Não gosta de cliques-isco? Então não clique!
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0:01 - 0:03Ora bem, há pouco tempo
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0:03 - 0:05uns rapazes brancos e umas mulheres negras
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0:05 - 0:08trocaram de "avatares"
do Twitter entre si. -
0:08 - 0:10Não mudaram o conteúdo,
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0:10 - 0:11continuaram a "tweetar"
da mesma maneira, -
0:11 - 0:14só que, de repente,
os rapazes brancos perceberam -
0:14 - 0:16que lhes estavam sempre
a chamar a palavra "preto" -
0:16 - 0:19e que eram horrivelmente
maltratados "online", -
0:19 - 0:21enquanto que as mulheres negras
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0:21 - 0:24notaram, de repente, que as coisas
ficaram mais agradáveis. -
0:24 - 0:26Ora, para o meu filho de cinco anos,
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0:26 - 0:29a Internet consiste apenas
em cãezinhos e fadas -
0:29 - 0:32e, de vez em quando,
fadas que cavalgam cãezinhos. -
0:32 - 0:35É verdade. Pesquisem no Google.
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0:35 - 0:37Mas sabemos que a Internet
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0:37 - 0:39pode ser um sítio muito feio.
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0:39 - 0:43Não estou a falar de debates pitorescos
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0:43 - 0:45que até acho que são saudáveis
para a democracia. -
0:45 - 0:48Estou sim a falar
de ataques pessoais sujos. -
0:48 - 0:51Talvez já vos tenha acontecido,
mas há o dobro das hipóteses -
0:51 - 0:53de isso acontecer, ou pior,
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0:53 - 0:55se for uma mulher,
uma pessoa de cor, ou um "gay", -
0:55 - 0:57ou mais do que um, ao mesmo tempo.
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0:57 - 1:00Enquanto estava a escrever esta palestra,
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1:00 - 1:02encontrei um Twitter chamado
@SallyKohnSucks. -
1:02 - 1:04(Risos)
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1:05 - 1:07A biografia diz que:
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1:07 - 1:11"Odeio homens, sou uma lésbica masculina
e, na minha carreira, -
1:11 - 1:14"só consegui espalhar
a minha sexualidade perversa". -
1:14 - 1:17A propósito, apenas um terço
está correcto, ou seja: -
1:18 - 1:20Mentiras!
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1:20 - 1:21(Risos)
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1:21 - 1:24Mas a sério. Dizemos
que odiamos esta porcaria. -
1:24 - 1:26Mas a questão é se
estamos dispostos ou não -
1:26 - 1:28a fazer um sacríficio pessoal
para a mudar. -
1:28 - 1:30Não quero que ninguém desista da Internet.
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1:30 - 1:33Mas sim mudar a maneira como clicamos,
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1:33 - 1:35porque clicar é um acto público.
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1:35 - 1:37Já não se trata
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1:37 - 1:39de elites poderosas
que controlam os "media" -
1:39 - 1:41e nós somos apenas os receptores passivos.
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1:41 - 1:44Nós é que somos os "media",
e cada vez mais. -
1:44 - 1:46Eu antes pensava:
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1:46 - 1:49"Ok, visto-me, maquilho-me muito,
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1:49 - 1:51"vou à televisão
e falo sobre as notícias". -
1:51 - 1:54Esse é um acto público de
fazer os "media". -
1:55 - 1:58Depois chego a casa,
navego na Internet e leio o Twitter. -
1:58 - 2:00Isso é um ato privado
de consumo de "media". -
2:00 - 2:03Ora, claro que é. Estou de pijama.
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2:03 - 2:04Errado.
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2:04 - 2:07Tudo o que escrevemos
em blogues, ou no Twitter, -
2:07 - 2:10e tudo em que clicamos
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2:10 - 2:13é um acto público de fazer os "media".
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2:13 - 2:15Somos os novos editores.
