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Cérebro feliz: como superar nossa predisposição neural ao sofrimento | Amit Sood, MD | TEDxUNI

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    Como vocês estão hoje?
  • 0:11 - 0:14
    Bem? Palestrantes motivados,
    inspirados, incríveis.
  • 0:14 - 0:17
    Vocês ainda não ouviram o sotaque
    de "Quem Quer Ser Um Milionário"
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    então aqui estou eu,
    no meio do centro-oeste.
  • 0:22 - 0:27
    Eu vim para os Estados Unidos em 1995.
  • 0:27 - 0:31
    Eu já tinha formação médica
    dez anos antes de chegar aqui.
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    No meu primeiro ano de medicina, em 1984,
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    eu presenciei um dos maiores
    desastres industriais,
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    a tragédia de Bhopal,
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    onde perdemos, talvez, dezenas de milhares
    de pessoas de um dia para o outro.
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    Eu estava no primeiro ano
    de medicina naquela época.
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    Durante os próximos oito a dez anos,
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    eu vi muitos desastres,
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    muitos desafios devido a desnutrição,
    infecções, entre outros.
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    Quando estava me preparando para vir
    para os Estados Unidos em 1995,
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    eu achei que iria vir para a Disneylândia.
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    Eu achava que todos eram felizes aqui.
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    Eu achava que uma criança
    americana crescia na Disney,
  • 1:05 - 1:07
    jogava "slots" em Las Vegas quando adulto
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    e se aposentava na Flórida jogando bingo.
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    Ouvi dizer que essa era a vida americana.
  • 1:12 - 1:14
    Eu assistia filmes demais.
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    Então, quando eu vim para cá e vi
    quase tanto sofrimento e estresse
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    quanto havia lá fora, foi um choque.
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    Eu vim para me especializar em câncer,
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    mas mudei minha direção
    e decidi que iria entender
  • 1:28 - 1:31
    por que o cérebro humano
    não sabe como ser feliz?
  • 1:31 - 1:33
    Por que sofremos com isso?
  • 1:33 - 1:37
    Vou compartilhar algumas coisas
    que aprendi nessa jornada.
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    Montamos um programa atualmente oferecido
    a mais de 50 mil pessoas todo o ano.
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    Há uma predisposição neural ao sofrimento.
  • 1:45 - 1:49
    Há situações externas, claro, mas também
    algumas predisposições neurais.
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    Por exemplo, passamos
    muito tempo divagando.
  • 1:53 - 1:56
    Quando você está lavando a louça,
  • 1:56 - 2:00
    naquela hora seu cérebro não está
    concentrado, está pensando em tudo isto:
  • 2:00 - 2:02
    [filhos, trabalho, pais, parceiro,
    dinheiro, saúde, casa]
  • 2:02 - 2:06
    E não é: "Tenho o melhor parceiro
    do mundo. Tenho os melhores filhos.
  • 2:06 - 2:09
    Por que tenho mais
    dinheiro do que preciso?"
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    Nós nos concentramos em todas
    as imperfeições e desafios.
  • 2:13 - 2:14
    Nossa mente está divagando.
  • 2:14 - 2:18
    Uma pessoa comum tem cerca de 150
    coisas por fazer a qualquer momento.
  • 2:18 - 2:21
    Passamos muito tempo
    com a atenção dispersa.
  • 2:21 - 2:23
    Esse é um dos grandes desafios
    do cérebro humano.
  • 2:23 - 2:26
    Querem adivinhar por quanto
    tempo ficamos assim?
  • 2:26 - 2:29
    Cerca de 50% a 80% do tempo,
    durante o dia.
  • 2:30 - 2:34
    Nossos colegas na Mayo selecionaram
    alguns pacientes e tentaram escaneá-los
  • 2:34 - 2:37
    para ver seu cérebro em descanso,
  • 2:37 - 2:39
    quando eles não estão fazendo nada.
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    Este é o cérebro em descanso.
  • 2:42 - 2:45
    Eu sei que muitos de vocês
    não se formaram em radiologia,
  • 2:45 - 2:49
    mas talvez vocês consigam ver
    que parece um lugar bem movimentado.
