Como os EUA deveriam usar o seu estatuto de superpotência
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0:01 - 0:03Quando vocês vêm à TEDx,
pensam sempre em tecnologia, -
0:03 - 0:06em mudanças no mundo,
em tornarem-se mais inovadores. -
0:06 - 0:07Pensam nos veículos automáticos.
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0:07 - 0:11Toda a gente fala
sobre carros automáticos hoje em dia -
0:11 - 0:14e eu adoro o conceito
de um carro automático, -
0:14 - 0:18mas quando entrar num, sabem,
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0:18 - 0:20quero que ande muito devagar,
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0:20 - 0:25quero ter acesso ao volante
e ao travão, por via das dúvidas. -
0:26 - 0:29Vocês não sei, mas eu não estou
preparado para um autocarro automático. -
0:31 - 0:34Não estou preparado
para um avião automático. -
0:35 - 0:37E um mundo automático?
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0:38 - 0:40E pergunto-vos isso
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0:40 - 0:43porque estamos cada vez mais
num mundo desses. -
0:45 - 0:47Não é suposto ser assim.
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0:47 - 0:49Somos o número um,
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0:49 - 0:52os EUA são grandes e lideram.
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0:53 - 0:57Americanização e globalização,
durante as últimas gerações, -
0:57 - 1:00têm sido praticamente a mesma coisa.
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1:00 - 1:04Certo? Quer seja
a Organização Mundial do Comércio -
1:04 - 1:06ou o FMI, o Banco Mundial,
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1:06 - 1:08os Acordos de Bretton Woods sobre a moeda,
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1:08 - 1:10estas são instituições norte-americanas,
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1:10 - 1:14os nossos valores, amigos, aliados,
o nosso dinheiro, as nossas normas. -
1:15 - 1:18Esta era a maneira
como o mundo funcionava. -
1:18 - 1:23Portanto é interessante,
se quiserem ver a imagem dos EUA. -
1:23 - 1:24É assim.
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1:24 - 1:28Esta é a nossa perspetiva
de como o mundo é gerido. -
1:28 - 1:31O Presidente Obama
tem a passadeira vermelha, -
1:31 - 1:32desce do Air Force One
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1:32 - 1:35e é um sentimento agradável,
é um sentimento de conforto. -
1:35 - 1:39Não sei quantos de vocês assistiram
à viagem à China na semana passada -
1:39 - 1:41e ao G20.
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1:41 - 1:43Meu Deus. Não é?
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1:43 - 1:45Foi assim que aterrámos
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1:45 - 1:48para o encontro mais importante
de líderes mundiais na China. -
1:48 - 1:53A Conselheira para a Segurança Nacional
até estava a dizer palavrões na pista. -
1:54 - 1:56Não havia passadeira vermelha,
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1:56 - 1:58deixaram de fora a parte de trás do avião
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1:58 - 2:01juntamente com os "media"
e o resto das pessoas. -
2:02 - 2:04Mais tarde no G20.
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2:04 - 2:06bem, ali está Obama.
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2:06 - 2:08(Risos)
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2:08 - 2:09Olá, George.
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2:10 - 2:11Olá, Norman.
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2:12 - 2:16Parece que estão
prestes a lutar, não é? -
2:16 - 2:19E foi o que aconteceu. Durante
90 minutos e falaram sobre a Síria. -
2:19 - 2:21Era sobre isso que Putin queria falar.
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2:21 - 2:23É ele que cada vez mais dita as regras.
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2:23 - 2:26É ele que está disposto a fazer algo lá.
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2:26 - 2:30Não há muito apreço ou confiança mútuos
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2:30 - 2:33mas não é como se os norte-americanos
estivessem a dizer-lhe o que fazer. -
2:33 - 2:35E quando todos os 20 se juntam?
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2:35 - 2:37Certamente que quando
os líderes estão todos no palco -
2:37 - 2:39os norte-americanos
fazem a sua parte. -
2:39 - 2:41Uh-oh.
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2:41 - 2:43(Risos)
-
2:44 - 2:47Xi Jinping parece bem.
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2:47 - 2:49Angela Merkel tem — tem sempre —
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2:49 - 2:51aquela expressão, ela faz sempre isso.
