O que significa ser um cidadão global?
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0:01 - 0:04Quero apresentar-lhes uma mulher incrível.
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0:04 - 0:06O nome dela é Davinia.
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0:06 - 0:11Davinia nasceu na Jamaica,
aos 18 anos emigrou para os EUA -
0:11 - 0:14e agora vive pertinho de Washington.
-
0:14 - 0:17Ela não tem um cargo político
no alto escalão, -
0:17 - 0:19nem é uma lobista.
-
0:19 - 0:22Ela diria que é uma pessoa comum.
-
0:22 - 0:24Mas ela está causando
um impacto fora do comum. -
0:24 - 0:29O incrível sobre a Davinia é que ela está
disposta a gastar tempo a cada semana -
0:29 - 0:31concentrada em outras pessoas:
-
0:31 - 0:36pessoas que não moram no seu bairro,
no seu estado, nem mesmo no seu país. -
0:36 - 0:38Pessoas que ela provavelmente
nunca vai conhecer. -
0:38 - 0:40O impacto da Davinia
começou há alguns anos, -
0:40 - 0:43quando ela entrou em contato
com seus amigos pelo Facebook -
0:43 - 0:45e pediu que doassem suas moedas
-
0:45 - 0:47para conseguir fundos
para a educação de meninas. -
0:47 - 0:50Ela não esperava uma grande resposta,
-
0:50 - 0:53mas 700 mil moedas depois,
-
0:53 - 0:56ela mandou mais de 120 meninas à escola.
-
0:56 - 1:00Quando nos falamos semana passada,
ela disse que era meio malvista no banco -
1:00 - 1:05sempre que chegava com um carrinho
de compras cheio de moedas. -
1:05 - 1:08Davinia não trabalha sozinha.
-
1:08 - 1:09Longe disso.
-
1:10 - 1:12Ela faz parte de um movimento crescente.
-
1:12 - 1:15Tem um nome para pessoas como a Davinia:
-
1:15 - 1:16cidadãos globais.
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1:17 - 1:21Cidadão global é alguém
que se identifica primeiramente -
1:21 - 1:25não como membro de um Estado,
uma tribo ou uma nação, -
1:25 - 1:27mas como membro da humanidade,
-
1:27 - 1:32e como alguém que está preparado
para agir segundo essa crença, -
1:32 - 1:35para enfrentar os maiores
desafios do mundo. -
1:35 - 1:38Nosso trabalho é dedicado a encontrar,
-
1:38 - 1:41apoiar e acionar cidadãos globais.
-
1:41 - 1:43Eles existem em todos os países
-
1:43 - 1:45e em todos os grupos sociais.
-
1:45 - 1:47Quero convencê-los hoje
-
1:47 - 1:50de que o futuro do mundo
depende dos cidadãos globais. -
1:50 - 1:54Estou convencido de que se tivéssemos
mais cidadãos globais ativos no mundo, -
1:54 - 1:57cada um dos maiores desafios
que enfrentamos, -
1:57 - 2:01seja pobreza, mudanças climáticas
ou desigualdade de gênero, -
2:01 - 2:03essas questões poderiam ser resolvidas.
-
2:03 - 2:05Problemas, em última instância, globais,
-
2:05 - 2:08e só podem ser resolvidos,
em última instância, -
2:08 - 2:12por cidadãos globais exigindo
soluções globais de seus líderes. -
2:13 - 2:15A reação de algumas pessoas a essa ideia
-
2:15 - 2:19é considerar como utópica ou ameaçadora.
-
2:20 - 2:23Quero compartilhar
um pouco da minha história. -
2:23 - 2:24Sobre como cheguei aqui,
-
2:24 - 2:26como se conecta com a Davinia,
-
2:26 - 2:28e, espero, com vocês.
-
2:28 - 2:30Eu cresci em Melbourne, na Austrália.
-
2:30 - 2:33Eu era uma daquelas crianças irritantes
-
2:33 - 2:36que nunca parava de perguntar: "Por quê?"
-
2:36 - 2:37Talvez vocês tenham sido também.
-
2:37 - 2:41Perguntava à minha mãe
as perguntas mais irritantes. -
2:41 - 2:42Perguntava coisas como:
-
2:42 - 2:46"Mãe, por que não posso me fantasiar
e brincar com fantoches o dia todo?" -
2:46 - 2:48"Por que você quer batatas com o pedido?"
