semiopacas
das estufas também alteram muito -
4:50 - 4:53o sistema de ventos
que geram e mantêm as praias. -
4:53 - 4:57Portanto, a linha da costa
cada vez é mais difícil de traçar -
4:57 - 5:00porque não sabemos onde acaba
a influência do mar. -
5:02 - 5:05- Vamos deitar este. Já está.
-
5:09 - 5:11O gaspacho original não levava tomate.
-
5:11 - 5:13Era da época árabe
-
5:13 - 5:19e, nessa época, era apenas
uma sopa de pão para camponeses -
5:19 - 5:21esmagado com as batedeiras da época.
-
5:23 - 5:24Mas, se repararmos na relação
-
5:24 - 5:27entre a cultura e o cultivo
da época de Al-Ándalus, -
5:27 - 5:31é muito interessante ver como,
nos territórios cristãos do feudalismo, -
5:31 - 5:33se cultivavam principalmente cereais.
-
5:34 - 5:38O facto de se cultivar trigo, que
se podia armazenar depois duma colheita, -
5:38 - 5:41permitia aos senhores da terra
armazenar excedentes. -
5:42 - 5:45Enquanto que, na economia muçulmana
da época de Al-Ándalus, -
5:45 - 5:49que se baseava sobretudo
em verduras perecíveis -
5:49 - 5:52cultivadas em hortas compactas
estrategicamente regadas, -
5:53 - 5:55a sua economia baseava-se
num valor perecível. -
5:55 - 5:59Isto, por sua vez, originava
uma forma de governo do território -
5:59 - 6:02muito mais horizontal, limitando
o poder das classes dirigentes, -
6:02 - 6:04em comparação
com o sistema feudal cristão. -
6:09 - 6:13Podíamos dizer que esse sistema
muito mais horizontal, -
6:13 - 6:14através do valor perecível,
-
6:14 - 6:17gerava uma espécie de proto-democracia
que já começava. -
6:18 - 6:21Mas uma forma de alterar
a caducidade dos excedentes -
6:21 - 6:25é fazer com que o valor perecível
perdure e se conserve no tempo. -
6:25 - 6:28Por isso, também vamos deitar hoje
no nosso gaspacho de limites -
6:28 - 6:30uns tomates secos.
-
6:31 - 6:35Aqui vai um quilo de valor acumulado
-
6:35 - 6:37para especulações de futuros.
-
6:46 - 6:48Também vamos juntar
-
6:51 - 6:53vinagre de tomate conservado.
-
6:58 - 7:00Não é vinagre de vinho,
-
7:00 - 7:03mas de tomates secos
preservados durante tempos. -
7:18 - 7:20E um pouco mais que temos aqui.
-
7:28 - 7:31Também vamos deitar toda a horta murciana,
-
7:31 - 7:35com a sua enorme rede de canais árabes
em forma de pepino, cá vai. -
7:37 - 7:39O pepino de Múrcia.
-
7:58 - 8:00Já está quase.
-
8:05 - 8:07Vai ficar a saber a pepino.
-
8:13 - 8:14O azeite.
-
8:14 - 8:18Comprei o azeite num lagar
duma povoação de Saragoça. -
8:18 - 8:20A alcaidesa, como bem sabem,
-
8:20 - 8:24foi acusada de se apropriar
de uns 24 milhões de euros -
8:25 - 8:27em comissões urbanísticas.
-
8:28 - 8:32Como boa governante local,
durante a época da bolha imobiliária, -
8:32 - 8:34dedicou-se a reclassificar os solos
-
8:34 - 8:37e a converter terra produtiva
em zonas residenciais, -
8:37 - 8:40industriais e parques de turbinas eólicas.