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2:51 - 2:54Mas Putin está a dizer
ao presidente turco Erdogan o que fazer, -
2:54 - 2:59e Obama só pensa:
"O que está a acontecer ali?" -
3:00 - 3:03Vejam . E o problema
é que não é um G20, -
3:03 - 3:07o problema é que é um mundo G-Zero
em que nós vivemos, -
3:07 - 3:12uma ordem mundial onde não
há um único país ou aliança -
3:12 - 3:15que possa fazer frente
aos desafios de liderança global. -
3:15 - 3:17O G20 não funciona,
-
3:18 - 3:21o G7, todos os nossos amigos,
já passou à história. -
3:22 - 3:24E assim a globalização continua.
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3:24 - 3:28Bens, serviços, pessoas
e capital atravessam as nossas fronteiras -
3:28 - 3:30mais rápido do que nunca
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3:30 - 3:33mas a americanização não.
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3:34 - 3:35Portanto se vos convenci disso,
-
3:35 - 3:38quero fazer duas coisas
durante o resto desta palestra. -
3:38 - 3:42Quero falar
sobre as implicações disso -
3:42 - 3:43para todo o mundo.
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3:43 - 3:45Falarei do mundo todo.
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3:45 - 3:46E depois quero falar sobre
-
3:46 - 3:49o que pensamos aqui
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3:49 - 3:52nos EUA e em Nova Iorque.
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3:52 - 3:55Então porquê? Quais são as implicações?
Porque estamos aqui? -
3:55 - 3:57Bem, estamos aqui
-
3:57 - 4:00porque os EUA,
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4:00 - 4:04nós gastamos dois biliões de dólares
em guerras no Iraque e no Afeganistão -
4:04 - 4:05que foram um fracasso.
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4:06 - 4:07Não queremos mais fazer isso.
-
4:07 - 4:11Temos grandes quantidades
de classes médias e trabalhadoras -
4:11 - 4:15que sentem que não beneficiaram
das promessas de globalização, -
4:15 - 4:17portanto não a querem ver acontecer.
-
4:18 - 4:20E temos uma revolução da energia
-
4:20 - 4:23em que não precisamos da OPEP
ou do Médio Oriente como costumávamos. -
4:24 - 4:26Produzimos tudo isso
aqui mesmo nos Estados Unidos. -
4:26 - 4:31Portanto, os norte-americanos não querem
ser os "xerifes" globais para a segurança -
4:31 - 4:33ou os arquitetos do comércio mundial.
-
4:33 - 4:37Os norte-americanos nem sequer querem
ser a claque de apoio aos valores globais. -
4:37 - 4:41Bem, e depois olham para a Europa,
-
4:41 - 4:43e a aliança mais
importante do mundo -
4:43 - 4:46tem sido a relação transatlântica.
-
4:46 - 4:50Mas está mais fraca agora do que alguma
vez esteve desde a II Guerra Mundial, -
4:50 - 4:53todas as crises,
as discussões sobre o Brexit, -
4:53 - 4:57a falta de clareza
entre franceses e russos, -
4:57 - 5:00ou alemães e turcos
ou britânicos e chineses. -
5:01 - 5:03A China quer assumir
um maior papel de liderança. -
5:03 - 5:06E tem, mas apenas na esfera económica
-
5:06 - 5:09e quer os seus próprios valores,
normas, moeda, -
5:09 - 5:11em competição com os dos EUA.
-
5:11 - 5:13Os russos querem assumir
um maior papel de liderança. -
5:13 - 5:15Pode-se ver isso na Ucrânia,
-
5:15 - 5:18nos estados bálticos, no Médio Oriente,
-
5:18 - 5:20mas não com os norte-americanos.
-
5:20 - 5:23Eles querem as suas
próprias preferências e ordem. -
5:23 - 5:25É por isso que estamos onde estamos.
-
5:25 - 5:29Então o que acontece daqui para a frente?
-
5:29 - 5:31Vamos começar pelo mais fácil,
-
5:31 - 5:33pelo Médio Oriente.