-
2:48 - 2:49"O que é um camarão?
-
2:49 - 2:52E por que sempre os jogamos
na churrasqueira?" -
2:52 - 2:53(Risos)
-
2:53 - 2:56"Mãe, e esse corte de cabelo. Por quê?"
-
2:56 - 2:57(Risos)
-
2:58 - 3:00O pior corte de cabelo, acho.
-
3:01 - 3:02Ainda é horrível.
-
3:02 - 3:06Enquanto criança questionadora,
eu achava que poderia mudar o mundo -
3:06 - 3:08e era impossível
me convencer do contrário. -
3:08 - 3:11Quando fiz 12 anos,
no primeiro ano do ensino médio, -
3:11 - 3:14comecei a juntar dinheiro para comunidades
nos países em desenvolvimento. -
3:14 - 3:16Éramos um grupo animado de crianças
-
3:16 - 3:19e juntamos mais dinheiro que todas
as outras escolas da Austrália. -
3:19 - 3:23Então ganhei a oportunidade
de ir às Filipinas aprender mais. -
3:23 - 3:25Era 1998.
-
3:25 - 3:29Fomos a uma favela na periferia de Manila.
-
3:29 - 3:32Foi lá que fiquei amigo do Sonny Boy,
-
3:32 - 3:36que morava, literalmente,
numa pilha fumegante de lixo. -
3:37 - 3:39"Montanha Fumegante", era como a chamavam.
-
3:39 - 3:41Não se deixem enganar
pela poesia do nome, -
3:41 - 3:43porque era nada menos
que um lixão grotesco -
3:43 - 3:48em que crianças como Sonny Boy
passavam horas, todos os dias, -
3:48 - 3:51procurando por algo de valor.
-
3:51 - 3:55Aquela noite com Sonny Boy e sua família
mudou a minha vida para sempre. -
3:55 - 3:57Quando chegou a hora de dormir,
-
3:57 - 4:00deitamos na laje de concreto,
que media metade do meu quarto, -
4:00 - 4:03eu, Sonny Boy e o resto da sua família.
-
4:03 - 4:05Sete pessoas numa linha,
-
4:05 - 4:07com o cheiro de lixo ao nosso redor
-
4:07 - 4:10e baratas por todos os lugares.
-
4:10 - 4:11Não preguei os olhos.
-
4:11 - 4:13Fiquei pensando comigo mesmo:
-
4:13 - 4:15"Por que alguém tem que viver assim
-
4:15 - 4:17enquanto eu tenho tanto?
-
4:17 - 4:20Por que a capacidade do Sonny Boy
de viver os sonhos dele -
4:20 - 4:22deve ser determinada por onde ele nasceu,
-
4:22 - 4:25ou o que Warren Buffet chamou
de 'loteria dos ovários'"? -
4:25 - 4:27Eu não conseguia entender.
-
4:27 - 4:29Eu precisava entender o porquê.
-
4:30 - 4:32Só depois eu compreendi
-
4:32 - 4:34que a pobreza que eu tinha
visto nas Filipinas -
4:34 - 4:39era resultado de decisões
tomadas ou não por pessoas. -
4:39 - 4:42Por uma sucessão de poderes coloniais
e governos corruptos -
4:42 - 4:45que tinham tudo, menos os interesses
do Sonny Boy, como prioridade. -
4:45 - 4:49Eles não criaram a Montanha Fumegante,
mas era como se o tivessem feito. -
4:49 - 4:52Se quisermos ajudar
crianças como Sonny Boy, -
4:52 - 4:55não adiantaria só enviar alguns dólares
-
4:55 - 4:58ou tentar limpar o aterro em que ele vive,
-
4:58 - 5:00porque o coração do problema
está em outro lugar. -
5:00 - 5:04Trabalhei em projetos de desenvolvimento
comunitário nos anos seguintes, -
5:04 - 5:06tentando construir escolas,
-
5:06 - 5:09treinar professores,
enfrentar o HIV e a AIDS, -
5:09 - 5:11e entendi que desenvolvimento comunitário
-
5:11 - 5:14deve ser conduzido
pelas próprias comunidades. -
5:14 - 5:18E embora caridade seja
necessária, não é o suficiente. -
5:18 - 5:20Precisamos confrontar esses desafios
-
5:20 - 5:22numa escala global e de forma sistêmica.
