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O Homem-Aranha, O Rei Leão e a vida no criativo fio da navalha

  • 0:03 - 0:06
    (Música)
  • 0:07 - 0:08
    [O Rei Édipo]
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    [O Rei Leão]
  • 0:22 - 0:26
    [Titus]
  • 0:38 - 0:41
    [Frida]
  • 0:54 - 0:57
    [A Flauta Mágica]
  • 1:00 - 1:03
    [Across the Universe]
  • 1:16 - 1:19
    (Aplausos)
  • 1:20 - 1:23
    Obrigada! Muito obrigada!
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    Viram algumas amostras de peças, óperas
  • 1:25 - 1:28
    e filmes que fiz nestes últimos 20 anos.
  • 1:29 - 1:31
    Mas gostaria de começar agora
  • 1:31 - 1:33
    levando-vos a uma época
  • 1:33 - 1:35
    em que estive na Indonésia
  • 1:35 - 1:37
    que é um momento importante na minha vida
  • 1:37 - 1:39
    e, como todos os mitos,
  • 1:39 - 1:42
    estas histórias precisam de ser contadas
  • 1:42 - 1:44
    e recontadas para que não as esqueçamos.
  • 1:44 - 1:47
    E quando vivo momentos turbulentos
  • 1:47 - 1:50
    como estou a viver agora,
    a passar pelo cadinho
  • 1:50 - 1:52
    e pelo fogo da transformação
  • 1:52 - 1:54
    como nos acontece a todos.
  • 1:54 - 1:57
    Todos aqueles que criam,
    sabem que há um ponto
  • 1:57 - 2:02
    em que não nos tornamos
    na fénix ou nas cinzas.
  • 2:03 - 2:04
    (Risos)
  • 2:04 - 2:07
    E eu estou mesmo no fio da navalha,
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    como vos vou contar, é outra história.
  • 2:09 - 2:11
    Quero voltar à Indonésia
  • 2:11 - 2:14
    onde estive há cerca de 21 ou 22 anos,
    há muito tempo,
  • 2:14 - 2:16
    como bolseira.
  • 2:16 - 2:19
    Dei por mim, dois anos depois de lá estar,
  • 2:19 - 2:22
    a atuar e a aprender na ilha de Bali,
  • 2:22 - 2:26
    à beira de uma cratera, Gunung Batur.
  • 2:26 - 2:29
    Eu estava numa aldeia que tinha
  • 2:29 - 2:32
    uma cerimónia de iniciação para rapazes,
  • 2:32 - 2:33
    um ritual de passagem.
  • 2:33 - 2:36
    Mal eu sabia que também seria para mim.
  • 2:36 - 2:38
    Sentei-me na praça do templo
  • 2:38 - 2:42
    por baixo de uma figueira-de-bengala
    gigante, no escuro.
  • 2:42 - 2:46
    Não havia eletricidade, só a lua cheia
  • 2:46 - 2:48
    nessa praça vazia.
  • 2:48 - 2:50
    Ouvia os sons mais belos,
  • 2:50 - 2:52
    como um concerto do Charles Ives,
  • 2:52 - 2:54
    e ouvia a música do gamelão
  • 2:54 - 2:56
    dos vários aldeões que vinham
  • 2:56 - 2:59
    para essa cerimónia
    que se fazia de 5 em 5 anos.
  • 3:00 - 3:03
    Pensava que estava sozinha
    no escuro, debaixo da árvore.
  • 3:03 - 3:07
    De repente, no meio da escuridão,
  • 3:07 - 3:08
    do outro lado da praça,
  • 3:08 - 3:12
    vi o brilho de espelhos
    iluminados pelo luar.
  • 3:12 - 3:16
    E uns rapazes de 20 anos,
    que eu já conhecia,
  • 3:16 - 3:21
    saíram do nada, com trajes de guerreiros,
  • 3:21 - 3:23
    com toucados e com lanças.
  • 3:23 - 3:27
    Não havia ninguém na praça
    e eu estava escondida na sombra.
  • 3:27 - 3:29
    Não havia lá ninguém.
  • 3:29 - 3:33
    Apareceram e dançaram uma dança incrível.
  • 3:33 - 3:37
    "Huhuhuhuhuhuhuhahaha..."
  • 3:37 - 3:40
    E movimentavam os corpos e avançavam
  • 3:40 - 3:43
    e as luzes refletiam-se nos fatos.