  • 2:49 - 2:51
    Parece um mercado de peixes.
  • 2:51 - 2:53
    (Risos)
  • 2:53 - 2:57
    O que vocês veem são manchas azuis
    e vermelhas se formando e se dissolvendo.
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    São conexões no cérebro.
  • 2:59 - 3:03
    O jeito que o nosso cérebro funciona,
    ele foi desenvolvido como uma grande rede
  • 3:03 - 3:06
    com cerca de 86 a 90 bilhões de neurônios.
  • 3:06 - 3:10
    Essas redes colaboram entre si
    para criar dois modos no cérebro.
  • 3:10 - 3:12
    O primeiro modo do cérebro
    é o modo concentrado.
  • 3:12 - 3:16
    Ele é acionado quando você está
    processando algo muito interessante,
  • 3:16 - 3:18
    muito novo, muito significativo.
  • 3:18 - 3:23
    Por exemplo, você sai de casa e vê
    um bebê elefante no estacionamento,
  • 3:23 - 3:25
    seu cérebro vai se concentrar, não é?
  • 3:26 - 3:29
    Ou quando você salta de "bungee jump",
    naquele momento no ar,
  • 3:29 - 3:31
    você não pensa no e-mail
    que tinha que responder.
  • 3:31 - 3:33
    Bum. Tarde demais.
  • 3:34 - 3:36
    Brincar com um bebê nos coloca
    no modo concentrado.
  • 3:37 - 3:41
    Supondo que o bebê esteja contente
    com toda a atenção que está recebendo.
  • 3:41 - 3:44
    Então este é o primeiro modo
    do cérebro: o modo concentrado.
  • 3:44 - 3:47
    Nosso cérebro adora ficar neste modo.
  • 3:47 - 3:50
    Mas nós não ficamos assim o suficiente.
  • 3:50 - 3:54
    O segundo modo do cérebro é o modo padrão.
  • 3:54 - 3:56
    Já aconteceu de você ler um livro,
  • 3:56 - 3:59
    você lê metade de uma página
    e pensa: "O que eu estava lendo?"
  • 3:59 - 4:01
    Onde você estava naquele momento?
  • 4:01 - 4:03
    Sua mente estava divagando.
  • 4:03 - 4:04
    Seus arquivos estavam todos abertos.
  • 4:04 - 4:09
    E uma pessoa comum tem cerca de 150
    coisas pra fazer a qualquer hora.
  • 4:10 - 4:14
    Vocês querem adivinhar por quanto
    tempo ficamos com a atenção dispersa?
  • 4:15 - 4:17
    Por 50% a 80% do tempo.
  • 4:17 - 4:20
    Neste exato momento,
    2 a 3 bilhões de pessoas
  • 4:20 - 4:23
    estão andando pelo planeta
    sem saber onde estão.
  • 4:23 - 4:26
    Porque estão divagando.
  • 4:26 - 4:29
    Essa é a realidade. É assustador, não é?
  • 4:29 - 4:33
    Tenho certeza que você já vivenciou
    isso, ou não vivenciou...
  • 4:33 - 4:36
    Você diz três coisas para seu
    companheiro e ele fica assim.
  • 4:36 - 4:40
    Totalmente em branco, como
    se suas palavras fossem estalidos.
  • 4:40 - 4:43
    Dá pra ver que alguns
    de vocês se identificaram.
  • 4:43 - 4:45
    Você já leu para uma criança,
  • 4:45 - 4:49
    e não fazia ideia do que estava lendo,
    tentou pular algumas páginas
  • 4:49 - 4:51
    e foi pego em flagrante?
  • 4:51 - 4:52
    Sim, sim, sim?
  • 4:52 - 4:53
    Esses são os dois modos.
  • 4:53 - 4:56
    Esse é o modo padrão,
    passamos muito tempo nele.
  • 4:56 - 5:00
    Estudos mostram que, quanto
    mais tempo passamos assim,
  • 5:00 - 5:06
    maior o risco de ansiedade, depressão,
    déficit de atenção e até de demência.