-
5:22 - 5:24O melhor que eu poderia fazer
-
5:24 - 5:27era tentar mobilizar um grande
grupo de pessoas no meu país -
5:27 - 5:31e insistir que nossos líderes
se engajassem nessa mudança sistemática. -
5:31 - 5:33É por isso que, anos depois,
-
5:33 - 5:36me juntei a um grupo
de colegas da faculdade -
5:36 - 5:39para trazer a campanha
"Make Poverty History" para a Austrália. -
5:39 - 5:43Sonhávamos em organizar um show,
-
5:43 - 5:47na mesma época do encontro do G20,
com alguns artistas australianos -
5:47 - 5:48e, um belo dia, a coisa explodiu.
-
5:48 - 5:52Recebemos ligações do Bono,
do The Edge e Pearl Jam -
5:52 - 5:55que concordaram em ser o evento principal.
-
5:55 - 5:58Fiquei um pouquinho animado,
como podem ver. -
5:58 - 6:00(Risos)
-
6:00 - 6:01Para nossa surpresa,
-
6:01 - 6:04o governo australiano
ouviu nossa voz coletiva -
6:04 - 6:08e concordaram em duplicar o investimento
em saúde e desenvolvimento globais. -
6:08 - 6:11Um aumento de US$ 6,2 bilhões.
-
6:11 - 6:12Parecia...
-
6:12 - 6:15(Aplausos)
-
6:17 - 6:20Pareceu uma legitimação incrível.
-
6:20 - 6:23Ao juntar cidadãos,
convencemos nosso governo -
6:23 - 6:24a fazer o impensável:
-
6:24 - 6:28agir para resolver um problema
muito além de nossas fronteiras. -
6:29 - 6:30Aí está o problema:
-
6:31 - 6:33não durou muito tempo.
-
6:33 - 6:35Houve uma mudança de governo
-
6:35 - 6:38e, seis anos depois,
todo aquele dinheiro adicional -
6:38 - 6:39desapareceu.
-
6:40 - 6:41O que aprendemos?
-
6:42 - 6:45Aprendemos que aumentos pontuais
não são suficientes. -
6:45 - 6:48Precisávamos de um movimento sustentável,
-
6:48 - 6:52não suscetível a flutuações
no humor de um político -
6:52 - 6:54ou a suspeitas de crise econômica.
-
6:54 - 6:56E isso precisava acontecer no mundo todo.
-
6:56 - 7:00Caso contrário, cada governo individual
teria esse mecanismo interno de desculpa -
7:00 - 7:04de que não poderiam carregar
o peso da ação global sozinhos. -
7:05 - 7:08E foi nisso que embarcamos.
-
7:08 - 7:11Quando embarcamos nesse desafio,
perguntamos a nós mesmos: -
7:11 - 7:15"Como podemos conseguir
pressão suficiente e um exército grande -
7:15 - 7:17para vencer essas lutas no longo prazo?"
-
7:17 - 7:20Só conseguimos pensar numa forma.
-
7:20 - 7:23Precisávamos transformar
a animação de curto prazo -
7:23 - 7:26das pessoas envolvidas
com a campanha "Make Poverty History" -
7:26 - 7:28em dedicação de longo prazo.
-
7:28 - 7:30Precisava fazer parte da identidade delas.
-
7:30 - 7:35Em 2012, fundamos uma organização
cujo objetivo é exatamente esse. -
7:36 - 7:38E só poderia ter um nome:
-
7:38 - 7:40Cidadão Global.
-
7:40 - 7:43Mas isso não se trata
de uma organização apenas. -
7:43 - 7:46Trata-se de cidadãos decidindo agir.
-
7:46 - 7:48E dados de pesquisas nos dizem
-
7:48 - 7:52que da população total
que se preocupa com problemas globais, -
7:52 - 7:56só 18% decidiu fazer algo.
-
7:56 - 7:59Não que as pessoas não queiram agir.
-
7:59 - 8:01Normalmente, elas não sabem como agir.
-
8:01 - 8:04Ou acreditam que suas ações
não terão efeitos. -
8:04 - 8:08Então tínhamos que recrutar
e ativar milhões de cidadãos, -
8:08 - 8:09em dezenas de países,
-
8:09 - 8:13para pressionar seus líderes
a se comportar de forma altruísta. -
8:13 - 8:16Enquanto fazíamos isso,
descobrimos algo emocionante. -
8:16 - 8:19Quando você faz
da cidadania global sua missão, -
8:19 - 8:23você se encontra, de repente,
com alguns aliados extraordinários. -
8:23 - 8:27Pobreza extrema não é a única questão
que é fundamentalmente global. -
8:27 - 8:28As mudanças climáticas também são.