-
5:33 - 5:35(Risos)
-
5:37 - 5:39Sabem, eu excluí algumas coisas,
-
5:39 - 5:42mas vocês conseguem
perceber a ideia geral. -
5:43 - 5:44Vejam, há três razões
-
5:44 - 5:49pelas quais o Médio Oriente
tem tido a estabilidade que tem. Certo? -
5:49 - 5:53Uma é porque havia
uma disposição para fornecer -
5:53 - 5:57algum tipo de segurança militar
por parte dos EUA e dos aliados. -
5:57 - 6:01Segundo, era fácil retirar
muito dinheiro fácil do chão -
6:01 - 6:03porque o petróleo era caro.
-
6:03 - 6:04E, em terceiro lugar,
-
6:04 - 6:09não importa o quão maus eram os líderes,
as populações estavam relativamente calmas -
6:09 - 6:12Elas não tinham a capacidade,
e muitas não tinham a vontade, -
6:12 - 6:14de verdadeiramente se insurgirem.
-
6:14 - 6:16Posso dizer-vos que, num mundo G-Zero,
-
6:16 - 6:20todas essas três coisas
estão cada vez mais incorretas -
6:20 - 6:22e daí vêm os estados falhados,
-
6:22 - 6:25o terrorismo, refugiados e o resto.
-
6:25 - 6:28Estará todo
o Médio Oriente a desmoronar-se? -
6:28 - 6:31Não, os curdos irão melhorar
e o Iraque, Israel, Irão com o tempo. -
6:31 - 6:34Mas falando de forma geral,
a situação não é muito positiva. -
6:34 - 6:37Muito bem, e este indivíduo?
-
6:37 - 6:40Ele está a sair-se bem,
apesar das fraquezas. -
6:40 - 6:43Sem dúvida que
ele está a superar as expetativas. -
6:43 - 6:46Mas a longo prazo —
não era isso que eu queria dizer. -
6:46 - 6:50Mas a longo prazo, a longo prazo,
-
6:50 - 6:52se pensam que os russos
-
6:52 - 6:57foram antagonizados pelos EUA e a Europa
a alargar a OTAN mesmo até à sua fronteira -
6:57 - 6:59ainda que tenhamos dito que não o faríamos
-
6:59 - 7:01e a UE gradualmente
avançando na sua direção, -
7:01 - 7:05esperem até que os chineses invistam
centenas de milhares de milhões de dólares -
7:05 - 7:09em todos os países à volta da Rússia
onde eles pensavam ter influência. -
7:09 - 7:12Os chineses vão dominar.
Os russos ficam apenas com os restos. -
7:12 - 7:18No mundo do G-Zero, vai ser uma
década muito complicada para o Sr. Putin. -
7:21 - 7:24Nem tudo é mau. Certo?
-
7:24 - 7:26A Ásia parece estar muito melhor.
-
7:26 - 7:29Há verdadeiros líderes por toda a Ásia,
-
7:29 - 7:31têm muita estabilidade política.
-
7:31 - 7:33Irão estar lá durante algum tempo.
-
7:33 - 7:35O Sr. Modi na Índia,
-
7:35 - 7:39o Sr. Abe, que irá provavelmente
seguir para um terceiro mandato -
7:39 - 7:41no Partido Liberal Democrata do Japão,
-
7:41 - 7:44claro Xi Jinping
que está a consolidar imenso poder, -
7:44 - 7:47o líder mais poderoso da China
-
7:47 - 7:48desde Mao.
-
7:48 - 7:52Essas são as três
economias mais importantes da Ásia. -
7:52 - 7:53Vejam, há problemas na Ásia.
-
7:53 - 7:56Vemos a disputa
pelo Mar da China Meridional. -
7:56 - 7:59Vemos que Kim Jong Un,
só nos últimos dias, -
7:59 - 8:02já testou outra arma nuclear.
-
8:02 - 8:06Mas os líderes da Ásia
não sentem a necessidade -
8:06 - 8:08de empunhar a bandeira,
-
8:08 - 8:10de se tornarem xenófobos,
-
8:10 - 8:13de permitirem o agravamento
-
8:13 - 8:15das tensões geopolíticas
e transfronteiriças. -
8:15 - 8:21Eles querem concentrar-se na estabilidade
e crescimento económicos a longo prazo. -
8:21 - 8:23E é isso que estão realmente a fazer.