  • 5:07 - 5:08
    O cérebro funciona assim,
  • 5:08 - 5:11
    quando usamos uma rede
    em especial, ela fica mais forte.
  • 5:11 - 5:13
    Então ficamos presos.
  • 5:13 - 5:16
    Nós oscilamos entre esses
    dois modos o dia todo.
  • 5:16 - 5:19
    Mas, quando temos muitos arquivos abertos,
  • 5:19 - 5:20
    o que é muito comum...
  • 5:20 - 5:23
    alguém aqui tem menos
    de 20 nomes de usuário?
  • 5:24 - 5:26
    (Risos)
  • 5:27 - 5:31
    Nosso cérebro não evoluiu para processar
    20 nomes de usuário, certo?
  • 5:32 - 5:35
    Nosso foco estava em segurança
    e sobrevivência. É desafiador.
  • 5:35 - 5:38
    O cérebro evoluiu em torno
    de segurança e sobrevivência,
  • 5:38 - 5:40
    queremos que ele tenha paz e felicidade.
  • 5:40 - 5:41
    E por isso ficamos presos.
  • 5:41 - 5:43
    Esse foi o primeiro desafio que percebi.
  • 5:43 - 5:46
    A predisposição neural.
  • 5:46 - 5:49
    A tendência da nossa mente a divagar.
  • 5:49 - 5:53
    O segundo desafio é o nosso foco
    em ameaças e imperfeições.
  • 5:53 - 5:55
    Eu mesmo tive muitos problemas médicos.
  • 5:55 - 6:00
    Já tive vários ataques
    cardíacos, vários derrames,
  • 6:00 - 6:02
    vários cânceres, quase morri várias vezes.
  • 6:02 - 6:04
    Tudo na minha cabeça.
    Nada disso aconteceu.
  • 6:04 - 6:07
    Eu imaginei todas essas doenças.
  • 6:08 - 6:10
    Estou a salvo disso tudo, não é?
  • 6:10 - 6:12
    Um dos meus oncologistas me disse.
  • 6:13 - 6:17
    Passamos muito tempo vivendo
    com medos imaginários.
  • 6:17 - 6:22
    Quando vocês veem esta imagem,
    tenho certeza que a aranha se destaca.
  • 6:22 - 6:24
    A aranha ganha foco imediato, como ameaça.
  • 6:24 - 6:27
    Mas eu pergunto: o que é
    mais ameaçador em 2015?
  • 6:27 - 6:30
    Aranhas ou rosquinhas? O que vocês acham?
  • 6:30 - 6:32
    Quantos acham que são rosquinhas?
  • 6:32 - 6:34
    Que fique claro que todos
    disseram rosquinhas.
  • 6:34 - 6:38
    Quando você vai a uma festa
    e servem rosquinhas,
  • 6:38 - 6:41
    e tem 20 rosquinhas te encarando,
    você não deveria sair correndo e gritando:
  • 6:41 - 6:44
    "Meu Deus, estão servindo rosquinhas!
    Eles querem me matar!
  • 6:44 - 6:48
    "Nunca mais vamos visitar os Smiths,
    eles tentaram me matar com rosquinhas".
  • 6:48 - 6:53
    Não, isso nos atrai, porque alimentos
    calóricos atraíam nossos ancestrais.
  • 6:53 - 6:58
    Então temos algumas predisposições
    evolutivas que não se adaptaram.
  • 6:58 - 7:01
    Este é o segundo desafio:
    o viés pessimista.
  • 7:01 - 7:04
    Outro desafio é a adaptação hedonista.
    Tenho certeza que já notaram.
  • 7:04 - 7:06
    "Querida, eu te amo.
    Agora por favor, mude."
  • 7:06 - 7:08
    Isso já aconteceu com vocês?
  • 7:08 - 7:10
    O primeiro ano de casamento é maravilhoso.
  • 7:10 - 7:12
    O vigésimo ano,
  • 7:12 - 7:15
    estamos casados há 21 anos
    e eu já disse para minha mulher,
  • 7:15 - 7:18
    os companheiros beiram
    o tédio depois de 20 anos.