  • 3:43 - 3:47
    Ando no teatro desde os meus 11 anos,
  • 3:47 - 3:50
    a representar, a criar, e pensei:
  • 3:50 - 3:52
    "Para quem é que eles estão a exibir-se
  • 3:52 - 3:54
    "com estes trajes elaborados,
  • 3:54 - 3:56
    "estes toucados extraordinários?"
  • 3:56 - 4:00
    Percebi que estavam a atuar para Deus,
  • 4:01 - 4:04
    seja o que for que isso signifique.
  • 4:04 - 4:07
    De resto, não precisavam de publicidade.
  • 4:07 - 4:10
    Não havia dinheiro envolvido.
  • 4:10 - 4:13
    Não ia ficar registado. Não era notícia.
  • 4:13 - 4:15
    E ali estavam aqueles artistas incríveis
  • 4:15 - 4:18
    a representar durante
    o que me pareceu uma eternidade.
  • 4:19 - 4:21
    Logo a seguir,
  • 4:21 - 4:25
    logo que acabaram
    e desapareceram nas sombras,
  • 4:25 - 4:27
    apareceu um rapaz com uma lanterna a gás,
  • 4:27 - 4:30
    pendurou-a numa árvore,
    instalou uma cortina.
  • 4:30 - 4:33
    A praça da aldeia encheu-se
    com centenas de pessoas
  • 4:33 - 4:35
    E apresentaram uma ópera
    durante toda a noite.
  • 4:35 - 4:38
    Os seres humanos precisavam de luz.
  • 4:38 - 4:41
    Precisavam de luz para ver.
  • 4:41 - 4:45
    O que eu ganhei com este
    importante momento incrível
  • 4:45 - 4:47
    da minha vida, enquanto jovem artista,
  • 4:47 - 4:50
    foi que devemos ser sempre fiéis
  • 4:50 - 4:55
    ao que acreditamos enquanto artistas,
    sempre,
  • 4:55 - 4:58
    mas também temos que ter consciência
  • 4:58 - 5:01
    de que a audiência faz parte
    da nossa vida nessa altura
  • 5:01 - 5:03
    e também ela precisa de luz.
  • 5:03 - 5:04
    E é este incrível equilíbrio
  • 5:05 - 5:07
    que acho que vivemos
  • 5:07 - 5:10
    quando criamos alguma coisa inovadora,
  • 5:10 - 5:12
    que tenta fazer uma coisa
    nunca dantes vista
  • 5:12 - 5:14
    esse mundo imaginário,
  • 5:14 - 5:17
    em que não sabemos
    onde é que se vai parar.
  • 5:17 - 5:20
    É esse o fio da navalha
    da borda da cratera
  • 5:20 - 5:23
    em que andei toda a minha vida.
  • 5:23 - 5:25
    Gostaria de vos falar agora
  • 5:25 - 5:29
    um pouco sobre o meu trabalho.
  • 5:29 - 5:30
    Por exemplo, "O Rei Leão".
  • 5:30 - 5:33
    Já viram muitos exemplos do meu trabalho,
  • 5:33 - 5:34
    mas este é um que as pessoas conhecem.
  • 5:34 - 5:37
    Começo com a noção do ideógrafo.
  • 5:37 - 5:40
    Um ideógrafo é como um pincel,
    um pincel japonês.
  • 5:40 - 5:44
    Com três pinceladas,
    fazemos toda a floresta de bambus.
  • 5:44 - 5:46
    Pego no conceito de "O Rei Leão"
  • 5:46 - 5:48
    e penso: "Qual é a sua essência?
  • 5:48 - 5:50
    "Qual é a abstração?
  • 5:50 - 5:54
    "Se eu tivesse que resumir a história toda
  • 5:54 - 5:56
    "numa só imagem, qual seria?"
  • 5:56 - 5:59
    O círculo. O círculo. É tão óbvio.
  • 5:59 - 6:03
    O círculo da vida.
    O círculo da máscara de Mufasa.
  • 6:03 - 6:07
    O círculo do Ato II,
    quando há uma seca.
  • 6:07 - 6:09
    Como exprimimos a seca?
  • 6:09 - 6:12
    É um círculo de seda no chão
  • 6:12 - 6:16
    que desaparece no buraco do palco.
  • 6:16 - 6:18
    O círculo da vida aparece
  • 6:18 - 6:21
    nas pernas das gazelas que saltam.