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2:15 - 2:17Nós é que decidimos o que recebe atenção,
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2:17 - 2:19com base naquilo a que damos atenção.
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2:19 - 2:21Os "media" agora funcionam assim.
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2:21 - 2:23Há algoritmos escondidos
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2:23 - 2:25que decidem o que todos nós mais vemos
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2:25 - 2:27com base naquilo em que clicamos
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2:27 - 2:30e isso acaba por delinear
toda a nossa cultura. -
2:31 - 2:33Mais de três em cada cinco
norte-americanos pensa -
2:33 - 2:37que temos um grande problema de
falta de civismo no nosso país, -
2:37 - 2:40mas aposto em como, pelo menos,
três em cinco norte-americanos -
2:40 - 2:43clicam no mesmo lixo insultuoso
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2:43 - 2:44que espalha boatos
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2:44 - 2:48e que alimenta os impulsos mais nojentos
da nossa sociedade. -
2:49 - 2:52Num ambiente mediático
cada vez mais barulhento, -
2:52 - 2:55o incentivo é fazer mais barulho,
para que possamos ser ouvidos. -
2:55 - 2:58Essa tirania do barulho
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2:58 - 3:01encoraja a tirania do nojento.
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3:02 - 3:04Não tem de ser assim.
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3:05 - 3:06Não tem.
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3:06 - 3:09Podemos mudar os nossos impulsos.
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3:09 - 3:11Para já, há duas coisas que
todos podemos fazer. -
3:11 - 3:15Primeiro, não ficarmos a ver quando
alguém está a ser maltratado. -
3:15 - 3:18Se alguém estiver a ser maltratado
"online", façam alguma coisa! -
3:18 - 3:20Sejam um herói.
Esta é a vossa oportunidade. -
3:20 - 3:23Manifestem-se. Pronunciem-se.
Sejam boas pessoas. -
3:23 - 3:25Afoguem o negativo com o positivo.
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3:25 - 3:28Segundo, temos de parar de clicar
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3:28 - 3:31no denominador mais reles e comum,
irresponsável -
3:31 - 3:32que é o clique-isco.
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3:32 - 3:36Se não gostam de ver o programa
permanente das Kardashians, -
3:36 - 3:37sempre a dar na televisão,
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3:37 - 3:39têm de parar de clicar nas histórias
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3:39 - 3:43sobre a aparição da mama
da Kim Kardashian. -
3:43 - 3:45Sei que você o faz.
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3:45 - 3:46(Aplausos)
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3:46 - 3:48E você também, pelos vistos.
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3:48 - 3:49E o mesmo exemplo:
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3:49 - 3:52se não gostam que
os políticos se insultem, -
3:52 - 3:53parem de clicar nas histórias
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3:53 - 3:56sobre o que o tipo daquele partido
chamou ao do outro partido. -
3:56 - 3:59Clicar num descarrilamento
só lhe mete gasolina. -
3:59 - 4:01Piora-o, faz com que o fogo se espalhe.
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4:01 - 4:04Toda a nossa cultura se queima.
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4:05 - 4:08Se quem ganha é quem recebe mais cliques,
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4:08 - 4:11então temos de começar a
delinear o mundo que queremos -
4:11 - 4:13com os nossos cliques,
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4:13 - 4:17porque clicar é um acto público.
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4:17 - 4:19Portanto, cliquem com responsabilidade.
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4:19 - 4:20Obrigada,
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4:20 - 4:23(Aplausos)
- Title:
- Não gosta de cliques-isco? Então não clique!
- Speaker:
- Sally Kohn
- Description:
-
Não vos parece que muitos "sites" de notícias "online" já ultrapassaram a mera transmissão das notícias e, em vez disso, incentivam publicamente a raiva (e a visita às suas páginas)? A analista de notícias Sally Kohn sugere que não dêmos crédito a notícias que parecem querer ver-nos furiosos. Em vez disso, façam os vossos preciosos cliques em "sites" de notícias em que realmente confiam.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 04:36
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