  • 7:18 - 7:20
    Depois de 30 anos, fica pior.
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    Nós nos acostumamos com o que é bom.
  • 7:22 - 7:25
    Um paciente me disse:
    "Eu me divorciei da esposa que eu amava".
  • 7:25 - 7:30
    Uma coisa muito triste de se ouvir,
    porque nos acostumamos com o que é bom
  • 7:30 - 7:32
    e começamos a ver imperfeições.
  • 7:32 - 7:36
    Há várias outras predisposições neurais,
    eu só compartilhei algumas delas.
  • 7:36 - 7:41
    O que acontece é que essas predisposições
    neurais nos impedem de aproveitar a vida.
  • 7:41 - 7:43
    Foi isso que eu descobri.
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    A felicidade tem muito pouco a ver
    com possuir muita riqueza,
  • 7:48 - 7:50
    ou não sofrer desnutrição ou infecções.
  • 7:50 - 7:53
    A felicidade é um estado interior.
  • 7:53 - 7:56
    Como cultivamos isso?
    Vou lhes dar um exemplo.
  • 7:56 - 7:59
    Vou compartilhar umas coisinhas com vocês,
  • 7:59 - 8:02
    práticas que podem ser aplicadas
    em sua vida agora mesmo.
  • 8:02 - 8:08
    Vamos usá-las aqui para vocês praticarem.
    É o que chamo de programa 5-3-2.
  • 8:08 - 8:10
    [5 pessoas, 3 minutos, 2 segundos]
  • 8:10 - 8:13
    A primeira prática é com cinco pessoas.
  • 8:13 - 8:14
    Quando você acorda de manhã,
  • 8:14 - 8:18
    quanto tempo leva para sua mente
    divagar após acordar?
  • 8:18 - 8:21
    Menos do que alguns segundos
    ou cinco segundos negativos?
  • 8:22 - 8:23
    Cinco segundos negativos.
  • 8:23 - 8:25
    O que devo fazer? O que devo temer?
  • 8:25 - 8:26
    Aqui está minha sugestão.
  • 8:26 - 8:29
    Quando você acordar amanhã de manhã,
  • 8:29 - 8:32
    pense em cinco pessoas
    pelas quais você é grato
  • 8:32 - 8:35
    antes de seus pés tocarem o chão.
  • 8:35 - 8:38
    Vamos praticar juntos
    para eu explicar o que quero dizer.
  • 8:38 - 8:43
    Fechem os olhos pelos próximos dois
    minutos, e eu vou guiá-los nessa prática.
  • 8:43 - 8:47
    Se você está vendo esse vídeo em um lugar
    seguro, você pode fazer o mesmo.
  • 8:47 - 8:50
    Vou guiar vocês nessa prática.
  • 8:52 - 8:54
    Imagine que você está acordando de manhã.
  • 8:55 - 8:58
    Repare na cor do chão onde você acordou.
  • 9:02 - 9:06
    Pense na primeira pessoa em sua vida
    pela qual você é grato.
  • 9:08 - 9:11
    Pense nas várias formas
    em que essa pessoa tocou a sua vida.
  • 9:13 - 9:15
    E envie a sua gratidão
    a essa pessoa em silêncio.
  • 9:19 - 9:20
    Segunda pessoa.
  • 9:22 - 9:25
    Olhe nos olhos dessa pessoa
    e repare na cor dos olhos.
  • 9:27 - 9:30
    Então envie gratidão em silêncio.
  • 9:32 - 9:33
    Terceira pessoa.
  • 9:35 - 9:38
    Volte para a sua primeira
    lembrança dessa pessoa.
  • 9:41 - 9:43
    Envie sua gratidão em silêncio.
  • 9:47 - 9:49
    Quarta pessoa.
  • 9:50 - 9:54
    Imagine que essa pessoa está muito feliz,
    onde quer que ela esteja agora.
  • 9:58 - 10:00
    Envie sua gratidão em silêncio.
