Como é que a Fórmula 1 pode ajudar... bebés?
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0:01 - 0:03As corridas de automóveis
são uma atividade antiga e divertida. -
0:03 - 0:06Fazemos um novo carro todos os anos
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0:06 - 0:07e depois gastamos o resto da temporada
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0:07 - 0:10a tentar perceber o que é que construímos
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0:10 - 0:13para o melhorar,
para o tornar mais rápido. -
0:14 - 0:17Depois, no ano seguinte,
começamos de novo. -
0:17 - 0:20O carro que vocês veem à vossa frente
é muito complicado. -
0:21 - 0:24O chassis é formado por cerca
de 11 000 componentes, -
0:24 - 0:27o motor por outros 6000,
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0:27 - 0:30a parte elétrica por cerca de 8500.
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0:30 - 0:34Assim, há quase 25 000 coisas
que podem correr mal. -
0:35 - 0:38A corrida de carros é, sobretudo,
dar atenção aos pormenores. -
0:39 - 0:43Outra coisa sobre a Fórmula 1,
em particular, -
0:43 - 0:45é que estamos sempre a trocar de carro.
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0:45 - 0:47Estamos sempre a tentar
torná-lo mais rápido. -
0:47 - 0:49Assim, de quinze em quinze dias,
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0:49 - 0:54fazemos cerca de 5000 novos componentes
para adaptar aos carros. -
0:54 - 0:57Uns 5 a 10% dos carros de corrida
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0:57 - 0:59serão diferentes de 15 em 15 dias.
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1:00 - 1:02Como é que conseguimos fazer isso?
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1:02 - 1:06Começamos a nossa vida
com o carro de corrida. -
1:06 - 1:09Temos muitos sensores no carro
para medir as coisas. -
1:10 - 1:12Neste carro de corrida
aqui, à vossa frente, -
1:12 - 1:15há cerca de 120 sensores
quando ele entra numa corrida. -
1:15 - 1:18Vão medir todas as coisas possíveis
em todo o carro. -
1:19 - 1:21Os dados são registados.
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1:21 - 1:25Registamos nos sistemas de dados
cerca de 500 parâmetros diferentes, -
1:25 - 1:28cerca de 13 000 parâmetros
de comportamento e de incidentes -
1:28 - 1:32para dizer quando as coisas não estão
a funcionar de maneira adequada -
1:33 - 1:36e enviamos esses dados para a garagem
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1:36 - 1:41usando telemetria a um ritmo
de dois a quatro "megabits" por segundo. -
1:41 - 1:43Durante as duas horas de corrida,
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1:43 - 1:46cada carro irá enviar
750 milhões de números. -
1:46 - 1:49É o dobro das palavras que cada um de nós
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1:49 - 1:51profere durante a vida inteira.
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1:51 - 1:53É uma quantidade enorme de dados.
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1:53 - 1:56Mas não basta ter dados e medi-los.
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1:56 - 1:58É preciso fazer alguma coisa com isso.
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1:58 - 2:01Gastámos muito tempo e esforço
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2:01 - 2:03para transformar os dados em histórias
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2:03 - 2:06para poder dizer qual o estado do motor,
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2:06 - 2:08como os pneus se vão desgastando,
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2:08 - 2:11qual é a situação
do consumo de combustível. -
2:12 - 2:14Tudo isso é reunir dados
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2:14 - 2:17e transformá-los em conhecimento
para podermos agir. -
2:19 - 2:21Ok, então vamos dar uma olhadela
nalguns dados. -
2:21 - 2:23Vamos agarrar nalguns dados
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2:23 - 2:26de outro paciente com três meses de idade.
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2:26 - 2:30É uma criança e o que vemos aqui
são dados reais. -
2:30 - 2:32Do lado direito,
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2:32 - 2:35— onde tudo começa a ficar
um pouco catastrófico — -
2:35 - 2:38é o paciente a entrar em paragem cardíaca.
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2:38 - 2:41Foi considerado um incidente imprevisível.