-
8:24 - 8:25Voltemo-nos para a Europa.
-
8:26 - 8:29A Europa parece realmente um bocado
amedrontada neste ambiente. -
8:29 - 8:31Tanto do que está a
acontecer no Médio Oriente -
8:31 - 8:36está literalmente
a dar à costa na Europa. -
8:36 - 8:40Veem o Brexit e veem
a inquietação com o populismo -
8:40 - 8:43por todos os estados europeus.
-
8:43 - 8:46Deixem-me dizer-vos que, a longo prazo,
-
8:46 - 8:48num mundo G-Zero,
-
8:48 - 8:52vai-se pensar que a expansão
europeia já foi longe demais. -
8:53 - 8:56A Europa foi mesmo até acima à Rússia,
foi mesmo até abaixo ao Médio Oriente, -
8:56 - 9:00e se o mundo estivesse realmente a
tornar-se mais plano e mais americanizado, -
9:00 - 9:02isso não seria um problema tão grave,
-
9:02 - 9:06mas num mundo G-Zero,
esses países mais perto da Rússia -
9:06 - 9:07e mais perto do Médio Oriente
-
9:07 - 9:11têm realmente
capacidades económicas diferentes, -
9:11 - 9:13estabilidade social diferente
-
9:13 - 9:17e preferências políticas e sistemas
diferentes do que a Europa. -
9:17 - 9:20Portanto a Europa foi capaz
de verdadeiramente se expandir -
9:20 - 9:22sob o G7
-
9:22 - 9:24mas sob o G-Zero,
a Europa tornar-se-á mais pequena. -
9:24 - 9:28O núcleo da Europa à volta
da Alemanha e França e outros -
9:29 - 9:33irá continuar a funcionar,
a ser estável, rico, integrado. -
9:33 - 9:34Mas a periferia,
-
9:34 - 9:36países como a Grécia,
a Turquia e outros, -
9:37 - 9:39não terão um futuro muito risonho.
-
9:40 - 9:43Na América Latina, muito populismo
-
9:43 - 9:46fez com que as coisas
corressem mal para as economias. -
9:46 - 9:48Eles opuseram-se mais
aos EUA durante décadas. -
9:49 - 9:50Estão progressivamente a voltar.
-
9:50 - 9:52Vemos isso na Argentina.
-
9:52 - 9:54Vemos isso na abertura com Cuba.
-
9:54 - 9:57Iremos ver isso na Venezuela
quando o governo de Maduro cair. -
9:57 - 10:00Iremos ver isso no Brasil
depois do "impeachment" -
10:00 - 10:04e quando finalmente virmos
a eleição de um novo presidente legítimo. -
10:05 - 10:08O único lugar que veem
que está a caminhar noutra direção -
10:08 - 10:11é a impopularidade
do presidente mexicano Peña Nieto. -
10:11 - 10:15Aí poderão ver realmente
um distanciamento em relação aos EUA -
10:15 - 10:17ao longo dos próximos anos.
-
10:17 - 10:20A eleição nos EUA terá
grande impacto nisso, também. -
10:20 - 10:21(Risos)
-
10:22 - 10:23África, certo?
-
10:23 - 10:27Muitas pessoas têm dito que
esta será finalmente a década de África. -
10:27 - 10:30Num mundo G-Zero,
é uma altura absolutamente fantástica -
10:30 - 10:32para alguns países africanos,
-
10:32 - 10:35os que são bem governados
com alta taxa de urbanização, -
10:35 - 10:38muitas pessoas inteligentes,
mulheres a fazerem parte da força laboral, -
10:38 - 10:40o empreendedorismo a dar um salto.
-
10:40 - 10:43Mas para a maioria dos países de África,
-
10:43 - 10:45o futuro é mais incerto:
-
10:45 - 10:48condições climáticas extremas,
-
10:48 - 10:52radicalismo proveniente do Islão
e do Cristianismo, -
10:52 - 10:54governações muito fracas,
-
10:54 - 10:57fronteiras impossíveis de defender,
muita migração forçada. -
10:57 - 10:59Estes países podem desaparecer do mapa.