-
8:40 - 8:43A ganância dos municípios foi tal,
-
8:43 - 8:46que até decidiram
partilhar com os vizinhos, -
8:46 - 8:49pagando-lhes cruzeiros,
um museu do azeite, -
8:49 - 8:51um museu do vento, um museu da vida,
-
8:51 - 8:53um auditório, uma praça de touros,
-
8:53 - 8:55um megacentro desportivo
-
8:56 - 8:58e um concerto de Julio Iglesias.
-
8:58 - 9:00(Risos)
-
9:00 - 9:02(Aplausos)
-
9:05 - 9:08Tudo para uma população inteira
de cinco mil vizinhos. -
9:08 - 9:14Podíamos dizer que este é um limite
entre a sobre-exploração de recursos -
9:14 - 9:16e um estado fictício de bem-estar.
-
9:21 - 9:22Já vai acabar.
-
9:38 - 9:39Os alhos.
-
9:39 - 9:43Os alhos são alhos roxos provenientes
duma povoação de Cuenca, -
9:44 - 9:46que está demarcada dentro do sistema
-
9:46 - 9:50de Denominações de Origem
e Indicações Geográficas Protegidas. -
9:51 - 9:53Estas leis que começaram
com o protecionismo francês -
9:53 - 9:57para fazer com que o champanhe catalão
tivesse que se chamar simplesmente "cava", -
9:57 - 10:02traçam um limite paralelo
ao da especulação urbanística. -
10:02 - 10:04É um processo de ruralização.
-
10:04 - 10:07Em lugares onde não se pode
especular com betão, -
10:07 - 10:10recorre-se ao registo da marca
e à comercialização da comida -
10:10 - 10:12como forma de acrescentar
valor especulativo ao solo. -
10:12 - 10:16No final, são as comissões regionais
que decidem qual o alho que pertence -
10:16 - 10:17e que cumpre os requisitos
-
10:17 - 10:20para estar dentro dessa marca
-
10:20 - 10:23e que territórios pertencem
a essa região ou não. -
10:23 - 10:25Os limites gastronómicos
-
10:25 - 10:28e todo o conjunto de subvenções
europeias que os fomentam -
10:28 - 10:33apenas determinam a vegetação
que compõe as nossas paisagens, -
10:33 - 10:36ao fomentar certas espécies vegetais
em detrimento de outras -
10:36 - 10:38porque têm maior valor económico.
-
10:40 - 10:42Portanto, vamos deitar os alhos.
-
10:49 - 10:51Não vou repetir.
-
10:51 - 10:53(Risos)
-
10:58 - 11:00Para falar da água que vou deitar,
-
11:04 - 11:08convém pensar como se cria
a ideia da falta de água -
11:08 - 11:10e quem providencia a solução.
-
11:10 - 11:13Tanto as 51 dessalinizadoras
que se projetaram em Espanha, -
11:13 - 11:15como o polémico desvio do Ebro,
-
11:15 - 11:18o que fizeram foi reduzir
a noção de território -
11:18 - 11:20para construção de infraestruturas.
-
11:20 - 11:25Essa instrumentalização da obra faraónica
como forma de poder populista, -
11:25 - 11:30de certa forma, torna vão o limite
entre o necessário e o desnecessário. -
11:30 - 11:32entre o privado e o público.
-
11:32 - 11:35Assim, trouxe hoje água anónima
do Mediterrâneo, -
11:36 - 11:38que vem engarrafada e pode-se beber.
-
11:49 - 11:51E o sal.
-
11:52 - 11:56O sal é interessante, porque vou contar
como o sal também pode ir a tribunal. -
11:58 - 12:02A Lei das Costas define
como "linha de costa" -
12:04 - 12:06a distância a que chegou
a onda mais alta conhecida. -
12:07 - 12:09Mas isso traz muitos problemas.
-
12:09 - 12:11Por vezes é preciso recorrer
-
12:11 - 12:13à salinidade pré-histórica
do solo que rodeia a praia -
12:13 - 12:15para encontrar o seu rasto.