-
8:28 - 8:31Direitos humanos, igualdade de gênero,
-
8:31 - 8:33até mesmo conflitos.
-
8:33 - 8:35Estávamos lado a lado
-
8:35 - 8:39com pessoas dedicadas
a todas essas questões relacionadas. -
8:39 - 8:43Mas como conseguimos recrutar
e engajar esses cidadãos globais? -
8:43 - 8:47Bem, usamos a linguagem universal:
-
8:47 - 8:48música.
-
8:48 - 8:51Lançamos o "Global Citizen Festival"
-
8:51 - 8:53no coração de Nova York, no Central Park,
-
8:53 - 8:57e convencemos alguns dos maiores
artistas do mundo a participar. -
8:57 - 9:00Fizemos com que os festivais coincidissem
-
9:00 - 9:02com reuniões da Assembleia Geral da ONU.
-
9:02 - 9:04Então os líderes que precisavam
ouvir nossas vozes -
9:04 - 9:06não poderiam nos ignorar.
-
9:07 - 9:08Mas tinha uma pegadinha:
-
9:09 - 9:11você não podia comprar um ingresso.
-
9:11 - 9:12Você tinha que merecer.
-
9:12 - 9:15Tinha que agir em benefício
de uma causa global -
9:15 - 9:19e só quando tivesse feito isso,
poderia ganhar pontos para se qualificar. -
9:19 - 9:22O ativismo é a moeda.
-
9:22 - 9:27Não me interessava na cidadania
como algo apenas para se sentir bem. -
9:27 - 9:31Para mim, cidadania significa agir
e foi isso que exigimos. -
9:31 - 9:33Surpreendentemente, funcionou.
-
9:33 - 9:37Ano passado, mais de 155 mil cidadãos,
só na área de Nova York, -
9:37 - 9:39conseguiram pontos suficientes.
-
9:39 - 9:44Globalmente, temos cidadãos cadastrados
de mais de 150 países ao redor do mundo. -
9:44 - 9:47Ano passado, cadastramos
mais de 100 mil membros novos -
9:47 - 9:49toda semana, o ano inteiro.
-
9:50 - 9:54Não precisamos criar
cidadãos globais do nada. -
9:54 - 9:56Nós já estamos em toda parte.
-
9:56 - 9:58Só precisamos nos organizar
-
9:58 - 10:00e sermos motivados a começar a agir.
-
10:00 - 10:03Nisso podemos aprender muito com Davinia,
-
10:03 - 10:07que começou a agir
como cidadã global em 2012. -
10:08 - 10:10O que ela fez foi isso.
-
10:10 - 10:12Não foi nada complicado.
-
10:12 - 10:14Ela começou a escrever cartas
-
10:14 - 10:16e enviar e-mail
para gabinetes de políticos. -
10:16 - 10:19Ela foi voluntária
na sua comunidade local. -
10:19 - 10:22Foi aí que ela ficou
ativa nas mídias sociais -
10:22 - 10:24e começou a juntar as moedas.
-
10:24 - 10:26Muitas moedas.
-
10:27 - 10:30Talvez não pareça muita coisa para você.
-
10:30 - 10:32Como isso vai mudar alguma coisa?
-
10:33 - 10:36Mudou muita coisa
porque ela não estava sozinha. -
10:36 - 10:41As ações dela, junto de outros
142 mil cidadãos globais, -
10:41 - 10:43fez o governo dos EUA
dobrar o investimento -
10:43 - 10:45em parcerias globais pela educação.
-
10:45 - 10:49E esse é o Dr. Raj Shah,
chefe da USAID fazendo este anúncio. -
10:49 - 10:53Quando milhares de cidadãos globais
inspiram-se mutuamente, -
10:53 - 10:56é incrível ver o seu poder coletivo.
-
10:56 - 10:59Cidadãos globais como a Davinia
ajudaram a convencer o Banco Mundial -
10:59 - 11:02a aumentar os investimentos
em água e saneamento básico. -
11:02 - 11:06O presidente do Banco, Jim Kim,
anunciou US$ 15 bilhões -
11:06 - 11:07no palco do Cidadão Global,
-
11:07 - 11:11e o Primeiro Ministro da Índia,
Modi, se comprometeu -
11:11 - 11:16a colocar um banheiro em toda casa
e escola na Índia até 2019. -
11:16 - 11:21Cidadãos globais, encorajados
pelo apresentador Stephen Colbert, -
11:21 - 11:24lançaram um tuitaço na Noruega.
