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Quatro formas de podermos evitar uma seca catastrófica

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    A geração dos nossos avós
    criou um sistema fantástico
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    de canais e reservatórios
    que tornou possível
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    que as pessoas vivessem em locais
    onde não havia muita água
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    Por exemplo, durante a Grande Depressão,
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    criaram a Barragem Hoover
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    que, por sua vez, criou o Lago Mead
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    e tornou possível que as cidades
    de Las Vega, Phoenix
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    e Los Angeles fornecessem água
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    às pessoas que viviam
    num local muito seco.
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    No século XX,
    gastámos biliões de dólares
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    na construção de infraestruturas
    para abastecer as cidades de água.
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    Em termos de desenvolvimento económico,
    foi um investimento ótimo.
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    Mas, na década passada,
    vimos os efeitos combinados
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    da alteração climática, do crescimento
    populacional e da competição pela água
  • 0:46 - 0:49
    ameaçar estas fontes de vida
    e estes recursos de água.
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    Este gráfico mostra a alteração
    do nível do Lago Mead
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    que ocorreu nos últimos 15 anos.
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    Podemos ver que, por volta de 2000,
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    o nível do lago começou a descer.
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    Foi descendo a um tal ritmo
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    que, por esse andar, deixaria
    de abastecer Las Vegas com água potável.
  • 1:07 - 1:09
    A cidade ficou tão preocupada com isso
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    que construiu uma nova estrutura
    de captação de água potável
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    que designou por a "Terceira Gota",
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    para ir buscar a água
    às profundezas do lago.
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    Os problemas associados ao fornecimento
    de água às cidades modernas
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    não se restringem ao sudoeste americano.
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    Em 2007, a terceira maior cidade
    da Austrália, Brisbane,
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    em seis meses, viu-se
    com falta de água corrente.
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    Um drama semelhante está hoje
    a acontecer em São Paulo, no Brasil,
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    onde o principal reservatório da cidade
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    que estava totalmente cheio
    em 2010,
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    está quase vazio atualmente,
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    altura em que a cidade se aproxima
    dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016.
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    Aqueles que têm a sorte
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    de viver numa das maiores
    cidades do mundo,
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    nunca experimentaram
    os efeitos duma seca catastrófica.
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    Gostamos de nos queixar
    dos duches militares que temos que tomar.
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    Gostamos que os vizinhos vejam
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    os nossos carros sujos
    e os relvados amarelos.
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    Mas nunca enfrentámos a sério
    a perspetiva de abrir a torneira
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    e não sair nada.
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    Isso é possível porque, quando
    as coisas correram mal no passado,
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    foi sempre possível
    aumentar um reservatório
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    ou escavar mais alguns poços subterrâneos.
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    Numa época em que todos
    os recursos de água estão utilizados
  • 2:26 - 2:30
    não vai mais ser possível
    depender deste modo antes utilizado
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    para nos abastecermos de água.
  • 2:32 - 2:36
    Há pessoas que pensam que vamos
    resolver o problema da água urbana
  • 2:36 - 2:38
    indo buscar a água
    aos nossos vizinhos rurais.
  • 2:39 - 2:44
    Mas isso é uma abordagem cheia
    de perigos políticos, legais e sociais.
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    Mesmo que conseguíssemos deitar a mão
    à água dos nossos vizinhos rurais,
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    estaríamos apenas a adiar
    o problema para os outros
  • 2:51 - 2:53
    e há boas hipóteses
    de que ele nos fosse devolvido,
  • 2:53 - 2:56
    sob a forma de preços mais altos
    dos alimentos
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    e perigo para os ecossistemas aquáticos
    que já dependem dessa água.
  • 3:00 - 3:04
    Penso que há uma forma melhor
    de resolver a nossa crise de água urbana
  • 3:04 - 3:08
    e penso que é abrir
    quatro novas fontes locais de água
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    que eu comparo a torneiras.
  • 3:10 - 3:14
    Se fizermos investimentos inteligentes
    nestas novas fontes de água,
  • 3:14 - 3:16
    nos próximos anos,
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    podemos resolver
    o nosso problema de água urbana
  • 3:18 - 3:21
    e diminuir a possibilidade
    de virmos a depararmo-nos
  • 3:21 - 3:24
    com os efeitos duma seca catastrófica.
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    Se me dissessem, há 20 anos,
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    que podia existir uma cidade moderna
    sem o abastecimento de água importada,
  • 3:31 - 3:35
    provavelmente, eu considerar-vos-ia
    sonhadores irrealistas e mal informados.