  • 10:03 - 10:07
    Volte no tempo e olhe para si mesmo
    quando você tinha oito anos de idade.
  • 10:09 - 10:12
    Repare no seu cabelo naquela época.
  • 10:14 - 10:18
    Envie gratidão em silêncio
    para o seu eu de oito anos.
  • 10:22 - 10:25
    Pense em alguém que você
    amava que faleceu.
  • 10:27 - 10:29
    Dê um abraço virtual nessa pessoa.
  • 10:32 - 10:35
    Envie gratidão silenciosa
    para essa pessoa.
  • 10:37 - 10:40
    Quando estiverem prontos,
    podem abrir os olhos.
  • 10:44 - 10:47
    Eu não sabia onde estava
    porque também fechei os olhos.
  • 10:47 - 10:49
    Ainda bem que fiquei no tapete vermelho.
  • 10:50 - 10:52
    Essa é a primeira prática.
  • 10:52 - 10:55
    Vai ajudar a realçar o que é
    mais importante na sua vida.
  • 10:55 - 10:59
    Quem aqui tem alguém que vale
    trilhões de dólares para você?
  • 11:00 - 11:01
    Todo mundo, certo?
  • 11:01 - 11:06
    Quero que se concentrem na sua maior
    riqueza, no que vocês têm de mais valioso.
  • 11:06 - 11:09
    Não acorde pensando:
    "O que devo fazer? O que devo temer?"
  • 11:09 - 11:10
    ou se preocupando com prazos.
  • 11:10 - 11:14
    Aí às três da tarde você sente
    que está sendo julgado.
  • 11:14 - 11:17
    Alguém aqui tem o problema
    de ser muito valorizado na vida?
  • 11:17 - 11:20
    Te valorizam demais, e ninguém
    te julga negativamente?
  • 11:20 - 11:22
    Esse não é o problema, certo?
  • 11:22 - 11:26
    Quando sua autoestima está baixa
    e você está passando por dificuldades,
  • 11:26 - 11:29
    pense em três pessoas que se importam
    com você, isso te traz de volta.
  • 11:29 - 11:33
    O objetivo não é evitar dificuldades,
    porque sempre vamos passar por isso,
  • 11:33 - 11:37
    mas nos recuperar rapidamente
    para não acabarmos no fundo do poço.
  • 11:37 - 11:39
    Essa é a primeira prática.
  • 11:39 - 11:43
    Uma sugestão: escreva "gratidão"
    em um Post-it e cole no espelho.
  • 11:43 - 11:45
    Quando acordar, se tiver se esquecido,
  • 11:45 - 11:48
    vai ver a anotação
    quando chegar no banheiro,
  • 11:48 - 11:50
    volte para a cama e comece de novo.
  • 11:50 - 11:53
    É assim que isso se tornará um hábito.
  • 11:53 - 11:55
    Então essa é a primeira prática.
  • 11:55 - 12:00
    O segundo momento intencional
    é quando você volta pra casa.
  • 12:00 - 12:03
    Você está com sua esposa,
    quando seu amigo da escola aparece.
  • 12:03 - 12:05
    Quem vai ser mais interessante
    pelos próximos cinco minutos?
  • 12:06 - 12:08
    O amigo da escola. Com certeza.
  • 12:08 - 12:10
    Por quê? Porque é uma novidade.
  • 12:10 - 12:12
    Há algo de novo entre você
    e seu amigo da escola.
  • 12:12 - 12:15
    Entre você e sua esposa existe amor.
  • 12:15 - 12:19
    Viu como a novidade supera o amor?
  • 12:19 - 12:20
    Cem por cento das vezes.
  • 12:21 - 12:23
    Se você quer aproveitar sua vida pessoal,
  • 12:23 - 12:25
    é essencial que encontre
    algo novo naquele amor.
  • 12:25 - 12:28
    Digamos que você não tenha visto
    seu parceiro por 30 dias.
  • 12:28 - 12:32
    Você vai encontrar algo de novo
    depois desse tempo, não é?
