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O que significa ser um cidadão global?

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    Quero apresentar-lhes uma mulher incrível.
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    O nome dela é Davinia.
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    Davinia nasceu na Jamaica,
    aos 18 anos emigrou para os EUA
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    e agora vive pertinho de Washington.
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    Ela não tem um cargo político
    no alto escalão,
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    nem é uma lobista.
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    Ela diria que é uma pessoa comum.
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    Mas ela está causando
    um impacto fora do comum.
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    O incrível sobre a Davinia é que ela está
    disposta a gastar tempo a cada semana
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    concentrada em outras pessoas:
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    pessoas que não moram no seu bairro,
    no seu estado, nem mesmo no seu país.
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    Pessoas que ela provavelmente
    nunca vai conhecer.
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    O impacto da Davinia
    começou há alguns anos,
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    quando ela entrou em contato
    com seus amigos pelo Facebook
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    e pediu que doassem suas moedas
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    para conseguir fundos
    para a educação de meninas.
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    Ela não esperava uma grande resposta,
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    mas 700 mil moedas depois,
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    ela mandou mais de 120 meninas à escola.
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    Quando nos falamos semana passada,
    ela disse que era meio malvista no banco
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    sempre que chegava com um carrinho
    de compras cheio de moedas.
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    Davinia não trabalha sozinha.
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    Longe disso.
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    Ela faz parte de um movimento crescente.
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    Tem um nome para pessoas como a Davinia:
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    cidadãos globais.
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    Cidadão global é alguém
    que se identifica primeiramente
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    não como membro de um Estado,
    uma tribo ou uma nação,
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    mas como membro da humanidade,
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    e como alguém que está preparado
    para agir segundo essa crença,
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    para enfrentar os maiores
    desafios do mundo.
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    Nosso trabalho é dedicado a encontrar,
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    apoiar e acionar cidadãos globais.
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    Eles existem em todos os países
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    e em todos os grupos sociais.
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    Quero convencê-los hoje
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    de que o futuro do mundo
    depende dos cidadãos globais.
  • 1:50 - 1:54
    Estou convencido de que se tivéssemos
    mais cidadãos globais ativos no mundo,
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    cada um dos maiores desafios
    que enfrentamos,
  • 1:57 - 2:01
    seja pobreza, mudanças climáticas
    ou desigualdade de gênero,
  • 2:01 - 2:03
    essas questões poderiam ser resolvidas.
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    Problemas, em última instância, globais,
  • 2:05 - 2:08
    e só podem ser resolvidos,
    em última instância,
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    por cidadãos globais exigindo
    soluções globais de seus líderes.
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    A reação de algumas pessoas a essa ideia
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    é considerar como utópica ou ameaçadora.
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    Quero compartilhar
    um pouco da minha história.
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    Sobre como cheguei aqui,
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    como se conecta com a Davinia,
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    e, espero, com vocês.
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    Eu cresci em Melbourne, na Austrália.
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    Eu era uma daquelas crianças irritantes
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    que nunca parava de perguntar: "Por quê?"
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    Talvez vocês tenham sido também.
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    Perguntava à minha mãe
    as perguntas mais irritantes.
  • 2:41 - 2:42
    Perguntava coisas como:
  • 2:42 - 2:46
    "Mãe, por que não posso me fantasiar
    e brincar com fantoches o dia todo?"
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    "Por que você quer batatas com o pedido?"
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    "O que é um camarão?
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    E por que sempre os jogamos
    na churrasqueira?"
  • 2:52 - 2:53
    (Risos)
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    "Mãe, e esse corte de cabelo. Por quê?"
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    (Risos)
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    O pior corte de cabelo, acho.
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    Ainda é horrível.
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    Enquanto criança questionadora,
    eu achava que poderia mudar o mundo
  • 3:06 - 3:08
    e era impossível
    me convencer do contrário.