  • 6:21 - 6:23
    E vemos a mecânica.
  • 6:23 - 6:26
    E, enquanto pessoa do teatro,
    o que conheço e amo no teatro
  • 6:26 - 6:28
    é que, quando a audiência entra,
  • 6:28 - 6:30
    e deixam para trás a sua descrença
  • 6:30 - 6:32
    quando veem homens e mulheres
  • 6:32 - 6:35
    a andar com uma bandeja de erva à cabeça,
  • 6:35 - 6:36
    sabem que se trata da savana.
  • 6:36 - 6:38
    Não põem isso em dúvida.
  • 6:38 - 6:40
    Adoro a verdade aparente do teatro.
  • 6:40 - 6:44
    Adoro que as pessoas estejam dispostas
    a preencher os espaços em branco.
  • 6:44 - 6:46
    A audiência está disposta a dizer:
  • 6:46 - 6:49
    "Oh, eu sei que não é um sol real."
  • 6:49 - 6:51
    "Vocês agarraram em bocadinhos de madeira,
  • 6:51 - 6:55
    "acrescentaram seda na ponta,
    suspenderam esses bocados.
  • 6:55 - 6:57
    "Deixaram-nos cair no chão.
  • 6:57 - 7:01
    "E quando ele sobe com os fios,
    eu vejo que é um sol".
  • 7:01 - 7:05
    Mas a beleza disso
    é que não é só seda e pauzinhos.
  • 7:06 - 7:10
    E de certa forma,
    é isso que o torna espiritual.
  • 7:10 - 7:12
    É o que nos emociona.
  • 7:12 - 7:16
    Não é o nascer literal do sol
    que está a aparecer,
  • 7:16 - 7:18
    é a arte desse momento.
  • 7:18 - 7:23
    Portanto, no teatro,
    por muito crítica que a história seja,
  • 7:23 - 7:25
    ou o livro ou a linguagem,
  • 7:25 - 7:30
    a forma de contar
    a minha história, como a conto,
  • 7:30 - 7:33
    a mecânica, os métodos que usamos,
  • 7:33 - 7:36
    é igual à própria história.
  • 7:36 - 7:39
    Eu gosto de alta e de baixa tecnologia.
  • 7:39 - 7:41
    Por isso, posso passar do...
  • 7:41 - 7:43
    Por exemplo, vou mostrar
    um pouco do "Homem-Aranha",
  • 7:43 - 7:46
    essas máquinas incríveis
    que movimentam as pessoas.
  • 7:46 - 7:48
    Mas a verdade é que, se o dançarino
  • 7:48 - 7:52
    não souber como usar o corpo
    e balançar-se naqueles fios,
  • 7:52 - 7:53
    não é nada.
  • 7:53 - 7:56
    Portanto, agora vou mostrar-vos
  • 7:56 - 8:00
    algumas imagens de um
    dos meus grandes projetos este ano
  • 8:00 - 8:01
    "A Tempestade".
  • 8:01 - 8:03
    É um filme.
  • 8:03 - 8:09
    Fiz "A Tempestade" três vezes
    no teatro, desde 1984, 1986,
  • 8:09 - 8:11
    e adoro esta peça.
  • 8:11 - 8:13
    Fi-la sempre com um Próspero masculino.
  • 8:13 - 8:15
    E de repente pensei:
  • 8:15 - 8:17
    "Quem vou buscar
    para representar Próspero?
  • 8:17 - 8:21
    "Porque não Helen Mirren?
    Ela é uma grande atriz. Porque não?"
  • 8:21 - 8:24
    E aquele material funcionava
    igualmente bem com uma mulher.
  • 8:24 - 8:27
    Vamos ver algumas das imagens
  • 8:27 - 8:29
    de "A Tempestade".
  • 8:29 - 8:32
    (Vídeo) (Música)
  • 8:45 - 8:49
    Próspera: Espírito, provocaste
    a tempestade que te pedi?
  • 8:49 - 8:54
    Subi ao barco do rei.
    Em todas as cabinas, incendiei o assombro.
  • 8:58 - 9:01
    Próspera: Apaixonaram-se à primeira vista.
  • 9:01 - 9:02
    Amas-me?
  • 9:02 - 9:03
    De todo o meu coração.
  • 9:03 - 9:06
    Próspera: Estão os dois enfeitiçados.
  • 9:06 - 9:10
    A desgraça familiariza um homem
    com estranhos companheiros.