  • 12:32 - 12:36
    A intenção é encontrar
    sua família no final de cada dia
  • 12:36 - 12:38
    como se você não tivesse
    visto eles por 30 dias.
  • 12:38 - 12:40
    Então o que eu faço é,
  • 12:40 - 12:43
    não estou com o meu celular aqui,
    finja que isso é meu celular.
  • 12:43 - 12:46
    A primeira coisa que eu faço quando estou
    na garagem é olhar meu celular.
  • 12:46 - 12:48
    Eu vejo meus e-mails.
  • 12:48 - 12:50
    Quando eu acabar,
  • 12:50 - 12:54
    sabe, tem uma foto na internet
    com um casal se abraçando,
  • 12:54 - 12:57
    e, pelas costas um do outro
    eles estão checando os e-mails.
  • 12:57 - 12:59
    Eu não quero fazer isso em casa.
  • 12:59 - 13:01
    Então eu faço isso de uma vez.
  • 13:01 - 13:04
    Eu digo a mim mesmo que vou
    encontrar pessoas muito especiais
  • 13:04 - 13:06
    que eu não via há algum tempo.
  • 13:06 - 13:11
    Por três minutos eu os vejo como se não
    tivéssemos nos visto há muito tempo.
  • 13:12 - 13:14
    Lembrando da brevidade,
    porque nossa filha de dez anos
  • 13:14 - 13:16
    vai estar na faculdade
    daqui a 2 mil tardes.
  • 13:16 - 13:19
    Meu tempo é finito.
    Nosso tempo com tudo é finito.
  • 13:19 - 13:23
    A terceira coisa, muito importante
    e muito difícil de fazer é:
  • 13:23 - 13:26
    nos três primeiros minutos
    em que você está com sua família,
  • 13:26 - 13:28
    tente não aperfeiçoar ninguém.
  • 13:28 - 13:33
    Isso vai ser muito difícil, porque estamos
    sempre procurando defeitos.
  • 13:33 - 13:37
    Seu sorriso é uma confissão de culpa.
  • 13:38 - 13:40
    Duas ideias de apoio aqui.
  • 13:40 - 13:44
    Uma é se interessar de verdade
    no que interessa a eles,
  • 13:44 - 13:46
    e a segunda é elogiar de modo criativo.
  • 13:46 - 13:49
    Essa provavelmente é a coisa
    mais importante que vou dizer hoje.
  • 13:49 - 13:52
    Quando sua esposa ou seu
    parceiro não te der atenção,
  • 13:52 - 13:53
    lembre-se disso.
  • 13:53 - 13:55
    Funciona 100% das vezes.
  • 13:55 - 13:57
    Comece mais ou menos assim:
  • 13:57 - 13:59
    "Amor, você acertou quando você..."
  • 13:59 - 14:00
    e complete com qualquer coisa.
  • 14:00 - 14:01
    (Risos)
  • 14:01 - 14:04
    Vai funcionar, todos adoram
    ouvir que estão certos.
  • 14:04 - 14:06
    Você acaba de ganhar cinco
    minutos de atenção total.
  • 14:06 - 14:09
    "Sim, sim, me diga que eu estava certo."
  • 14:09 - 14:11
    Não fazemos isso o suficiente.
  • 14:11 - 14:13
    A terceira prática são dois segundos.
  • 14:13 - 14:18
    É o modo que olhamos um para o outro,
    como lidamos um com o outro.
  • 14:18 - 14:20
    Digamos que você está fazendo
    um churrasco no quintal,
  • 14:20 - 14:22
    e este cavalheiro aparece.
  • 14:23 - 14:25
    Você vai convidá-lo?
  • 14:25 - 14:28
    "Por favor, coma meu jantar.
    Por favor, me faça de jantar."
  • 14:28 - 14:29
    Ou alguma coisa assim.
  • 14:29 - 14:31
    Você vai chamar a polícia, não é?
  • 14:31 - 14:35
    Mas nossos ancestrais não podiam chamar
    a polícia, eles tinham que pensar rápido:
  • 14:35 - 14:36
    esta pessoa é de confiança?
  • 14:36 - 14:39
    Posso confiar a ele meu gado,
    minha casa, minha família?