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    Quando fiz 12 anos,
    no primeiro ano do ensino médio,
  • 3:11 - 3:14
    comecei a juntar dinheiro para comunidades
    nos países em desenvolvimento.
  • 3:14 - 3:16
    Éramos um grupo animado de crianças
  • 3:16 - 3:19
    e juntamos mais dinheiro que todas
    as outras escolas da Austrália.
  • 3:19 - 3:23
    Então ganhei a oportunidade
    de ir às Filipinas aprender mais.
  • 3:23 - 3:25
    Era 1998.
  • 3:25 - 3:29
    Fomos a uma favela na periferia de Manila.
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    Foi lá que fiquei amigo do Sonny Boy,
  • 3:32 - 3:36
    que morava, literalmente,
    numa pilha fumegante de lixo.
  • 3:37 - 3:39
    "Montanha Fumegante", era como a chamavam.
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    Não se deixem enganar
    pela poesia do nome,
  • 3:41 - 3:43
    porque era nada menos
    que um lixão grotesco
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    em que crianças como Sonny Boy
    passavam horas, todos os dias,
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    procurando por algo de valor.
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    Aquela noite com Sonny Boy e sua família
    mudou a minha vida para sempre.
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    Quando chegou a hora de dormir,
  • 3:57 - 4:00
    deitamos na laje de concreto,
    que media metade do meu quarto,
  • 4:00 - 4:03
    eu, Sonny Boy e o resto da sua família.
  • 4:03 - 4:05
    Sete pessoas numa linha,
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    com o cheiro de lixo ao nosso redor
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    e baratas por todos os lugares.
  • 4:10 - 4:11
    Não preguei os olhos.
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    Fiquei pensando comigo mesmo:
  • 4:13 - 4:15
    "Por que alguém tem que viver assim
  • 4:15 - 4:17
    enquanto eu tenho tanto?
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    Por que a capacidade do Sonny Boy
    de viver os sonhos dele
  • 4:20 - 4:22
    deve ser determinada por onde ele nasceu,
  • 4:22 - 4:25
    ou o que Warren Buffet chamou
    de 'loteria dos ovários'"?
  • 4:25 - 4:27
    Eu não conseguia entender.
  • 4:27 - 4:29
    Eu precisava entender o porquê.
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    Só depois eu compreendi
  • 4:32 - 4:34
    que a pobreza que eu tinha
    visto nas Filipinas
  • 4:34 - 4:39
    era resultado de decisões
    tomadas ou não por pessoas.
  • 4:39 - 4:42
    Por uma sucessão de poderes coloniais
    e governos corruptos
  • 4:42 - 4:45
    que tinham tudo, menos os interesses
    do Sonny Boy, como prioridade.
  • 4:45 - 4:49
    Eles não criaram a Montanha Fumegante,
    mas era como se o tivessem feito.
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    Se quisermos ajudar
    crianças como Sonny Boy,
  • 4:52 - 4:55
    não adiantaria só enviar alguns dólares
  • 4:55 - 4:58
    ou tentar limpar o aterro em que ele vive,
  • 4:58 - 5:00
    porque o coração do problema
    está em outro lugar.
  • 5:00 - 5:04
    Trabalhei em projetos de desenvolvimento
    comunitário nos anos seguintes,
  • 5:04 - 5:06
    tentando construir escolas,
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    treinar professores,
    enfrentar o HIV e a AIDS,
  • 5:09 - 5:11
    e entendi que desenvolvimento comunitário
  • 5:11 - 5:14
    deve ser conduzido
    pelas próprias comunidades.
  • 5:14 - 5:18
    E embora caridade seja
    necessária, não é o suficiente.
  • 5:18 - 5:20
    Precisamos confrontar esses desafios
  • 5:20 - 5:22
    numa escala global e de forma sistêmica.
  • 5:22 - 5:24
    O melhor que eu poderia fazer
  • 5:24 - 5:27
    era tentar mobilizar um grande
    grupo de pessoas no meu país
  • 5:27 - 5:31
    e insistir que nossos líderes
    se engajassem nessa mudança sistemática.