-
11:24 - 11:27Erna Solberg, a primeira ministra,
recebeu a mensagem -
11:27 - 11:30e se comprometeu a dobrar
o investimento em educação para meninas. -
11:30 - 11:33Cidadãos globais, junto com o Rotary,
-
11:33 - 11:36apelaram aos governos do Canadá,
Reino Unido e Austrália -
11:36 - 11:39para aumentar os investimentos
na erradicação da poliomielite. -
11:39 - 11:43Eles se juntaram
e alocaram US$ 665 milhões. -
11:44 - 11:46Mas, apesar desse momentum,
-
11:47 - 11:50enfrentamos desafios gigantescos.
-
11:50 - 11:52Vocês devem estar se perguntando:
-
11:52 - 11:54"Como poderíamos convencer
os líderes mundiais -
11:54 - 11:57a manter o foco em questões globais?"
-
11:57 - 12:03Realmente, o poderoso político
norteamericano Tip O'Neill disse: -
12:03 - 12:05"Toda política é local".
-
12:06 - 12:09É isso que sempre elege políticos:
-
12:09 - 12:12procurar, conseguir e manter o poder
-
12:12 - 12:15por meio de medidas locais,
no máximo nacionais. -
12:16 - 12:20Tive essa experiência
pela primeira vez aos 21 anos. -
12:21 - 12:22Tive uma reunião
-
12:23 - 12:27com o ministro das Relações Exteriores
de então, não citarei nomes. -
12:28 - 12:29[Alexander Downer]
-
12:29 - 12:31(Risos)
-
12:32 - 12:36A portas fechadas, dividi com ele minha
paixão por erradicar a pobreza extrema. -
12:36 - 12:39Eu disse: "Ministro, a Austrália
tem essa oportunidade única -
12:39 - 12:42de ajudar a atingir os Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio. -
12:42 - 12:44Nós podemos fazer isso".
-
12:44 - 12:45Ele hesitou,
-
12:45 - 12:48olhou para mim de cima embaixo,
com olhos frios e desdenhosos, -
12:48 - 12:50e disse: "Hugh,
-
12:50 - 12:53que se exploda a ajuda internacional".
-
12:53 - 12:55Só que ele não disse "exploda".
-
12:56 - 12:57Não foi só isso.
-
12:57 - 13:00Ele disse que precisávamos cuidar
primeiro de nosso quintal. -
13:00 - 13:04Acredito que isso é um pensamento
antiquado e até perigoso. -
13:04 - 13:06Ou, como diria meu falecido avô,
-
13:06 - 13:08uma verdadeira balela.
-
13:08 - 13:11O bairrismo nos dá uma falsa dicotomia,
-
13:11 - 13:15porque coloca os pobres de um país
contra os de outro país. -
13:15 - 13:18Finge que podemos isolar a nós,
e nossos países, uns dos outros. -
13:19 - 13:23O mundo todo é o nosso quintal
e desconsiderar isso é uma temeridade. -
13:23 - 13:26Veja o que aconteceu quando ignoramos
Ruanda, quando ignoramos a Síria, -
13:26 - 13:28quando ignoramos as mudanças climáticas.
-
13:28 - 13:31Políticos não deveriam
querer que "se exploda" -
13:31 - 13:35porque o impacto das mudanças climáticas
e da pobreza extrema bate à nossa porta. -
13:35 - 13:38Cidadãos globais compreendem isso.
-
13:38 - 13:41Vivemos numa época
que favorece o cidadão global, -
13:41 - 13:44numa era em que toda voz pode ser ouvida.
-
13:44 - 13:47Lembram-se de quando os Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio -
13:47 - 13:49foram assinados em 2000?
-
13:49 - 13:52O máximo que podíamos fazer
era enviar uma carta -
13:52 - 13:54e esperar pela próxima eleição.
-
13:54 - 13:56Não tínhamos mídias sociais.