  • 14:39 - 14:41
    Desenvolvemos uma atenção crítica.
  • 14:41 - 14:45
    Ao ver este homem tudo parece bem, mas é
    o tempo de fazer estes cinco julgamentos.
  • 14:45 - 14:48
    [confiança, aptidão, hostilidade,
    aparência, empatia]
  • 14:48 - 14:54
    Leva 30 milissegundos para decidir
    se alguém é de confiança ou não.
  • 14:54 - 14:58
    Trinta milissegundos, antes mesmo
    de sabermos quem é aquela pessoa.
  • 14:59 - 15:04
    Mas, quando você olha para ele,
    ele tem a mesma predisposição neural.
  • 15:04 - 15:06
    Ele passa muito tempo divagando.
  • 15:06 - 15:08
    Ele percebe ameaças e imperfeições.
  • 15:08 - 15:09
    Ele tem viés pessimista.
  • 15:09 - 15:11
    Ele se adapta ao que é bom.
  • 15:11 - 15:14
    Ele compara, não se sente
    bem consigo mesmo.
  • 15:14 - 15:16
    Então, atenção gentil é muito simples.
  • 15:16 - 15:21
    Quando você encontrar pessoas,
    antes que a sua mente comece a julgar,
  • 15:21 - 15:23
    durante os dois primeiros segundos,
  • 15:23 - 15:26
    em vez de vê-los de forma
    negativa ou neutra,
  • 15:26 - 15:29
    ajuste seu coração e deseje
    o melhor a elas em silêncio.
  • 15:29 - 15:32
    Eu te desejo o bem, te desejo
    esperança e recuperação.
  • 15:32 - 15:36
    Devemos construir nosso mundo assim,
    desejando o bem um ao outro.
  • 15:36 - 15:39
    Você não precisa falar.
    É um desejo pessoal.
  • 15:39 - 15:43
    Você pode fazer uma prece de dois
    segundos se você pratica alguma religião.
  • 15:44 - 15:48
    O que acontece é que o seu modo de lidar
    com o mundo muda completamente.
  • 15:48 - 15:50
    Sua percepção de ameaças diminui.
  • 15:50 - 15:53
    Eu não quero que vocês façam isso
    às duas da manhã no centro da cidade
  • 15:53 - 15:55
    quando duas sombras enormes se aproximam.
  • 15:55 - 15:59
    Você deve começar em um lugar seguro, etc.
  • 16:00 - 16:04
    Ver o mundo do jeito que queremos
    que o mundo veja nossos filhos.
  • 16:04 - 16:07
    Todos esses exercícios
    são um tempero intencional.
  • 16:07 - 16:11
    Não estamos meditando
    sobre o vazio ou a respiração.
  • 16:11 - 16:14
    Estamos meditando sobre sabedoria,
    amor e relacionamentos.
  • 16:14 - 16:16
    É disso que precisamos
    e estamos espalhando isso.
  • 16:16 - 16:19
    Então não estamos adicionando
    leite no seu copo com leite,
  • 16:19 - 16:22
    estamos colocando chocolate no seu leite.
  • 16:22 - 16:27
    A sua vida melhora, porque isso tudo
    se une para levantar o seu dia.
  • 16:28 - 16:32
    A próxima prática é, quando
    sua atenção estiver sob controle,
  • 16:32 - 16:36
    mudar a perspectiva dos desafios da vida
    usando princípios de ordem mais alta,
  • 16:36 - 16:38
    e os cinco princípios da vida são:
  • 16:38 - 16:43
    gratidão, compaixão,
    aceitação, sentido e perdão.
  • 16:43 - 16:47
    Estruturamos nosso programa de modo
    que a segunda-feira é o dia da gratidão.
  • 16:47 - 16:49
    Na segunda, seja um pouco
    como Matthew Henry.
  • 16:49 - 16:52
    Uma vez ele foi roubado em Londres
    e disse: "Eu me sinto grato.
  • 16:52 - 16:56
    Essa é a primeira vez que sou roubado.