  • 5:31 - 5:33
    É por isso que, anos depois,
  • 5:33 - 5:36
    me juntei a um grupo
    de colegas da faculdade
  • 5:36 - 5:39
    para trazer a campanha
    "Make Poverty History" para a Austrália.
  • 5:39 - 5:43
    Sonhávamos em organizar um show,
  • 5:43 - 5:47
    na mesma época do encontro do G20,
    com alguns artistas australianos
  • 5:47 - 5:48
    e, um belo dia, a coisa explodiu.
  • 5:48 - 5:52
    Recebemos ligações do Bono,
    do The Edge e Pearl Jam
  • 5:52 - 5:55
    que concordaram em ser o evento principal.
  • 5:55 - 5:58
    Fiquei um pouquinho animado,
    como podem ver.
  • 5:58 - 6:00
    (Risos)
  • 6:00 - 6:01
    Para nossa surpresa,
  • 6:01 - 6:04
    o governo australiano
    ouviu nossa voz coletiva
  • 6:04 - 6:08
    e concordaram em duplicar o investimento
    em saúde e desenvolvimento globais.
  • 6:08 - 6:11
    Um aumento de US$ 6,2 bilhões.
  • 6:11 - 6:12
    Parecia...
  • 6:12 - 6:15
    (Aplausos)
  • 6:17 - 6:20
    Pareceu uma legitimação incrível.
  • 6:20 - 6:23
    Ao juntar cidadãos,
    convencemos nosso governo
  • 6:23 - 6:24
    a fazer o impensável:
  • 6:24 - 6:28
    agir para resolver um problema
    muito além de nossas fronteiras.
  • 6:29 - 6:30
    Aí está o problema:
  • 6:31 - 6:33
    não durou muito tempo.
  • 6:33 - 6:35
    Houve uma mudança de governo
  • 6:35 - 6:38
    e, seis anos depois,
    todo aquele dinheiro adicional
  • 6:38 - 6:39
    desapareceu.
  • 6:40 - 6:41
    O que aprendemos?
  • 6:42 - 6:45
    Aprendemos que aumentos pontuais
    não são suficientes.
  • 6:45 - 6:48
    Precisávamos de um movimento sustentável,
  • 6:48 - 6:52
    não suscetível a flutuações
    no humor de um político
  • 6:52 - 6:54
    ou a suspeitas de crise econômica.
  • 6:54 - 6:56
    E isso precisava acontecer no mundo todo.
  • 6:56 - 7:00
    Caso contrário, cada governo individual
    teria esse mecanismo interno de desculpa
  • 7:00 - 7:04
    de que não poderiam carregar
    o peso da ação global sozinhos.
  • 7:05 - 7:08
    E foi nisso que embarcamos.
  • 7:08 - 7:11
    Quando embarcamos nesse desafio,
    perguntamos a nós mesmos:
  • 7:11 - 7:15
    "Como podemos conseguir
    pressão suficiente e um exército grande
  • 7:15 - 7:17
    para vencer essas lutas no longo prazo?"
  • 7:17 - 7:20
    Só conseguimos pensar numa forma.
  • 7:20 - 7:23
    Precisávamos transformar
    a animação de curto prazo
  • 7:23 - 7:26
    das pessoas envolvidas
    com a campanha "Make Poverty History"
  • 7:26 - 7:28
    em dedicação de longo prazo.
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    Precisava fazer parte da identidade delas.
  • 7:30 - 7:35
    Em 2012, fundamos uma organização
    cujo objetivo é exatamente esse.
  • 7:36 - 7:38
    E só poderia ter um nome:
  • 7:38 - 7:40
    Cidadão Global.
  • 7:40 - 7:43
    Mas isso não se trata
    de uma organização apenas.
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    Trata-se de cidadãos decidindo agir.