-
12:15 - 12:19Foi o que se passou no caso
de Las Teresitas em Tenerife, -
12:19 - 12:23quando se requereu
a extração de amostras geológicas -
12:24 - 12:26para determinar onde acabava o mar
-
12:26 - 12:29e começava a propriedade
privada edificável. -
12:30 - 12:34Noutro caso, como nas marismas
de Cabanes, em Castellón, -
12:34 - 12:39teve que se recorrer ao limite
internacional de salinidade PSS-78, -
12:39 - 12:45que estabelece que a água marinha
é a que supera três por mil de salinidade. -
12:45 - 12:50É este valor limiar
que gera a controvérsia. -
12:50 - 12:54Por um lado, uma parte justificava,
com uma informação científica, -
12:54 - 12:57que as marismas pertenciam
a um ecossistema terrestre. -
12:57 - 13:00Por outro lado, a outra parte,
com outra informação científica, -
13:00 - 13:02justificava exatamente o contrário.
-
13:03 - 13:06No final, foi o juiz que decidiu
qual era a melhor opção -
13:06 - 13:09para o desenvolvimento económico da região
-
13:09 - 13:11e decidiu para que lado se inclinava
-
13:11 - 13:14a balança da salinidade
natural das marismas. -
13:14 - 13:16O nosso gaspacho de limites de hoje
-
13:16 - 13:19vai levar esse limite de salinidade
de três por mil. -
13:19 - 13:23Então, se o nosso gaspacho agora pesa...
-
13:25 - 13:26se soubermos...
-
13:29 - 13:31não sabemos quanto pesa...
-
13:34 - 13:35Bom, se pesasse,
-
13:35 - 13:38dados os ingredientes
que deitámos, uns 60 kg, -
13:38 - 13:40que é o que eu tinha calculado,
-
13:40 - 13:43temos aqui uma euro-calculadora
-
13:43 - 13:44que nos diz
-
13:45 - 13:47que temos que deitar uns 180 g de sal.
-
13:58 - 14:04Este sal provém das salinas de Torrevieja,
de Santa Pola, de Cabo de Gata -
14:04 - 14:07e de outras zonas muito interessantes
do ponto de vista urbanístico. -
14:07 - 14:10(Risos)
-
14:15 - 14:19Se nos últimos anos temos estado a refogar
numa bolha urbanística, -
14:22 - 14:24de que já conhecemos as consequências,
-
14:24 - 14:27convém perceber esses mecanismos
de acrescentar valor especulativo ao solo -
14:27 - 14:29para entender o seu funcionamento.
-
14:30 - 14:33Tal como um terreno rural
pode passar a ser urbano, -
14:33 - 14:36aumentando exponencialmente
o seu valor nutritivo, -
14:36 - 14:39também um terreno rural pode
passar a ser hiper-rural e demarcado. -
14:40 - 14:43É exatamente essa construção
política dos limites -
14:43 - 14:46que faz com que as linhas
se tornem cada vez mais esborratadas. -
14:46 - 14:49Quanto mais tecnologia temos
para medi-las em continuidade, -
14:49 - 14:52mais esborratadas se tornam.
-
14:55 - 14:58A mudança de solo rural para solo urbano
-
14:58 - 15:01era um limite que os alcaides
dos municípios podiam traçar, -
15:01 - 15:05graças à lei do todo urbanizável de 1998.
-
15:07 - 15:10Obviamente sabemos que isso
degenerou na atual crise -
15:10 - 15:14mas é um facto que remonta
à transição democrática de Espanha. -
15:14 - 15:17Quando a ideia, inicialmente positiva,
-
15:17 - 15:20de que era preciso descentralizar
o poder do Estado -
15:20 - 15:22para dar mais autonomia aos municípios,
-
15:22 - 15:25foi, na realidade, contraproducente,
-
15:25 - 15:27degenerando na corrupção, já sabemos.