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2:42 - 2:45Foi um ataque cardíaco
que ninguém conseguiu prever. -
2:45 - 2:48Mas, quando observamos as informações,
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2:48 - 2:51podemos ver que as coisas estão a começar
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2:51 - 2:54a tornar-se um pouco imprecisas,
cinco minutos antes da paragem cardíaca. -
2:54 - 2:56Podemos observar pequenas alterações
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2:56 - 2:59em coisas como o ritmo
do movimento cardíaco. -
2:59 - 3:01São todas indetetáveis
segundo os limites normais -
3:01 - 3:03que seriam aplicados aos dados.
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3:03 - 3:06Porque é que não o conseguimos ver?
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3:07 - 3:09Este incidente seria previsível?
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3:09 - 3:12Podemos olhar melhor
para os padrões dos dados -
3:12 - 3:15para conseguirmos fazer melhor?
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3:16 - 3:18Esta é uma criança
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3:18 - 3:21com quase a mesma idade
do carro de corrida neste palco, -
3:21 - 3:23três meses de idade.
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3:23 - 3:26É um paciente com um problema de coração.
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3:26 - 3:30Quando olhamos para alguns
dos dados no ecrã, em cima, -
3:30 - 3:34coisas como o ritmo cardíaco,
a pulsação, o oxigénio, a respiração, -
3:34 - 3:37são todas invulgares
para uma criança normal, -
3:37 - 3:40mas são muito normais para aquela criança.
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3:41 - 3:44Portanto, um dos desafios
que temos nos cuidados de saúde -
3:44 - 3:47é como olhar para um paciente
à nossa frente, -
3:47 - 3:50ter qualquer coisa que seja específico nele
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3:50 - 3:53e conseguir detetar quando as coisas
começam a mudar, -
3:53 - 3:55quando as coisas começam a deteriorar-se.
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3:55 - 3:57Tal como como numa corrida de carros,
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3:57 - 4:00com qualquer paciente,
quando as coisas começam a correr mal, -
4:00 - 4:02temos pouco tempo para fazer a diferença.
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4:03 - 4:05Portanto, pegámos num sistema de dados,
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4:05 - 4:08que usamos de 15 em 15 dias na Fórmula 1,
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4:08 - 4:12e instalámo-lo nos computadores
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4:12 - 4:14no Birmingham Children's Hospital.
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4:14 - 4:16Transmitimos dados dos instrumentos
ao lado da cama, -
4:16 - 4:19na Unidade Pediátrica
de Cuidados Intensivos, -
4:19 - 4:22para podermos olhar
para os dados em tempo real -
4:22 - 4:25e, mais importante ainda,
para armazenar os dados -
4:25 - 4:28para depois começarmos
a aprender com eles. -
4:28 - 4:33Adicionámos uma aplicação
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4:33 - 4:37que nos permitia trazer à tona
os padrões dos dados, em tempo real, -
4:37 - 4:39para podermos ver o que estava a acontecer
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4:39 - 4:42e depois conseguir determinar
quando as coisas começavam a mudar. -
4:43 - 4:46Nas corridas de carros, somos todos
um pouco ambiciosos, -
4:46 - 4:49audaciosos e, às vezes,
um pouco arrogantes. -
4:49 - 4:52Por isso, decidimos que também
iríamos observar as crianças, -
4:52 - 4:55enquanto elas eram levadas
para os Cuidados Intensivos. -
4:55 - 4:58Porquê esperar
que elas chegassem ao hospital -
4:58 - 5:00e só depois começarmos a observar?
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5:00 - 5:02Instalámos uma ligação em tempo real
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5:02 - 5:05entre a ambulância e o hospital,
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5:05 - 5:10usando apenas os 3G normais
de telefonia pra enviar dados -
5:10 - 5:11para que a ambulância
se tornasse numa cama extra -
5:11 - 5:13dos Cuidados Intensivos.
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5:15 - 5:18Começámos a olhar para os dados.