  • 3:36 - 3:37
    Mas, segundo a minha experiência,
  • 3:37 - 3:42
    o trabalho com algumas das cidades
    mais sedentas de água, nas últimas décadas,
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    mostrou-me que temos as tecnologias
    e as competências de gestão
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    para prescindirmos da água importada.
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    É sobre isso que vos quero falar hoje.
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    A primeira fonte de abastecimento
    de água local que precisamos de explorar,
  • 3:56 - 3:58
    para resolver o nosso problema
    da água urbana,
  • 3:58 - 4:01
    provém da água da chuva
    que cai nas nossas cidades.
  • 4:01 - 4:05
    Uma das grandes tragédias
    do desenvolvimento urbano
  • 4:05 - 4:07
    é que, à medida que as cidades cresceram,
  • 4:07 - 4:10
    começámos a cobrir toda a superfície
    com betão e asfalto.
  • 4:11 - 4:13
    Ao fazermos isso,
    tivemos que construir esgotos pluviais
  • 4:13 - 4:15
    para recolher a água que caía nas cidades
  • 4:15 - 4:17
    antes de ela provocar inundações.
  • 4:17 - 4:20
    Isso é um desperdício
    duma fonte de água vital.
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    Vou dar-vos um exemplo.
  • 4:22 - 4:25
    Este gráfico mostra o volume de água
  • 4:25 - 4:29
    que pode ser aproveitado
    na cidade de San Jose
  • 4:29 - 4:32
    se recolherem a água da chuva
    que cai dentro dos limites da cidade.
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    Podemos ver, pela interseção
    da linha azul e da linha preta a tracejado
  • 4:37 - 4:41
    que, se San Jose recolher metade
    da água que cai na cidade,
  • 4:41 - 4:44
    terá água suficiente
    para um ano inteiro.
  • 4:45 - 4:47
    Acho que devem estar a pensar:
  • 4:47 - 4:51
    "A resposta ao nosso problema
    é começar a construir grandes cisternas
  • 4:51 - 4:54
    "e ligá-las às goteiras
    das caleiras dos telhados,
  • 4:54 - 4:55
    "uma colheita da água da chuva".
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    Isso é uma ideia
    que pode funcionar nalguns locais.
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    Mas, se vivermos num local
    em que só há chuvas no inverno
  • 5:01 - 5:03
    e a maior necessidade de água
    é na época do verão,
  • 5:03 - 5:07
    não é uma forma muito eficaz
    de resolver o problema da água.
  • 5:07 - 5:10
    Se experimentarmos os efeitos
    duma seca de anos seguidos
  • 5:10 - 5:13
    como a Califórnia está
    a experimentar atualmente,
  • 5:13 - 5:15
    não podemos construir
    uma cisterna suficientemente grande
  • 5:15 - 5:18
    para resolver esse problema.
  • 5:18 - 5:19
    Penso que há uma forma mais prática
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    de recolher a água da chuva
    que cai sobre as nossas cidades.
  • 5:22 - 5:26
    É captá-la e infiltrá-la no terreno.
  • 5:26 - 5:28
    Afinal, muitas das nossas cidades
  • 5:28 - 5:31
    estão situadas em cima dum sistema
    de armazenamento de água natural
  • 5:31 - 5:34
    que pode conter um volume enorme de água.
  • 5:35 - 5:38
    Por exemplo, historicamente,
    Los Angeles obtinha
  • 5:38 - 5:41
    cerca de um terço do seu abastecimento
    de água dum aquífero enorme
  • 5:41 - 5:44
    subjacente ao Vale de San Fernando.
  • 5:45 - 5:47
    Quando olhamos para a água
    que escorre pelos telhados
  • 5:47 - 5:50
    atravessa os relvados
    e se escoa pelas sarjetas,
  • 5:50 - 5:51
    podemos perguntar:
  • 5:51 - 5:53
    "Serei capaz de beber aquilo?"
  • 5:54 - 5:56
    A resposta é que não queremos beber aquilo
  • 5:56 - 5:58
    enquanto não sofrer um tratamento.
  • 5:58 - 6:01
    Por isso, o problema que enfrentamos
    na recolha da água urbana
  • 6:01 - 6:04
    é captar a água, tratar a água
  • 6:04 - 6:06
    e guardá-la subterraneamente.
  • 6:06 - 6:09
    É isso exatamente
    o que Los Angeles está a fazer
  • 6:09 - 6:12
    com um novo projeto que estão a montar
    em Burbank, na Califórnia.