  • 7:46 - 7:48
    E dados de pesquisas nos dizem
  • 7:48 - 7:52
    que da população total
    que se preocupa com problemas globais,
  • 7:52 - 7:56
    só 18% decidiu fazer algo.
  • 7:56 - 7:59
    Não que as pessoas não queiram agir.
  • 7:59 - 8:01
    Normalmente, elas não sabem como agir.
  • 8:01 - 8:04
    Ou acreditam que suas ações
    não terão efeitos.
  • 8:04 - 8:08
    Então tínhamos que recrutar
    e ativar milhões de cidadãos,
  • 8:08 - 8:09
    em dezenas de países,
  • 8:09 - 8:13
    para pressionar seus líderes
    a se comportar de forma altruísta.
  • 8:13 - 8:16
    Enquanto fazíamos isso,
    descobrimos algo emocionante.
  • 8:16 - 8:19
    Quando você faz
    da cidadania global sua missão,
  • 8:19 - 8:23
    você se encontra, de repente,
    com alguns aliados extraordinários.
  • 8:23 - 8:27
    Pobreza extrema não é a única questão
    que é fundamentalmente global.
  • 8:27 - 8:28
    As mudanças climáticas também são.
  • 8:28 - 8:31
    Direitos humanos, igualdade de gênero,
  • 8:31 - 8:33
    até mesmo conflitos.
  • 8:33 - 8:35
    Estávamos lado a lado
  • 8:35 - 8:39
    com pessoas dedicadas
    a todas essas questões relacionadas.
  • 8:39 - 8:43
    Mas como conseguimos recrutar
    e engajar esses cidadãos globais?
  • 8:43 - 8:47
    Bem, usamos a linguagem universal:
  • 8:47 - 8:48
    música.
  • 8:48 - 8:51
    Lançamos o "Global Citizen Festival"
  • 8:51 - 8:53
    no coração de Nova York, no Central Park,
  • 8:53 - 8:57
    e convencemos alguns dos maiores
    artistas do mundo a participar.
  • 8:57 - 9:00
    Fizemos com que os festivais coincidissem
  • 9:00 - 9:02
    com reuniões da Assembleia Geral da ONU.
  • 9:02 - 9:04
    Então os líderes que precisavam
    ouvir nossas vozes
  • 9:04 - 9:06
    não poderiam nos ignorar.
  • 9:07 - 9:08
    Mas tinha uma pegadinha:
  • 9:09 - 9:11
    você não podia comprar um ingresso.
  • 9:11 - 9:12
    Você tinha que merecer.
  • 9:12 - 9:15
    Tinha que agir em benefício
    de uma causa global
  • 9:15 - 9:19
    e só quando tivesse feito isso,
    poderia ganhar pontos para se qualificar.
  • 9:19 - 9:22
    O ativismo é a moeda.
  • 9:22 - 9:27
    Não me interessava na cidadania
    como algo apenas para se sentir bem.
  • 9:27 - 9:31
    Para mim, cidadania significa agir
    e foi isso que exigimos.
  • 9:31 - 9:33
    Surpreendentemente, funcionou.
  • 9:33 - 9:37
    Ano passado, mais de 155 mil cidadãos,
    só na área de Nova York,
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    conseguiram pontos suficientes.
  • 9:39 - 9:44
    Globalmente, temos cidadãos cadastrados
    de mais de 150 países ao redor do mundo.
  • 9:44 - 9:47
    Ano passado, cadastramos
    mais de 100 mil membros novos
  • 9:47 - 9:49
    toda semana, o ano inteiro.
  • 9:50 - 9:54
    Não precisamos criar
    cidadãos globais do nada.
  • 9:54 - 9:56
    Nós já estamos em toda parte.
  • 9:56 - 9:58
    Só precisamos nos organizar
  • 9:58 - 10:00
    e sermos motivados a começar a agir.
  • 10:00 - 10:03
    Nisso podemos aprender muito com Davinia,
  • 10:03 - 10:07
    que começou a agir
    como cidadã global em 2012.
