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Não gosta de cliques-isco? Então não clique!

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    Ora bem, há pouco tempo
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    uns rapazes brancos e umas mulheres negras
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    trocaram de "avatares"
    do Twitter entre si.
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    Não mudaram o conteúdo,
  • 0:10 - 0:11
    continuaram a "tweetar"
    da mesma maneira,
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    só que, de repente,
    os rapazes brancos perceberam
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    que lhes estavam sempre
    a chamar a palavra "preto"
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    e que eram horrivelmente
    maltratados "online",
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    enquanto que as mulheres negras
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    notaram, de repente, que as coisas
    ficaram mais agradáveis.
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    Ora, para o meu filho de cinco anos,
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    a Internet consiste apenas
    em cãezinhos e fadas
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    e, de vez em quando,
    fadas que cavalgam cãezinhos.
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    É verdade. Pesquisem no Google.
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    Mas sabemos que a Internet
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    pode ser um sítio muito feio.
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    Não estou a falar de debates pitorescos
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    que até acho que são saudáveis
    para a democracia.
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    Estou sim a falar
    de ataques pessoais sujos.
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    Talvez já vos tenha acontecido,
    mas há o dobro das hipóteses
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    de isso acontecer, ou pior,
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    se for uma mulher,
    uma pessoa de cor, ou um "gay",
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    ou mais do que um, ao mesmo tempo.
  • 0:57 - 1:00
    Enquanto estava a escrever esta palestra,
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    encontrei um Twitter chamado
    @SallyKohnSucks.
  • 1:02 - 1:04
    (Risos)
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    A biografia diz que:
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    "Odeio homens, sou uma lésbica masculina
    e, na minha carreira,
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    "só consegui espalhar
    a minha sexualidade perversa".
  • 1:14 - 1:17
    A propósito, apenas um terço
    está correcto, ou seja:
  • 1:18 - 1:20
    Mentiras!
  • 1:20 - 1:21
    (Risos)
  • 1:21 - 1:24
    Mas a sério. Dizemos
    que odiamos esta porcaria.
  • 1:24 - 1:26
    Mas a questão é se
    estamos dispostos ou não
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    a fazer um sacríficio pessoal
    para a mudar.
  • 1:28 - 1:30
    Não quero que ninguém desista da Internet.
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    Mas sim mudar a maneira como clicamos,
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    porque clicar é um acto público.
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    Já não se trata
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    de elites poderosas
    que controlam os "media"
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    e nós somos apenas os receptores passivos.
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    Nós é que somos os "media",
    e cada vez mais.
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    Eu antes pensava:
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    "Ok, visto-me, maquilho-me muito,
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    "vou à televisão
    e falo sobre as notícias".
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    Esse é um acto público de
    fazer os "media".
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    Depois chego a casa,
    navego na Internet e leio o Twitter.
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    Isso é um ato privado
    de consumo de "media".
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    Ora, claro que é. Estou de pijama.
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    Errado.
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    Tudo o que escrevemos
    em blogues, ou no Twitter,
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    e tudo em que clicamos
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    é um acto público de fazer os "media".
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    Somos os novos editores.
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    Nós é que decidimos o que recebe atenção,
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    com base naquilo a que damos atenção.
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    Os "media" agora funcionam assim.
  • 2:21 - 2:23
    Há algoritmos escondidos
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    que decidem o que todos nós mais vemos
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    com base naquilo em que clicamos
  • 2:27 - 2:30
    e isso acaba por delinear
    toda a nossa cultura.
  • 2:31 - 2:33
    Mais de três em cada cinco
    norte-americanos pensa
  • 2:33 - 2:37
    que temos um grande problema de
    falta de civismo no nosso país,
  • 2:37 - 2:40
    mas aposto em como, pelo menos,
    três em cinco norte-americanos
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    clicam no mesmo lixo insultuoso
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    que espalha boatos
  • 2:44 - 2:48
    e que alimenta os impulsos mais nojentos
    da nossa sociedade.
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    Num ambiente mediático
    cada vez mais barulhento,
  • 2:52 - 2:55
    o incentivo é fazer mais barulho,
    para que possamos ser ouvidos.
  • 2:55 - 2:58
    Essa tirania do barulho
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    encoraja a tirania do nojento.
  • 3:02 - 3:04
    Não tem de ser assim.
  • 3:05 - 3:06
    Não tem.
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    Podemos mudar os nossos impulsos.
  • 3:09 - 3:11
    Para já, há duas coisas que
    todos podemos fazer.
  • 3:11 - 3:15
    Primeiro, não ficarmos a ver quando
    alguém está a ser maltratado.
  • 3:15 - 3:18
    Se alguém estiver a ser maltratado
    "online", façam alguma coisa!
  • 3:18 - 3:20
    Sejam um herói.
    Esta é a vossa oportunidade.
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    Manifestem-se. Pronunciem-se.
    Sejam boas pessoas.
  • 3:23 - 3:25
    Afoguem o negativo com o positivo.
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    Segundo, temos de parar de clicar
  • 3:28 - 3:31
    no denominador mais reles e comum,
    irresponsável
  • 3:31 - 3:32
    que é o clique-isco.
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    Se não gostam de ver o programa
    permanente das Kardashians,
  • 3:36 - 3:37
    sempre a dar na televisão,
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    têm de parar de clicar nas histórias
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    sobre a aparição da mama
    da Kim Kardashian.
  • 3:43 - 3:45
    Sei que você o faz.
  • 3:45 - 3:46
    (Aplausos)
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    E você também, pelos vistos.
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    E o mesmo exemplo:
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    se não gostam que
    os políticos se insultem,
  • 3:52 - 3:53
    parem de clicar nas histórias
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    sobre o que o tipo daquele partido
    chamou ao do outro partido.
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    Clicar num descarrilamento
    só lhe mete gasolina.
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    Piora-o, faz com que o fogo se espalhe.
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    Toda a nossa cultura se queima.
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    Se quem ganha é quem recebe mais cliques,
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    então temos de começar a
    delinear o mundo que queremos
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    com os nossos cliques,
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    porque clicar é um acto público.
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    Portanto, cliquem com responsabilidade.
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    Obrigada,
  • 4:20 - 4:23
    (Aplausos)
Title:
Não gosta de cliques-isco? Então não clique!
Speaker:
Sally Kohn
Description:

Não vos parece que muitos "sites" de notícias "online" já ultrapassaram a mera transmissão das notícias e, em vez disso, incentivam publicamente a raiva (e a visita às suas páginas)? A analista de notícias Sally Kohn sugere que não dêmos crédito a notícias que parecem querer ver-nos furiosos. Em vez disso, façam os vossos preciosos cliques em "sites" de notícias em que realmente confiam.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
04:36

Portuguese subtitles

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