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5:18 - 5:21As linhas sinuosas em cima,
todas as cores, -
5:21 - 5:24são o tipo normal de dados
que se veem num monitor -
5:24 - 5:29— ritmo cardíaco, pulsação,
oxigénio no sangue -
5:29 - 5:31e respiração.
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5:31 - 5:33As linhas em baixo, a azul e a vermelha,
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5:33 - 5:36são as que interessam.
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5:36 - 5:38A linha vermelha mostra
uma versão automatizada -
5:38 - 5:40do limite de alerta precoce
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5:40 - 5:43que o Birmingham Children's Hospital
já estava a utilizar. -
5:43 - 5:44Já o utiliza desde 2008
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5:44 - 5:47e já tinha impedido paragens cardíacas
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5:47 - 5:49e problemas desses dentro do hospital.
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5:50 - 5:52A linha azul é uma indicação
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5:52 - 5:54de quando os padrões começam a mudar
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5:54 - 5:57e, imediatamente,
antes sequer de começarmos -
5:57 - 5:59a aplicar a interpretação clínica,
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5:59 - 6:01podemos ver o que os dados
estão a dizer-nos. -
6:01 - 6:04Estão a dizer-nos
que há qualquer coisa de errado. -
6:05 - 6:09O trecho com as marcas.
a vermelho e a verde, -
6:09 - 6:13está a comparar diversos
componentes dos dados -
6:13 - 6:14uns com os outros.
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6:14 - 6:18No verde vemos o que é normal
para aquela criança. -
6:18 - 6:20Chamamos-lhe a nuvem da normalidade.
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6:21 - 6:23Quando as coisas começam a mudar,
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6:23 - 6:25quando as condições
começam a deteriorar-se, -
6:25 - 6:28mudamos para a linha vermelha.
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6:28 - 6:29Aqui não há ciência inovadora.
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6:29 - 6:33Está a mostrar, de modo diferente,
dados que já existem, -
6:33 - 6:38para amplificar, para fornecer pistas
aos médicos e às enfermeiras, -
6:38 - 6:40para que eles possam ver
o que está a acontecer. -
6:40 - 6:43Do mesmo modo que um bom piloto de corrida
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6:43 - 6:46se baseia em sinais para decidir
quando usar os travões, -
6:46 - 6:48quando virar numa curva,
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6:48 - 6:51também nós precisamos de ajudar
os nossos médicos e enfermeiras -
6:51 - 6:54a perceberem quando as coisas
começam a correr mal. -
6:55 - 6:58Temos um programa muito ambicioso.
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6:58 - 7:02Acreditamos que a corrida
está prestes a fazer uma coisa diferente. -
7:02 - 7:05Estamos a pensar em grande.
É a coisa certa a fazer. -
7:05 - 7:09Temos uma abordagem em que,
se tiver êxito, -
7:09 - 7:11não há razão para ficar
dentro do hospital. -
7:11 - 7:13Pode ultrapassar as paredes.
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7:13 - 7:15Com a ligação "wireless" nos dias de hoje
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7:15 - 7:19não há razão para que pacientes,
médicos e enfermeiros -
7:19 - 7:21tenham que estar sempre no mesmo lugar,
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7:21 - 7:22ao mesmo tempo.
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7:23 - 7:27Entretanto, agarramos
no nosso bebé de três meses, -
7:27 - 7:30mantemo-lo sob vigilância,
mantendo-o seguro -
7:30 - 7:33e agindo mais depressa e melhor.
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7:33 - 7:35Muito obrigado.
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7:35 - 7:38(Aplausos)
- Title:
- Como é que a Fórmula 1 pode ajudar... bebés?
- Speaker:
- Peter van Manen
- Description:
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Durante uma corrida de Fórmula 1, um carro envia centenas de milhões de dados para a sua garagem para análise e avaliação em tempo real. Então porque não usar esse sistema de dados detalhado e rigoroso noutro lugar, como... em hospitais pediátricos? Peter van Manen conta-nos mais.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 07:56
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