  • 10:08 - 10:10
    O que ela fez foi isso.
  • 10:10 - 10:12
    Não foi nada complicado.
  • 10:12 - 10:14
    Ela começou a escrever cartas
  • 10:14 - 10:16
    e enviar e-mail
    para gabinetes de políticos.
  • 10:16 - 10:19
    Ela foi voluntária
    na sua comunidade local.
  • 10:19 - 10:22
    Foi aí que ela ficou
    ativa nas mídias sociais
  • 10:22 - 10:24
    e começou a juntar as moedas.
  • 10:24 - 10:26
    Muitas moedas.
  • 10:27 - 10:30
    Talvez não pareça muita coisa para você.
  • 10:30 - 10:32
    Como isso vai mudar alguma coisa?
  • 10:33 - 10:36
    Mudou muita coisa
    porque ela não estava sozinha.
  • 10:36 - 10:41
    As ações dela, junto de outros
    142 mil cidadãos globais,
  • 10:41 - 10:43
    fez o governo dos EUA
    dobrar o investimento
  • 10:43 - 10:45
    em parcerias globais pela educação.
  • 10:45 - 10:49
    E esse é o Dr. Raj Shah,
    chefe da USAID fazendo este anúncio.
  • 10:49 - 10:53
    Quando milhares de cidadãos globais
    inspiram-se mutuamente,
  • 10:53 - 10:56
    é incrível ver o seu poder coletivo.
  • 10:56 - 10:59
    Cidadãos globais como a Davinia
    ajudaram a convencer o Banco Mundial
  • 10:59 - 11:02
    a aumentar os investimentos
    em água e saneamento básico.
  • 11:02 - 11:06
    O presidente do Banco, Jim Kim,
    anunciou US$ 15 bilhões
  • 11:06 - 11:07
    no palco do Cidadão Global,
  • 11:07 - 11:11
    e o Primeiro Ministro da Índia,
    Modi, se comprometeu
  • 11:11 - 11:16
    a colocar um banheiro em toda casa
    e escola na Índia até 2019.
  • 11:16 - 11:21
    Cidadãos globais, encorajados
    pelo apresentador Stephen Colbert,
  • 11:21 - 11:24
    lançaram um tuitaço na Noruega.
  • 11:24 - 11:27
    Erna Solberg, a primeira ministra,
    recebeu a mensagem
  • 11:27 - 11:30
    e se comprometeu a dobrar
    o investimento em educação para meninas.
  • 11:30 - 11:33
    Cidadãos globais, junto com o Rotary,
  • 11:33 - 11:36
    apelaram aos governos do Canadá,
    Reino Unido e Austrália
  • 11:36 - 11:39
    para aumentar os investimentos
    na erradicação da poliomielite.
  • 11:39 - 11:43
    Eles se juntaram
    e alocaram US$ 665 milhões.
  • 11:44 - 11:46
    Mas, apesar desse momentum,
  • 11:47 - 11:50
    enfrentamos desafios gigantescos.
  • 11:50 - 11:52
    Vocês devem estar se perguntando:
  • 11:52 - 11:54
    "Como poderíamos convencer
    os líderes mundiais
  • 11:54 - 11:57
    a manter o foco em questões globais?"
  • 11:57 - 12:03
    Realmente, o poderoso político
    norteamericano Tip O'Neill disse:
  • 12:03 - 12:05
    "Toda política é local".
  • 12:06 - 12:09
    É isso que sempre elege políticos:
  • 12:09 - 12:12
    procurar, conseguir e manter o poder
  • 12:12 - 12:15
    por meio de medidas locais,
    no máximo nacionais.
  • 12:16 - 12:20
    Tive essa experiência
    pela primeira vez aos 21 anos.
  • 12:21 - 12:22
    Tive uma reunião
  • 12:23 - 12:27
    com o ministro das Relações Exteriores
    de então, não citarei nomes.