-
10:59 - 11:03Portanto irão assistir
a uma segregação extrema -
11:03 - 11:06entre os vencedores
e os perdedores por toda a África. -
11:06 - 11:10Por fim, de volta aos EUA,
-
11:10 - 11:12O que penso sobre nós?
-
11:12 - 11:15Por haver muitas pessoas zangadas,
-
11:15 - 11:17não aqui na TEDx, eu sei,
-
11:18 - 11:20mas nos EUA, meu Deus,
-
11:20 - 11:22depois de 15 meses de campanha,
devíamos mesmo estar zangados. -
11:22 - 11:24Eu compreendo isso.
-
11:24 - 11:27Mas muitas pessoas estão zangadas
porque dizem "Washington não funciona, -
11:27 - 11:30"não confiamos nas elites do poder,
detestamos os 'media'." -
11:30 - 11:34Bem, até globalistas como eu
estão a "comer e calar". -
11:34 - 11:39Vejam, eu acredito que temos de admitir,
-
11:39 - 11:41meus caros campistas,
-
11:41 - 11:45que quando estão a ser
perseguidos por um urso, -
11:45 - 11:49num contexto global, não precisam
de correr mais rápido do que o urso, -
11:49 - 11:53só precisam de correr mais rápido
do que os vossos companheiros campistas. -
11:53 - 11:55(Risos)
-
11:56 - 11:58Acabei de vos falar
-
11:58 - 12:00sobre os nossos companheiros campistas.
-
12:00 - 12:03Certo? E através dessa perspetiva,
-
12:03 - 12:05tudo parece correr bem para nós.
-
12:05 - 12:07Muitas pessoas nesse contexto dizem:
-
12:07 - 12:10"Vamos apostar no dólar.
Vamos apostar em imóveis em Nova Iorque. -
12:10 - 12:14"Vamos mandar os nossos filhos
para universidades norte-americanas." -
12:14 - 12:16Sabem, os nossos vizinhos são fantásticos:
-
12:16 - 12:19Canadá, México
e dois grandes corpos de água. -
12:19 - 12:23Sabem o quão a Turquia
adoraria ter vizinhos assim? -
12:23 - 12:25São vizinhos fantásticos.
-
12:26 - 12:29O terrorismo é
um problema nos EUA. -
12:29 - 12:32Nós sabemos bem isso aqui em Nova Iorque.
-
12:32 - 12:35Mas é um problema muito
maior na Europa do que nos EUA. -
12:35 - 12:37É um problema ainda
maior no Médio Oriente -
12:37 - 12:38do que é na Europa.
-
12:38 - 12:41Estes são fatores de grande magnitude.
-
12:41 - 12:46Aceitámos acolher 10 000 refugiados
sírios e queixamo-nos veementemente disso. -
12:46 - 12:48Sabem porquê?
Porque eles não conseguem nadar até aqui. -
12:48 - 12:53Não é? Quer dizer, os turcos
adorariam ter só 10 000 refugiados sírios. -
12:53 - 12:56Os jordanos,
os alemães, os britânicos. Certo? -
12:57 - 12:58Mas esse não é o caso.
-
12:58 - 13:01Essa é a realidade dos EUA.
-
13:02 - 13:04Isso soa muito bem.
-
13:04 - 13:07Aqui está o desafio.
-
13:07 - 13:10Num mundo G-Zero, a maneira como se lidera
-
13:11 - 13:12é pelo exemplo.
-
13:12 - 13:15Se sabemos que não queremos
ser mais os polícias do mundo, -
13:15 - 13:18se sabemos que não vamos ser
os arquitetos do comércio mundial, -
13:18 - 13:21não vamos ser
a claque de apoio aos valores globais, -
13:21 - 13:23não o vamos fazer
da maneira como costumávamos, -
13:23 - 13:24o século XXI está a mudar,
-
13:24 - 13:27precisamos de liderar pelo exemplo
— sermos tão apelativos -
13:27 - 13:30que todas as outras pessoas
irão continuar a dizer: -
13:30 - 13:32"não é só eles
serem campistas mais rápidos. -
13:32 - 13:35"Mesmo quando o urso não nos persegue,
este é um bom lugar para estar. -
13:35 - 13:37"Queremos imitá-los."