  • 6:13 - 6:17
    Isto mostra o parque das águas pluviais
    que estão a construir,
  • 6:17 - 6:22
    ligando uma série de sistemas
    de recolha de esgotos pluviais
  • 6:22 - 6:26
    e canalizando essa água
    para uma pedreira abandonada.
  • 6:26 - 6:28
    A água que é captada na pedreira
  • 6:28 - 6:31
    passa lentamente
    por uma área alagada artificial,
  • 6:31 - 6:33
    depois vai para aquele campo de futebol
  • 6:33 - 6:36
    e infiltra-se no terreno,
  • 6:35 - 6:38
    repondo o aquífero
    de água potável da cidade.
  • 6:38 - 6:43
    Ao passar pela área alagada
    e infiltrar-se no terreno,
  • 6:43 - 6:47
    a água encontra micróbios
    que vivem na superfície das plantas
  • 6:47 - 6:48
    e à superfície do solo,
  • 6:48 - 6:50
    e que purificam a água.
  • 6:50 - 6:53
    Se a água não ficar
    suficientemente pura para beber,
  • 6:53 - 6:55
    depois de passar por este processo
    de tratamento natural,
  • 6:55 - 6:57
    a cidade pode voltar a tratá-la
  • 6:57 - 7:00
    quando a extraírem de novo
    dos aquíferos subterrâneos
  • 7:00 - 7:02
    antes de a fornecerem
    às pessoas para beberem.
  • 7:03 - 7:05
    A segunda torneira que temos que abrir
  • 7:05 - 7:07
    para resolver o nosso problema
    da água urbana
  • 7:07 - 7:09
    provém das águas residuais
  • 7:09 - 7:11
    que derivam das instalações
    de tratamento de esgotos.
  • 7:12 - 7:15
    Muitos aqui conhecem provavelmente
    o conceito de água reciclada.
  • 7:15 - 7:17
    provavelmente já viram sinais como este
  • 7:17 - 7:20
    que indicam que os arbustos,
    os separadores das autoestradas
  • 7:20 - 7:22
    e o campo de golfe local
  • 7:22 - 7:24
    estão a ser regados com água
  • 7:24 - 7:26
    que provém duma instalação
    de tratamento de esgotos.
  • 7:27 - 7:29
    Há algumas décadas
    que temos vindo a fazer isto.
  • 7:29 - 7:32
    Estamos a aprender
    com a experiência
  • 7:32 - 7:36
    que esta abordagem é muito mais
    dispendiosa do que esperávamos.
  • 7:36 - 7:39
    Como outrora construímos
    os primeiros sistemas de reciclagem de água
  • 7:39 - 7:41
    perto da instalação
    de tratamento de esgotos,
  • 7:41 - 7:44
    temos que construir redes de tubagens
    cada vez mais compridas
  • 7:44 - 7:46
    para levar a água aonde ela é necessária.
  • 7:46 - 7:49
    Isso torna-a proibitiva
    em termos de custos.
  • 7:49 - 7:51
    Chegámos à conclusão
  • 7:51 - 7:55
    de que uma forma muito mais económica
    e mais prática de reciclar águas residuais
  • 7:55 - 7:57
    é transformar as águas residuais
    em água potável
  • 7:57 - 7:59
    através dum processo de duas fases.
  • 7:59 - 8:02
    Na primeira fase deste processo
    pressurizamos a água
  • 8:02 - 8:05
    e fazemo-la passar por uma membrana
    de osmose inversa:
  • 8:05 - 8:08
    uma delgada membrana
    permeável, de plástico
  • 8:08 - 8:10
    que permite que as moléculas de água
    atravessem a membrana
  • 8:10 - 8:15
    mas retém os sais, os vírus
    e os químicos orgânicos
  • 8:15 - 8:17
    que podem estar presentes
    nas águas residuais.
  • 8:18 - 8:20
    Na segunda fase do processo
  • 8:20 - 8:22
    adicionamos uma pequena quantidade
    de peróxido de oxigénio
  • 8:22 - 8:25
    e sujeitamos a água a luzes ultravioletas.
  • 8:25 - 8:28
    A luz ultravioleta divide
    o peróxido de oxigénio
  • 8:28 - 8:31
    em duas partes, a que chamamos
    os radicais hidroxilo.
  • 8:31 - 8:35
    Estes radicais hidroxilo
    são formas muito potentes de oxigénio
  • 8:35 - 8:38
    que quebram a maior parte
    dos químicos orgânicos.
  • 8:38 - 8:41
    Depois de a água passar
    por este processo de duas fases,
  • 8:41 - 8:43
    pode beber-se.