  • 9:12 - 9:14
    (Música)
  • 9:15 - 9:17
    Anda à procura de negócios,
    governador?
  • 9:18 - 9:20
    Não caíste do céu?
  • 9:20 - 9:22
    Da lua, podes ter a certeza.
  • 9:22 - 9:24
    Próspera: Calibã!
  • 9:25 - 9:26
    Esta ilha é minha!
  • 9:27 - 9:30
    Próspera: Por causa disto,
    esta noite vais ter cãibras.
  • 9:30 - 9:34
    Aqui jaz o teu irmão. Não é melhor
    do que a terra em que jaz.
  • 9:34 - 9:35
    Puxa da tua espada.
  • 9:35 - 9:39
    E eu, o rei, transformar-te-ei em pó.
  • 9:39 - 9:43
    Próspera: Vou amaldiçoar-vos
    a todos, até ficar rouca.
  • 9:46 - 9:50
    Fiz com que ficásseis loucos.
  • 9:57 - 10:00
    Próspera: Somos feitos da mesma matéria
    de que são feitos os sonhos
  • 10:00 - 10:04
    e a nossa vida está rodeada de sono.
  • 10:04 - 10:06
    (Música)
  • 10:10 - 10:12
    JT: Ok.
  • 10:12 - 10:15
    (Aplausos)
  • 10:16 - 10:20
    Passei do teatro, a fazer
    "A Tempestade", para a encenação,
  • 10:20 - 10:23
    numa produção com um
    orçamento muito limitado, há muitos anos.
  • 10:23 - 10:25
    Adoro a peça.
  • 10:25 - 10:27
    Penso que é a última peça de Shakespeare
  • 10:27 - 10:31
    e, como podem ver,
    também se presta para o cinema.
  • 10:31 - 10:33
    Mas vou dar-vos um pequeno exemplo
  • 10:33 - 10:35
    de como se encena no teatro
  • 10:35 - 10:39
    e de como se agarra
    nessa mesma ideia ou história
  • 10:39 - 10:42
    e a levamos para o cinema.
  • 10:43 - 10:46
    O ideógrafo de que vos falei há pouco
  • 10:46 - 10:48
    de que serve para "A Tempestade"?
  • 10:48 - 10:51
    E se o reduzíssemos,
  • 10:51 - 10:53
    poderia ser aquela imagem
  • 10:53 - 10:55
    em que eu acreditaria?
  • 10:55 - 10:57
    E foi o castelo na areia,
  • 10:57 - 11:00
    a ideia da criação humana
    contra a Natureza,
  • 11:00 - 11:03
    de que construímos estas civilizações
  • 11:03 - 11:06
    — a Próspera de Helen Mirren
    fala disso no fim —
  • 11:06 - 11:12
    construímo-las, mas na Natureza,
    sob a grande tempestade,
  • 11:12 - 11:15
    aquelas torres encimadas por nuvens,
    os palácios deslumbrantes
  • 11:15 - 11:20
    vão desvanecer-se,
    não ficará pedra sob pedra.
  • 11:21 - 11:24
    No teatro, comecei a peça
  • 11:24 - 11:27
    com um areal negro, uma tela branca,
  • 11:27 - 11:30
    e havia uma rapariga,
    Miranda, no horizonte,
  • 11:30 - 11:32
    a fazer um castelo, um castelo de areia.
  • 11:32 - 11:36
    E, quando estava ali na beira do palco,
  • 11:36 - 11:39
    dois funcionários, todos de preto,
  • 11:39 - 11:44
    com regadores na mão, correram lá acima
  • 11:44 - 11:48
    e começaram a deitar água
    no castelo de areia.
  • 11:48 - 11:51
    e o castelo de areia
    começou a desfazer-se.
  • 11:51 - 11:53
    Mas, antes de isso acontecer,
  • 11:53 - 11:57
    a audiência vira os funcionários
    vestidos de preto.
  • 11:57 - 12:01
    O meio era visível. Era banal. Via-se.
  • 12:01 - 12:04
    Mas, quando eles começaram a deitar água,
  • 12:04 - 12:08
    a luz mudou e, em vez de
    mostrar os funcionários de negro,
  • 12:08 - 12:11
    — é uma magia que fazemos no teatro —
  • 12:11 - 12:14
    focou a própria água.
  • 12:15 - 12:18
    E, de repente, a perspetiva
    da audiência muda.