-
13:56 - 13:59Hoje, bilhões de cidadãos
têm mais ferramentas, -
13:59 - 14:01mais acesso à informação,
-
14:01 - 14:04mais capacidade
para influenciar do que nunca. -
14:04 - 14:08Ambos os problemas e as ferramentas
para solucioná-los estão na nossa frente. -
14:08 - 14:10O mundo mudou
-
14:10 - 14:13e aqueles que olham
para além de nossas fronteiras -
14:13 - 14:15estão no lado certo da história.
-
14:16 - 14:18Então onde nós estamos?
-
14:18 - 14:20Temos esse festival incrível,
-
14:20 - 14:23temos algumas vitórias políticas grandes,
-
14:23 - 14:25e cidadãos se registrando em todo o mundo.
-
14:26 - 14:28Conseguimos realizar nossa missão?
-
14:29 - 14:30Não.
-
14:30 - 14:32Ainda temos muito pela frente.
-
14:33 - 14:36Mas essa é a oportunidade que vejo.
-
14:36 - 14:39O conceito de cidadão global,
-
14:40 - 14:45evidente na sua lógica, mas até agora
impraticável de várias formas, -
14:45 - 14:50coincidiu com esse momento específico
em que temos o privilégio de viver. -
14:50 - 14:52Nós, enquanto cidadãos globais,
-
14:52 - 14:56temos a oportunidade única de acelerar
mudanças positivas de grande escala -
14:56 - 14:58ao redor do mundo.
-
14:58 - 15:00Então nos próximos meses e anos,
-
15:00 - 15:03cidadãos globais vão
responsabilizar líderes mundiais -
15:03 - 15:06para que os Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável -
15:06 - 15:08sejam seguidos e implementados.
-
15:08 - 15:11Cidadãos globais vão se juntar
às maiores ONGs globais -
15:11 - 15:14para erradicar doenças
como pólio e malária. -
15:14 - 15:17Cidadãos globais vão se registrar,
em todos os cantos do mundo, -
15:17 - 15:20e aumentar a frequência, a qualidade
-
15:20 - 15:22e o impacto de suas ações.
-
15:23 - 15:25Esses sonhos são possíveis.
-
15:26 - 15:28Imaginem um exército de milhões,
-
15:28 - 15:30transformando-se em dezenas de milhões,
-
15:30 - 15:34conectados, informados, engajados
-
15:35 - 15:37e que não aceitarão "não" como resposta.
-
15:38 - 15:40Ao longo dos anos,
-
15:41 - 15:44tentei entrar em contato com Sonny Boy.
-
15:45 - 15:47Infelizmente, não consegui.
-
15:49 - 15:51Nos conhecemos
muito antes das mídias sociais -
15:51 - 15:54e o seu endereço
foi removido pelas autoridades, -
15:54 - 15:57como acontece frequentemente com favelas.
-
15:58 - 16:01Adoraria encontrar com ele,
onde quer que esteja, -
16:01 - 16:05e falar como o tempo que fiquei
na Montanha Fumegante me inspirou. -
16:07 - 16:08Graças a ele e muitos outros,
-
16:08 - 16:12compreendi a importância
de fazer parte de um movimento de pessoas, -
16:13 - 16:16jovens dispostos a tirar o olhos da tela
e voltarem-se para o mundo, -
16:17 - 16:18os cidadãos globais.
-
16:19 - 16:22Cidadãos globais que resistem juntos,
-
16:22 - 16:24que se perguntam "por quê"?,
-
16:25 - 16:26que rejeitam os pessimistas,
-
16:27 - 16:30que abraçam as possibilidades
incríveis do mundo que compartilhamos. -
16:31 - 16:33Eu sou um cidadão global.
-
16:33 - 16:34E você?
-
16:35 - 16:36Obrigado.
-
16:36 - 16:39(Aplausos)
- Title:
- O que significa ser um cidadão global?
- Speaker:
- Hugh Evans
- Description:
-
Hugh Evans deu inicio a um movimento que mobiliza "cidadãos globais", pessoas que se identificam primeiramente não como membros de um Estado, de uma nação ou de uma tribo, mas como membros da humanidade. Nessa palestra edificante, aprendemos que esse novo entendimento de nosso lugar do mundo potencializa a tomada de ação por parte de indivíduos para enfrentar questões como pobreza extrema, mudanças climáticas, desigualdade de gênero, entre outras. "Essas são questões, em última instância, globais", diz Evans, "e só podem ser solucionadas, em última instância, por cidadãos globais exigindo soluções globais de seus líderes".
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:56
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