  • 8:43 - 8:44
    (Risos)
  • 8:44 - 8:47
    Eu sei, tenho estudado a água reciclada
  • 8:47 - 8:51
    usando todas as técnicas de medida
    da ciência moderna
  • 8:51 - 8:52
    nos últimos 15 anos.
  • 8:52 - 8:54
    Detetámos alguns químicos
  • 8:54 - 8:56
    que podem passar
    pela primeira fase do processo,
  • 8:56 - 8:59
    mas, depois de passarmos à segunda fase,
  • 8:59 - 9:01
    o processo avançado de oxidação,
  • 9:01 - 9:03
    raramente vemos
    quaisquer químicos presentes.
  • 9:03 - 9:08
    Isto em contraste com o abastecimento
    de água considerado seguro
  • 9:07 - 9:09
    que estamos sempre a beber.
  • 9:10 - 9:13
    Há uma outra forma de reciclar a água.
  • 9:13 - 9:16
    Isto é uma área de tratamento artificial
    que construímos recentemente
  • 9:16 - 9:18
    no rio Santa Ana, na Califórnia do Sul.
  • 9:18 - 9:23
    A área de tratamento recebe a água
    duma parte do rio Santa Ana
  • 9:23 - 9:26
    que, na época do verão, consiste
    quase inteiramente em efluentes residuais
  • 9:26 - 9:29
    de cidades como Riverside
    e San Bernardino.
  • 9:29 - 9:32
    A água chega à área de tratamento,
  • 9:32 - 9:34
    é exposta à luz solar e a algas
  • 9:34 - 9:36
    e isso quebra os químicos orgânicos,
  • 9:36 - 9:40
    remove os nutrientes e neutraliza
    os agentes patogénicos da água.
  • 9:40 - 9:42
    A água reentra no rio Santa Ana,
  • 9:42 - 9:44
    desce até Anaheim,
  • 9:44 - 9:47
    é captada em Anaheim,
    infiltra-se no terreno,
  • 9:47 - 9:50
    e passa a ser a água potável
    da cidade de Anaheim,
  • 9:50 - 9:54
    completando a viagem,
    desde os esgotos do condado de Riverside
  • 9:54 - 9:57
    até ao abastecimento de água potável
    do condado de Orange.
  • 9:58 - 10:02
    Podem pensar
    que esta ideia de beber águas residuais
  • 10:02 - 10:05
    é uma fantasia futurista
    ou que não se faz vulgarmente.
  • 10:05 - 10:09
    Na Califórnia, já reciclamos
    cerca de 150 000 milhões de litros por ano
  • 10:09 - 10:13
    de águas residuais, por este processo
    de tratamento avançado de duas fases
  • 10:13 - 10:14
    de que vos falei.
  • 10:14 - 10:17
    É água suficiente para abastecer
    cerca de um milhão de pessoas
  • 10:17 - 10:20
    se fosse o único abastecimento de água.
  • 10:21 - 10:25
    A terceira torneira, que precisamos
    de abrir, não é bem uma torneira.
  • 10:25 - 10:27
    Será uma espécie de torneira virtual.
  • 10:27 - 10:29
    Será a poupança da água
    que conseguirmos fazer.
  • 10:29 - 10:33
    O local em que precisamos de pensar
    quanto à poupança da água é no exterior
  • 10:33 - 10:37
    porque na Califórnia
    e noutras cidades americanas modernas,
  • 10:37 - 10:39
    cerca de metade da água que gastamos
    é usada fora de casa.
  • 10:40 - 10:41
    Na atual seca,
  • 10:41 - 10:44
    já vimos que é possível
  • 10:44 - 10:46
    que os relvados sobrevivam,
    que as plantas sobrevivam
  • 10:46 - 10:48
    com metade da água.
  • 10:48 - 10:52
    Portanto, não há necessidade
    de começar a pintar o betão de verde,
  • 10:52 - 10:54
    de pôr relva artificial
    e de comprar catos.
  • 10:54 - 10:57
    Podemos ter paisagens agradáveis
    na Califórnia
  • 10:57 - 10:59
    com detetores de humidade do solo
  • 10:59 - 11:01
    e controladores de irrigação inteligentes
  • 11:01 - 11:03
    e ter belas paisagens verdes
    nas nossas cidades.
  • 11:04 - 11:07
    A quarta e última torneira de água
    que precisamos de abrir
  • 11:07 - 11:10
    para resolver o nosso problema
    da água urbana
  • 11:10 - 11:12
    jorrará com a água do mar dessalinizada.