    Nunca tinha sido roubado antes. Que bom.
  • 16:56 - 16:59
    Eu fui a pessoa roubada,
    não a pessoa cometendo o roubo".
  • 16:59 - 17:00
    Terça é dia de compaixão.
  • 17:00 - 17:02
    Seja gentil com as pessoas.
  • 17:02 - 17:04
    Quarta é dia de aceitação.
  • 17:04 - 17:06
    Trabalhe de forma
    criativa com a realidade.
  • 17:06 - 17:08
    Pense: isso vai importar
    daqui há cinco anos?
  • 17:08 - 17:10
    Quinta é dia de sentido superior.
  • 17:10 - 17:11
    E sexta é o dia do perdão.
  • 17:11 - 17:14
    Repare que nesse programa
    você só tem que perdoar na sexta,
  • 17:14 - 17:16
    não precisa perdoar a semana inteira.
  • 17:16 - 17:17
    (Risos)
  • 17:17 - 17:20
    Isso não significa
    que na sexta-feira você vai dizer:
  • 17:20 - 17:24
    "Não posso ter compaixão
    porque compaixão é só na terça".
  • 17:24 - 17:26
    É para ser fluido e fácil.
  • 17:26 - 17:30
    A ideia é que ao aplicar esses princípios,
  • 17:30 - 17:32
    quando a ciência encontra
    a espiritualidade,
  • 17:32 - 17:34
    isso cria um ambiente para transformação.
  • 17:34 - 17:36
    Isso é sabedoria.
  • 17:36 - 17:39
    Sabedoria eterna que sábios nos contaram
    e que a ciência está descobrindo agora.
  • 17:39 - 17:42
    A ciência não passa do estudo
    sistemático da espiritualidade.
  • 17:42 - 17:46
    Eu acredito nisso. A ciência não sabe,
    ela vai descobrir em algum momento.
  • 17:46 - 17:49
    Acredito que isso é tudo
    que as crianças precisam no mundo.
  • 17:49 - 17:53
    Elas querem que os adultos sejam
    gratos, solidários, acolhedores,
  • 17:53 - 17:56
    que vivam a vida com sentido e perdoem.
  • 17:56 - 17:59
    E, se fizermos isso, criaremos
    um mundo incrível para elas.
  • 17:59 - 18:00
    Obrigado.
  • 18:00 - 18:04
    (Aplausos)
Title:
Cérebro feliz: como superar nossa predisposição neural ao sofrimento | Amit Sood, MD | TEDxUNI
Description:

Há vinte anos, o Dr. Amit Sood, professor de Medicina na Clínica Mayo, foi para os Estados Unidos acreditando que iria para a Disneylândia do mundo. Ele pensava que todos eram felizes lá. O que ele viu foi surpreendente e chocante para ele.

Nesta palestra engraçada, rápida e esclarecedora, o Dr. Sood compartilha sua trajetória ao longo de duas décadas e dois continentes, encontrando um jeito de nos ajudar a enganar nossa predisposição neural ao sofrimento. Durante esse processo, ele nos leva a uma viagem aos bastidores do cérebro humano e define a essência de um programa estruturado que está sendo disseminado globalmente para diminuir o estresse e aumentar o foco, a resistência e a felicidade.

Amit Sood é Professor de Medicina na Clínica Mayo e diretor do programa de medicina complementar e integradora da clínica. Ele é autor do livro "The Mayo Clinic Guide to Stress-Free Living" (O manual da Clínica Mayo para uma vida livre de estresse) e "The Mayo Clinic Guide to Happiness" (O manual de felicidade da Clínica Mayo). Ele é um dos palestrantes mais procurados da clínica. Ele já recebeu vários subsídios dos Institutos Nacionais da Saúde para testar e implementar abordagens integradas da mente e do corpo na medicina. Em 2010, O Dr. Sood recebeu o prêmio por serviços notáveis, o prêmio de inovador do ano, e em 2013, o prêmio de médico notável da Clínica Mayo.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite: http://ted.com/tedx.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
18:07

Portuguese, Brazilian subtitles

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