  • 12:28 - 12:29
    [Alexander Downer]
  • 12:29 - 12:31
    (Risos)
  • 12:32 - 12:36
    A portas fechadas, dividi com ele minha
    paixão por erradicar a pobreza extrema.
  • 12:36 - 12:39
    Eu disse: "Ministro, a Austrália
    tem essa oportunidade única
  • 12:39 - 12:42
    de ajudar a atingir os Objetivos
    de Desenvolvimento do Milênio.
  • 12:42 - 12:44
    Nós podemos fazer isso".
  • 12:44 - 12:45
    Ele hesitou,
  • 12:45 - 12:48
    olhou para mim de cima embaixo,
    com olhos frios e desdenhosos,
  • 12:48 - 12:50
    e disse: "Hugh,
  • 12:50 - 12:53
    que se exploda a ajuda internacional".
  • 12:53 - 12:55
    Só que ele não disse "exploda".
  • 12:56 - 12:57
    Não foi só isso.
  • 12:57 - 13:00
    Ele disse que precisávamos cuidar
    primeiro de nosso quintal.
  • 13:00 - 13:04
    Acredito que isso é um pensamento
    antiquado e até perigoso.
  • 13:04 - 13:06
    Ou, como diria meu falecido avô,
  • 13:06 - 13:08
    uma verdadeira balela.
  • 13:08 - 13:11
    O bairrismo nos dá uma falsa dicotomia,
  • 13:11 - 13:15
    porque coloca os pobres de um país
    contra os de outro país.
  • 13:15 - 13:18
    Finge que podemos isolar a nós,
    e nossos países, uns dos outros.
  • 13:19 - 13:23
    O mundo todo é o nosso quintal
    e desconsiderar isso é uma temeridade.
  • 13:23 - 13:26
    Veja o que aconteceu quando ignoramos
    Ruanda, quando ignoramos a Síria,
  • 13:26 - 13:28
    quando ignoramos as mudanças climáticas.
  • 13:28 - 13:31
    Políticos não deveriam
    querer que "se exploda"
  • 13:31 - 13:35
    porque o impacto das mudanças climáticas
    e da pobreza extrema bate à nossa porta.
  • 13:35 - 13:38
    Cidadãos globais compreendem isso.
  • 13:38 - 13:41
    Vivemos numa época
    que favorece o cidadão global,
  • 13:41 - 13:44
    numa era em que toda voz pode ser ouvida.
  • 13:44 - 13:47
    Lembram-se de quando os Objetivos
    de Desenvolvimento do Milênio
  • 13:47 - 13:49
    foram assinados em 2000?
  • 13:49 - 13:52
    O máximo que podíamos fazer
    era enviar uma carta
  • 13:52 - 13:54
    e esperar pela próxima eleição.
  • 13:54 - 13:56
    Não tínhamos mídias sociais.
  • 13:56 - 13:59
    Hoje, bilhões de cidadãos
    têm mais ferramentas,
  • 13:59 - 14:01
    mais acesso à informação,
  • 14:01 - 14:04
    mais capacidade
    para influenciar do que nunca.
  • 14:04 - 14:08
    Ambos os problemas e as ferramentas
    para solucioná-los estão na nossa frente.
  • 14:08 - 14:10
    O mundo mudou
  • 14:10 - 14:13
    e aqueles que olham
    para além de nossas fronteiras
  • 14:13 - 14:15
    estão no lado certo da história.
  • 14:16 - 14:18
    Então onde nós estamos?
  • 14:18 - 14:20
    Temos esse festival incrível,
  • 14:20 - 14:23
    temos algumas vitórias políticas grandes,
  • 14:23 - 14:25
    e cidadãos se registrando em todo o mundo.
  • 14:26 - 14:28
    Conseguimos realizar nossa missão?
  • 14:29 - 14:30
    Não.
  • 14:30 - 14:32
    Ainda temos muito pela frente.
  • 14:33 - 14:36
    Mas essa é a oportunidade que vejo.