  • 12:19 - 12:23
    Torna-se numa coisa magicamente grande,
  • 12:23 - 12:25
    torna-se na tempestade.
  • 12:25 - 12:29
    Os atores mascarados,
    os bonecreiros, desaparecem,
  • 12:29 - 12:32
    e a audiência dá o salto
    para aquele mundo,
  • 12:32 - 12:36
    para aquele mundo imaginário em que
    "A Tempestade" está realmente a acontecer.
  • 12:36 - 12:38
    Ora bem, a diferença,
  • 12:38 - 12:41
    quando fiz aquilo no cinema,
  • 12:41 - 12:43
    comecei o filme
  • 12:43 - 12:48
    com um grande plano dum castelo de areia,
    um castelo de areia negra
  • 12:48 - 12:50
    e — o que o cinema consegue fazer —
  • 12:50 - 12:53
    usando uma câmara, a perspetiva,
  • 12:53 - 12:56
    e também planos gerais e grandes planos,
  • 12:56 - 12:59
    começava com um grande plano
    do castelo de areia
  • 12:59 - 13:01
    e, à medida que a imagem se afastava,
  • 13:01 - 13:03
    víamos que era uma miniatura
  • 13:03 - 13:05
    na palma da mão da rapariga.
  • 13:05 - 13:07
    Pude assim jogar com o meio
  • 13:07 - 13:10
    e, ao mover-me de um meio para outro,
  • 13:10 - 13:12
    fui capaz de fazer isso.
  • 13:12 - 13:14
    Agora vou levar-vos ao "Homem-Aranha".
  • 13:14 - 13:16
    (Vídeo)
  • 13:16 - 13:18
    (Música)
  • 13:45 - 13:48
    (Canção)
  • 13:52 - 13:55
    JT: Estamos a tentar fazer
    no teatro tudo ao vivo,
  • 13:55 - 13:57
    como não é possível, em duas dimensões,
  • 13:57 - 13:59
    nos filmes e na televisão
  • 14:00 - 14:02
    (Canção)
  • 14:03 - 14:05
    George Tsypin: Olhamos para Nova Iorque,
  • 14:05 - 14:06
    do ponto de vista do Homem-Aranha
  • 14:06 - 14:09
    O Homem-Aranha não está
    limitado pela gravidade
  • 14:09 - 14:12
    Manhattan no espetáculo
    não está limitada pela gravidade
  • 14:13 - 14:15
    (Canção)
  • 14:16 - 14:19
    (Música)
  • 14:22 - 14:25
    Danny Ezralow: Não julguem
    que há aqui um coreógrafo.
  • 14:25 - 14:26
    Isto é real, é o que acontece
  • 14:26 - 14:29
    Prefiro que vejam as pessoas em movimento
  • 14:29 - 14:31
    e digam: "Uau, o que foi aquilo?"
  • 14:31 - 14:33
    (Música)
  • 14:38 - 14:39
    (Música)
  • 14:43 - 14:46
    JT: Se der suficiente movimento
    à escultura
  • 14:46 - 14:49
    quando o ator movimenta a cabeça,
    sentimos que está vivo.
  • 14:49 - 14:52
    É banda desenhada ao vivo.
    É um livro de banda desenhada vivo.
  • 14:52 - 14:54
    (Música)
  • 14:59 - 15:00
    Bono: São mitologias.
  • 15:00 - 15:03
    São mitos modernos,
    estes heróis de banda desenhada.
  • 15:04 - 15:05
    (Canção)
  • 15:10 - 15:12
    (Grito)
  • 15:13 - 15:15
    (Música)
  • 15:31 - 15:33
    (Aplausos)
  • 15:33 - 15:37
    JT: Ohhhhhh! O que foi aquilo?
  • 15:38 - 15:40
    Circo, "rock'n'roll", drama.
  • 15:40 - 15:43
    Que diabo andamos a fazer ali no palco?
  • 15:43 - 15:45
    Uma última história, muito breve.
  • 15:46 - 15:48
    Depois de ter estado naquela aldeia,
    atravessei o lago
  • 15:48 - 15:51
    e vi que o vulcão
    tinha entrado em erupção.
  • 15:51 - 15:53
    do outro lado, Gunung Batur.
  • 15:53 - 15:56
    Havia um vulcão extinto
    ao lado do vulcão em atividade.
  • 15:56 - 15:58
    Não pensei que ia ser engolida pelo vulcão
  • 15:58 - 16:00
    e aqui estou.