-
15:27 - 15:32Este processo é o que Naredo chama,
não como "transição democrática", -
15:32 - 15:34mas como "transação democrática".
-
15:36 - 15:40Para entender a Lei do Solo
convém entender o que é o "solo". -
15:40 - 15:43Porque "solo" não é apenas
a superfície da Terra -
15:43 - 15:46que, por sua vez, é 75% de água.
-
15:46 - 15:49Solo deriva de "solar" e "solar"
tem significados distintos. -
15:49 - 15:52Solar: comunidade elementar
de propriedade da terra. -
15:52 - 15:55Solar como ação de
pôr solas em sapatos. -
15:55 - 16:00Ou solar como referente à nobreza
ou linhagem duma casa solarenga. -
16:01 - 16:05Podemos extrair a conclusão inocente
de que o solo tem implícita -
16:05 - 16:09uma conotação de propriedade,
de construção e de poder. -
16:09 - 16:13Mas o solo é resultado da propriedade?
da construção? -
16:13 - 16:16ou do poder e soberania do solo nacional?
-
16:17 - 16:20Na América Latina, chama-se "piso" ao solo
e ao cimento "concreto". -
16:20 - 16:24"Piso" é o presente de pisar:
eu piso, tu pisas, ele pisa. -
16:25 - 16:28Uma ação violenta, agressiva,
que impõe autoridade. -
16:28 - 16:31Piso também é o 1.º, o 2.º, o 3.º piso
duma estrutura vertical. -
16:32 - 16:33Solo = superlotação.
-
16:33 - 16:36O piso em Espanha também é uma vivenda.
-
16:36 - 16:38Terra = mercado imobiliário.
-
16:39 - 16:44"Concreto" pode ser uma mistura
de areia, água e cimento, -
16:44 - 16:47mas também uma coisa precisa,
exata, calculada, estável. -
16:47 - 16:50Por outro lado, o estável é o imobiliário,
-
16:51 - 16:53mas o imobiliário é,
supostamente, o mais volátil. -
16:53 - 16:55Então, o solo é instável.
-
16:55 - 16:58E, para entender a Lei do Solo,
- fazer o que eu quero - -
16:58 - 17:02convém entender os próprios limites
do valor e a definição de "solo". -
17:02 - 17:06Portanto, agora, uma batedeira
e os limites prontos para servir. -
17:07 - 17:09Obrigado.
-
17:09 - 17:12(Aplausos)
- Title:
- Gaspacho de limites | Daniel Fernández Pascual | TEDxMadrid
- Description:
-
Que há de comum entre o urbanismo e a comida? O Gaspacho de Limites proporciona um mapa comestível de estratégias para acrescentar valor especulativo à terra. Através de ingredientes cuidadosamente selecionados, esta sopa de tomate cozinha uma narrativa em torno de como a Lei dos Solos (1998) e a Lei das Costas (1988) formam politicamente um país inacabado. O cozinheiro extraordinário é o arquiteto e investigador Daniel Fernández Pascual.
Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx
- Video Language:
- Spanish
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 17:24
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for Gazpacho de límites: Daniel Fernández Pascual en TEDxMadrid | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Gazpacho de límites: Daniel Fernández Pascual en TEDxMadrid | ||
Mafalda Ferreira accepted Portuguese subtitles for Gazpacho de límites: Daniel Fernández Pascual en TEDxMadrid | ||
Mafalda Ferreira edited Portuguese subtitles for Gazpacho de límites: Daniel Fernández Pascual en TEDxMadrid | ||
Mafalda Ferreira edited Portuguese subtitles for Gazpacho de límites: Daniel Fernández Pascual en TEDxMadrid | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Gazpacho de límites: Daniel Fernández Pascual en TEDxMadrid | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Gazpacho de límites: Daniel Fernández Pascual en TEDxMadrid | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Gazpacho de límites: Daniel Fernández Pascual en TEDxMadrid |