  • 14:36 - 14:39
    O conceito de cidadão global,
  • 14:40 - 14:45
    evidente na sua lógica, mas até agora
    impraticável de várias formas,
  • 14:45 - 14:50
    coincidiu com esse momento específico
    em que temos o privilégio de viver.
  • 14:50 - 14:52
    Nós, enquanto cidadãos globais,
  • 14:52 - 14:56
    temos a oportunidade única de acelerar
    mudanças positivas de grande escala
  • 14:56 - 14:58
    ao redor do mundo.
  • 14:58 - 15:00
    Então nos próximos meses e anos,
  • 15:00 - 15:03
    cidadãos globais vão
    responsabilizar líderes mundiais
  • 15:03 - 15:06
    para que os Objetivos
    de Desenvolvimento Sustentável
  • 15:06 - 15:08
    sejam seguidos e implementados.
  • 15:08 - 15:11
    Cidadãos globais vão se juntar
    às maiores ONGs globais
  • 15:11 - 15:14
    para erradicar doenças
    como pólio e malária.
  • 15:14 - 15:17
    Cidadãos globais vão se registrar,
    em todos os cantos do mundo,
  • 15:17 - 15:20
    e aumentar a frequência, a qualidade
  • 15:20 - 15:22
    e o impacto de suas ações.
  • 15:23 - 15:25
    Esses sonhos são possíveis.
  • 15:26 - 15:28
    Imaginem um exército de milhões,
  • 15:28 - 15:30
    transformando-se em dezenas de milhões,
  • 15:30 - 15:34
    conectados, informados, engajados
  • 15:35 - 15:37
    e que não aceitarão "não" como resposta.
  • 15:38 - 15:40
    Ao longo dos anos,
  • 15:41 - 15:44
    tentei entrar em contato com Sonny Boy.
  • 15:45 - 15:47
    Infelizmente, não consegui.
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    Nos conhecemos
    muito antes das mídias sociais
  • 15:51 - 15:54
    e o seu endereço
    foi removido pelas autoridades,
  • 15:54 - 15:57
    como acontece frequentemente com favelas.
  • 15:58 - 16:01
    Adoraria encontrar com ele,
    onde quer que esteja,
  • 16:01 - 16:05
    e falar como o tempo que fiquei
    na Montanha Fumegante me inspirou.
  • 16:07 - 16:08
    Graças a ele e muitos outros,
  • 16:08 - 16:12
    compreendi a importância
    de fazer parte de um movimento de pessoas,
  • 16:13 - 16:16
    jovens dispostos a tirar o olhos da tela
    e voltarem-se para o mundo,
  • 16:17 - 16:18
    os cidadãos globais.
  • 16:19 - 16:22
    Cidadãos globais que resistem juntos,
  • 16:22 - 16:24
    que se perguntam "por quê"?,
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    que rejeitam os pessimistas,
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    que abraçam as possibilidades
    incríveis do mundo que compartilhamos.
  • 16:31 - 16:33
    Eu sou um cidadão global.
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    E você?
  • 16:35 - 16:36
    Obrigado.
  • 16:36 - 16:39
    (Aplausos)
Title:
O que significa ser um cidadão global?
Speaker:
Hugh Evans
Description:

Hugh Evans deu inicio a um movimento que mobiliza "cidadãos globais", pessoas que se identificam primeiramente não como membros de um Estado, de uma nação ou de uma tribo, mas como membros da humanidade. Nessa palestra edificante, aprendemos que esse novo entendimento de nosso lugar do mundo potencializa a tomada de ação por parte de indivíduos para enfrentar questões como pobreza extrema, mudanças climáticas, desigualdade de gênero, entre outras. "Essas são questões, em última instância, globais", diz Evans, "e só podem ser solucionadas, em última instância, por cidadãos globais exigindo soluções globais de seus líderes".

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
16:56

Portuguese, Brazilian subtitles

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