  • 16:00 - 16:04
    Mas é muito fácil subir lá acima, não é?
  • 16:04 - 16:06
    Agarramo-nos às raízes,
  • 16:06 - 16:09
    colocamos o pé numa fenda,
  • 16:09 - 16:11
    subimos e chegamos ao topo.
  • 16:11 - 16:14
    Eu estava com um amigo que era ator
  • 16:14 - 16:16
    e ele disse: "Vamos lá acima.
  • 16:16 - 16:17
    "Vamos ver se conseguimos chegar
  • 16:17 - 16:20
    "mais perto da borda do vulcão".
  • 16:20 - 16:23
    Subimos, chegámos lá acima
  • 16:23 - 16:25
    e estivemos na borda, naquele precipício.
  • 16:25 - 16:28
    Roland desaparece no fumo sulfuroso
  • 16:28 - 16:29
    no vulcão do outro lado
  • 16:29 - 16:31
    e eu fiquei ali sozinha
  • 16:31 - 16:34
    naquele precipício incrível.
  • 16:34 - 16:36
    Ouviram a canção?
  • 16:36 - 16:38
    Estou sobre o precipício,
    a olhar para baixo,
  • 16:38 - 16:40
    à minha esquerda um vulcão extinto,
  • 16:40 - 16:44
    à minha direita é só enxofre.
  • 16:44 - 16:45
    Está a sair.
  • 16:45 - 16:48
    Eu estava de sandálias
    e sarongue, foi há muitos anos.
  • 16:48 - 16:50
    Não tinha botas de montanha.
  • 16:50 - 16:54
    E o maluco do ator cigano
    francês desaparecera
  • 16:54 - 16:56
    no meio do fumo.
  • 16:56 - 17:00
    Percebi que não podia voltar
    pelo mesmo caminho.
  • 17:01 - 17:05
    Deitei fora a minha câmara,
    deitei fora as sandálias
  • 17:05 - 17:09
    e olhei para a linha à minha frente.
  • 17:09 - 17:12
    Pus-me de gatas como um gato
  • 17:12 - 17:15
    e passei de joelhos para o outro lado
  • 17:15 - 17:18
    daquela linha à minha frente,
  • 17:18 - 17:21
    se 30 metros ou 10 metros, não sei.
  • 17:21 - 17:23
    O vento soprava furioso.
  • 17:23 - 17:27
    A única forma de eu
    passar para o outro lado
  • 17:27 - 17:29
    era olhar para a linha à minha frente.
  • 17:29 - 17:31
    Sei que todos já passaram por isso.
  • 17:31 - 17:33
    Agora estou no cadinho,
  • 17:33 - 17:35
    é o meu julgamento pelo fogo.
  • 17:35 - 17:37
    É o julgamento pelo fogo
    da minha companhia
    .
  • 17:37 - 17:42
    Sobrevivemos porque o tema
    da nossa canção é "Rise Above".
  • 17:42 - 17:45
    O rapaz cai do céu, levanta-se.
  • 17:45 - 17:47
    Está aqui mesmo na palma das nossas mãos,
  • 17:47 - 17:49
    nas mãos de toda a minha companhia.
  • 17:49 - 17:51
    Tenho colaboradores maravilhosos
  • 17:51 - 17:54
    e nós, criadores, só lá chegamos
    todos juntos.
  • 17:54 - 17:57
    Sei que compreendem.
  • 17:57 - 17:59
    E, se continuarmos a andar para a frente,
  • 17:59 - 18:02
    veremos esta coisa extraordinária
  • 18:02 - 18:03
    em frente dos olhos
  • 18:03 - 18:05
    Obrigada.
  • 18:05 - 18:08
    (Aplausos)
Title:
O Homem-Aranha, O Rei Leão e a vida no criativo fio da navalha
Speaker:
Julie Taymor
Description:

Mostrando imagens espetaculares de produções como 'Frida', 'A Tempestade' e 'O Rei Leão', a diretora Julie Taymor descreve uma vida mergulhada no teatro e no cinema. Filmado na altura em que estava no auge a polémica sobre a sua produção na Broadway , 'O Homem-Aranha: Saído da Escuridão', ela descreve candidamente as tensões inerentes ao seu processo criativo, enquanto se esforça por captar a essência duma história — e produzir imagens e experiências como ninguém.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
18:28

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