  • 11:12 - 11:15
    Sei o que já devem ter ouvido dizer
    sobre a dessalinização da água do mar:
  • 11:16 - 11:20
    "É uma coisa ótima, se tivermos muito
    petróleo, não tivermos muita água
  • 11:20 - 11:22
    "e não nos preocuparmos
    com a alteração climática".
  • 11:22 - 11:26
    A dessalinização da água do mar
    gasta muita energia, seja como for feita.
  • 11:26 - 11:30
    Mas essa caracterização
    da dessalinização da água do mar,
  • 11:30 - 11:32
    como não tendo hipótese de êxito,
    está ultrapassada.
  • 11:32 - 11:35
    Fizemos enormes progressos
    na dessalinização da água do mar
  • 11:35 - 11:37
    nos últimos 20 anos.
  • 11:37 - 11:39
    Esta imagem mostra
  • 11:39 - 11:43
    a maior instalação de dessalinização
    da água do mar no hemisfério ocidental
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    que está a ser construída
    a norte de San Diego.
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    Comparando com a instalação
    de dessalinização de água do mar
  • 11:48 - 11:51
    que foi construída em Santa Barbara
    há 25 anos,
  • 11:51 - 11:54
    esta instalação de tratamento
    vai usar metade da energia
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    para produzir um litro de água.
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    Mas, lá porque a dessalinização
    da água do mar
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    passou a usar menos energia
  • 12:00 - 12:01
    não vamos começar a construir
  • 12:01 - 12:04
    instalações de dessalinização
    por todo o lado.
  • 12:04 - 12:06
    Entre as diferentes opções que temos,
  • 12:06 - 12:08
    é provavelmente a que gasta mais energia
  • 12:08 - 12:10
    e talvez a mais prejudicial
    para o ambiente,
  • 12:10 - 12:13
    entre as opções para criar
    um abastecimento de água local.
  • 12:13 - 12:14
    Portanto, é assim.
  • 12:14 - 12:16
    Com estas quatro fontes de água,
  • 12:16 - 12:20
    podemos acabar com a nossa dependência
    de água importada.
  • 12:20 - 12:24
    Através da alteração da forma como
    desenhamos a superfície e as propriedades
  • 12:24 - 12:27
    podemos reduzir o uso da água no exterior
    em cerca de 50%,
  • 12:27 - 12:31
    aumentando assim em 25%
    o abastecimento de água
  • 12:31 - 12:34
    Podemos reciclar a água
    que escoa para os esgotos,
  • 12:34 - 12:37
    aumentando assim em 40%
    o abastecimento de água.
  • 12:37 - 12:40
    Podemos fazer a diferença,
    através duma combinação
  • 12:40 - 12:43
    de recolha da água da chuva
    e da dessalinização da água do mar.
  • 12:44 - 12:48
    Portanto, vamos criar
    um abastecimento de água
  • 12:48 - 12:51
    que seja capaz de aguentar
    quaisquer desafios
  • 12:51 - 12:54
    que a alteração climática nos imponha
    nos próximos anos.
  • 12:54 - 12:57
    Vamos criar um abastecimento de água
    que use fontes locais
  • 12:57 - 13:01
    e mantenha mais água no meio ambiente
    para os peixes e alimentos.
  • 13:02 - 13:04
    Vamos criar um sistema de água
  • 13:04 - 13:07
    que seja consistente
    com os nossos valores ambientais.
  • 13:07 - 13:10
    Vamos fazê-lo para os nossos filhos
    e para os nossos netos
  • 13:10 - 13:13
    e vamos dizer-lhes que é este o sistema
  • 13:13 - 13:15
    de que eles têm que cuidar no futuro,
  • 13:15 - 13:19
    porque é a nossa última oportunidade
    de criar um novo tipo de sistema de águas.
  • 13:19 - 13:21
    Muito obrigado pela vossa atenção.
  • 13:21 - 13:24
    (Aplausos)
Title:
Quatro formas de podermos evitar uma seca catastrófica
Speaker:
David Sedlak
Description:

À medida que os padrões climáticos mundiais continuam a mudar imprevisivelmente, locais onde a água potável era abundante podem em breve vir a encontrar os reservatórios secos e os aquíferos de águas subterrâneas esgotados. Nesta palestra, David Sedlak, engenheiro civil e ambiental, fala de quatro soluções práticas para a atual crise de água urbana. O seu objetivo: mudar o nosso abastecimento de água para novas fontes locais de água e criar um sistema capaz de resistir a quaisquer dos desafios que a mudança climática possa impor-nos no futuro.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
13:37

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