-
13:37 - 13:41O processo eleitoral deste ano
não se apresenta como uma boa opção -
13:42 - 13:44para a liderança através do exemplo.
-
13:45 - 13:47Hillary Clinton diz
que vai ser como nos anos 90. -
13:47 - 13:50Podemos continuar a ser
a claque de apoio aos valores. -
13:50 - 13:53Podemos continuar a ser
os arquitetos do comércio mundial. -
13:53 - 13:55Podemos continuar
a ser os "xerifes" globais. -
13:55 - 13:58E Donald Trump quer
levar-nos de volta aos anos 30. -
13:59 - 14:02Ele diz: "Ou aceitam a nossa maneira ou
saem. Se não gostam, temos pena." Não é? -
14:03 - 14:06Nenhum deles está a reconhecer
uma verdade fundamental do G-Zero, -
14:06 - 14:10que é que, mesmo que os
EUA não estejam em declínio, -
14:10 - 14:13está a tornar-se
objetivamente mais difícil -
14:13 - 14:16para os norte-americanos
imporem a sua vontade, -
14:16 - 14:18para terem grande influência
-
14:18 - 14:20na ordem mundial.
-
14:20 - 14:24Estaremos preparados para
liderar verdadeiramente pelo exemplo? -
14:24 - 14:27O que teríamos de fazer para corrigir isto
-
14:27 - 14:28depois de novembro,
-
14:29 - 14:31depois de o novo presidente
assumir o cargo? -
14:31 - 14:35Bem, ou teremos de sofrer
outra crise que nos force a reagir. -
14:35 - 14:37Uma depressão faria isso.
-
14:37 - 14:39Outra crise financeira global faria isso.
-
14:39 - 14:42Deus nos livre, outro
11 de setembro poderia fazer isso. -
14:42 - 14:44Ou, na falta de uma crise,
-
14:44 - 14:50precisamos de ver que a externalização,
a desigualdade, os desafios -
14:50 - 14:52que estão constantemente
a aumentar nos EUA, -
14:52 - 14:55são, por si só, suficientemente urgentes
-
14:55 - 14:57para obrigar os nossos líderes a mudar,
-
14:57 - 14:59e que temos essas vozes.
-
14:59 - 15:01Através dos
nossos telemóveis, individualmente, -
15:01 - 15:05temos essas vozes
para os convencer a mudar. -
15:05 - 15:08Há, é claro, uma terceira opção,
-
15:08 - 15:10talvez a mais provável,
-
15:10 - 15:13que é nós
não fazermos nenhuma dessas coisas -
15:13 - 15:16e daqui a quatro anos
convidam-me novamente -
15:16 - 15:18e voltarei a fazer este discurso.
-
15:18 - 15:20Muito, muito obrigado.
-
15:20 - 15:23(Aplausos)
- Title:
- Como os EUA deveriam usar o seu estatuto de superpotência
- Speaker:
- Ian Bremmer
- Description:
-
Americanização e globalização têm significado praticamente a mesma coisa nas últimas gerações. Mas a visão dos EUA em relação ao mundo — e a visão do mundo em relação aos EUA — está a mudar. Numa visita a ritmo acelerado ao estado atual da política internacional, Ian Bremmer fala sobre os desafios de um mundo onde nenhum país ou aliança pode fazer frente aos desafios de liderança global e questiona-se se os EUA estão preparados para liderar pelo exemplo, não pela força.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:37
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for How the US should use its superpower status | ||
Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for How the US should use its superpower status | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How the US should use its superpower status | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How the US should use its superpower status | ||
Leandro Oliveira edited Portuguese subtitles for How the US should use its superpower status | ||
Leandro Oliveira edited Portuguese subtitles for How the US should use its superpower status | ||
Leandro Oliveira edited Portuguese subtitles for How the US should use its superpower status | ||
Leandro Oliveira edited Portuguese subtitles for How the US should use its superpower status |